Ninguém me preparou para o que aconteceu na noite de Dia dos Namorados e as consequências que se seguiram ao pedir um favor. Quando aceitei aqueles bombons com um elixir do amor, não sabia que estava cometendo meu primeiro erro. O segundo foi ainda mais ousado: impulsionada pelo desejo ardente que consumia meu corpo, ousei pedir ao meu sedutor CEO que me fizesse o "favor" de passar a noite toda juntos. O que eu não antecipei foi como esse "favor" nos arrastaria a ambos para um turbilhão de desejo e paixão desenfreada. Há um ditado que diz: "favor com favor se paga". E foi exatamente isso que meu chefe exigiu. Sendo ele meu primeiro homem, um desejo incontrolável se desencadeou nele, e ele me pediu que retribuísse o "favor" com a mesma intensidade. Sem experiência, aceitei sua oferta de ser meu professor. Esse foi meu terceiro erro. O desejo e a paixão entrelaçaram nossas vidas de uma maneira que nenhum de nós estava preparado para enfrentar, desenterrando ao mesmo tempo nossos traumas mais profundos. Minha história está cheia de humor, romance e uma realidade dilacerante, onde o amor transcende as classes sociais e consegue seguir em frente. Juntos, descobrimos como o amor e a compreensão podem surgir das cinzas da dor, transformando nossa visão da vida em uma cheia de esperança em meio à adversidade.
Ler maisDesde que o capitão a expulsou da associação, não voltou a aparecer por lá ao saber que nem Camelia nem Ariel estavam a frequentar o local. Os meses passavam, e ela continuava a planear a sua vingança. Era filha da advogada e irmã de Leandro, Valeria Martínez, que a teve com um criminoso após a morte do seu marido, quem foi registado como seu pai. Marlon tinha-a encarcerado, onde sofreu uma enorme surra às mãos das mesmas mulheres que trabalhavam para ela e que, por sua culpa, também acabaram atrás das grades.Ficou incapacitada, mal conseguia mover-se. Devido à grande surra, sofreu um derrame cerebral que a deixou paralisada de um lado. Não conseguia falar bem, nem mover-se. No entanto, isso não significou que a tirassem da prisão. Lucrécia tinha conseguido, depois de muitos anos, encontrá-la. Quando tudo aconteceu, era uma menina que vivia numa
Ariel encontrava-se naquele dia imerso na revisão de vários romances. Queria terminar de escolher um para enviar para publicação e aliviar um pouco a pressão na editora. Perdido entre tramas e personagens, mal se dava conta da passagem do tempo quando o seu telefone começou a tocar insistentemente. Ao ver que a chamada era do seu irmão Ismael, atendeu de imediato, sem imaginar o que estava prestes a escutar.—Ariel, vem salvar a tua esposa Camelia —disparou-lhe Ismael, sem rodeios, com urgência.Ariel sentiu como se um alarme de incêndio se ativasse no seu peito. Largou os papéis que tinha nas mãos e levantou-se de repente.—O que aconteceu agora? —perguntou apressadamente enquanto saía do escritório e pressionava com força o botão do elevador—. As crianças estão bem? Aconteceu alguma coisa grave?Ismael, ao notar pelo tom de voz que tinha alarmado o irmão mais do que devia, tentou acalmá-lo.—Desculpa por te assustar, Ari —apressou-se a esclarecer—. Não se trata de nada do que estás
Clavel e Camelia tinham-se ido embora, deixando o capitão Miller na entrada, observando como se afastavam abraçadas, rindo e felizes. Exalou com força, soltando o ar contido, e regressou ao seu gabinete. Naquele dia, como em tantas outras vezes, tinha acompanhado Camelia a várias reuniões, sendo testemunha de quantas vezes Ariel tinha recusado os pedidos da esposa devido às suas responsabilidades na editora. Camelia, depois de procurar apoio em Marlon ou Ismael, acabava por chamá-lo a ele, que nunca dizia não. Miller sentia cada vez mais que Camelia merecia algo melhor, alguém que lhe pudesse dar a atenção e o respeito que, segundo ele, Ariel não lhe dava. Com essa ideia fixa, depois de uma das reuniões da associação, Miller tinha tomado uma decisão: confessaria os seus sentimentos a Camelia. Estava disposto a levá-la para longe e oferecer-lhe a felicidade que achava que ela não tinha. Apesar de com isso trair a confiança de Ismael, que em várias ocasiões o tinha avisado para afasta
Para alívio de Ariel, a sua esposa nunca mais voltou a negligenciar as suas responsabilidades com os filhos. Cumpriu a sua promessa e, agora, só ia ao trabalho duas ou três vezes por semana, certificando-se de priorizar a sua família. O capitão Miller, entretanto, tinha começado a sentir-se mais confortável graças à confiança natural com que Camelia o tratava. Pouco a pouco, foi-se descontraindo na presença dela e começou a relacionar-se com ela como se fossem velhos amigos. Não só a acompanhava nas reuniões da associação e nos eventos externos, com a desculpa de “aprender”, como também encontrava formas de estar presente em grande parte do dia a dia dela, sendo um apoio constante. No entanto, Camelia, ocupada novamente entre as exigências diárias e o equilíbrio do seu papel como mãe e esposa, não percebia os verdadeiros sentimentos do capitão. Para Ariel, pelo contrário, a preocupação era evidente. Embora confiasse tanto no seu irmão Ismael como na amizade que o unia a Miller, era
Com a inquietação instalada como um peso no peito, Ariel afastou-se um pouco junto a Félix para que ninguém mais pudesse ouvir a sua conversa. Embora os filhos que tinham aparecido tivessem sido confirmados como os legítimos herdeiros do seu irmão, Ariel não conseguia livrar-se daquela sensação de angústia. Recordava com demasiada nitidez os episódios relacionados com Mailén e o pânico de imaginar que talvez existissem embriões seus espalhados pelo mundo. Esse temor constante reforçava-se sempre que se lembrava da estranha mensagem do jovem que afirmava ser um dos filhos perdidos de Marlon, implorando ajuda para ele e para os seus supostos irmãos e primos. —Félix —sussurrou Ariel, com gravidade—, já há algum tempo que queria perguntar-te algo. Lembras-te que te contei como a Mailén levou um médico enquanto eu estava sequestrado para extrair o meu esperma? Porque eu... eu não o entregava voluntariamente. Félix assentiu, confuso; não conseguia imaginar para onde Ariel queria ir co
Ariel percebeu claramente como o capitão Miller olhava para Camelia. Embora tentasse ser discreto, havia algo na intensidade do seu olhar que não passou despercebido para ele. Sabia que sua esposa era uma mulher bonita, daquelas que chamam a atenção em qualquer lugar, mas a profundidade no olhar do capitão ativou imediatamente os seus alarmes internos. Embora Ariel não se considerasse ciumento, essa sensação levou-o a observar a situação sob uma nova perspetiva. —Bom, já que éramos vizinhos, Miller —disse Camelia com uma naturalidade que surpreendeu ligeiramente Ariel, tratando o capitão por “tu” sem qualquer hesitação—, indica-me, por favor, onde está a informação sobre os possíveis pais do bebé. Miller olhou para ela por um breve instante antes de desviar o olhar para Ariel, que permanecia em silêncio, mas atento, com uma ligeira rigidez nas suas feições. Perante a atitude amigável de Camelia, Miller dirigiu-se até à secretária, abriu uma das gavetas e tirou um envelope. Enquan
Camelia guardou silêncio ao ouvir aqueles comentários, assimilando que tinham razão. Contudo, para ela era mais confortável encarregar-se pessoalmente do cuidado das crianças. Sempre lhe parecia que as auxiliares não conseguiam fazê-lo com a mesma eficácia que ela. Ariel, atento, pegou-lhe no braço, e juntos partiram em direção ao local. Ficaram surpreendidos ao chegar e observar tudo o que o capitão Miller tinha alcançado no mês em que eles tinham estado ausentes. O edifício tinha sido remodelado e pintado; os jardineiros arranjaram o jardim, e as cercas agora eram mais altas. As crianças praticavam desporto sob a supervisão de treinadores, e as suas gargalhadas e expressões de felicidade enchiam o ambiente. Perto dali, as auxiliares relaxavam ao sol enquanto cuidavam dos mais pequenos. —É incrível o que ele conseguiu em apenas um mês —murmurou Camelia, incapaz de esconder o seu espanto. —Estás a ver que não havia razão para te preocupares? —perguntou Ariel, com um sorriso que
Estava quase a sair do escritório sob o olhar do capitão Miller quando se virou lentamente. Não queria perder o emprego e decidiu livrar-se de Lucrecia, ao mesmo tempo que ganhava pontos com o novo diretor. Por isso disse: — Senhor diretor Miller, desculpe. Sei que é o nosso trabalho, mas ali está de novo aquela rapariga chamada Lucrecia, bêbeda, a querer falar com a senhora Camelia. Desde que foi recolhida pelo senhor Ariel, vem quase todos os dias causar problemas; era sempre a diretora quem resolvia a situação. Poderia, por favor, encarregar-se dela? Essa rapariga é mesmo um caso sério. O capitão ficou a olhar para Sonia e acenou afirmativamente. Sim, este lugar precisava mesmo de mão firme, pensou. A quem, em seu juízo perfeito, se teria ocorrido colocar uma mulher como Camelia à frente deste lugar? Tinha a certeza, e pelo que estava a testemunhar, que e
Por sua parte, Miller estava surpreendido ouvindo toda a história que o seu amigo lhe contava. Confessou que não tinha se casado e que essa era a segunda coisa em que queria que ele o ajudasse, como já tinha mencionado ao chegar. Pretendia casar-se o mais rápido possível e formar uma família. —Quero encontrar aquela rapariga introvertida de quem gostei tanto e que morava em frente ao meu prédio. Lembras-te de que te falei dela? —perguntou Miller—. Talvez com alguém como ela eu possa conseguir isso. O que achas? —Claro que sim, vamos encontrá-la, vais ver! Um momento —e virou-se para a porta para chamar a esposa—. Sofi…, querida, vem aqui, quero apresentar-te ao meu melhor amigo! Agora vais ver como a minha esposa é linda e os meus dois filhos também. Nem vais acreditar, nem eu ainda acredito! Ha, ha, ha… Sofi… Sofia