Falsa identidade: Condenados por causa do amor

Falsa identidade: Condenados por causa do amorPT

Marileister   Em andamento
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Resumo
Índice

Dantas é mestre na arte do disfarce, ele aproveita suas habilidades para viver a vida como quer e praticar golpes milionários. As coisas acabam mudando quando ele conhece Sammy, em uma situação onde ambos cruzam o caminho um do outro. Sammy é filha de um agente do FBI que morreu em missão, inconformada ela procura paz tentando resolver o último caso em que o pai trabalhou e faleceu antes de concluir, o caso do falsificador farsante Dantas William Collin.

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21 chapters
01 Sammy
Encaro meu reflexo no espelho, prestando atenção aos mínimos detalhes. Faço questão de enaltecer cada um deles, mas sem parecer madura demais. Dou uma sacudida nos cabelos ondulados graças ao babyliss bem caprichado, do outro lado do quarto Eric me observa com seu olhar de admiração deitado sobre o colchão. — Está bonita. — Ele elogia voltando a fitar o teto com o corpo estremecido e cheio de agonia. — Esse é o propósito. — Meu tom de voz saiu meio irônico. — Ei. — Chamei sua atenção fazendo com que ele olhasse para mim outra vez. — Está tudo bem, pare de ser ciumento. Eric me encara com o rosto tenso aparentemente sentindo incômodo, mas se contendo ao máximo. Ele pega uma bola de beisebol dentro do criado mudo ao lado da cama e arremessa no teto a pegando de volta quando cai, acredito que foi o jeito dele de controlar a própria raiva. — Para você está tudo bem, não é você que está vendo a sua namorada se arrumar toda para encontrar um médico. — Fez um drama, levantou da cam
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02 Dantas
Um dos maiores benefícios de não ser quem se diz ser é não precisar se importar com certos problemas. O Ethan Gunnar não precisa se preocupar com os problemas do Dantas, mesmo que ambos sejam a mesma pessoa. Eu posso ser o Doutor Ethan Gunnar, e também posso ser o falsificador Dantas, mas ninguém precisa saber. Ontem quando estava saindo, esqueci a merda da chave do meu consultório. Me preocupei por uns instantes mas depois lembrei que nele não há nada que possa me incriminar, e o que me irrita é que não sei como esqueci esse molho de chaves. Depois de sair de casa e dirigir até o hospital, caminhava assobiando pelos corredores. Parecia que nada poderia tirar a minha paz, e realmente parecia, pois ultimamente sinto como se estivesse sempre de bem com a vida. Afinal, quem não estaria? Já fui advogado, copiloto de avião, corretor, pediatra… nem lembro mais de todas as profissões que já aderi, legalmente? Não. Mas minha conta bancária faz tudo parecer que valeu a pena. Cada uma
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03 Sammy
— É sério, por favor, me atenda. Por que isso do nada? Me atende, por favor. — Ouço a voz de Eric na mensagem que ele deixou na caixa postal. Encaro o teto enquanto isso, me corroendo de raiva, não só dos ataques desnecessários dele mas da incapacidade dele de enxergar o próprio erro. Já parou para pensar no quanto é insuportável ele me enchendo o saco dessa forma porque passei uns dias sem falar com ele, enquanto eu estou em uma missão? — O que o seu pai diria se soubesse da garota rebelde que você se tornou? Porque isso que está fazendo é ser subversiva ao legado dele. — E Eric continua. “Subversiva ao legado dele” Porque saí da casa do meu namorado e não atendo as ligações dele? Eu confio no Eric para falar sobre o meu pai, a pessoa mais importante da minha vida e que me dói inteira só de pensar nele, aí na primeira oportunidade, no assunto mais idiota, o Eric enfia o meu pai no meio da conversa como se não fosse nada. Fala sério, como eu consegui suportar esse garoto idiota po
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04 Dantas
Rua da Cunha, 231, Bairro da Lona Eu tinha tudo, praticamente tudo. Mas aparentemente me faltava alguém para compartilhar essa vida, alguém para dividir o quarto e a cama, e não era apenas para foder nas madrugadas. Esse meu discurso parece ser carente demais, então deixa para lá. Talvez eu estivesse carente mesmo, isso explicaria eu ter pegado o carro e dirigido até o endereço e parado em frente à casa. 231, é a casa que observo nesse exato momento. Queria entrar lá, queria confirmar se é essa casa que ela mora. Depois queria transar com ela, até a fraqueza me fazer parar. Dormir juntos depois também seria uma boa. Talvez eu fosse mesmo um sociopata, e esteja agindo como um. Mas observar aquela casa era como preencher um vazio, como recarregar as energias. Me perguntava se ela morava sozinha, qual era o perfume que ela usava, qual a cor das calcinhas, se dormia em uma cama de casal, como eram as roupas de cama… estou sendo sociopata novamente, esquece. Um carro chega em frente à
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05 Sammy
Abro os olhos devagar os sentindo arderem com a claridade do sol no meu rosto, tento levantar e a cabeça dói. Enche a cara, toma um porre de novo, idiota. Jogo novamente a cabeça no travesseiro, o corpo sobre colchão e gemo de dor segurando a cabeça com as mãos como se isso fosse ajudar a minha cabeça a parar de doer. — Que merda… ah… — Resmungo em um gemido de dor não conseguindo nem ao menos abrir os olhos. Tento levantar da cama devagar e quando olho para o criado mudo ao lado da cama, vejo um copo de água com uma cartela de remédios em cima dando aquele ar carinhoso. Ergui uma sobrancelha, fiquei confusa e sem entender, mas apenas tiro o comprimido da cartela e o engulo com auxílio da água esperando que minha dor passe. Checo a hora em meu relógio de ponteiros em cima do criado mudo vendo que já está bem tarde, não é hábito meu acordar assim tão tarde. Piso com os pés quentes no chão gelado e caminho escadas abaixo sentindo cheiro de panquecas vindo da cozinha. Meu est
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06 Dantas
Sempre achei interessante o fato de como as coisas se encaixam, de como tudo é tão planejado e tão divino. Homens são grandes, rudes, fortes e indelicados, e se atraem por mulheres pequenas, fofas, sentimentais, delicadas, fracas - sem machismo - tão frágeis, e isso me encanta. As mulheres ficam tão pequenas e tão vulneráveis nos braços de um homem, pensando por um lado mais animal, isso soa até poético. É algo até desafiador sentir tanta vontade de apertar, segurar, tocar uma mulher com força e ser obrigado a se controlar para não machucá-la. Uma relação entre um homem e uma mulher é muito mais carnal do que podemos imaginar, eles se encaixam não só sexualmente. Tudo é extremamente planejado e projetado para um ser a completude do outro. — Sammy! — A chamei enquanto batia na porta do quarto, pois era ela quem estava reclamando que ia se atrasar, mas agora é ela quem está nos atrasando. Hipócrita. — Calma, Doutor Gunnar! — Gritou de dentro do quarto. — Calma? Vamos chegar atrasa
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07 Sammy
Entro no hospital caminhando diretamente para a fila de espera para se consultar com o Doutor, que por acaso e nem tão acaso assim, ontem estava esfregando aquele corpinho no meu e até me deu uma carona. Cruzo as pernas enquanto sentada na cadeira e esperava com os outros pacientes, vez ou outra dava uma olhada no resultado do meu exame de sangue para passar o tempo mas não é de se admirar que não funcionava muito. — Bom dia. — Ouço aquela voz grave, intrigantemente jovial e tão marcante. Ethan consegue ser um adulto, com essência de um jovem mas com comportamentos de adulto(com exceções as vezes). Ele estava vestindo um jaleco agora, o cabelo bem penteado e o cheiro masculino amadeirado era perceptível a longa distância. Os pacientes respondem ao seu “bom dia”, como sou a última da fila de assentos, ele passa por mim por último. Seu olhar se encontra com o meu, ele sorri com os olhos, e estica um lado da bochecha em um quase sorriso de canto me deixando com um frio na barriga e c
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08 Sammy
O vento batia no meu rosto enquanto dirigia, mas eu era capaz de sentir nada. Estava vazia, como se tivesse perdido a minha essência. Me sentindo suja, uma fraude. Meu pai sentiria vergonha de mim, sentiria nojo por a minha dúvida. Eu só estou confusa, é só isso, não é como se eu estivesse desonrando a vontade dele. É só que… seria melhor se eu não ficasse pensando nisso. O que estava acontecendo comigo? Onde estava a garota determinada que iniciou essa missão? Precisava encontrar respostas. E rápido. Antes que tudo se despedaçasse e eu acabasse acabando com tudo aquilo que construí para mim. Enquanto dirigia, minha mente divagava. Me lembrava de um dia quente de verão no parque, celebrando o meu aniversário de 8 anos com o meu pai. Já havia se passado um tempo desde que minha mãe havia nos deixado. O vazio ainda era insuportável, mas independente do que sentimos, a vida continua e o relógio não para de girar. Meu pai tentava preencher o espaço, mas a dor era palpável, eu não q
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09 Dantas
Existem duas vidas no corpo de um homem, e cada uma dessas vidas se dominam por si só. Uma dessas vidas domina a cintura para cima, e a outra da cintura para baixo, então é difícil controlar o incontrolável. Essa parte da cintura para baixo pensa por si só e quando coloca alguém na cabeça, não consegue mais tirar. Entende? Minha cintura para baixo quer a Sammy sem ligar para o resto, e a minha cintura para cima não quer querer, apesar de também querer intensamente. Cerro os punhos tentando ao máximo me controlar, mas afinal de contas, eu sou o médico. Eu que mando no meu próprio trabalho, e principalmente, pelo currículo impecável que entreguei, teoricamente eu sou um diamante dentro desse hospital. Tranco meu consultório, saio de fininho na ponta do pé indo até o estacionamento. Dou partida no carro e canto pneu pela estrada. Coincidentemente, o tempo achou um ótimo momento para cair uma tempestade de alagar as ruas, mas isso não parece nada para mim. Homens não pensam com a cab
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10 Sammy
O cansaço vem. Só consigo apertar os lençóis entre os dedos e respirar, por estar tão fraca que não consigo mais nem sequer gemer. Ethan beija meu rosto enquanto geme rouco, se movimentando contra mim com desespero enquanto segura o meu pescoço com uma força precisa. A cama range, dá saltos para cima e nos impulsiona a ficar dando pulinhos em cima dela. Cama de molas é ótima para quando estamos sozinhos em casa, porque é impossível conter barulho com uma dessa. Também acredito que o Ethan aprecia o fato de estarmos sozinhos. Respiração pesada, e gemidos chorosos. Gemidos abafados por nossas bocas que roçam, olhares sôfregos e o suor escorre dos nossos corpos nus roçando cada centímetro um no outro com facilidade por causa da umidade. Ethan me olha com aquele olhar escuro, cheio de mistério e ao mesmo tempo neutro. Mas chega a ser invocado, porque é como se conversássemos pelo olhar. Conexão via bluetooth e direta por cabo USB, se é que me entende. É incrível essa sensação,
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