Minha mão estava doendo de tanto que ele apertava, claramente estava bravo.Isso era ciúmes?Mal surgiu esse pensamento, Sebastião soltou minha mão, com o olhar frio:— Carolina, só porque eu disse aquilo, você vai se vingar assim?Fiquei surpresa; não esperava que ele pensasse assim.— Eu não fiz isso, eu... — Comecei a explicar, mas fui interrompida.— Você tocou onde nele? Você realmente tocou naquela parte? — O maxilar de Sebastião estava tenso, seus olhos estavam ameaçadores.Ele raramente ficava assim, claramente estava com ciúmes.Naquele momento, minha frustração diminuiu consideravelmente, ele ainda se importava comigo. Se ele apenas me visse como uma irmã ou amiga, não se importaria se eu tocasse em outro homem.— Não. — Neguei novamente.Então, Augusto saiu de dentro e assobiou para mim:— Pervertida, como assim está flertando com meu cunhado de novo?A expressão "Da boca de um cachorro não sai uma palavra boa" se encaixava perfeitamente.Olhando para Augusto com aquele jeit
Lídia saiu ilesa e o bebê esteve salvo, ela voltou para o quarto.Seu rosto estava pálido, seus olhos vermelhos; com sua aparência delicada, parecia ainda mais frágil e adorável.— Não se preocupe, o bebê está bem. — Sebastião a confortou.— Sebastião, estou com tanto medo. — Lídia começou a chorar.Sebastião pegou um lenço e entregou a ela. Lídia aceitou o lenço e, ao mesmo tempo, agarrou a mão dele, pressionando seu rosto cheio de lágrimas contra o dorso da mão de Sebastião.Embora ela estivesse em uma situação difícil, será que isso justificava tratar o noivo de outra como se fosse seu próprio homem?Eu me aproximei.— Lídia, o médico disse que as emoções da gestante podem afetar o bebê. Você lutou tanto para salvar esse bebê; se continuar a chorar e algo acontecer novamente, será problemático.Eu estendi minha mão para apoiá-la e a puxei levemente, a afastando delicadamente.Ao olhar para as lágrimas que ainda estavam na mão de Sebastião, me senti desconfortável, como se algo meu t
Embora agora eu não esteja tomada pela emoção, sabia que, se ele atendesse o telefone ou saísse neste momento, será uma humilhação para mim.Seu pomo de adão rolou, ele pegou o celular e imediatamente desligou, continuando a beijar meu pescoço, minha clavícula... Mas o celular tocou novamente na próxima segunda, e eu sabia que se ele não atendesse, provavelmente ele e eu não teríamos paz. Virei o rosto para o lado e disse, contrariada:— Atende.No rosto de Sebastião passou um momento de incerteza. Ele puxou o cobertor para me cobrir e pegou o celular para ir até a varanda. Embora ele tivesse fechado a porta de correr da varanda, sua voz baixa ainda chegou até mim.— Eu não consigo ir, peça ajuda ao cuidador... Eu não disse que não vou cuidar de você... Eu sei que a culpa é minha... Tá bom, para de chorar, eu vou, estou indo...— Depois disso, não ouvi mais nenhuma palavra, apenas o som de um isqueiro sendo aceso. Sebastião estava fumando. Pela primeira vez, fumando em casa.Demorou ce
— Senhorita Carolina, o Presidente Martins está procurando por você. — Ana Gomes, que veio comigo, levantou o celular na minha frente.Eu realmente subestimei a persistência de Sebastião. Nesse caso, só podia pegar o celular e responder com um tom cortês: — Presidente Martins, em que posso ajudar?— Lina. — A voz de Sebastião soava rouca, com uma clara nota de desculpa. — Por que você saiu tão cedo hoje? Voltei para casa e não encontrei você.Percebi que ele não queria falar sobre negócios e me afastei um pouco antes de responder: — Saí para tomar café da manhã.— Me desculpe.Eu... ontem à noite... não consegui sair, então não voltei para casa.Meu coração esfriou, dei um sorriso sarcástico e perguntei: — Por que não conseguiu sair? — Sebastião se manteve em silêncio. Segurei a respiração antes de continuar: — Não encontrou uma cuidadora?— ...Não. — Ele respondeu. Eu não disse mais nada e Sebastião continuou: — Lina, a que horas você termina aí? Posso ir se buscar e almoçamos junto
— Se junte a nós.Sebastião não perguntou minha opinião antes de concordar. Lídia se sentou, olhando para a comida à sua frente, com uma expressão de desejo. — Peixe grelhado! Eu estava desejando isso recentemente.— Então, devo pedir mais um foie gras para você? — A naturalidade na fala de Sebastião era notável.— E uma sobremesa também. Quero sorvete de iogurte com calda de morango, e para beber, suco de laranja, — Lídia concluiu, olhando para mim. — Carolina, você quer um suco de laranja também?— Não, eu bebo água. — Disse, enquanto colocava o foie gras no meu garfo na boca.Suave e delicado, ainda com um leve sabor de leite...— Sebastião, o foie gras que você trouxe para mim das últimas vezes também era daqui? As palavras de Lídia me fizeram parar de mastigar o foie gras. Olhei para ele, que parecia visivelmente desconfortável.— Sim. — Sebastião respondeu.Não era de se admirar que ele soubesse que o foie gras daqui era bom; afinal, ele já havia comprado várias vezes para out
Lídia ficou visivelmente desconfortável, seu rosto pálido se tornando ainda mais pálido. A mão que segurava o suco tremia.— Desculpe, eu, eu não fiz de propósito.Ela parecia tão frágil e lamentável, como se eu tivesse dito algo que não deveria, a machucando. Mas eu não parei. Já que comecei, era melhor esclarecer tudo. — Talvez você não tenha feito de propósito, mas nos afetou de verdade. Lídia, já que foi sem intenção, basta prestar atenção no futuro, não precisa pedir desculpas.— Se Fernando estivesse aqui, eu nunca incomodaria Sebastião. — Lídia disse, e lágrimas caíram novamente.Dizem que as mulheres são feitas de água, e Lídia provou isso. Ela soube falar de forma muito habilidosa, dificultando minha resposta.— Carolina. — Lídia olhou para mim, com os olhos cheios de lágrimas. — Procuro Sebastião porque isso foi um pedido de Fernando antes de falecer, e Sebastião prometeu ajudar. — Sua mão não parava de acariciar o copo: — Se não fosse por isso, eu não o procuraria.Ela esta
Sebastião se virou, olhando para mim, seus olhos profundos tremiam e ele parecia surpreso, seguido de uma irritação palpável.— Carolina, na outra hora para ser teimosa, agora Lídia está...— Eu sou sua noiva. — Eu o interrompi.Essa frase me fez sentir tão pequena.Costumava ver cenas assim na TV e achava as protagonistas fracas, não valia a pena desperdiçar palavras com um homem desses.Agora que era eu mesma, entendia plenamente.— Lídia está grávida, não pode se machucar! — Sebastião disse, recuando.Depois de alguns passos, ele se virou e correu para fora.No confronto entre eu e Lídia, ele escolheu ela.Sentada ali, vi claramente quando ele a alcançou, vi quando ele a segurou, e finalmente quando ela se agarrou a ele...Abaixei a cabeça, não consegui mais observar.Independente do que acontecia entre eles, a escolha dele hoje clareou minha mente finalmente.Aquela refeição que eu mal toquei me custou mais de dois mil reais.Não voltei para a casa Martins, mas fui para a casa de L
Seu rosto ficou levemente rígido: — Na situação de ontem à noite, eu estava com medo que algo acontecesse com ela, você sabe que Fernando é o filho único dos pais deles, agora o filho que Lídia carrega é a única esperança da família Nunes, se algo realmente acontecesse...Ele não terminou a frase, mas eu entendi.— Então, tudo que estiver relacionado a ela, você sempre vai a colocar em primeiro lugar, certo? — Perguntei friamente.Sebastião ficou em silêncio por dois segundos: — Depois que o bebê nascer, tudo vai se resolver.Eu ri.No momento em que me virei, o sol nascente feriu meus olhos.Olhei para ele: — Sebastião, mesmo depois que o bebê nascer, haverá novos problemas, ele vai ficar doente, podem ocorrer acidentes, e enquanto você usar essa criança como desculpa, sempre haverá um laço entre você e Lídia, e eu sempre serei a pessoa que você abandona.Sebastião se calou diante das minhas palavras.Deixei clara a minha posição: — Sebastião, se nos casarmos, não quero meu marido cui