Sophie não podia deixar de pensar que foi um milagre ter conseguido arrumar as bagagens em tão pouco tempo. Eliza e Nicolas, no entanto, não foram difíceis de convencer viajar, é certo que ela não explicou os verdadeiros termos. Quando Albert chegou com motorista particular e o carrão, as crianças pareciam intimidadas. Já Sophie não podia deixar de sentir raiva ao olhar o rosto do homem, ele provavelmente dormiu bem
a julgar pelo ar de vencedor. — Fico contente que tenha feito a escolha sensata, senhorita Rodrigues. — Sussurrou no ouvido dela assim que chegaram ao aeroporto. Sophie quis morrer! Nunca se sentiu tão vulnerável, tola e impotente. Estava mesmo sendo dominada pelo pavor, não podia deixar que seus sobrinhos fossem deportados, não mesmo! Jamais deixaria de os proteger e nunca os entregaria para aquele homem. Ela, porém, tinha um plano.... Albert se cansaria mais cedo ou mais tarde e com toda certeza não haveria espaço nos coraçõezinhos deles, Sophie tinha o amor ao seu lado. — Creio que eu não tenha tido escolha alguma, senhor Larsen. — Revidou com desprezo irônico. Ele apenas sorriu pomposo, o que foi frustrante. — Só isso de bagagem? — O olhar assassino de Sophie fez com que Albert não procedesse no assunto, pergunta mais estúpida! De algum modo no aeroporto, Larsen providenciou o passaporte para ela que tirou uma foto e assinou alguns papéis. Ela tinha também o visto de trabalho? — Como você conseguiu? — Disse que daria um jeito, não disse? Además, sou influente. Sophie fez um bico de birra, por que tudo é sempre mais fácil para gente rica? Pensou. — Como assim visto de trabalho? — Te trouxe como minha.... uma nova funcionária da minha empresa. Na medida em que passavam as horas, Sophie se sentiu confiante, por mais tentativas de Albert, Eliza e Nicolas rejeitava todas as maneiras de aproximação, desde segurar a mão a conversas. No avião, estavam na primeira classe! "Tudo do bom supremo" para os Larsen. Ela nunca tinha viajado num avião daqueles, muito menos para fora do Brasil. As poltronas pareciam sofás, ela e as crianças se sentaram, era chique e confortável. Eliza ficou na janela, Sophie no meio e Nicolas a contragosto na ponta já que o menininho queria também ficar no assento da janela. Albert ao lado oposto sugeriu a ele que se sentasse do seu lado para assim poder olhar o céu mais de perto. Agarrando um dos braços de Sophie o menino negou e assegurou que estava bem ali. — Tia? Abre a janela para mim. — Pediu Eliza. — Já está aberta, querida. — Falo desse vidro, como eu vou tocar as nuvens com isso impedindo? — Ah! Infelizmente o vidro não abre, minha flor. — O que? Mas eu pensei que finalmente fosse descobrir se as nuvens têm o mesmo gosto de algodão doce — Eliza parecia decepcionada, Sophie deu o seu melhor para confortar a sobrinha que não se convenceu e permaneceu emburrada. Ela queria mesmo comer um pedaço da nuvem! Socorro, senhor.... A comissária de bordo a cumprimentou. — Bom dia senhora Larsen, gostaria de algo para comer? — Sophie demorou um pouco para entender a situação.... senhora Larsen? Oh céus! A mulher pensava que ela e Albert eram casados? — Senhora Larsen? — Perguntou Nicolas sem entender. — Ela não é nenhuma senhora Larsen, é a nossa tia Sosô. — Afirmou Eliza seriamente. — E não é casada com aquele homem — O menino apontou para Albert finalmente entendendo a conversa — Ele diz que é nosso tio, mas eu, Eliza e tia Sophie... — Ahahaha — Interferiu a tia sem graça. — Nicolas, meu bem, por que não lê o gibi que trouxemos? ... obrigada moça, mas no momento não vamos querer nada. A comissária, uma mulher bonita, loura de olhos verdes, se direcionou a Albert que também não quis nada. Cinco horas depois, Sophie estava exausta, Eliza dormia de tanto falar, mas Nicolas ainda estava acordado e ela tinha sempre de inventar algo para melhorar o tédio dele. — Sophie? — Chamou Albert no lado oposto do corredor, assustando-a — Por que não trocamos de lugar um pouco? Está com uma feição horripilante. — E de quem é a culpa? As pessoas geralmente têm uma semana ou mais para organizar as bagagens de uma viagem, eu tive menos de dez horas. — Lamento, então porque não trocamos de lugar um pouco para você dormir. Antes que ela pudesse responder, Nicolas segurou um dos seus braços e disse em alto som: — Não! Tia Sosô vai ficar comigo e com Eliza. — Nicolas, sua tia está cansada, não dormiu ontem. — Ela pode dormir ao meu lado. Quando Albert fez menção de falar novamente, Sophie fez um sinal para ele nada dizer, por mais que não gostasse da ideia ela realmente precisava dormir nem que fosse por meia hora. — Meu amor, olhe para mim. A tia vai ficar ali para descansar um pouco e seu tio ficará aqui com você. Não seja malcriado com ele logo, logo eu volto. — Mas, tia Sosô... — Nicolas. O menino cedeu emburrado, e assim que ela saiu ele se sentou no meio onde estava a tia ao lado da irmã e segurou a mão dela como que para a proteger, Albert, então ficou na ponta. — Sua poltrona abaixa mais do que isso. — Falou para ela quando Sophie buscava se acomodar. — Deixe-me lhe ajudar. Ele se aproximou, e abaixou tanto a poltrona que dava a impressão de estarem numa cama com ele deitado por cima, foi desconfortável e inconvenientemente lembrou-se do que ele disse “Eu possuo” seu coração disparou se fosse branca certamente pareceria um tomate agora. Larsen pegou um cobertor que estava sabe Deus onde e a cobriu. Mesmo depois de ele ter voltado, ela ainda sentia a colônia máscula que ele usava e ouvia o bater ritmado do próprio coração.... Adormeceu. ... Graças a Monique a comissária que estava acostumada com crianças inquietas ele conseguiu entreter Nicolas com alguns brinquedos de montar e desmontar, também tinha um papel com desenho do Sonic para colorir e lápis de cor. Eliza, contudo, ainda dormia feito um anjo. Albert estava fascinado com os sobrinhos, eles eram idênticos, mas, de cores e sexos diferentes: Mesmo formato de rosto, lábios, nariz, formato de olhos, mãos. Tudo o que ele podia ver, enquanto Nicolas era loiro de pele amarelada, olhos cor de mel esverdeado e um ou dois dedos mais baixo, Eliza era morena um tom mais claro do que a tia. Os cabelos da menina eram castanhos como os dele e os olhos azuis como do pai... Eram duas belas obras de arte, uma emoção queimou no peito dele, podia ver seu irmão nos detalhes. — Senhor Larsen? — Chamou-lhe Monique o despertando do pensamento. — Posso lhe servir algo para beber? — Um cappuccino seria perfeito, quer alguma coisa Nicolas? O menino fez que não com a cabeça sem tirar a atenção da montagem que fazia. — Vou acompanhá-la. Você me salvou de uma situação complicada e preciso esticar um pouco as pernas. — Imagina, milorde, apenas estou fazendo o meu trabalho. — Disse com um sorriso afável. Em meio a conversa, Monique descobriu que Larsen é solteiro, tio das crianças e sua relação com a senhorita Rodrigues. Era visível que a mulher estava interessada nele. Ela devia ter entre vinte e nove e trinta e cinco anos, bonita, exuberante, peituda, o tipo que ele se envolvia por momentos. — Em minha opinião, claro, se me permite a ousadia, o senhor precisa mesmo é de uma esposa. — Monique, minha cara, não acha que minha vida já é problemática o suficiente? — Perguntou zombeteiro. E ela mordeu o lábio inferior, o que lhe causou um chique na virilha. — O senhor apenas não encontrou a mulher certa. — Retrucou sensual, provocador. Ela estava se insinuando. Desde que recebeu a notícia sobre a tragédia não se deitava com uma mulher toda essa situação de Vicente e das crianças consumiram seu tempo e estado de espírito... Monique, no entanto, estava mais do que convidativa. Mas, algo o barrava. .... Três horas mais tarde, Sophie acordou atordoada. Olhando para o lado oposto, o coração ferveu de raiva ao ver Eliza que ainda dormia e Nicolas que pintava alguma coisa sozinhos. Começou a procurar Albert e o avistou aos papos nada discretos com a comissária e depois ela quem era irresponsável! Levantou-se observando os dois, a belíssima comissária só faltava devorar ele com os olhos. Albert olhou para a direção dela e o sorriso murchou ao notar a expressão indignada. Andou na direção de Sophie com o cinismo estampado no rosto. — Está melhor? — Perguntou. — Não depois de ver Eliza e Nicolas sozinhos. A face dele se tornou sombria ante a acusação. — Não os deixei sozinhos, apenas me levantei por um momento para tomar um Cappuccino. Alva e eu conseguimos distrair Nicolas o suficiente e Eliza como pode ver ainda continua dormindo. — O olhar dele estava gélido e a expressão fria, Sophie continuava com desdém — Podemos conversar a sós um instante? — Que seja! — Concordou relutante. Após pedir que "Monique" olhasse as crianças, Albert puxou-a pelo braço até o banheiro e trancou a porta. — Não se preocupe, jamais irei te atacar. — Falou ele em seu tom habitual. — Não sou eu quem deveria se preocupar. — Ela alegou séria e Albert esboçou um sorriso com os olhos — não posso acreditar que os deixou sozinhos para paquerar enquanto eu dormia e depois ainda vem falar de responsabilidade — Sophie atacou — For guds skyld!! Não há ninguém além de nós nessa cabine caso não tenha percebido eu reservei todos os acentos e não se atreva a me chama de irresponsável tenho consciência de meus atos eu não deixei a atenção deles. — Não importa! Nada disso importa, você os deixou sozinhos para flertar descaradamente com aquela mulher quem sabe em qual buraco teriam se enfiado? Sempre haverá mulheres e mulheres como prioridade na sua vida e não meus sobrinhos, você não me engana! — Ela dizia apontando para ele furiosamente, não só apontando, mas tocando com o dedo indicador no peito dele. Albert segurou firme a mão dela e a puxou para si, Sophie seria hipócrita se dissesse que não sentiu medo. — Não me importo com sua opinião ao meu respeito, acredite! Pense e fale de mim o que quiser. Apenas não quero que isto fique visível para Nicolas e Eliza. Não é anormal que eles pensem que eu sou o monstro do lago Ness já que a sua atitude me denuncia tal coisa! E eu jamais colocarei mulher alguma acima deles. — Não venha me culpar, nunca leu nos livros que as crianças são boas em julgar caráter? — O rosto dele endureceu mais ainda ante a ironia dela. — Solte-me. — Ordenou no mesmo tom ameaçador dele. Albert largou-a com força. — Nesse caso eles se adaptarão a mim nem que seja a força! — Ela sentiu muito mais medo, porém não deixaria isto perceptível, ela sempre foi durona o bastante para mascarar sua emoção, experimenta trabalhar como operadora de caixa ou telemarketing melhores campos a desenvolver essa postura. — Acredito que talvez não seja necessário, você pode até estar nos levando para a Dinamarca, mas não está escrito nas estrelas que meus sobrinhos ficarão morando com você, fique sabendo que isso não vai durar. — Ele diminuiu o espaço entre ambos a puxou pelos ombros e disse em seu ouvido: — Não ouse me desafiar senhorita Rodrigues, sempre consigo o que quero independente do preço que me custe. — Sophie o empurrou bruscamente e Albert teve a sorte de estar próximo da porta se não conseguisse apoio teria caído no chão: — SE ACOSTUME COM O FATO DE SER UM PERDEDOR! — Berrou — QUEM É VOCÊ para se achar a última COCA-COLA DO DESERTO? — Ele estava completamente chocado, o que era justificável a mulher não só tivera o descabimento de o empurrar, o enfrentar agora gritava com ele! com certeza o mauricinho não estava acostumado! Pois, Sophie faria questão de dar a ele um toque de realidade. Foram interrompidos por uma batida na porta de alguém que queria usar a toalete, uma senhora asiática baixinha que olhava de um para o outro repleta de insinuações e murmurou algumas palavras em mandarim. Que nojo! Por mais charme que ele tivesse jamais! não se envolveria com Albert Larsen, nem se ele fosse o último homem de todo o planeta. — E você disse que havia reservado todos os acentos. Patético. — Disse por fim o deixando só frente o banheiro. Embora tentasse permanecer firme e segura, Sophie sentia-se apavorada, um arrepio lhe tocou na espinha quando ele a ameaçou. Estava evidente que esse homem sem coração não media esforços para destruir o que quer que fique em seu caminho sem compaixão ou um pingo de remorso. Que Deus a ajudasse, pois ela não podia ceder, não mesmoA tensão dominou todo o restante do voo, só falaram o necessário na troca de aeronave por conta da escala. Ao desembarcarem no aeroporto de Copenhague tudo mudou, o lugar parecia uma obra de arte e estava bastante movimentado para uma madrugada, podia ser impressão mas parecia que as pessoas olhavam sem parar para eles e faziam comentários baixinhos especialmente as moças, Sophie deu de ombros. Ela não imaginou que tanta gente fosse para Dinamarca, Sophie só havia parado para pensar no país quando sua irmã decidiu que faria uma viagem sozinha para conhecer Vicente pessoalmente, já que os dois conversavam há cerca de 6 meses pelas redes sociais e ele pagou toda a viagem, Sophie não sabia desse fato, até a irmã contar a verdade quando já estava no país. Certamente teria sido contra essa decisão, afinal, já é perigoso namorar pela internet que dirá mais cruzar o mundo para conhecer alguém que pode muito não existir de fato ou pior ser um psicopata! Foi chocante para ela aceitar a loucura
Albert Høgh Larsen mesmo exausto foi incapaz de deitar-se na cama ainda que o relógio marcasse 03:40h da madrugada ao escutar um berro seguindo por um choro estridente deixou de ler o relatório para reunião da manhã seguinte que aconteceria em exatas 5 horas e Cristo! Ele estava mesmo desgastado. Mas ainda assim correu em direção ao quarto de seus sobrinhos — Meus amores, o que houve? — Ouviu Sophie perguntar assim que chegou na porta do quarto, ele ficou irritado por ter sido ignorado pelos olhos daquela mulher repletos de desdém — Estava tudo escuro. — disse a menina, se sentiu culpado talvez devesse ter concordado em deixar que as crianças dormissem com a tia por mais que odiasse admitir. — Tem um monstro ali! — Apontou o menino para um armário de madeira rústica e absurdamente grande. — De baixo dessa cama gigante também. — Completou Eliza aos prantos. — Por Deus! Não há monstro algum — Começou Albert impaciente, por mais culpado que pudesse se sentir isso já era dem
Albert Larsen não conseguia recordar de algum dia estar tão ansioso ao voltar para casa. Ainda que seus sobrinhos não gostassem dele não podia conter o ânimo de os ver e levaria presentes, doces tradicionais dinamarqueses. Saiu o mais cedo possível do escritório o que surpreendeu toda sua equipe. Faltava dois dias para terminar de resolver os problemas ocorridos em sua ausência, provavelmente no dia seguinte sequer pudesse retornar para casa, um surto de alguma coisa pesou no peito dele. Sua surpresa ao chegar, ela estava vazia. Não havia sinal de Nicolas, Eliza ou Sophie. — Axel, onde estão todos? — Perguntou ao mordomo. — Meu Lorde! — Disse o homem surpreendido. — Veja bem, o... o... senhor chegou cedo. Olhe a hora três da tarde. — Albert apenas ergueu uma das sobrancelhas de forma condescendente. — Senhorita Sophie recusou-se de... como posso explicar? — Diga de uma vez. — Ordenou impaciente. — Ora, deixamos que dormissem à vontade como o senhor nos instruiu, já passava
Dois dias se passaram e Albert simplesmente havia sumido. Não que Sophie estivesse preocupada ou quisesse vê-lo, apenas era estranho ele não retornar para a própria casa. Disseram que por conta do trabalho, mas, suspeitava de que ele estivesse passando a noite com mulheres e mulheres! O que a deixava irritada... Era exatamente a mesma desculpa usada por Henrique. Revirou os olhos ao lembrar do ex. No futuro seria ainda mais irresponsável em deixar as crianças sozinhas, homens são assim, uns desgraçados que só querem usar e iludir as mulheres para seu próprio prazer e vontade. Albert certamente era o pior deles! Aquele amargor que a consumia diariamente tomou posse de seu peito ao recordar de Henrique, ele agora estava no top 2 da sua lista de imprestáveis. Foram instruídos na mudança para a residência oficial de lorde Larsen, o motorista Desmond quem os levaria. Ele sequer fez questão de aparecer. Esses dias, porém, fizeram com que
Albert Larsen estava em seu escritório particular numa reunião com seu assistente pessoal Dagfinn. Um homem de 54 anos, cuidava dele desde antes do seu nascimento, alguém em quem confiava com olhos vendados. — Mas o senhor precisará da assinatura dela, já que é guardiã legal das crianças.— Como poderei convencer essa mulher, Diga-me Dagfinn?A porta se abriu num rompante brusco. — Explique isso Albert! — Berrou Sophie ao entrar jogando nele o que identificou sendo um passaporte. — Abra! — Ordenou.Mas o que? Ele ficou com raiva de si mesmo por um momento, então ela havia descoberto por seu próprio descuido. Estava resolvendo os trâmites da nacionalidade dupla das crianças.— Você mentiu para mim! Sabe Albert, você é mesmo um mentiroso desprezível.— A culpa não é minha se você possui conhecimentos limitados ou a incapacidade de checar as informações antes de tomar decisões. — Ah, claro que a culpa é toda minha por amar demais as minhas crianças e pensar que ao menos você fosse um
Sophie Rodrigues teve de sentar-se para não entrar em pânico ao ver a quantidade de contas que precisaria pagar, Aos vinte e três anos nunca pensou que seria mãe. Às vezes até perguntava-se como deveria ser a sensação de gerar e criar um filho. Ela só não imaginava que era tão caro! E precisava admitir: Ser mãe solo é todo dia um grande desafio, principalmente quando as crianças são gêmeas. Ainda que fosse difícil e mesmo tendo de trancar a faculdade de arquitetura, ela não se frustrou ou se arrependeu. Seus sobrinhos precisavam dela e certamente os criaria com todo amor e dedicação como sabia que sua querida irmã Sabrina o faria. Não pode evitar as lágrimas ao recordar-se da tragédia ocorrida seis meses atrás. Acidente infeliz que levou consigo a vida de sua amada irmã e Vicente, seu cunhado. Sabrina foi muito mais do que irmã, melhor amiga para todas as horas e fazia bem o papel de mãe. No qual ambas perderam para o câncer, Sophi
Já era noite quando retornaram para casa. Albert sorria enquanto a água do chuveiro descia sobre o seu corpo lembrando das imagens preciosas daquele dia, quanto mais tempo passava com aquelas crianças mais os queria para si. Quando lancharam, Nicolas disse algo que o tocou no peito. ALGUMAS HORAS ATRÁS... — Papai me chamava assim. — Falou o menino — Assim como? — Perguntou Sophie. — Campeão, gosto quando me chama assim tio Albert é como se... — O menino se calou receoso. — Como se, o que? — Insistiu Albert. O menino olhou para a tia com certa preocupação, desviou o olhar os dizer: — Como se meu pai estivesse falando comigo... Eu sinto...sinto...sinto muita falta dele. — Nicolas começou a chorar e Eliza o acompanhou abraçando a tia, que parecia estar desolada e muita aflita, os olhos inundados de lágrimas. Albert segurou a mão de Nicolas, eram tão pequeninas nas mãos dele. — O meu pai também — O menino olhou para ele contendo os soluços, Albert prosseguiu —
— Meu lorde! — Chamou Dagfinn impaciente ao entrar nos aposentos de Albert — Meu lorde, desperte! — Abriu as janelas. — O que foi? — Perguntou sonolento ainda deitado. — Acorde Larsen! — Puxou as cobertas — Temos um problema, um grande problema! — Mas que velho chato — Murmurou sentando-se. Dagfinn o acertou na cabeça com a revista " Dá Corte" — Aí! doeu. — Pare de ser mole e leia isso. Na capa havia uma foto dele sorrindo para Sophie e uma foto das crianças de costas, Nicolas no colo dele. A manchete lhe chamou atenção: "CONDE LARSEN ASSUME PUBLICAMENTE UMA NOVA CONDESSA" O honorável e cobiçado conde Albert Høgh Larsen foi flagrado nesta quarta-feira (28) em um passeio familiar no parque de diversões Tivoli Friheden com sua suposta mulher e duas crianças. Uma fonte anônima afirma serem filhos dele, que até então escondeu sua família... — Mas que baboseira é essa? — Perguntou ao sair da cama, sem camisa — Quem escreveu isso? — Meu lorde, olhe o nome em negrito no fim d