Eu amei Sebastião Martins por dez anos, mas tudo o que recebi foi um comentário: — Muito sem graça, não estou interessado. Depois, ele ficou com outra mulher, dia e noite juntos... Dez anos de crescimento e proximidade, mas sem resultado, não queria mais ser a segunda opção de ninguém. Depois, eu decidi me casar com outra pessoa. No meio da noite, Sebastião bateu à minha porta: — Carolinha... — Sr. Martins, alguma coisa? Minha voz quase não saiu, ouvi a voz sexy de um homem do quarto: — Querida, onde você guardou a minha roupa íntima? Sebastião cambaleou e cuspiu sangue na minha frente... Pouco depois, vi o post de Sebastião na rede social, ele disse: “ Algumas pessoas, quando perdidas, são para sempre. O fato de ela se amar agora não significa que ela vai se amar para sempre. Então, ame e valorize enquanto pode.”
Ler maisFiquei sem palavras... Naquele momento, corei sem entender o motivo e percebi que, de alguma forma, ele tinha me surpreendido. Ele parecia sério, um completo novato, mas, para minha surpresa, era um verdadeiro mestre. Interessante! Curvei levemente os lábios em um sorriso discreto, mantendo minha expressão tranquila diante da situação.— Estás imaginando coisas. Depois de dizer isso, coloquei a tigela de mingau na mesa, levantei-me e fui até o sofá para assistir TV. Afonso não parecia apressado nem incomodado. Simplesmente limpou os respingos de mingau em sua roupa e começou a arrumar a mesa. Depois de lavar a louça e organizar a cozinha, saiu e perguntou: — Posso usar o banheiro? — Claro, fique à vontade! —Espondo, evitando olhar para ele. Não sabia por quê, mas aquela simples brincadeira dele me deixou desconfortável, incapaz de encará-lo diretamente. Talvez, no fundo, eu realmente quisesse que ele ficasse. Sua fala havia atingido um ponto sensível dentro de mim, e iss
— Vem jantar.Afonso me chamou.Eu não me mexi, apenas o olhei enquanto Afonso organizava os talheres:— Vem experimentar o gosto.Ele, sob a iluminação da luz, realmente se parecia muito com George, tanto que parecia ser a mesma pessoa, especialmente o modo como ele misturava mingau logo agora.As pessoas podem fingir, mas muitas vezes os pequenos gestos e os hábitos não podem ser fingidos espontaneamente.Então, Afonso é meu Geo, não é?Com essas reflexões, eu me levantei e me aproximei dele. Quando cheguei atrás de Afonso, eu o abracei e coloquei minha cara às suas costas.Afonso obviamente ficou rígido, mas ele não me afastou. Em vez disso, ele disse:— Podemos jantar agora.Eu perguntei em voz baixa: — Você é George, não é?Afonso não respondeu. Eu, em seguida, girei o seu corpo e o olhei fixamente na sua cara:— Não há ninguém mais aqui, apenas eu e você. Me diga que você é George, pode?— Eu não sou.Três palavras terminaram cruelmente minhas ilusões.— Eu sou Afonso!Ele enfati
Eu estava muito perto de Afonso, a ponto de minha voz sair um pouco suave. Fiz de propósito. Queria testar a reação dele. Dizem que os homens não resistem a uma provocação, então queria ver o quão firme ele era. — Vamos para a sua casa.— Afonso falou com a mesma expressão de sempre e, assim que terminou a frase, afastou-se de mim. Olhando para ele desse jeito, não pude evitar lembrar de como conheci George no começo. Ele parecia exatamente assim, imune a qualquer provocação. Levei Afonso para minha casa. Ele cozinhava, enquanto eu fiquei do lado de fora, observando-o. Ele usava o avental que George costumava usar. Lavava e cortava os ingredientes calmamente, sem pressa, como se George realmente tivesse voltado. Naquele momento, mais uma vez, tive a sensação de que ele era Geo. Nesse dilema sobre Afonso ser ou não George, eu sempre me contradizia. Ora aceitava, ora negava. Eu estava sentada ali, abraçando os joelhos e olhando para Afonso, completamente perdida em pensa
A ponta do meu dedo sentiu uma dor aguda e instintivamente tentei puxar a mão de volta, mas Afonso a segurou firmemente e disse baixinho: — Aguenta só um pouco, já vai acabar. A voz dele estava incrivelmente suave, bem diferente da frieza com que ele costumava me tratar. A mudança repentina no comportamento dele me pegou desprevenida, e eu não conseguia entender suas intenções. A enfermeira era bem profissional e, em poucos instantes, retirou um caco de vidro da ponta do meu dedo. Ela segurou o fragmento e me mostrou: — Olha o tamanho! Se ficasse preso na pele, continuaria doendo. Eu realmente não fazia ideia de quando tinha me cortado, mas provavelmente aconteceu quando peguei o cinzeiro para jogar em alguém. Depois de desinfetar meu machucado, a enfermeira colou um curativo sobre o corte. — Obrigado. — Afonso agradeceu à enfermeira e soltou minha mão. Rapidamente, recolhi minha mão de volta. Olhei para o curativo e, em seguida, para ele. — E você? — Perguntei. — E
— Pago a dívida que lhe devo!A resposta de Afonso foi bem direta e me fez lembrar da sua antiga má compreensão sobre mim.— Então, como é que você apareceu justamente no momento em que eu estava em perigo? Devo suspeitar de que foi você quem planejou esse embuste? — Usei suas próprias palavras.Afonso não mostrou muitas mudanças de emoções e olhou fixamente para a frente:— Desculpe, eu me enganei sobre você.Eu fiquei surpreendida,e ele percebeu tão rápido?— Ouvi o gordinho falando no celular. O embuste de hoje foi planejado por Miguel, do Grupo Martins.As palavras de Afonso me deixaram perplexa, o gordinho claramente disse Sebastião logo agora.— Você não acredita? — Afonso olhou para mim. — Eu gravei a conversa.Ele logo tirou o celular e me deu. Eu peguei o celular, que já estava iluminado automaticamente, e toquei no botão de reproduzir a gravação:…Sr. Miguel, está feito. Sra.Carolina acha que foi o Sr. Sebastião... Minhas mãos tremiam levemente. Eu não esperava que Miguel fo
Pensando nisso, eu senti que algo não estava certo. Eu não havia vindo durante esses últimos dias. E hoje, logo que cheguei, Afonso estava exatamente ali, e exatamente algo aconteceu. Isso parecia ter sido planejado por alguém intencionalmente.Eu fui diretamente para o parque de estacionamento e enfrentei o gordinho ao qual eu havia batido na cabeça: — Diga, hoje quem mandou vocês incomodar as pessoas?Metade da cara do gordinho estava sangrando. Se fosse eu antes, eu provavelmente ficaria tremendo de medo, mas não sei a partir de quando eu já me tornei forte.— Eu não entendo o que você está dizendo.O gordinho olhava para mim com medo em seus olhos.Embora a violência não seja recomendada, mas sempre funcionava. Eu o tinha acertado com aquele cinzeiro e o tinha feito se calar.Eu sorri e olhei em volta. Parece que o gordinho percebeu minha intenção e imediatamente se recuou: — Sra. Carolina, não me incomode.Eu o olhei diretamente nos olhos: — Se você disser, eu não terei nada a o i
Fui imediatamente verificar se Afonso estava ferido.Felizmente, ele estava de pé, apenas um pouco pálido.Provavelmente estava assustado!Mas se fosse George aqui, ele certamente não teria medo. Ele realmente não é George.Embora eu soubesse disso, não podia simplesmente ficar parada, mesmo que fosse por causa daquele rosto.Pisei nos cacos de vidro espalhados pelo chão e me aproximei de Afonso. — O que aconteceu?Mas ele não me respondeu, e até seu olhar para mim carregava um certo desdém. Um dos empresários sentados falou: — Quem diabos é você?Outra pessoa o puxou de lado e sussurrou: — É da família Martins.Com o lembrete, o gordinho me avaliou mais cuidadosamente, antes de dizer: — Sebastião não quis mais ela, não é?Olha só, como isso me irrita.Então, como Sebastião ainda tem a cara de pau de querer recomeçar algo comigo?Se eu voltasse com ele, isso daria motivo para essas pessoas comentarem.— Eu sou Carolina, ele é meu homem. Se ele fez algo errado, eu assumo a responsabilid
Olhei para rosto dele, ainda tão reconhecível, como poderia tratá-lo como um estranho? Mas eu precisava acabar com suas esperanças, então, sorrindo, disse: — Eu já te vejo como um estranho.Sebastião segurou minha mão, que tremeu brevemente antes de eu retirá-la. Levantei-me e saí.Não sei em que momento ele foi embora, mas eu li as informações que ele enviou. Eram praticamente as mesmas que Anthony mencionou ontem, apenas com detalhes adicionais sobre os pais e irmãos de Afonso.Sebastião me enviou esses dados para me convencer de que Afonso não é George, para evitar que eu o confundisse com outra pessoa.Dei um riso leve ao terminar de ler e, ao meio-dia, retornei a chamada de Anthony. Não sei se ele estava ressentido porque eu não atendi sua ligação na noite anterior, mas ele também não atendeu a minha.Não insisti e, à noite, fui ao Palácio Imperial. Desta vez, fui direto ao gerente e disse: — Estou aqui para ver o Sr. Anthony, sou a Carolina.— Sra. Carolina, por favor! — O geren
Assenti com a cabeça, não perguntei quem era e fui direito à sala de reuniões.— Espere um segundo, — Edger me chamou, — o modelo de ontem não era o Geo.— Eu sei, — disse, mordiscando a borda do copo de café, — eu mesmo o enterrei.Edger assentiu levemente, observando enquanto eu me dirigia à sala de reuniões, onde também avistei a pessoa sentada lá.Era Sebastião.Seu olhar recaía diretamente em meu rosto, parecendo tentar discernir meu humor, mas hoje eu estava tendo um dos melhores dias recentes, especialmente porque eu havia me maquiado. Ao sair de casa, senti-me radiante.Além disso, a ferida em minha perna parecia ter melhorado bastante durante a noite, já não doía tanto ao caminhar.— Parece que você está atrasada. — Disse Sebastião, me examinando, tentando puxar conversa.— Ah, é principalmente porque meu chefe é permissivo e não desconta do meu salário. — Minhas palavras deixaram Sebastião um pouco tenso.Quando trabalhava no Grupo Martins, um atraso significava uma multa, as