Eu amei Sebastião Martins por dez anos, mas tudo o que recebi foi um comentário: — Muito sem graça, não estou interessado. Depois, ele ficou com outra mulher, dia e noite juntos... Dez anos de crescimento e proximidade, mas sem resultado, não queria mais ser a segunda opção de ninguém. Depois, eu decidi me casar com outra pessoa. No meio da noite, Sebastião bateu à minha porta: — Carolinha... — Sr. Martins, alguma coisa? Minha voz quase não saiu, ouvi a voz sexy de um homem do quarto: — Querida, onde você guardou a minha roupa íntima? Sebastião cambaleou e cuspiu sangue na minha frente... Pouco depois, vi o post de Sebastião na rede social, ele disse: “ Algumas pessoas, quando perdidas, são para sempre. O fato de ela se amar agora não significa que ela vai se amar para sempre. Então, ame e valorize enquanto pode.”
Ler maisAchei que ia dar com a cara na porta. Parecia que o nome do João ainda tinha peso, especialmente com o Felipe. Respirei fundo antes de entrar. Assim que cruzei a porta, meu olhar foi direto para um senhor de cabelos brancos que estava no meio da sala praticando capoeira. Era Felipe? Eu tinha pesquisado sobre ele. Menos de sessenta anos, mais ou menos da mesma idade do João. Nas fotos, ele parecia jovem e cheio de energia. Mas o homem à minha frente parecia ser de outra geração, como se fosse uma década mais velho que João. Mesmo tendo estudado tudo sobre Felipe, por um momento eu não conseguia associar as informações que tinha ao homem que estava diante de mim, movendo-se com tanta precisão e força. Por um instante, tive a sensação de estar no lugar errado. — Garotinha, diga logo o que quer comigo. — Felipe não parou seus movimentos, continuava fluindo com a capoeira, golpe após golpe, de forma coordenada e precisa. Aquela frase não deixou dúvidas: ele era Felipe. Quanto
— É mesmo, a marca era enorme. Dá pra ver que a namorada do George deve ser muito boa de beijo. — Ou talvez seja o George que é bom de cama, né? Deixou a namorada tão empolgada que... Não pude evitar um sorriso discreto. Essas duas garotas realmente sabiam de tudo, não é? — Vocês repararam mesmo em cada detalhe, hein? — Comentei, rindo sem graça. — Foi o George que quis que a gente visse. Ele tava com o colarinho meio aberto. A gente olhou porque era impossível não olhar. — Explicou uma delas, cutucando a outra. — Não é verdade? — Totalmente. E não foi só a gente. Praticamente todas as mulheres da empresa viram, até a tia da limpeza. — O George é super discreto normalmente. Quando entra na empresa, mal sai da sala. Hoje, ele tava diferente... Parecia até que tava desfilando pelos departamentos. — Pois é, será que ele fez isso de propósito? — Não duvido. — Respondeu a outra, pensativa. — Talvez ele só queria deixar claro que não tá disponível. — Exato! Não é “talvez”.
George soltou um som baixo, quase um suspiro. Eu sabia que aquilo não era dor. Era sensibilidade. Um arrepio. E, por um breve instante, minha mente foi longe, imaginando cenas que nem deveriam passar pela minha cabeça. Definitivamente, eu estava ficando cada vez mais atrevida. E, sem dúvida, cada vez melhor em provocar. Depois da pequena provocação, endireitei o corpo, dei um gole no café como se nada tivesse acontecido e me virei, saindo do escritório com toda tranquilidade. George parecia completamente desnorteado com o que eu havia acabado de fazer. Ficou paralisado, sem reação. Voltei para o meu escritório e, assim que coloquei a xícara de café sobre a mesa, levei as mãos ao rosto. E comecei a rir. Não sabia exatamente por que estava rindo. Só sentia vontade de rir. E muito. Era aquele tipo de riso genuíno, que vinha lá do fundo, de quem estava realmente feliz. Talvez fosse a felicidade de ter aprontado. Algo como a alegria de uma criança que faz uma travessura e sent
Entendi o que ele quis dizer. — Chefe, tem alguma coisa planejada? Precisa que eu viaje? Edgar confirmou com um aceno. — Quero que você fique fora por dois dias. Eu tinha acabado de encerrar a reunião matinal e não havia ouvido nada sobre novos projetos externos. Provavelmente era uma decisão de última hora de Edgar. — Para onde? Fazer o quê? — Perguntei, querendo detalhes. — Isso… Decido mais tarde. A resposta me deixou perplexa. Já que ele não podia dizer mais nada naquele momento, não insisti. Apenas me concentrei em organizar e finalizar tudo que estava em minhas mãos. Só consegui respirar às 10h30. Peguei minha caneca e fui até a copa. Assim que me aproximei da porta, ouvi duas meninas conversando e rindo enquanto tomavam chá. — O novo George fica cada vez mais lindo. Hoje, com aquela calça cargo, parece que as coxas dele têm um metro e oitenta! — Exagerada! Você tá caidinha pelo George. E eu lembro que antes você era fã do chefe Edgar, não era? — Pois é, ac
George me olhava, e eu podia sentir sua tensão. Era evidente que ele estava nervoso. No fundo, era engraçado. Homens que amam de verdade raramente são generosos quando o assunto é ciúmes, e George não era exceção. Vendo aquele lado dele tão raro, tão diferente do seu habitual autocontrole, não consegui evitar um sorriso discreto. Mas, só para provocar, mantive a expressão séria enquanto parava bem na frente dele, sem dizer uma palavra. George abriu a boca, como se quisesse falar algo, mas parecia estar lutando internamente para decidir se devia ou não dizer. Ele, que sempre foi direto e objetivo, agora estava ali, hesitante, como uma criança que fez algo errado e não sabe como se explicar. Não aguentei. A cena era tão engraçada que acabei soltando uma risada. Minha reação o deixou ainda mais confuso. — Carina… — Ele disse, sem entender nada. Peguei o café que ele tinha preparado para mim e, ficando na ponta dos pés, dei um beijo rápido em sua bochecha. — Obrigada. — D
Ele trocou para uma camiseta de manga curta e vestia uma calça cargo. George parecia gostar desse estilo, e, para ser sincera, combinava muito com ele. Tinha aquele ar de agente secreto, sério e cheio de presença. Claro, isso vinha não só do físico dele, mas de anos de treino. Lembrei imediatamente da cena de ontem à noite, quando ele estava no chão da sala fazendo flexões. Não podia negar, a postura dele era impecável. — Por que está me olhando? Come logo. — Disse George, ao notar meu olhar fixo. Tomei um gole do leite e, curiosa, perguntei: — Você vai muito à academia? Ele pegou uma torrada e colocou no meu prato: — Não. Treino por conta própria. — Ah, então é por isso que suas flexões são tão perfeitas. — Falei sem pensar, deixando escapar o comentário. George parou por um instante, surpreso. Depois, abaixou os olhos. Achei que ele estivesse envergonhado por eu ter percebido que o observei em silêncio, mas ele apenas disse, naturalmente: — Você viu? Dessa vez f
Homens não resistiam às lágrimas de uma mulher, e as mulheres não resistiam à vulnerabilidade de um homem. Ainda mais quando se tratava de amor e sexo. A primeira vez sempre era desajeitada, então não dava para culpá-lo. O mais importante foi a mensagem da Luana, carinhosa como sempre. Ela me explicou que, na primeira vez, é normal que uma mulher sofra pequenos machucados e pediu para eu não colocar a culpa no George. Se ele soubesse disso, provavelmente deveria agradecer muito a Luana. Ela não só suavizou a situação, como também conseguiu fazer com que Gilberto aceitasse realizar a cirurgia da irmã dele. Eu ainda estava dolorida, então, por mais que George tivesse desejo, ele teria que se controlar. Imaginei que ele voltaria para o quarto dele para dormir, mas a verdade foi bem diferente. Ele ficou onde estava, me segurando firme nos braços. — George, você não está desconfortável? — Perguntei, deitada no peito dele, com um tom travesso. Ele respondeu apenas: — Não fala
— Eu já superei meus sentimentos por Sebastião, mas isso não significa que aquelas memórias dolorosas tenham desaparecido. — Carol, você é mesmo teimosa, menina! Passou por tudo isso e não abriu a boca? Aquela casa foi comprada pra você, então você devia ter expulsado ela de lá! Se fosse pra um mendigo morar, ainda seria melhor do que deixar aquela mulher ficar! — Cátia, com seu temperamento firme, não escondia a raiva. Ela era do tipo que não engolia desaforo. Provavelmente era também por isso que João sempre mantinha a postura impecável. Além de amá-la, devia temer provocar uma tempestade. Eu e Sebastião não tínhamos mais nada, então não fazia sentido continuar falando sobre isso. Tentei apaziguá-la: — Tia, já passou. — Passou pra você, mas pra mim não passou! Hoje mesmo mando tirar ela de lá! — Cátia estava determinada. Eu suspirei, esboçando um sorriso fraco: — Mesmo que você a expulse daquela casa, Sebastião pode simplesmente comprar outra pra ela. Lídia era uma in
Meu corpo se tencionou, e eu pensei:pode ser que ele esteja pensando nisso novamente!A natureza humana é assim!Quem prova, nunca esquece!Parece que nem as pessoas mais refinadas conseguem resistir a isso. Não é à toa que até os deuses distantes dos dramas de fantasia acabam violando as regras celestiais e se apaixonam.O amor é realmente a fraqueza mais mortal que o céu deu aos seres humanos.Enquanto George me beijava com uma intensidade avassaladora, eu comecei a me distrair um pouco.Foi só quando senti uma leve dor no lábio, um pequeno mordisco, que voltei a mim. George já me havia colocado na cama e estava sobre mim.Nos seus olhos, brilhava um desejo ardente, e sua garganta se movia de forma sedutora. Suas mãos estavam apoiadas ao meu lado, com os músculos bem definidos, provocando um calor insuportável.Era uma tentação vibrante, e meu corpo respondeu com uma sensação indescritível.Era um formigamento, uma sensação de algo rastejando, espalhando-se lentamente, ponto por pon