Eu amei Sebastião Martins por dez anos, mas tudo o que recebi foi um comentário: — Muito sem graça, não estou interessado. Depois, ele ficou com outra mulher, dia e noite juntos... Dez anos de crescimento e proximidade, mas sem resultado, não queria mais ser a segunda opção de ninguém. Depois, eu decidi me casar com outra pessoa. No meio da noite, Sebastião bateu à minha porta: — Carolinha... — Sr. Martins, alguma coisa? Minha voz quase não saiu, ouvi a voz sexy de um homem do quarto: — Querida, onde você guardou a minha roupa íntima? Sebastião cambaleou e cuspiu sangue na minha frente... Pouco depois, vi o post de Sebastião na rede social, ele disse: “ Algumas pessoas, quando perdidas, são para sempre. O fato de ela se amar agora não significa que ela vai se amar para sempre. Então, ame e valorize enquanto pode.”
Ler maisCom um estrondo ensurdecedor, o veículo parou de capotar. De repente, o mundo ficou em silêncio. Um silêncio tão intenso que parecia que a própria vida havia cessado. Demorei um tempo para recobrar os sentidos e perceber que ainda estava viva. Tentei mexer meu corpo, mas não conseguia. Fiz mais força e, então, ouvi um gemido abafado. — Não... Se mexa... Meu mundo continuava imerso na escuridão. Sabia que essa escuridão não era da noite, mas porque meus olhos ainda estavam cobertos. — Sebastião. — Chamei, com a voz trêmula. — Estou aqui. — Respondeu ele, bem próximo, mas com um tom fraco. — Sai de cima de mim. Não consigo me mexer. — Insisti, ainda sem perceber que ele estava ferido. Só queria me livrar daquele peso. Sebastião se moveu um pouco, e aproveitei para tirar o rosto que estava pressionado contra o peito dele. Foi então que vi tudo ao meu redor: o carro destruído, o motorista imóvel e ensanguentado. Um calafrio percorreu meu corpo, e gritei, desesperada: — Se
Quando saí da sala de detenção, os gritos de Pedro ainda ecoavam nos meus ouvidos.Sebastião não tinha mentido. O estado emocional de Pedro estava terrível, oscilando entre acessos de raiva e momentos de total desânimo.A frase que ele disse no final “Carolina, eu não quero ficar aqui! Eu preciso sair! Eu sou inocente!” perfurou meu coração como uma lâmina.Assim que saí, Sebastião, que já estava me esperando do lado de fora, veio em minha direção com passos largos. Ele notou imediatamente meu semblante abatido e me segurou pelo braço:— Você está pálida. O Pedro falou alguma coisa que te deixou assim?Ainda com as palavras de Pedro ecoando na cabeça, olhei para ele e disse:— Vamos para o carro. Conversamos no caminho.Eu sabia o motivo pelo qual Pedro havia me pedido para sair rapidamente. Provavelmente, havia espiões do Clube Q por ali. Ele temia que eu fosse vista, o que também colocaria minha segurança em risco.Sebastião me levou rapidamente até o carro e, assim que entrei, me en
Sebastião, talvez percebendo que eu ainda estava irritada, não disse mais nada durante o caminho.Quando finalmente vi Pedro, senti meu coração apertar. Ele estava vestindo um uniforme de detento, e seu cabelo, sempre impecável, havia sido raspado quase por completo, deixando-o praticamente careca. Era uma imagem que eu nunca imaginei ver.Naquele instante, as lágrimas quase escaparam dos meus olhos.Pedro, que havia conquistado seu espaço com muito esforço e talento, sendo reconhecido até no círculo de Sebastião, agora estava à beira de ver sua carreira e sua vida destruídas por completo.— Pedro... — Chamei seu nome suavemente.— O que você está fazendo aqui? — Perguntou ele, com um sorriso no rosto.Era sempre assim. Pedro estava sempre sorrindo para mim, como se o mundo dele fosse sempre iluminado por um sol constante, mesmo em meio à tempestade.Fiquei sem palavras por alguns segundos. Ele percebeu e, ainda sorrindo, brincou:— Está achando que eu fiquei tão feio assim que nem que
[Entre em contato o quanto antes.]Essa foi a mensagem que ele me enviou.Respondi imediatamente com um “Ok”, mas, assim que a mensagem foi enviada, senti que algo estava errado. Ele disse “o quanto antes”; parecia algo urgente.Então, decidi tentar outra abordagem e enviei outra mensagem:Se não for possível ou se tiver algo importante, pode tirar uma foto e me enviar.No entanto, essa segunda mensagem desapareceu no vazio. Ele não respondeu. Era como se ele surgisse e desaparecesse à vontade. Quando ele não me procurava, eu simplesmente não conseguia contatá-lo.Pensar no acidente de carro dos meus pais só tornou meu humor ainda mais sombrio. Passei a noite inteira sem conseguir dormir. Não sabia se era o desconforto de estar em um lugar estranho ou se minha mente estava ocupada demais com tantas coisas.Na manhã seguinte, Sebastião percebeu meu estado no instante em que me viu:— Não dormiu bem.— Dormi o suficiente. — Respondi, teimosa.Eu não queria que ele percebesse minha fragil
Meu peito estava apertado, uma sensação de ansiedade me invadia.— Certo, amanhã por volta de que horas? — Perguntei, tentando manter a calma.— Não sei ao certo. Espere minha ligação. — George respondeu, fazendo uma breve pausa antes de perguntar. — Você já comeu?— Sim, comi com o Sebastião. — Respondi honestamente, sem segundas intenções.Na verdade, ele provavelmente não pensaria nada disso. Afinal, foi ele quem pediu para Sebastião cuidar de mim. E, como esperado, George não comentou nada sobre isso. Em vez disso, mudou de assunto:— O que Sebastião disse sobre o Pedro?— Ele disse que está tentando encontrar uma maneira de eu vê-lo. Fora isso, não disse mais nada. — Respondi com sinceridade.— Sebastião conhece bem os colegas de time do Pedro. Talvez ele consiga informações úteis. — Comentou George, mas não aprofundei a conversa, e ele também não insistiu.O silêncio tomou conta da ligação. Era algo que nunca havia acontecido antes. Olhei para a janela novamente, tentando quebrar
Quando a videochamada de George chegou, eu estava sentada no terraço do hotel, olhando pela janela. Uma cidade desconhecida sempre parecia amplificar emoções melancólicas. E, para piorar, chovia lá fora.As palavras que eu tinha ouvido sem querer na outra ligação ainda ecoavam na minha cabeça. Finalmente, entendi o que Sebastião quis dizer ao me perguntar se eu realmente conhecia George. Também ficou claro por que Alden sempre teve uma atitude diferente com ele. George era da família Junqueira! Eu, que pensava estar com um homem simples, descobri que ele era, na verdade, um herdeiro de uma família poderosa, um verdadeiro figurão.Mas por que ele escondeu isso? Será que tinha medo de que eu estivesse com ele apenas pelo status?Esse pensamento me fez rir de maneira amarga. Peguei o celular, que não parava de vibrar aos meus pés, e atendi a ligação.O rosto bonito de George apareceu na tela, mas sua expressão era séria:— Carolina, me deixa explicar.Ele sabia que eu tinha escutado tudo.
Sebastião soltou uma risada curta e amarga:— Parece que você realmente guarda rancor de mim.— Não diria rancor, mas que a balança nunca ficou equilibrada, isso sim. Afinal, você desperdiçou dez anos da minha vida e dos meus sentimentos. — Respondi, sem rodeios. Já que ele havia começado o assunto, decidi ser honesta.— E os meus dez anos? — Ele perguntou em voz baixa, quase como um sussurro. — Carolina, nesses dez anos eu também te amei. Também coloquei meu coração nisso.Sustentei seu olhar por um momento antes de abaixar os olhos:— Eu não nego isso. Mas no instante em que você beijou a Lídia, todo o resto foi destruído por você mesmo.— Até criminosos têm direito a condicional e a chance de se redimir. Por que eu não teria? — Sebastião insistiu, com uma expressão de quem não aceitava o fim.— Porque comigo não. — Respondi sem hesitar, exatamente quando a comida chegou.Sebastião parecia prestes a continuar o assunto, mas o interrompi antes que pudesse dizer mais alguma coisa:— Se
Sim, eu estava deixando claro para ele. Não queria que Sebastião alimentasse nenhum outro tipo de ideia. Mas, naquele momento, também não queria discutir. Fechei o rosto e disse, em tom sério:— Sebastião, eu cruzei um oceano para vir até aqui. Tem certeza de que quer começar uma briga comigo?Ele imediatamente calou-se. Seus lábios se moveram, como se fosse dizer algo, mas tudo o que saiu foi:— Me dá sua mala.Sem hesitar, soltei a alça do meu carrinho e o deixei pegar. Caminhamos lado a lado para fora do aeroporto.Ele não mencionou Pedro, então eu mesma trouxe o assunto à tona:— Qual é a situação do Pedro agora? E essa história de briga, como foi?— Ele está em detenção temporária. Não estão permitindo visitas. — Respondeu Sebastião, com uma calma que me fez franzir a testa.Se fosse assim, minha viagem teria sido em vão. Ele quem havia dito que Pedro estava emocionalmente instável, e eu queria estar aqui para tentar ajudá-lo.— Mas estou negociando isso. É provável que você consi
— Sua boba. — Ele murmurou com um tom de leve censura, enquanto limpava minhas lágrimas com delicadeza.Eu, contudo, me enfiei ainda mais em seu peito. Afinal, ele mesmo tinha dito que aquele abraço era para enxugar minhas lágrimas.— George, você realmente não sente ciúmes de me deixar ir? Afinal, eu vou ter que lidar com o Sebastião. — Perguntei, precisando ouvir sua resposta.— Você já não quer mais nada com ele, então por que eu sentiria ciúmes? Além disso, depois de mim, tenho certeza de que você nunca mais vai olhar para outro homem. — Ele respondeu, com uma confiança tão exagerada e, ao mesmo tempo, tão irresistível que meu coração se encheu ainda mais de amor.E foi nesse instante que eu soube: no resto da minha vida, jamais conseguiria olhar para outro homem além dele.George insistiu em me levar pessoalmente ao aeroporto e ficou lá até me ver desaparecer no portão de embarque.Quando cheguei a Houston, já era noite. Liguei meu celular, pensando em entrar em contato com Sebast