Escravizada por sua própria matilha desde a infância, ela cresceu sob o peso da maldição que levou seus pais à morte. Humilhada, ferida e esquecida, ela jamais conheceu o significado de liberdade até o dia em que sua alcateia é dizimada. Em meio à destruição, um ser imponente e sedento de poder decide poupá-la. Cyrus Valack, o temido Rei dos Vampiros, não a vê como uma simples sobrevivente, mas como sua consorte. Levando-a para seu reino sombrio no coração de Nova Orleans, ele lhe dá um nome, Ravena, … e uma sentença. Dizem que seu destino ao lado do rei será pior do que a escravidão, que seu sangue de loba nunca encontrará paz nessas terras de sombras. Mas então, por que os sonhos com Cyrus são tão intensos? Por que seu toque desperta algo dentro dela que sempre esteve adormecido? Entre segredos manipulados pelas trevas, verdades ocultas e uma paixão avassaladora, Ravena precisa descobrir se o Rei dos vampiros será seu salvador ou seu pior pesadelo. E, acima de tudo, se será forte o bastante para cumprir o legado que a própria deusa lhe concedeu. No embate entre o poder e a emoção, amor e ódio, destino e livre-arbítrio… Ravena poderá escolher seu próprio caminho, ou será apenas um peão no jogo das trevas?
Ler maisEu não sabia o que era uma consorte, mas de alguma forma devia ser melhor do que ser uma empregada da Lua Negra. Lá eu não tinha salário, tudo o que eu recebia era um pouco de comida e um galão de óleo para usar na minha cabana como combustível para duas lamparinas. Comecei a ser espancada desde pequena, então já sabia o que esperar quando alguém se irritava comigo. Acho que a gente se acostuma, como uma ferida que está sempre ali. A única coisa que nunca consegui me acostumar foi a sensação nauseante de ódio por mim mesma toda vez que Marcel me tocava. Esfregando meu corpo naquela banheira tão sofisticada, lavando minha pele com sabonete de verdade, pensei em quanto queria ver a cabeça dele decepada junto aos outros alfas. Aquele homem nojento me contou que era meu companheiro quando completei dezessete anos. Eu fiquei feliz, não sentia nada do que as pessoas diziam que era natural sentir com o vínculo, mas eu realmente acreditei que tinha encontrado o amor da minha vida. El
- N.. não? - Não, você está aqui para um propósito muito pior do que ser uma simples empregada. – a mulher veio de encontro a eles, ela era alta, loira, olhos verdes claros e uma expressão de desagrado nítida em seu rosto bonito. – Você é a nova consorte do rei vampiro. Sabe o que isso significa, Ravena Cairos? O meu novo nome foi pronunciado com todo o desdém que uma pessoa poderia usar. Bem, eu nunca fui querida por ninguém, esse tipo de tratamento não era novidade. - Não... eu não.. - Quer dizer que antes de um mês você vai estar implorando para que acabem com sua vida miserável mas não vai encontrar nenhuma misericórdia. E então, quando achar que pedir por sua morte não é o bastante... - Pare Callie! – Nathaniel interviu, segurando o cotovelo da mulher loira. – Não deve dizer essas coisas, vai irritar seu irmão. - Tanto faz. – ela jogou os cabelos perfeitamente alinhados para trás. – Vamos, você fede como um rato de esgoto. Se virou, caminhando para uma outra porta, do lad
Quando o carro contornou o jardim bem cuidado, foi possível um vislumbre das laterais. Os muros pareciam não ter fim. - O que.. o que é esse lugar? - Este é o meu reino. – ele respondeu com displicência. O mesmo homem que me carregou abriu a porta do carro para nós. O homem de cabelos dourados saltou primeiro e em seguida olhou para mim com uma expressão fria e desinteressada. - Leve ela para o meu anexo. Envie a Callie para ajudar no que for necessário. Em duas horas ela deve se apresentada à corte. O outro homem também tinha traços perfeitos. Seus cabelos negros como as penas de um corvo eram fartos até os ombros. Ele vestia roupas caras mas sem nenhuma joia, seus olhos eram negros e brilhantes. - Alteza... - Sei o que vai dizer. Esqueça isso, ela não tem cheiro e pode passar facilmente por uma humana. Diga a eles que trouxemos uma nova consorte, como todos queriam. - Como ela poderia ser sua nova consorte, alteza? Ela não é da nossa espécie, a própria deusa condenar
Ravena Gemi nos meus sonhos tenebrosos. O abismo em que eu estava era um dos meus piores pesadelos. - Onde pensa que vai, minha coisinha sem vergonha? – congelei segurando as coisas que ia usar. Balde e esfregões. O som daquela voz me revirava o estômago. Marcel se aproximou, com aquele sorriso detestável no rosto. Eu fechei os olhos pedindo a deusa que me livrasse das mãos dele só dessa vez. Mas acho que até ela me considerava um ser indigno e maligno, porque as garras de Marcel afundaram em meus braços, e sua boca engoliu a minha. Já era tarde quando finalmente consegui sair da casa da matilha. Minhas mãos e pernas estavam cheias de sangue e sujeira, minha boca estava seca e fedia como uma latrina. Minha cabana ficava às margens da floresta, e era a única coisa que eu tinha para chamar de meu. Entrei sentindo o frio me castigar, esquentar a água no fogo ia demorar demais, eu precisava me lavar logo. Assim que a tina estava cheia de água, entrei dentro sem me importar c
Uma figura alta, imponente, e intimidadora me olhava com desinteresse. Ele tem cabelos dourados como sol, que descem até seus braços fortes; as íris cintilantes como o ouro, e a pele branca como a mais fina porcelana, sem nenhum detalhe que estrague sua perfeição. Os traços de seu rosto são milimetricamente proporcionais, a boca parece macia como um pêssego maduro, o lábio superior ligeiramente inclinado para cima, numa representação de sua superioridade. Ele vestia preto dos pés à cabeça. As abotoaduras do punho da camisa reluziam contra a luz, revelando a joia de que era feita. O terno era sob medida, o colete de veludo negro tinha botões de dourados trabalhados. Não havia capa e nem coroa, mas instintivamente eu sabia que esse homem era de algum tipo de realeza. Os olhos dele faiscaram, quando eu me movia inquieta. Por alguma razão eu senti o cheiro estranho que provinha dele me nocautear, como se estivesse embriagada. - Não tem um nome? – ele perguntou, me analisando abertame
Minha consciência ia e vinha, se perdendo no que aconteceu e temendo encontrar o monstro de olhos vermelhos. Revivi memórias dos dias anteriores em que eu caminhava em direção ao escritório da alcatéia segurando uma bandeja de bebidas com toda a minha força.Sentia que poderia desabar a qualquer momento, mesmo assim tentava fazer o meu trabalho para que nada desse errado. Por que se isso acontecesse seria o meu fim. - Sirva e saia, sua coisa imunda. – a voz autoritária do alfa Alexander ressoou pela sala. Deixei cada copo de bebida na frente de cada convidado, alguns deles não disfarçavam sua devassidão e me tocavam, enfiando a mão por baixo do meu vestido gasto. O conselho das matilhas começou, e eu saí o mais rápido que pude daquela sala. Quanto mais tempo ficava perto deles, mais chances teria de ser um alvo. Fechei a porta atrás de mim, com um suspiro silencioso. - O que está fazendo aí parada, seu pedaço de merda inútil?! – abaixei a cabeça imediata
Não sei por quanto tempo fiquei amarrada naquela mesa, coberta de esperma, sangue e suor. Marcel mantinha seu olhar sobre mim, pronto para recomeçar aquela tortura.Percebi há muito tempo que ele tinha prazer somente no meu sofrimento, isso o excitava demais. - Eu vou te partir ao meio, minha coisinha safada. – meu companheiro me disse enquanto soltava as cordas que prendiam meus tornozelos. Fui puxada para a beirada da mesa de bilhar. Mas de repente alguém bateu na porta, interrompendo a todos. O alfa vestiu suas calças e caminhou até lá. Marcel se vestiu rapidamente, ligando seu link mental com os guardas. - Estamos sob ataque meu alfa! Alguma coisa está dizimando a alcateia! – um dos guardas gritou. O silêncio pairou sobre a sala, podia sentir que eles estavam se preparando para contra atacar. Afinal de contas, eram todos alfas, os mais poderosos dos territórios vizinhos. Um calafrio percorreu meu corpo febril, senti como se algo gelado tomasse conta da sala. Meu corpo enrij
Empregada Antes do dia clarear eu já estava na casa da alcatéia. Precisava ajudar a preparar o café da manhã de todos, e hoje eu sabia que as coisas seriam ainda mais difíceis, por causa dos convidados. A cozinheira gritava com todos, a cozinha estava quente e cheia de fumaça. Alguém tinha queimado alguma coisa. Encarregada de preparar o bacon e os ovos, eu me concentrei no que fazia ignorando todos, como eles faziam comigo. - Ei, você, escrava. – gritou a cozinheira. – Largue isso. O Alfa te convocou ao salão de jogos. Um arrepio sinistro percorreu minha espinha. Da última vez que estive naquele lugar, Alexander quase não me deixou sair viva. Ele me amarrou nua de cabeça para baixo, e rebateu bolas de beisebol contra o meu corpo, como se isso não bastasse, o alfa chamou Marcel e ordenou que ele me desse uma surra por não ser uma boa diversão. Caminhei na direção da sala de jogos tremendo, eu ainda estava muito machucada do dia anterior. Talvez esse fosse meu fim. Bati e es