KARINAFiquei mais de 15 minutos a olhar para o ecrã tentando entender o que estava a acontecer. Não sabia como lidar com o novo comportamento do Marcos. Deixei o celular de lado e voltei minha atenção a quantidade de caixas a minha frente. Era dia de inventário e havia recebido nova mercadoria. Diana iria ficar com Kayla esta noite porque eu não tinha hora para sair do trabalho. Estava imersa no trabalho quando meu celular toca. Vi o nome do Marcos no ecrã e ignorei. As duas meninas que haviam ficado para ajudar estavam num canto exaustas. Olhei para hora e lhes dei razão. Já passava das oito da noite.-Acho que por hoje chega. Podem ir .Elas levantaram-se imediatamente e foram levar as bolsas. Eu levei algumas caixas para dentro do pequeno armazém nos fundos da loja. Precisava de um banho e algo para comer. Meu estômago fez um barulho como se estivesse a concordar comigo.Sai do armazém já com um plano para quando chegasse a casa. Caminhava despreocupada para minha sala quando a
MARCOSO que estava eu a pensar quando fui la. É óbvio que ela me odeia. Eu preciso me concentrar no que realmente interessa e parar de fantasiar com a família perfeita.Parei no primeiro bar que vi. Só me dei conta do quanto o lugar era sinistro quando já estava no balcão. Pedi um duplo de whisky e bebi tudo num único gole. Paguei e saí imediatamente.Logo que entrei no carro o celular tocou. Atendi com o sistema de bluetoth do carro para ter as mãos livres e conduzir. Queria sair dali o quanto antes.-Alô.-Marcos, onde estás? Estou a horas a tua espera. Tínhamos um jantar hoje ou esqueceste?- Lia gritava irritada.Droga. Eu me esqueci totalmente. Como iria ao tal jantar com meu corpo com cheiro a sexo, meu humor destruido por aquela mulher que acabava de dar-me um momento de prazer e depois atirou-me a rua como se não se importasse. -Inventa uma desculpa. Não estou com cabeça para isso hoje.- Marco, tu sabes que tua mãe não me vai deixar em paz se não vieres. - Lia faz questão d
MARCOS Pior que a ressaca no dia seguinte, foi ler a mensagem que enviei para Karina. A próxima vez que eu quiser embebedar-me preciso desligar o celular. Como vou rectificar isto? O que se passa comigo? Eu não ajo por emoção. Eu tenho meus planos traçados e revejo cada passo que dou. Cheguei ao trabalho e liguei imediatamente para Isaac. Preciso de uma saída e rápido .Como bom amigo e advogado leal, ele não levou nem meia hora e, logo, entrava pela porta. - Onde é o incendio? E bom dia.- Ele falou enquanto sentava-se a minha frente.- Desta vez o incendio já consumiu tudo meu amigo.Preciso de um milagre.-Sabes que eu de milagres não entendo nada. Mas é assim tão mau? Entreguei-lhe o celular com a mensagem que enviei para Karina no ecrã. - Oh merda! Não ha milagre que te salve.- Ele falava em meio a gargalhadas.- Como se eu não soubesse disso.- Murmurei irritado.-O que te deu para enviar essa mensagem?-Karina consegue tirar-me do sério. E ontem ela pisou nos meus calos e eu s
KARINAPassava uma semana que não via Marcos. Ele até tentou , mas consegui antecipar todos movimentos dele. Sentia-me invencível , mas acima de tudo em paz. Minha vida estava de volta a normalidade. O domingo chegou e repetimos a rotina. Fui deixar Kayla com Diana e sai de lá bem antes da hora marcada. Decidi caminhar pela praia enquanto esperava Diana avisar-me do fim da visita. Segurei minhas sandálias nas mãos e me aproximei da margem. Soube tão bem as ondas a baterem em meus pés que por uns instantes esqueci todo drama em que se tinha transformado a minha vida.-Karina.Uma voz me fez sair do meu momento. Virei e olhei em redor em busca da pessoa que me havia chamado e vi um homem aproximar-se. A principio não o reconheci. Quando ele chegou perto foi quando vi que o rosto me era familiar.- Oi.- Ele fala enquanto se aproxima- Isaac, advogado do Marcos.- Ele estendeu sua mão para mim.Eu recuei um passo, desconfiada . Olhei a volta para ver se Marcos estava algures a espreit
MARCOSOs últimos dias têm sido um teste à minha paciência. Karina continua a bloquear todas as minhas tentativas de falar com ela. Estou a um passo de fazer uma estupidez.A festa de noivado é este fim de semana e não terei como levar Kayla. Resumindo: deu tudo errado.A porta da minha sala abriu e Isaac entrou com um sorriso de deboche estampado no rosto dele. Ele sabia que eu estava uma pilha por conta dos últimos acontecimentos.— Então, tudo a postos para o grande dia? — Ele falou sentando-se na cadeira à minha frente. — Claro que não. Eu queria ter Kayla comigo, mas com Karina a bloquear-me, não vejo isso acontecer. — Lamento. Encontrei Karina no outro dia enquanto corria na praia. Admito, aquela mulher sabe como bloquear um homem.Suas palavras irritam-me mais do que o normal. Sinto meu sangue ferver só de imaginar Isaac tentando uma aproximação com Karina.— Isaac, Karina está fora dos limites. — Meu tom de voz havia mudado e me vi a enrolar os dedos num punho. — Hey, hey, c
KARINASaí do estacionamento do supermercado pisando fundo no acelerador, como se fugisse do diabo. Meu coração estava mil por hora e meu corpo parecia estar em brasa. Marcos faz com que me comporte como uma louca. Quando parei em frente ao centro infantil, levei alguns minutos a sair do carro. Tinha que voltar a mim.Chegamos a casa, tratei logo de a por no banho. Depois de lutar com ela para escolher um pijama e servir-lhe um lanche, liguei para Diana.— Alô! — Ela atendeu logo no primeiro toque. — Oi. Como estás? — Estou bem. E tu? — Preciso de um conselho — Falei sem perder tempo. — Hum... Marcos ainda? — Diana questiona. — Sim, mas tem haver com Kayla. Ele quer Kayla no seu jantar de noivado. — Ok. E tu? — Não sei o que pensar. Não confio nele. — Seria uma boa maneira de testar se as intenções dele são genuínas. Em ambiente fechado ele pode fingir bem. No meio dele, entre várias pessoas, pode ser que a verdade se revele. E também poderias ver a interação de Kayla com a fut
MARCOSQuando vi a mensagem de Karina informando a decisão dela precisei ler pelo menos umas cinco vezes para acreditar. Meu humor melhorou tanto que não me importei mais com o circo que Lia e minha mãe transformaram o jantar de noivado. Eu queria algo reservado no meu apartamento. Mas elas queriam uma festa. Só soube o local do evento na manhã de sábado e imediatamente informei Karina. A resposta monossilábica que recebi de volta não afectou minha boa disposição, nem sequer o facto de ter Diana na festa a acompanhar minha filha. Cheguei ao local na hora marcada e já havia convidados . Meia hora mais tarde e não havia sinal de Kayla.- Como está o noivo? Nervoso?- A voz de Isaac me distraiu de estar a olhar para porta. - Não, de forma alguma. Apenas estou com receio que Karina me tenha dado falsas esperanças. - Não me parece que ela seja desse tipo, embora depois dos últimos acontecimentos seria uma vingança bem doce.Porquê não pensei nisso antes?Estava a segundos de tirar meu c
KARINAChegamos a casa e Kayla já dormia no assento do carro. Carreguei-a para dentro de casa e directo para cama e, foi uma uma missão quase impossível colocar o pijama nela enquanto dormia. Fui ao banho e quando saí não me apetecia dormir. Fui a cozinha servi sorvete em uma taça e sentei-me no sofá vendo um filme. O dia foi intenso. Foi difícil vê-lo sorrir e beijar outra e aplaudir como se fosse a coisa mais natural do mundo. Devia não me importar. Abanei a cabeça tentando sacudir os pensamentos da minha cabeça. Concentrei- me no filme que passava na TV. Não me lembro em que momento adormeci, mas acordei assustada com batidas na porta. Olhei para o relógio de parede e era quase meia-noite. Levantei praguejando e fui até la. Espreitei para ver quem era e quase cai para trás. Encostei na porta decidindo se abria ou não.- Karina, vejo a tua sombra por baixo da porta. Abre , por favor. - Aquela voz, fazia coisas proibidas em meu corpo.O que faz ele aqui a esta hora?- Vá emb