Escravizada por sua própria matilha desde a infância, ela cresceu sob o peso da maldição que levou seus pais à morte. Humilhada, ferida e esquecida, ela jamais conheceu o significado de liberdade até o dia em que sua alcateia é dizimada. Em meio à destruição, um ser imponente e sedento de poder decide poupá-la. Cyrus Valack, o temido Rei dos Vampiros, não a vê como uma simples sobrevivente, mas como sua consorte. Levando-a para seu reino sombrio no coração de Nova Orleans, ele lhe dá um nome, Ravena, … e uma sentença. Dizem que seu destino ao lado do rei será pior do que a escravidão, que seu sangue de loba nunca encontrará paz nessas terras de sombras. Mas então, por que os sonhos com Cyrus são tão intensos? Por que seu toque desperta algo dentro dela que sempre esteve adormecido? Entre segredos manipulados pelas trevas, verdades ocultas e uma paixão avassaladora, Ravena precisa descobrir se o Rei dos vampiros será seu salvador ou seu pior pesadelo. E, acima de tudo, se será forte o bastante para cumprir o legado que a própria deusa lhe concedeu. No embate entre o poder e a emoção, amor e ódio, destino e livre-arbítrio… Ravena poderá escolher seu próprio caminho, ou será apenas um peão no jogo das trevas?
Ler maisMeu coração estremeceu dolorosamente. Não havia lugar para mim em um único pensamento de carinho. Ele me mataria sem nem pensar uma única vez.- Minhas aprendizes descobriram que a energia profana usada nos lobos que invadiram anteriormente, está desaparecendo rapidamente, como se alguma coisa estivesse sugando-a. - Que criatura pode fazer isso, além das bruxas?- Somente bruxas podem consumir tanta profanidade. – pousei a xícara na mesa de carvalho branco. – Ou talvez os magos, mas eles precisam de um catalisador para isso. Um ser capaz de absorver e purificar essa energia para não ser corrompido por ela.- Não há magos no continente. – Naty concluiu. – As bruxas estão por trás disso, é evidente. O que precisamos saber é quais são os clãs envolvidos e como estão usando magia profana nessa quantidade. - As marcações do círculo não evidenciam os clãs, mas a energia sim. Levou tempo e mais mana do que eu poderia produzir, mas consegui refinar o rastreio, para descobrir quais são. São
MercedesNão posso acreditar que ele realmente acasalou com essa licantropa. Minhas esperanças se quebraram no momento em que eles entraram na minha loja. Antes de vê-los, já pude sentir o poder do elo deles e a força do vínculo.Eu nunca vi nada parecido, nem entre as bruxas, nem entre os vampiros ou entre os lobos insignificantes. Quando meus olhos pousaram sobre eles, vi o fio escarlate grosso unindo as duas essências, formando o vínculo de sangue completamente compartilhado. Isso significava que eles tinham consumado a união, e que agora, estavam totalmente ligados, em um só. Seus espíritos, compartilhavam do poder um do outro. Fui descartada como se não fosse nada, um pouco antes dos vampiros atacarem o norte para dizimar as alcateias insurgentes.Mesmo assim, ver os dois tão próximos, íntimos, trocando olhares, dividindo seus pensamentos; feriu meu coração como se uma lança o transpassasse.Me senti inferior, ridícula, por pensar que Cyrus me visitaria sozinho. Que ele buscari
Não conseguia deixar de refletir sobre o receio que François tanto instigou em mim. Seu olhar, uma mistura de desafio e deboche continuamente desnudava a ilusão que eu tanto lutava para manter. Quero com todas as minhas forças, me isolar de suas provocações, de seu desprezo que me fazia reviver a sensação de ser inadequada, de ser uma peça descartável em um jogo muito maior do que eu jamais desejei integrar. Enquanto o carro avançava pela rua, o silêncio se estendia entre nós. Eu permanecia absorta em meus pensamentos, relembrando os detalhes de cada olhar, de cada insinuação que me fazia estremecer. A voz de François, mesmo distante, parecia me seguir, lembrando que, por mais que eu me esforçasse para ser alguém novo, adornada por roupas caras, cabelos soltos e um colar de obsidianas cintilante, a essência da minha história, marcada por sujeiras e humilhações passadas, jamais poderia se apagar completamente.Dentro de mim, um turbilhão de sentimentos se misturavam. O desejo arden
Ao amanhecer, Cyrus me levou para o salão principal onde as refeições são servidas. Poucos vampiros se alimentam, mas os nobres têm o hábito de se sentar à mesa sempre que o rei está presente, em um sinal de respeito.Me senti intimidada com todos aqueles olhares em minha direção. Cyrus me guiava com sua mão na base de minhas costas. A roupa que eu vestia foi ele quem me ajudou a escolher. Uma calça jeans preta, botas de cano curto e salto alto da mesma cor, camisa vermelha de seda francesa e colete de veludo cotelê. Ele adornou o meu pescoço com um colar de obsidiana com um lindo e brilhante rubi no meio. A joia combinava com o bracelete que eu usava.Meus cabelos estavam soltos e eu me senti mais apresentável que nunca. Todos os vampiros me avaliavam abertamente, até que ouvi uma oscilação no ar.Foi então que percebi que meu companheiro olhava para eles com uma expressão perigosa, em advertência. Imediatamente, eles perderam o interesse em minha figura, e voltaram a conversar entr
RavenaAcordei com o som de conversas sussurrantes. Abri os olhos buscando os donos das vozes desconhecidas, mas não encontrei ninguém. Os sussurros continuavam cada vez mais altos, gritos de mulher e uma criança chorando. O som era insuportável, tapei meus ouvidos, cedendo no chão frio de madeira polida. O barulho em minha cabeça é insuportável, meus ouvidos doem a ponto de sangrarem.Um silvo agudo como um apito se sobrepôs às vozes. Eu não consigo me mexer, com a cabeça entre meus joelhos eu supliquei para que aquilo parasse. “Desperte Ahal... desperte e destrua tudo o que é profano...” A voz ficou totalmente nítida. Era feminina, clara e firme.Meu coração estremeceu, e uma chama gélida percorreu meu corpo, me envolvendo lentamente, até que só restasse o silêncio, e o vazio.- Ravena... Ravena se concentre na minha voz. – mãos macias seguravam os meus braços. – Pode me ouvir? A imagem de Cyrus totalmente distorcida surgiu à minha frente, em seguida distingui sua voz, me chamand
Minha companheira estava exausta, sua respiração suave embalada pelo sono profundo. Eu a observei por um breve momento, fascinado pela paz ilusória que descansava sobre sua face. Paz essa que, eu sabia, em breve seria arrancada de nós. Levantei-me em silêncio, sem perturbá-la, e atravessei a porta interna que ligava meus aposentos aos de Ravena, para encontrar Nathaniel, meu conselheiro e primeiro ministro. Um dos únicos a quem ainda deposito plena confiança.A expressão dele dizia tudo antes mesmo de sua boca se abrir. Tensão, raiva, medo. Três sentimentos que raramente vi coexistirem no rosto de um vampiro tão sensato e contido como ele.— Northshore foi invadida outra vez. — ele disse, sem rodeios.Suspirei, aproximando-me da lareira que ardia fracamente no canto do quarto. O calor não me alcançava. — Quantos?— Três alcateias. Vieram de direções diferentes. Invadiram todos ao mesmo tempo. Estavam coordenados, Cyrus. Isso não foi uma tentativa cega. Foi uma declaração de guerra a
CyrusRavena se contorcia sob meu corpo, suas pernas enlaçaram minha cintura, e suas mãos pequenas projetavam garras que afundavam em meu pescoço. Sorri, mordendo a curva de seus seios redondos. - Adoro como seu corpo reage a mim, lobinha. – sussurrei contra sua pele molhada, onde havia acabado de mordê-la.Grunhidos incoerentes escapavam de seus lábios vermelhos. O cheiro da excitação ficou mais forte, a provocou por cima da calça de tecido grosso. A umidade já chegava aos meus dedos e eu não consegui me conter quando o calor dela irradiou para mim. Me afastei alguns centímetros e rasguei suas roupas, as transformando em trapos.Ravena olhou para mim chocada, os lábios entreabertos, as maçãs do rosto coradas, e a respiração ofegante. Essa era a visão mais atraente que vi em séculos. Percorri seu corpo ansioso com as pontas de meus dedos, os movendo para cima e para baixo. Os olhos dela mudaram para o vermelho escarlate, e um sorriso insinuante se formou em seus lábios. A exp
RavenaOs olhos de Callie estavam fixos nos meus, como se quisessem adentrar a minha alma. Ela estava com raiva por eu ter feito aquela pergunta? Comecei a me arrepender de ter dito aquilo, afinal de contas, eles não gostavam quando os subordinados respondiam para eles.“Eu quero arrancar o pescoço dessa insolente!” Laha rosnou irritada. A antipatia dela pelas atitudes de Callie em relação a nós estava bem clara em minha mente. Laha se sentia superior a vampira da realeza.- Companheira? – Callie perguntou, se aproximando de mim lentamente, como um felino prestes a atacar. – Você está querendo dizer que é a companheira destinada do meu irmão? Nesse momento eu achei melhor negar, porque ela parecia não saber de nada e se soubesse por mim, a vampira certamente tentaria me matar. Mas Laha assumiu o controle de repente, me subjugando a sua vontade.- Sim! É isso o que você ouviu, sua sanguessuga imunda! – eu me encolhi de medo.A voz de Laha saiu da minha boca com autoridade e supremac
CallieO silêncio daquela criatura dissimulada provocou imprecações silenciosas dentro de Callie. Ela queria espremer a verdade de dentro daquela lycan mentirosa.Entretanto, tinha que admitir que essa coisa parecia realmente não saber em que estava metida. A mordida de Cyrus deveria ter matado Ravena na mesma hora que o poder dele entrou em sua corrente sanguínea. Mas ao contrário disso, ela não morreu e despertou o seu lycan. Mesmo assim, o lycan é um predador natural da raça vampírica. Ela deveria ter rejeitado a marca e se transformado para atacar Cyrus. O que também não aconteceu. Olhei para os olhos negros de Ravena. Isso é outro enigma para nós. Cyrus disse que Ravena tinha olhos vermelhos hoje de manhã, e que eu não deveria falar sobre isso porque ainda não sabiam o que essa nova característica significava.Mas assim que entrei no quarto, vi que os olhos dela permaneciam negros. “Droga! O que essa coisa é de verdade?!- Vamos. Você deve conhecer o lugar em que vai viver p