07 Sammy

Entro no hospital caminhando diretamente para a fila de espera para se consultar com o Doutor, que por acaso e nem tão acaso assim, ontem estava esfregando aquele corpinho no meu e até me deu uma carona.

Cruzo as pernas enquanto sentada na cadeira e esperava com os outros pacientes, vez ou outra dava uma olhada no resultado do meu exame de sangue para passar o tempo mas não é de se admirar que não funcionava muito.

— Bom dia. — Ouço aquela voz grave, intrigantemente jovial e tão marcante. Ethan consegue ser um adulto, com essência de um jovem mas com comportamentos de adulto(com exceções as vezes).

Ele estava vestindo um jaleco agora, o cabelo bem penteado e o cheiro masculino amadeirado era perceptível a longa distância.

Os pacientes respondem ao seu “bom dia”, como sou a última da fila de assentos, ele passa por mim por último.

Seu olhar se encontra com o meu, ele sorri com os olhos, e estica um lado da bochecha em um quase sorriso de canto me deixando com um frio na barriga e causando curiosidade nos outros pacientes.

— Sammy. — Fala meu nome em um tom de voz baixo, e em um tom de cumprimento fazendo algumas das outras pacientes me olharem com uma sobrancelha arqueada em confusão, e de imediato me sinto desconcertada.

Encaro as suas costas se virando e as escora na porta depois de abri-la para olhar para os pacientes.

— Quem chegou primeiro? — Questiona e então a mulher sentada no primeiro lugar da fila levanta e entra na sala.

Encaro seu rosto, mas ele não me olha, apenas entra no consultório deixando de lado toda a atenção que me deu até segundos atrás.

Escoro a cabeça na parede suspirando pesado, então fecho os olhos e fico em silêncio ouvindo o movimento em minha volta.

Eu preciso dá o próximo passo, preciso começar tudo isso, mas tem algo me segurando. Tem algo que me segura, que me faz temer e que me deixa de um jeito que me faz sentir como se eu não estivesse pronta, mesmo que eu esteja. Aquele receio me tomando, fazendo de mim alguém fraca e eu não saberia dizer o porquê.

As vezes esse tipo de coisa pode ser como um sinal, um sinal de que há algo sobre você mesma que não foi explorado e que precisa ser, então teme tomar uma atitude sobre um assunto porque é algo novo, algo que você possa nunca ter experimentado antes e eu sei com toda certeza que não experimentei mesmo.

Acredito que acabei dormindo, é lógico.

— Oh, senhorita Sammy. — Ouço uma voz grave, suavemente rouca e bem conhecida aos meus ouvidos me chamar. — Acho que a espera fez você dormir, não é? — Riu fraco com um ar de deboche.

Abro os olhos de uma vez e olho para o lado no automático, como se tivesse acordado antes de abrir os olhos e já sabia para qual direção olhar. Qual a direção que me esperava e na qual eu nunca mais poderia sair ilesa.

Ethan me chama da porta, me encarando com aqueles olhos profundos e me hipnotiza. Faz meu coração acelerar, e eu nem imaginava que fosse possível um homem ter esse efeito sobre mim, pelo menos o Eric cujo foi o único homem no qual deixei se aproximar, nunca conseguiu.

Levanto da cadeira e caminho para dentro da sala, quando vou passar pela porta o seu nariz encosta levemente na minha bochecha quando me viro de lado para passar, mas ele se mantém imóvel escorado no batente como se fizesse de propósito.

Ele faz de propósito, abaixa um pouco a cabeça e nossas peles quase se encostam, chego até a conseguir ouvir um gemido baixo, quase um ofego vindo dele. Eu não olho, mas sinto que ele encara fixamente meu rosto buscando uma provocação, uma química ou uma tensão sexual, são muitas opções, talvez ele quisesse todas.

Nossos peitos também quase roçam um no outro, é quase como se fosse tão perto o bastante para sentir o calor, mas distante o bastante para não tocar.

Tento ignorar e não tomar a vontade, então caminhando até à cadeira em silêncio, esperando que ele também se sente na dele do outro lado da mesa de frente para mim.

Olho para trás por cima do ombro e o vejo ainda escorado na porta, olhando para baixo pensando em algo e relutando com alguma coisa visível em suas expressões.

— Doutor Gunnar? — O chamo me sentando de lado na cadeira e escorando o antebraço em cima do braço dela.

Ethan com o braço apoiado no batente à sua frente naquela porta e de cabeça baixa, me olha por cima do braço me fazendo me dá por vencida e perceber que isso vai ser mais difícil do que eu pensei.

Ele a fecha, se vira para dentro do cômodo e escora a cabeça na porta me encarando, com os punhos cerrados batendo levemente na madeira como se ele estivesse pensando enquanto se contém em relação a algo.

— O que foi? — Questionei trêmula, segurando firme nos braços da cadeira pronta para me impulsionar para frente e sair correndo. Era ridículo, eu, logo eu, estava sensível a apenas o olhar daquele homem, tremendo e inteiramente estremecida.

Ethan começa a caminhar e me levanto rapidamente, não por medo, mas é que sinto algo, algo que é muito diferente do que eu conheço e que parece muito errado.

Meu corpo estremece, recua com uma intensidade de emoções, recua por sensibilidade, recua por ser muito sensível e por Ethan ser um estímulo muito forte.

Não dá tempo de correr, apenas caminho para trás já me escorando na mesa atrás de mim, enquanto aquele homem gigante chega cada vez mais perto e mais perto e mais perto, e mais perto.

Meu peito sobe e desce encarando aqueles olhos. A minha respiração já está alta o suficiente para parecer com a respiração de quem está correndo desesperada em um filme de terror, com medo do vilão que a persegue.

Suas mãos pesadas demais para um médico seguram a parte de trás das minhas coxas e me levantam, me põe em cima da mesa me fazendo ficar mais alta, mas não o suficiente para ficar mais alta do que ele.

Me sinto um gato que ele encontrou na rua, pequena e frágil. Maleável, que ele consegue fazer o que quiser.

Ethan encosta nossos narizes enquanto encara minha boca, encaro a sua com a minha respiração acelerando cada vez mais e me aproximo tentando beijá-lo. Ele se esquiva e esconde o rosto na curva do meu pescoço, aspira com uma força que posso ouvir ele inalando meu cheiro.

Tombo a cabeça para o lado dando espaço para ele, como uma maldita submissa que permite tudo e deixa ele fazer o que quiser, e pior, ainda ajuda. Mas é tudo no automático, era para ser proposital, mas sinto que não estou agindo apenas propositalmente, é por instinto, sinto vontade, eu quero isso, eu anseio por isso.

Ethan se afasta do meu pescoço e me beija agora, segundos depois. Como se fosse ele quem manda, eu não podia tomar a iniciativa porque é ele quem vai tomar. Tudo do jeito dele.

“Você só vai me beijar quando eu quiser que beije” as atitudes dele dizem isso.

Nossos lábios se encostam suavemente, ele se afasta e encara meus olhos com aquele azul que sufoca. Me afoga naquilo.

Olho para a sua boca e tento me aproximar novamente de uma vez e pegá-lo desprevenido, mas novamente ele se esquiva. O encaro com indignação, segurando seu rosto nas mãos e o puxo para mim. Antes que eu obrigasse nossos lábios a se tocarem, Ethan os encosta por vontade própria. Mais uma vez, no tempo dele.

Preciso apoiar uma mão na mesa para que ele não me deite nela, por causa dessa força que ele se encosta em mim, da fraqueza que eu sinto com o aperto exagerado nos meus quadris. Seguro seu queixo com força sentindo minha boca doer com a brutalidade dele.

Você encara aqueles olhos, acredita estar no controle da situação, pensa que pode tudo e quando menos percebe, ele te pegou. Está lá nos braços dele, entorpecida, fraca, corpo pesado, mente leve e presa entre aqueles braços gigantes.

Esse homem é realmente um pedacinho do inferno com gosto do céu.

Algo realmente admirável em uma mulher, é saber exatamente o que quer e em uma situação dessas não é tão difícil de saber. Mas com um suborno desses, realmente é complicado mesmo.

Solto seu queixo e deslizo a mão por baixo do jaleco, encontro a camisa e enfio a mão por baixo da camisa. Sinto aquela pele nua, quente, forte, firme, elétrica e cheia de tensão.

Ethan se vê no direito de enfiar a mão por baixo da minha saia também, aperta a carne das minhas coxas com uma força exagerada me fazendo gemer junto a uma careta de dor.

— Ethan… — Resmungo querendo pedir para que ele pare, mas tudo o que ele faz é levantar um pouco da minha blusa para cima e puxa o bico do meu peito entre os dentes. Não me ouve, e se ouve, não dá a mínima.

Apoio a outra mão na mesa enquanto ele desce mais o beijo pela minha barriga nua, e a morde me fazendo pular com a dor quando deixa a marca dos seus dentes.

Tento levantar da mesa, mas suas mãos me empurram de volta me fazendo escorregar para trás e empurrar alguns papéis para fora da mesa sem força alguma para reagir.

Levanto um pouco meu tronco o vendo abaixar e ajoelhar em minha frente.

Meu peito sobe e desce com a respiração ofegante, com a tensão tomando conta do meu corpo, trêmula como se estivesse assustada.

Sinto o nervosismo vim ainda mais intenso quando ele escorrega as mãos por a parte de fora das minhas coxas até entrar por baixo da minha saia, o tecido fica embolado na minha cintura e suas mãos fazem o caminho de volta dessa vez trazendo minha calcinha entre os dedos.

— Ethan, não! — O repreendo tentando afastar minhas pernas e levantar da mesa, novamente ele me empurra para deitar de volta e segura minhas pernas firmemente no lugar impedindo qualquer tentativa de fuga.

— Cala a boca. — Ele resmunga enquanto entrelaça os braços em minhas pernas e me puxa mais contra ele.

Ethan abre minhas pernas do jeito indelicado dele, encara bem o centro delas ofegando baixinho.

Ele beija o interior de uma das minhas coxas e me olha apoiada nos cotovelos observando tudo. Sinto aquela sensação de querer impedir, mas aquela vontade imensa que não me deixa fazer nada a respeito.

Nem sequer estou raciocinando mais.

É o fim da minha consciência quando sinto ele me cobrir inteira com a boca, minhas costas arqueiam e aperto os olhos com força em um ofego mais alto do que o esperado.

As mãos de Ethan seguraram minhas pernas abertas com uma força bruta quando por um impulso idiota tento fechar as pernas, e agradeço mentalmente por essa imobilização.

Jogando a cabeça para trás e apertando alguns papéis entre os dedos, minha respiração se assemelha a quando se está correndo uma maratona e interrompe para descansar. A respiração ofegante, contida, desregulada e suspeitosamente ofegante.

Tento lembrar que estou em um hospital, que a porta não está trancada e que não posso fazer barulho. Mas esse estalo quando ele suga com um pouco mais de força me impede de me controlar. Arqueio o pescoço soltando um gemido oprimido e Ethan eleva a mão até a minha boca a tapando.

Minhas pernas ficam molengas, trêmulas e ele ainda faz o favor de penetrar dois dedos o que me faz dá um impulso para trás. Sinto que há uma veia saltada na minha testa, porque minha cabeça está girando.

Cubro a mão dele com a minha fazendo uma segunda camada, já que o desespero era tão grande, que eu ainda tinha medo de emitir algum som.

Ethan levanta do chão, destapa minha boca e apoia a mesma mão ao lado da minha cabeça quase ficando em cima de mim. Eu quero bater nele por ter parado, mas ao mesmo tempo também quero me bater por querer que ele continue.

Ele apróxima nossos rostos quase colando nossos lábios, ele observa bem meu rosto com bastante atenção não querendo perder nenhuma expressão e eu não entendo o porquê, mas então entendo quando sinto ele penetrar não sei quantos dedos dentro de mim me fazendo gemer em repulsa.

— Shii! — Beija de leve meu lábios e fica ali próximo do meu rosto com nossos narizes se tocando. — Me diz que quer. Diz que não é só os meus dedos que você quer se movimentando assim.

Ele movimenta seus dedos com volúpia, bruto e sem pena. O som de molhado ecoa e meus olhos giram, olho para baixo vendo a mão dele literalmente me batendo.

Seguro a sua mão tentando impedi-la pela agonia, mas não tenho forças para pará-lo. Isso é muito bom.

— Ah, Sammy… diga que eu posso entrar em você, por favor. — Ethan implora beijando o canto dos meus lábios.

— Pode. — Minha voz sai tão baixa que parece que apenas movi os lábios sem voz mas ele ouve por causa da proximidade. — Você pode.

Ele gemeu, me olhou com os olhos escuros, se afastou, se posicionou entre as minhas pernas e já estava desabotoando o cinto enquanto eu esperava ansiosa, mas alguém b**e na porta fazendo a decepção pairar sobre nós.

Ethan geme novamente decepcionado, ainda tentando abrir a calça como se ignorando a porta, a pessoa que bateu fosse desaparecer.

— Ei, ei. Não! — O empurro com o pé e desço da mesa vestindo minha calcinha e me arrumando enquanto sentava na cadeira novamente.

Ele ainda está me observando cheio de volúpia, desnorteado querendo se aproximar novamente.

— Doutor Gunnar? — Ouço a voz da tal Eliza enquanto b**e novamente na porta.

Ethan arruma o cabelo, caminha até à porta e a abre.

— Estão o chamando na UTI, o senhor não ouviu? — Questionou.

— Chamaram? Eu não ouvi. — Forçou um sorriso descaradamente.

— Está bem. — Olhou para dentro do consultório e me viu. — Ainda está com uma paciente? Achei que já tivesse passado o horário do atendimento geral. Quando terminar de atendê-la vá até lá.

Eliza me fuzilou com os olhos e saiu.

Levantei da cadeira e caminhei até à porta rapidamente tentando fugir sem que ele me impedisse.

Mas antes que eu pudesse passar pela porta, Ethan a fecha e me pressiona contra ela.

— Vamos continuar. Rapidinho, coisa de 15 minutinhos. — Beijava meu pescoço enquanto deslizava as mãos pelos meus quadris se friccionando contra mim.

— Ethan! — O repreendo virando o rosto para o lado na tentativa de evitar os seus toques e tentando empurrar o seu peito para trás.

— Vamos. Ela disse para mim ir só quando terminasse o atendimento, e esse atendimento pode durar 15 minutos. Ou uns minutinhos a mais. — Sorriu contra meu rosto já deslizando a mão por baixo da minha saia tentando não me dar tempo para pensar.

Seguro firmemente sua mão a afastando de mim e ele suspira me olhando irritado.

— Tem gente precisando de você. — Chacoalho seus braços tentando fazer ele cair em si.

Ethan me encara travando o maxilar como se estivesse se contendo para não me segurar, dá alguns passos para trás, então posso abrir a porta e sair.

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App