Capítulo 6

KARINA

Depois de ter conversado com Kayla e ter explicado da melhor maneira que pude as mudanças que iriam ocorrer na nossa vida , liguei para Lucas para informar que Marcos terias os domingos para ver a filha. Ele falaria com o outro advogado para que fizesse chegar ao Marcos.

Quando o domingo chegou , eu estava nervosa. Diana ofereceu-se para vir mas eu recusei. Ela não gosta do Marcos e eu precisava que este dia fosse o mais tranquilo possivel.

Mas passei o dia todo a ver minha filha ansiosa a espreitar pela janela, atenta a todos sons , esperando o pai chegar. E ele não veio.

Tive que inventar uma desculpa para conseguir convencer Kayla a ir para cama.

Outra semana passou e no domingo seguinte Marcos não deu as caras. Eu estava a segurar-me para não ir atras dele e estrangula-lo. Porque essa era a minha vontade.

O terceiro domingo foi a gota d’água. Kayla durmiu a chorar porque não entendia porquê o pai não queria conhece-la.

Acordamos no dia seguinte e ela não quis ir ao jardim de infancia. Não tive outra hipotese senão pedir ajuda a Diana.

Em meia hora ela estava a minha porta e entrou directo para o quarto da Kayla e conversou com ela. Conseguiu ao menos tira-la da cama. Enquanto Kayla estava no banho Diana foi ao meu encontro na cozinha onde eu preparava o pequeno almoço.

- Agora sim, eu quero matar o filho da mãe.-  Ela falou sentando a minha frente.

-Não mais do que eu.

-O que vais fazer? Não podes deixar isto continuar.

- Eu sei. Podes ficar com ela hoje? Preciso resolver isto de uma vez por todas.

- Claro. Mas não faças nada que eu faria.

As duas rimos , porque sinceramente, Diana era bem capaz de estrangula-lo. Não era má ideia, mas eu tenho uma filha que depende de mim. E ir presa por homicidio não estava nos meus planos.

Kayla juntou-se a nós e tomamos o pequeno almoço ouvindo Diana  contar-lhe os planos que tinha para o dia delas. O sorriso estava de volta ao rosto da minha princesa.

Elas sairam primeiro e uns minutos depois saí também.

Quando cheguei ao local de trabalho do Marcos estava uma pilha de nervos. Caminhei até a recepção e a senhora que lá estava exibia um sorriso de orelha a orelha. Pedi para falar com o Marcos e ela pediu-me que aguardasse uns minutos.

Sentei e esperei. Passaram trinta minutos e nada acontecia. Voltei para recepção e logo que a senhora viu-me aproximar sorriu.

- Desculpe, mas ainda vai demorar ?

-Ele esta reunido, mas a secretária disse que iria informar assim que ele estivesse livre.

Ou ele esta a deixar-me aqui a cozinhar os nervos.Mas daqui não saio sem falar com ele.

- Desculpe , pode indicar-me onde fica o W.C.?

- Ao fundo do corredor á direita.

- Obrigada.

Comecei a caminhar e passei por dois corredores até chegar a porta que ela indicou. Entrei e olhei-me ao espelho. Meu rosto mostrava sinais de cansaço. Passei água no rosto e rotequei o batom. Saí de seguida e caminhava devagar quando, reparei que as salas tinham placas dos nomes nas portas. Olhei para os lados e entrei no primeiro corredor lendo as placas e nenhuma delas tinha o nome dele.

Entrei no segundo corredor e fiz o mesmo. Finalmente encontrei a sala que queria mas antes de chegar a porta dele uma mulher vinha atrás de mim.

- Senhora, visitantes não são permitidos nesta área. Peço que regresse a recepção.

Eu não estava disposta a esperar mais. Nem que ele esteja reunido com o Papa, vai ter que interromper e falar comigo. Ignorei a mulher que gritava , dei mais dois passos  e abri a porta entrando na sala dele.

Olhei para frente e Marcos estava sentado, ele levantou a cabeça para olhar para porta apenas por um instante e voltou sua atenção ao ecrã a sua frente.

Se ele estava chocado com a minha entrada súbita , desfarçou lindamente. 

-Esta tudo bem Luisa. Feche a porta ao sair.

A mulher fechou a porta e ficamos sozinhos.

- Voltamos a falar daqui a uma hora. Tenha um bom dia.

E ouvi uma voz que respondia do outro lado do ecrã. Bom , seja la quem for terá que esperar.

-Espero que tenhas uma boa razão para invadires a minha sala ,Karina.

- E eu espero que tenhas uma excelente desculpa para teres deixado Kayla a espera por três vezes e nem sequer te dignaste a ligar a informar que não  irias aparecer.

Ele baixou a cabeça e olhou para os papeis na mesa dele. Eu me aproximei e bati com a mão na mesa.

- Estive ocupado- Ele murmurou.

- Claro que estavas . O que não entendo é porquê esse circo todo se não ha espaço para uma criança na tua vida. Eu é que tive que lidar com a decepção dela por três domingos consecutivos. Tive que consolar e curar o coração partido de uma criança de 4 anos por se sentir rejeitada pelo pai. Se não tinhas intenção de cumprir com as visitas devias ter informado no dia da decisão da juiza e terias nos poupado tempo e desgostos.

Quando terminei de falar minhas mãos tremiam e Marcos continuava com a cabeça baixa e concentrado nos seus papeis.  Minha vontade era empurrar tudo para o chão só para obriga-lo a me encarar.

- Vejo que tens coisas mais interessantes para fazer que ouvir-me. Enquanto terminas , vou conversar com a recepcionista e talves ela se interesse em saber que tipo de homem tu és.

Dei-lhe costas e não dei nem três passos e a mão dele segurava firmimente meu braço.

-Nem te atrevas!- O tom grave da sua voz ecoou pelas paredes.

- Tira as tuas mãos de mim , Marcos-  Eu respondi sem me deixar intimidar.

- Ou o quê, Karina? Vais tentar bater-me novamente? Não teras tanta sorte desta vez-  Ele falou segurando meu outro braço obrigando-me a ficar frente a frente com ele.

- Eu grito e quero ver explicares quem sou e o que se passa aqui?

-E eu quero ver conseguires gritar com a boca ocupada.

Antes que eu pudesse entender suas últimas palavras ele havia eliminado a pequena distancia que havia entre nós. Presa por seu abraço eu não conseguia mover um musculo e sua boca , colada a minha, Impedia-me de gritar por socorro.Aquele beijo era uma mistura perigosa de desejo e raiva.  Por mais insano que possa parecer, eu retribuia. Ele era imprevisível, e me deixava tonta. Mas o beijo era, wow, intenso, faminto e com raiva a mistura.

Quando nos afastamos, ambos estavamos ofegantes .

- Tens que parar com isso. - Eu falei tentando paracer calma.

- E tu tens que parar  de tentar desafiar-me.

-É assim que reages quando uma mulher te desafia? Uau..

- Nenhuma mulher o faz. São inteligentes o suficiente para saber que não é uma boa ideia.

A porta abriu e foi como um choque eléctrico , porque ambos fomos para cantos opostos um do outro. Uma mulher entrou e era diferente das que havia encontrado pelos corredores. Estava vestida formalmente e o rosto dela cuidadosamente maquiado. Ela olhou para mim da cabeça aos pés e em seguida caminhou até onde Marcos estava.

-Lia, não esperava ver-te aqui hoje.

-Pensei que não precisasse marcar uma hora para ver o meu futuro esposo.- Ela falou enquanto encostava seus lábios na boca do Marcos.

Na boca que ha poucos segundos devorava a minha, de forma insana.

Eu continuava parada assistindo a cena desenrolar-se a minha frente. Felizmente o beijo não durou nem um segundo, pois Marcos afastou-se e falou de imediato.

- Lia, esta é a Karina, mãe da kayla. Karina ela é a Lia minha noiva.

Como era de esperar não houve aperto de mão, abraços ou beijinhos. Apenas olhares e um silencio assustador.

Isto vai ser interessante...

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App