Fellipo, que sempre manteve o coração blindado, se vê inesperadamente apaixonado por Cecilia. Ela, por sua vez, se entrega cada vez mais ao amor que sente pelo subchefe, mas a relação é dolorosa — Cecilia sente que o que existe entre eles é unilateral. Enquanto ela se afoga em sentimentos genuínos, Fellipo parece apenas querer afastá-la, preso às cicatrizes emocionais do passado e com medo de se tornar como o pai que alem de acabar com a esposa não conseguia quarda o menbro nas calças.nunca que ele machucaria Cecilia. Em meio a essa confusão de emoções, Cecilia descobre que está grávida. Com coragem, ela conta a Fellipo, esperando que a notícia possa, de alguma forma, aproximá-los. No entanto, o efeito é o oposto: a revelação desperta os piores medos dele, que reage de maneira fria e distante, piorando ainda mais a situação. Sentindo-se rejeitada e sem forças para lutar por um amor que parece nunca ser correspondido, Cecilia decide ir embora com a ajuda de sua amiga e irmã Samara ela consegui se esconder, levando consigo a esperança de um futuro que Fellipo, dominado pelos próprios fantasmas, não soube segurar.
Leer másCom o bolo assando e a casa cheirando a milho e açúcar, Cecília deitou-se no sofá com os pés sobre o colo de Fellipo. Os filhotes dormiam enroscados perto da lareira, e Thor vigiava tudo com olhos atentos.Pietro cochilava em sua poltrona favorita, com um cobertor nas pernas e um livro no peito.Fellipo massageava os pés da esposa, enquanto a observava com aquele olhar que dizia “sou o homem mais sortudo do mundo”.— “Você acha que elas vão se parecer comigo ou com você?” — ela perguntou, olhando para o teto.— “Acho que vão ser um furacão… feito a mãe.” — ele sorriu, com orgulho na voz. “Mas vão ter o coração gigante… como o seu.”Ela sorriu, emocionada.— “Eu só quero que sejam felizes. E que se sintam amadas todos os dias.”— “E serão. Por mim, por você… por todos nós. Porque a Trindade pode até ser temida, Cecília. Mas dentro dessa casa... a gente só quer amar.”A noite havia caído suavemente, espalhando sombras e silêncios pela mansão Colombo. Thor e os filhotes já estavam acomod
A madrugada ainda envolvia a cidade quando os carros da Trindade cruzaram os portões das respectivas mansões. O cansaço nos ombros, o cheiro de pólvora ainda impregnado nas roupas, mas o coração… tranquilo. A missão havia sido um sucesso.Fellipo olhou para o relógio ao desligar o carro: 04h47. Ao seu lado, Cecília dormia no banco do passageiro, a cabeça encostada com carinho, as mãos repousando sobre o ventre arredondado.Ele sorriu, abriu a porta devagar e, como um cavaleiro devoto, a pegou nos braços.— “Chegamos, amore mio…”Ao entrar em casa, Thor levantou o focinho e deu um leve latido de boas-vindas. Os filhotes logo apareceram, um deles com uma meia na boca. Fellipo riu baixo.— “Cuidado, pequenos, sua mamma está dormindo.”Levou Cecília até o sofá da sala e a deitou devagar, cobrindo-a com uma manta. Observou-a por um instante, os olhos marejando com o simples fato de tê-la ali, viva, esperando por ele.Já com o céu tingido de laranja e dourado, Cecília despertou com o som do
A sala de reuniões no galpão da Trindade parecia respirar por si só. Luzes baixas iluminavam a grande mesa oval onde Leonardo, Fellipo e Fernando se posicionavam com expressão impassível, mas olhos atentos. No telão, a projeção de um mapa da Itália com diversas marcações vermelhas piscando intermitentemente.Fellipo, com os cabelos ainda um pouco molhados do banho que havia tomado antes de sair às pressas, apontava para a região sul do país.— Se ela entrou por aqui, como Ortega acredita, temos três possibilidades de rota. — disse, com um laser marcando o mapa. — Mas a do meio... é uma armadilha clássica. Muito visível. Eles querem que a gente vá por ali.Fernando mordeu o canto do lábio e balançou a cabeça, cruzando os braços.— Vamos pelas laterais. Infiltrar dois grupos — um de reconhecimento e outro de contenção. Se estiverem com ela, vão tentar movimentá-la assim que sentirem nossa aproximação.Leonardo assentiu e falou com o tom de comando frio que o tornava lendário:— Quero ol
A noite já havia se instalado completamente, envolvendo a mansão com sua penumbra acolhedora. Na sala principal, o som suave de risos femininos preenchia o ar. Cecília e Samara estavam sentadas no sofá, enroladas em mantinhas finas. O pequeno Lorenzo dormia tranquilo no ninho portátil ao lado, e sobre a mesinha de centro havia duas xícaras de chá de camomila e um belo pedaço de bolo de laranja com calda quente que Dona Inês havia deixado ali mais cedo.As duas conversavam em voz baixa, como se não quisessem acordar a paz que havia na casa. Falavam sobre o enxoval das meninas, sobre a nova fase da maternidade e trocavam conselhos com uma doçura típica de quem aprendeu a confiar uma na outra.A porta da frente se abriu suavemente.Fellipo e Leonardo entraram primeiro, seguidos por Fernando, todos de preto, os rostos ainda carregando a seriedade das reuniões do dia. Mas assim que viram a cena diante deles, a tensão se dissolveu em segundos.— Olha isso... — Leonardo falou baixinho, sorri
A noite caiu sobre a Itália com uma beleza calma e silenciosa que contrastava com a movimentação intensa dentro do antigo galpão reformado que agora servia como o Quartel-General da Trindade.Leonardo, Fellipo e Fernando estavam reunidos na sala principal — ampla, cercada por painéis digitais, mapas táticos, e uma mesa central onde ficavam os documentos sigilosos. Na parede, o brasão da Trindade reluzia em dourado sob luz indireta.Os três estavam de preto — ternos sob medida, armas ajustadas nas laterais do corpo. A elegância era parte do domínio. A frieza, parte da estratégia.Fellipo caminhava de um lado a outro, com as mãos atrás das costas, olhando as projeções nas telas. Ele estava sério, mas com o olhar afiado como sempre.— Os centros de apoio às famílias dos soldados já estão sendo montados em Milão, Palermo e Nápoles. As reformas estão em fase final. — disse Fernando, sentado, mas atento. — Cada centro terá atendimento médico, psicológico e jurídico e estamos procurando os m
O aroma de café fresco, pão na chapa e frutas doces preenchia o ar da mansão. A luz do sol filtrava pelas cortinas abertas, iluminando o ambiente com suavidade dourada. Cecília, com um vestido leve e os cabelos soltos, colocava os talheres com capricho, dando os últimos toques à mesa do café da manhã. Dona Inês ajudava com um sorriso orgulhoso, trocando olhares cúmplices com a jovem senhora da casa.Fellipo, sentado no encosto de uma poltrona próxima, observava tudo com um sorriso no rosto e um brilho nos olhos. O jeito que Cecília se movia — graciosa o ventre cada dia mais visível , determinada, tão dona de si e daquele lar — fazia o coração dele se aquecer de um jeito que nem nos dias mais violentos da máfia conseguia apagar.Mas a paz silenciosa durou pouco.A porta da frente se abriu com estrondo, seguida de vozes familiares.— BOM DIAAAA! — gritou Leonardo, invadindo a casa com Lorenzon nos braços, o bebê rindo alto e balançando as mãozinhas. — Olha quem veio visitar a tia e o ti
A manhã seguiu com Cecília e Fellipo ainda no escritório, cercados por ideias e inspirações. Os dois se levantaram com empolgação, indo até o quarto que seria das quadrigêmeas, mãos dadas, corações acelerados pela mistura de amor, expectativa e um toque de euforia.Ao entrarem no amplo cômodo, os olhos de Cecília se iluminaram.— Aqui vai ser o mundo delas... — disse ela, já visualizando tudo.Fellipo parou ao lado dela, coçando a barba com expressão pensativa.— Esqueci dos berços — disse de repente, fazendo uma careta cômica. — Como um homem que tá esperando quatro filhas esquece justamente os berços?Cecília gargalhou e abraçou a cintura dele.— Ainda bem que elas têm uma mãe organizada.— E um pai milionário e completamente apaixonado — completou ele, piscando com charme.Logo começaram a traçar os detalhes no próprio espaço. Fellipo ligou para o arquiteto pessoal, explicando todas as mudanças. Pediu que fossem feitos quatro berços personalizados, com o nome de cada filha bordado,
Cecília e Samara estavam na cozinha, lado a lado, rindo como nos velhos tempos — ou talvez melhor do que nunca. A diferença é que agora, além das confidências de sempre, tinham uma nova conexão: a maternidade.Cecília mexia o risoto na panela com cuidado, enquanto Samara picava tomates e folhas frescas para uma salada leve. O cheirinho da comida preenchia a casa, acolhedor e reconfortante, como abraço de mãe.Na cadeirinha acolchoada ao lado da mesa, Lorenzo balbuciava e chutava os pezinhos no ar com força, atento a tudo com seus grandes olhos brilhantes.— Esse menino tem fogo nos olhos, Samara. Vai ser tão destemido quanto o pai — disse Cecília, sorrindo enquanto colocava uma colher de risoto nos lábios para experimentar.— Ele já dorme com uma expressão de quem tá planejando dominar o mundo — brincou Samara, limpando as mãos no pano e indo até o bebê. — Né, meu reizinho? Vai ser protetor igual ao papai, mas com a calma da mamãe, tomara.Thor, o cão fiel de Cecília, estava deitado a
Cecília preparou um jantar simples, mas feito com carinho — algo que ela fazia questão de manter, mesmo com funcionários disponíveis. Queria que aquele lar tivesse sempre o seu toque, sua essência. Na cozinha, o cheiro de massa fresca com molho de tomates italianos pairava no ar, junto com o perfume suave de manjericão e alho dourado na manteiga.— Ceci, deixa eu te ajudar com isso — Fellipo falou, já rolando as mangas da camisa.Ela sorriu de canto. — Hoje não, amor. Vai sentar. É o meu mimo pra você.Ele obedeceu com um meio sorriso encantado, sentando-se à mesa, observando cada movimento dela como se fosse uma obra de arte viva. Os olhos dele brilhavam com ternura e desejo contido. Era quase mágico como aquela mulher tão doce, que carregava quatro vidas no ventre, conseguia ser seu lar, sua cura, seu refúgio.Ela serviu o prato e se sentou diante dele, os dois trocando olhares silenciosos, sorrisos cúmplices. Pietro jantava com eles, tranquilo, com o auxílio discreto de Dona Inês.