Capítulo 8

KARINA

Tive meu momento de lucidez instantes após ter sido consumida pela loucura que era estar a escassos centímetros de Marcos. Afastei-me lentamente porque , honestamente estava ser dificil manter meu equilibrio.

-Isto é uma péssima ideia, - Murmurrei

Ele , tal como eu, lutava para sair do transe.

-Concordo. Acho que está mais do que na hora de ir embora. Boa noite Karina.

Desta vez não houve formalidades ele apenas deu meia volta e saiu o mais rápido que pôde. Depois que a porta fechou , relaxei e sentei no sofá por alguns minutos.

O que estou a fazer com a minha vida? Eu estava bem , feliz até, antes de ele voltar e acabar com minha paz.

Daqui em diante irei pôr a Diana a supervisionar as visitas. Fora de questão ficar num espaço confinado com aquele homem. Fui para cama com ele na cabeça , o que só resultou em sonhos molhados a noite toda.

Dia seguinte estava de péssimo humor e atrasada. Até a hora que cheguei a loja ja havia proferido uma dúzia de obscenidades a vários condutores na estrada que por alguma razão me tiraram do sério. Decididamente, estava a iniciar uma semana de cão.

Até ao meio- dia havia conseguido domar a fera dentro de mim. Saí para comprar algo para comer e quando voltei as meninas me olhavam com ar de aflição.

-O que se passa?-Perguntei preocupada.

Todos os olhos viraram para senhora sentada na área reservada a prova de sapatos. Eu bem disse, era uma semana de cão, pois a visita era tudo menos de cortesia. Resignada, caminhei até la.

- Karina, não pensei vê-la novamente nesta encarnação. - O sorriso falso em seu rosto só aumentou minha irritação.

-Boa tarde Luisa. Como tem passado?- Falei ignorando todo o veneno destilado nas suas palavras.

- Estava optima, até saber que meu filho voltou a cair nas tuas garras.

-Bem , não posso afirmar que estou feliz com esse súbito interesse do Marcos na Kayla. Preferia que ele nos tivesse esquecido.

-Me poupe a farça querida. Conheço gente da sua laia a milhas de distancia. Mas não vim aqui trocar mimos . O que é necessário para entregares a miuda aos nossos cuidados e cada um seguir com a sua vida?

Se eu achei que mais nada podia me surpreender nesta vida, estava redondamente enganada. Não me basta ter que lidar com Marcos. Agora tinha que engolir a sua mãe louca com ideias mais absurdas.

- Vou pedir-lhe educadamente para sair da minha loja e nunca mais colocar cá os pés. Tenha um bom dia.

Virei para voltar para minha sala quando oiço ela chamar. Parei continuando de costas para ela.

- Seja la qual for o teu plano, vens tarde. Meu filho esta prestes a casar-se e , querida, a mulher que ele escolheu é tudo que tu nunca serás.

-Graças a Deus!-  Respondi, retomando minha caminhada.

Me fechei na minha sala decidida a não sair de lá até a hora de ir levar Kayla. Quando chegamos a casa fiz o máximo para não deixar transparecer o quão aborrecida eu estava. Até a hora que consegui ir a cama sentia como se um camião tivesse passado por cima de mim.

O dia terminou sem mais incidentes e eu estava grata. Mas logo cedo, na manhã seguinte , Marcos estava a nossa porta. Um sorriso bobo no rosto e um peluche que podia muito bem ter a altura da kayla, nos braços.

- Marcos, o que fazes aqui?

-Antes que decidas fechar a porta na minha cara eu peço desculpas por aparecer assim e num dia que não está acordado. Mas ontem não resisti e comprei este peluche para Kayla. Mas não tenho teu número, senão teria ligado a pedir permissão para traze-lo hoje.

Céus, ja é dificil resisti-lo quando ele é um estúpido. Ele a ser pai babado so pode ser gozação. Antes que pudesse responder, Kayla passou por mim e foi abraça-lo. Não estou com vontade de discutir, então decidi deixar os dois e fui terminar de arrumar a mochila da Kayla.

Quando voltei para sala eles estavam entretidos com a conversa. Fiquei a admirar a cena por uns instantes até ambos virarem em minha direção.

- Mãe, mãe. O Marcos pode levar-me hoje? Por favor mãe.

Eu olhei para ela e para ele.Ele apenas encolheu os ombros esperando minha resposta. Droga!!

-Ham , filha, ele pode ter suas ocupações ...- Ela cortou-me imediatamente

-Ele ja aceitou. Por favor mãe!- Aqueles olhinhos imploravam e estava a ser dificil dizer não.

- Marcos, não precisas fazer isto. Eu posso muito bem leva-la.

- Será um prazer- Ele respondeu sorrindo.

- Ok. Nesse caso, acho que não ha problema nenhum.

E Kayla gritava e pulava. Expliquei ao Marcos como chegar ao jardim de infancia e liguei a informar que o pai da Kayla é que iria deixa-la a porta. Isso soou estranho, mas era a verdade.

Saímos todos juntos e vi minha princesa entusiasmada seguir o pai até ao carro. É normal eu sentir ciumes dele? Sempre fomos nós duas e agora não sei se estou preparada para partilhar o amor.

Mandei esse pensamento para fora da minha cabeça no segundo seguinte. Kayla merece ter o pai por perto. E ela está feliz . É tudo que importa.

Entrei na loja e parecia que estava tudo normal. Entrei para minha sala e quinze minutos depois ouvia batidas na porta.

- Sim?

Uma das meninas espreitou , colocando somente a cabeça dentro da sala.

- Está um homem procurando por si.

- Um homem??- Perguntei intrigada. Ela apenas abanou a cabeça.

Levantei e fui lá.

-Marcos??!! Aconteceu alguma coisa ? Kayla...

- Está tudo bem. Tem algum lugar onde podemos falar em privado?

Em privado, nem pensar. Não confio em mim mesma perto desse homem.

-Não vejo o que possas querer falar que precise um lugar privado- Para minha supresa,minha voz saiu calma e firme.

Ele sorriu e aproximou-se. Eu dei um passo para trás tentando manter uma certa distancia. Nossa proximidade nunca terminava bem.

-Ok. É justo, depois dos últimos acontecimentos.- Ele debocha.

-Fale logo, tenho um dia cheio.

- Como disse mais cedo, se tivesse teu contacto teria ligado antes. Será que podias dar-me teu contacto? E se não for pedir demais, podia ligar durante a semana para falar com Kayla?

Fiquei ali tentando encontrar uma falha no discurso dele, na expressão facial e nada. Caminhei até a recepção da loja e tirei um dos meus cartões de visita e entreguei-lhe.

Ele nem sequer olhou para o papel. Seus olhos estavam fixos nos meus e senti-me a ser despida só com o olhar.

- Bom, as chamadas ainda preciso pensar com calma. Mas te darei uma resposta até a proxima visita.

- Muito bem, deixo-te com os teus afazeres. Obrigado por hoje, sei que te custa confiar em mim. Foi gratificante aceitares que eu levasse Kayla.

Eu nem consegui responder. Estava boquiaberta.

Hey , eu quero o Marcos fácil de odiar. Este a minha frente será minha perdição.

Felizmente ele não esperou meu cerebro voltar a funcionar. Eu voltei para minha sala e tentei trabalhar apesar de ele aparecer de tempos em tempos na minha mente para estragar minha concentração.

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