Capítulo 2 Justiça Divina

Não sei por quanto tempo fiquei amarrada naquela mesa, coberta de esperma, sangue e suor. Marcel mantinha seu olhar sobre mim, pronto para recomeçar aquela tortura.

Percebi há muito tempo que ele tinha prazer somente no meu sofrimento, isso o excitava demais.

- Eu vou te partir ao meio, minha coisinha safada. – meu companheiro me disse enquanto soltava as cordas que prendiam meus tornozelos.

Fui puxada para a beirada da mesa de bilhar. Mas de repente alguém bateu na porta, interrompendo a todos. O alfa vestiu suas calças e caminhou até lá. Marcel se vestiu rapidamente, ligando seu link mental com os guardas.

- Estamos sob ataque meu alfa! Alguma coisa está dizimando a alcateia! – um dos guardas gritou.

O silêncio pairou sobre a sala, podia sentir que eles estavam se preparando para contra atacar. Afinal de contas, eram todos alfas, os mais poderosos dos territórios vizinhos.

Um calafrio percorreu meu corpo febril, senti como se algo gelado tomasse conta da sala. Meu corpo enrijeceu de tensão, olhei para todos os lados mas não vi nada de diferente.

A confusão se instaurou na sala, enquanto eu só me encolhia sobre a mesa aterrorizada com aquela presença horripilante que eu sentia.

Os alfas tentavam se comunicar com algum membro de algum membro da alcateia, seus betas, suas lunas. Todos falavam sobre uma guerra entre espécies, e que isso não era para acontecer.

A localização de cada matilha era secreta, ninguém chegava ao território sem ser convidado. Um ataque nessa escala era inimaginável.

Vi quando algo se moveu nas sombras que levava a outra ala, meu sangue congelou quando me vi presa a olhos vermelhos incandescentes como brasas. Tinha um monstro lá dentro! Eu tentei gritar, mas minha voz não saia.

A sombra se moveu tão rápido que meus olhos não conseguiram acompanhar. Alguém gritou de um jeito sinistro. As paredes se banharam de sangue.

Os rugidos eram interrompidos em plena transformação, uma pata negra foi decepada e caiu sobre o meu abdômen, me causando verdadeiro horror. Ninguém conseguia enxergar o inimigo, Marcel e alfa Alexander estavam em posição de combate se voltando para a porta.

Eles iam fugir.

A coisa, passou por mim como uma onda gélida e fresca, sem forma, sem rosto, só uma camada de ar cortando tudo que encostava. Entranhas estamparam as janelas e cortinas, o vermelho vivo se tornou a cor predominante na sala.

Senti o líquido quente e viscoso esguichar sobre mim, uma cabeça rolou sobre a mesa até meu braço amarrado. Depois outra, e mais outra, e mais outra…

Me dei conta de que os sete alfas estavam ali, ao meu redor, com seus olhos vítreos, nadando no próprio sangue de seus crânios decepados.

Se aquilo não era justiça divina, eu não sei mais o que é.

Apavorada eu fechei os olhos esperando pelo meu fim. Com certeza eu seria a próxima. As vozes de Alfa Alexander e Marcel se tornaram abafadas quando eles irromperam pela porta afora, se transformando no ar para escapar do mesmo destino que os outros naquela sala.

Nem mesmo eles, que se achavam os mais fortes de sua espécie, se sentiram capazes de enfrentar esse mal.

O silêncio imperou naquele lugar, a mesa em que eu estava virou uma piscina de sangue.

O frio ficou mais intenso, e eu não me atrevi a abrir os olhos.

- Limpe e leve a mulher. – uma voz profunda e aveludada proferiu aquela ordem.

Continuei parada, apertando os olhos. Minhas mãos foram liberadas, e alguém começou a esfregar o meu corpo com um pano. Eu tinha medo do que veria, então continuei quieta como um ser sem vida.

Em seguida, estava sendo carregada para fora. Fui envolvida em um pano macio e quente, que tinha um cheiro estranho que não soube identificar.

Portas foram abertas e fechadas e logo soube que estava em um carro em movimento. Alguém deitou meu corpo no assento do veículo e eu acabei desmaiando.

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