Karina tinha dezoito anos quando conheceu Marcos. Para ela foi amor à primeira vista. Ele tinha uma versão bem diferente dos factos. Porém , o destino os uniu e cada um tinha um objectivo diferente. Ela estava louca de paixão por um homem 10 anos mais velho que ela . Ele era diferente dos miúdos inexperientes da sua faixa etária o que a deixava deslumbrada. Ele fugiu de mulheres com idades acima de 25 que tinham na testa escrito " casamento" com letras garrafais. Mas o destino pregou-lhes uma partida. O paraíso deu lugar ao inferno quando Karina teve que dizer a Marcos que esperava um filho seu. Ele a acusou de ter feito uma armadilha para lhe prender e exigiu que ela interrompesse a gravidez. Karina não conseguia acreditar que o homem da sua vida podia ser cruel e recusou-se a ceder as exigências dele. Foi a última vez que ela viu Marcos. Até que 5 anos mais tarde , o passado volta pra virar do avesso a vida que ela construiu para si e sua filha. Marcos reclama os direitos a paternidade e ele tem o poder e os meios de conseguir ficar com a criança. Karina pensou que não podia odiar mais o homem que um dia foi o amor da sua vida, mas a vida veio provar que sim. Mas como diz o ditado : " existe uma linha ténue entre o amor e o ódio". E o reencontro desses dois será uma zona de guerra...e de muita paixão.
Ler maisMARCOSAcordei com os gritos de Kayla. Ouvi Karina murmurar do meu lado algo imperceptível. Kayla estava em pé do meu lado e me abanava para acordar-me.-Pai, paaaiiiiiii...- Ela gritava sem parar.- Kayla pelo amor de Deus , são seis da manhã. - Falei, sonolento.- Mas já amanheceu pai. Vamos.Olhei para o lado procurando uma tábua de salvação. Karina estava de costas para mim e havia coberto até a cabeça. Respirei fundo e saí da cama.Karina e Kayla haviam se mudado para viver comigo ha quase um ano e tem sido uma experiência de outro mundo. Excepto quando sou acordado as 6 da manhã num fim de semana.Chegamos a sala e Kayla estava aos pulos. Estiquei a mão para trás do sofá e tirei de lá um embrulho e entreguei a Kayla. Ela sentou-se no chão e concentrou-se em abrir-lo.Senti os braços de Karina envolverem-me em um abraço por trás enquanto assistia Kayla abrir o embrulho com entusiasmo.- Bom dia.- sussurrei- Bom dia.-Ela respondeu com a voz ainda rouca de sono.Kayla havia conse
ARINAEu estava em choque, confusa e tentando regular minha respiração. Num minuto ele estava me enlouquecendo com seu beijo e no outro deixava-me pendurada sem conseguir entender nada.-O que acabou de acontecer??- Murmurei levantando-me da cama.Quando cheguei a porta só consegui ver as luzes traseiras do carro do Marcos que desapareceu rua acima. Fechei a porta e caminhei de volta para o meu quarto.Deitei-me na cama olhando para o tecto. O dia clareou e eu não consegui pregar o olho. O despertador tocou e levantei em piloto automático. Em menos de uma hora eu e Kayla estávamos prontas e saíamos de casa. Deixei Kayla no jardim de infância e fui para o trabalho.Com muito esforço sobrevivi a primeir
KARINAEu estava uma pilha de nervos . Marcos me olhava sem dizer nada o que me deixava a beira de uma crise de choro. O momento de silencio durou uma eternidade .-Eu também peço perdão. Perdi a cabeça.- Ele falou finalmente quebrando o silencio.Eu suspirei de alivio. Um garçon aproximou-se e pedi uma água. Ele regressou em menos de um minuto e dei um gole aliviando minha garganta que estava seca.- Tudo bem. Acho que nenhum dos dois estava no perfeito juízo. - Falei evitando olhar para ele.- Concordo. E acho que podias evitar a companhia do Lucas. Ambos sabemos que ele quer mais do que amizade de ti.A conversa ia tão bem até ele começar a fazer exigências no
MARCOSPassei o domingo todo a gerir a ressaca e a dor do meu coração partido. Quase não comi e para dormir foi uma tortura. Karina não saía da minha cabeça por muito que eu tentasse pensar em outras coisas.Fui ao trabalho sentindo-me doente e sem moral para estar rodeado de tanta gente. Mas com muito sacrifício o fiz. O telefone na minha mesa tocou e só levantei o auscultador para fazer com que parasse de tocar.-Alô- Atendi, soltando um grunhido.-Tens uma visita.A mãe da tua filha está aqui.Meu coração batia descompassado apenas pela menção de Karina. O que ela faz aqui? Será que veio desculpar-se? Não creio.-Estou ocupado.-Peço-lhe para esperar?- Não. Não estou disponível para ninguém.
KARINANa manhã seguinte acordei um pouco mais tarde. Foi difícil dormir depois de tantas emoções e só consegui adormecer passava das 3 da manhã. Acordei, e sem pressa fiz o banho e tomei o pequeno almoço na varanda.Algumas horas depois Diana chegava com Kayla.- Oi. Tudo bem?- Tudo optimo.Kayla deu-me um abraço e saiu a correr para o seu quarto .-Porque querias o numero do Isaac a altas horas da noite?"-Diana perguntou logo que Kayla desapareceu.- Precisava avisa-lo que Marcos saiu daqui transtornado. Tive receio que algo mau pudesse acontecer-lhe.- Hum...- ela murmurou pensativa.- O quê?-Estava apenas a questionar-me o que terá deixado o sr
MARCOSCheguei a casa mal humorado .As portas e os móveis foram as vítimas da minha indisposição. Tinha vontade de ir atrás de Karina e beija-la até ao último resíduo daquela teimosia que começava a irritar-me. Mas eu prometi ser paciente, custe o que custar.Atirei-me no sofá e permaneci deitado a olhar para o tecto por vários minutos. Meu celular tocou e não tive vontade nenhuma de me levantar para ir atender. Mas a pessoa que ligava era insistente.Rendi-me e levantei. A chamada cortou antes que pudesse atender. Olhei para o ecrã e vi várias chamadas da Lia. Foi bom não ter atendido. Ela deve estar louca se pensa que depois de tudo eu ainda ia querer alguma coisa com ela.Meu celular vibrou e no ecrã apareceu uma notificação de mensagem da Lia. Ela não desiste. Abri e era uma foto. Estava demasiado es
KARINAOs dias passaram e Marcos tornou-se uma presença constante em nossa vida. Kayla estava feliz e era o que importava.Ele levava Kayla ao jardim de infância todos os dias. E aos fins de semana saímos sempre os três . Com excepção dos dias em que ficava com os meus pais ou com a mãe de Marcos. Nesses eu aproveitava para estar com Diana , arrumar casa ou resolver pendentes da loja. Claro que Marcos tentou por várias vezes que fizéssemos algo juntos. Educadamente rejeitei todos os convites por ele feitos que não incluíam Kayla.Estava cada dias mais difícil ignorar a presença dele, não sei se conseguiria me manter firme se ficássemos sozinhos, sem Kayla.Este fim de semana Kayla esta com a Diana. Decidi aproveitar o sábado para trabalhar. As meninas ficaram comigo até ao meio-dia e depois as dispensei. Continuei sozinha a arrumar o novo stock de bij
MARCOSToda minha vida eu achei que tinha tudo que precisava para ser feliz, para me sentir realizado. Até ter conhecido o sabor da paternidade. Minha vida deu uma volta e me vi ter que reavaliar as prioridades. A proximidade com Karina me fez olha-la e pela primeira vez em minha vida eu disse a uma mulher que a amo. Infelizmente minhas palavras não tiveram o impacto que pensei que fossem ter.Estava a pagar por todos erros que cometi. E a dor era insuportável.Atingiu seu pico quando a vi sorrir enquanto outro a abraçava. Não imaginava que um dia fosse sentir tamanha dor. Entrei no bar e pedi uma cerveja enquanto esperava por Isaac. Ele chegou eu já estava a meio do copo.Desculpa pelo atraso. - Ele falou sentando no banco ao meu lado.Se pagares a conta estarás perdoado.
KARINAPassaram dois dias desde a última vez que vi Marcos. Sentia-me melhor e pronta para minha vida voltar a normalidade.Fui ao trabalho e a primeira metade do dia passou sem sobressaltos. Ao meio-dia saí, havia combinado encontrar-me com Diana para almoçar.Fui a primeira a chegar no local e alguns minutos depois ela entrava pelo restaurante.-Olá miuda. Como estás ?- Ela falou enquanto puxava a cadeira para sentar.- Estou bem. E tu? Kayla não te deu muito trabalho , pois não?-Claro que não. Divertimo-nos imenso. Vou sentir saudades.Um garçon aproximou-se e fizemos os nossos pedidos. Quando ele afastou-se toda atenção de Diana estava em mim.- Queres falar no assunto?