O cansaço vem. Só consigo apertar os lençóis entre os dedos e respirar, por estar tão fraca que não consigo mais nem sequer gemer. Ethan beija meu rosto enquanto geme rouco, se movimentando contra mim com desespero enquanto segura o meu pescoço com uma força precisa. A cama range, dá saltos para cima e nos impulsiona a ficar dando pulinhos em cima dela. Cama de molas é ótima para quando estamos sozinhos em casa, porque é impossível conter barulho com uma dessa. Também acredito que o Ethan aprecia o fato de estarmos sozinhos. Respiração pesada, e gemidos chorosos. Gemidos abafados por nossas bocas que roçam, olhares sôfregos e o suor escorre dos nossos corpos nus roçando cada centímetro um no outro com facilidade por causa da umidade. Ethan me olha com aquele olhar escuro, cheio de mistério e ao mesmo tempo neutro. Mas chega a ser invocado, porque é como se conversássemos pelo olhar. Conexão via bluetooth e direta por cabo USB, se é que me entende. É incrível essa sensação,
Talvez eu estivesse enlouquecendo por passar tanto tempo sozinho, preciso de alguém para compartilhar a vida. Me sentindo exausto desse trabalho de médico, fico impaciente e o desânimo não vai embora. Aperto o botão da caneta um milhão de vezes ouvindo o barulhinho dela enquanto dezenas de pacientes esperam lá fora, mas meu ânimo não está me ajudando para começar a atendê-los. Tento me controlar, não sair enlouquecendo por qualquer coisa e principalmente por causa de uma garota. Vim para cá há pouco tempo, não imaginava que as mulheres latinas fossem tão marcantes, porque sinto que não há mais nada na vida além daquela garota. Por que eu vim para cá? Bom… no meu último estilo de vida em outro lugar bem longe daqui, fui meio que obrigado a fugir para cá, sabe? Quer saber o motivo? Vamos lá. Eu dirigia pelas ruas chuvosas até em casa, estacionei o carro e subi as escadas indo até o meu quarto. Passei pelo Bille, um idiota que cuida do irmão doente que precisa de ajuda, até mesm
Ouço meu celular tocar, o pego na mão, dou uma olhada na tela e mordo o lábio em desespero ao ver que se tratava de uma ligação de Eric. Apesar de tudo, eu era obrigada a atender. — Fala. — Fui direto ao ponto sem muita simpatia. — Podemos nos ver? — Seu tom de voz saiu tão oprimido como o de um cachorro que caiu da mudança. — Não, estou de saída. Não sei que horas vou chegar, e não posso remarcar. — Respirei fundo respondendo com um tom bem forçado enquanto estralava a língua e passava batom. — Ah, tudo bem. — O tom de voz dele demonstrou que não estava nada bem. — Só… fiquei com saudades. — Tchau, Eric. — Me despedi rudemente e desliguei. — Quanta paciência eu tive todos esses anos. — Falei comigo mesma e as lembranças vem até mim sem serem convidadas, começo a sentir saudade do meu pai e lembro de Karl. — O Karl veio visitar você, está treinando tiro ao alvo. Está liberada, senhorita Hernandez. — A inspetora avisou firmemente e então saiu. — Obrigada, senhora. — Abaixe
Na volta do hospital, resolvo dirigir até à casa da Sammy. Eu estou sendo muito grudento, não é? É, eu sei. Mas não consigo me controlar, nem sequer consigo ficar longe, eu não conseguiria me distanciar. Algo de estranho me incomodou assim que cheguei em frente à casa dela, as luzes estavam apagadas e olhando para a garagem, o carro dela não estava lá. De repente, uma raiva e uma indignação por ela ter saído assim no meio da noite passa a me incomodar, sinto que devo protegê-la, que ela é frágil demais e que há centenas de homens por aí querendo fazer mal a ela, isso vai me corroendo por dentro. De repente, começo a imaginar cenários de coisas que ela poderia estar passando, homens babando e olhando para ela com maldade enquanto pensam em sequestrá-la. Puxei o celular do bolso, disquei o número dela e liguei, ouvi chamar e chamar mas não tive uma resposta dela. Acelerei o carro e dirigi em direção aquela boate que a segui daquela última vez. Estava rezando para que ela estivesse
Então quando Ethan para o carro em frente à minha casa, olho para o lado vendo ele com a cabeça escorada no banco olhando para a janela sem dizer nada, parecia pensativo com algo. Então Ethan sai do carro, e eu o acompanho saindo também. Ao invés de entrar em casa ele se encosta no capô, e eu deveria entrar, mas prefiro ficar ali com ele. — Não é estranho para você, eu ser alguns anos mais nova? — Quebrei o silêncio ainda focada em entrar em outros assuntos mais pessoais. — Me sinto uma garotinha imatura ao seu lado. — Mas você não é uma garotinha, é uma mulher. — Ethan sorriu de canto erguendo as sobrancelhas. — Isso é o tipo de coisa que um homem mais velho diz para manipular uma garotinha. — Agora eu sou um manipulador? — Ele questionou irônico me olhando com aquele sorrisinho dele. Ele me olhou bem nos olhos, meu coração acelerou, senti um frio na barriga diferente, era estranho e me fazia sentir culpada. — Posso conhecer a sua casa algum dia, então? — Me apoiei em um
Acordo primeiro, deitado na cama de Sammy. Me arrumo em cima da cama me pondo de frente para o teto, ponho o braço atrás da cabeça e encaro a janela. Já me sinto totalmente bem-vindo e íntimo nessa casa. Olho Sammy deitada ao meu lado de bruços, as costas nuas e o lençol cobrindo apenas da cintura para baixo. Fico vidrado nas costas finas e delicadas, o cabelo esparramado no travesseiro. Toco sua pele sentindo a maciez em meus dedos, não queria acordá-la agora mas estou com saudades de vê-la acordada. Beijo o meio das suas costas e ouço ela resmungar enquanto começa a se mexer. Deixo um beijo no topo da sua cabeça e deito de volta ao lado dela a envolvendo em meus braços. — Que horas são? — Questiona com a voz sonolenta levantando o tronco e o apoiando nos cotovelos. — Hum… — Ligo a tela do celular sobre o criado mudo e volto a olhar para ela. — Quase meio-dia. — Porra. — Resmunga deitando de volta no colchão. — Vamos ficar aqui deitados o dia inteiro, o que acha? — Peço
Eu estava indo até o hospital, doente eu não estava, óbvio. Já estava sentindo que Ethan estava meio desconfiado o que era muito perigoso, e eu sequer tinha alguma coisa, eu precisava de algo imediatamente. Caminhei pelo corredor enquanto olhava de um lado para o outro atenta para que ninguém me visse, eu esperei por um horário que o Ethan não estivesse mais atendendo, é óbvio. Me abaixei ao pé da porta do consultório dele, tirei dois grampos que escondi no cabelo e os enfiei na fechadura os mexendo até que ela estivesse destrancada. Fechei a porta e então caminhei até à mesa dele, abri as gavetas enquanto vasculhava os papéis. Usei os grampos para abrir uma das gavetas que tinha fechadura e quando a abri não havia nada de tão interessante. Idiotice, vasculhar o consultório era inútil, é claro que ele não iria deixar nada que o incriminasse ali. Há pessoas que passam por ali toda hora, seria idiota demais. Mexendo naqueles papéis inúteis, entre eles havia um número de t
Talvez eu estivesse enlouquecendo por passar tanto tempo sozinho, preciso de alguém para dividir a vida. Me sentindo exausto desse trabalho de médico, fico impaciente e o desânimo não vai embora. Aperto o botão da caneta um milhão de vezes ouvindo o barulhinho dela enquanto dezenas de pacientes me esperam lá fora, mas meu ânimo não está me ajudando para começar a atendê-los. Tento me controlar, não sair enlouquecendo por qualquer coisa e principalmente por causa de uma garota. Quando finalmente o dia acaba, dirijo pelas ruas chuvosas, estaciono o carro e entro em casa. Sentei na minha poltrona de frente para a janela e fiquei lá como todos os dias, no escuro. Quando você passa a ter tudo o que quer, as coisas começam a perder a graça ou talvez seja apenas o seu cérebro tentando te manipular e fazendo você pensar besteiras. Pego um telefone de fio em cima da mesa ao lado da janela, disco o número que decorei pelo tédio e então espero. Espero uns segundos até que do outro lado da l