Ravena Gemi nos meus sonhos tenebrosos. O abismo em que eu estava era um dos meus piores pesadelos. - Onde pensa que vai, minha coisinha sem vergonha? – congelei segurando as coisas que ia usar. Balde e esfregões. O som daquela voz me revirava o estômago. Marcel se aproximou, com aquele sorriso detestável no rosto. Eu fechei os olhos pedindo a deusa que me livrasse das mãos dele só dessa vez. Mas acho que até ela me considerava um ser indigno e maligno, porque as garras de Marcel afundaram em meus braços, e sua boca engoliu a minha. Já era tarde quando finalmente consegui sair da casa da matilha. Minhas mãos e pernas estavam cheias de sangue e sujeira, minha boca estava seca e fedia como uma latrina. Minha cabana ficava às margens da floresta, e era a única coisa que eu tinha para chamar de meu. Entrei sentindo o frio me castigar, esquentar a água no fogo ia demorar demais, eu precisava me lavar logo. Assim que a tina estava cheia de água, entrei dentro sem me importar c
Quando o carro contornou o jardim bem cuidado, foi possível um vislumbre das laterais. Os muros pareciam não ter fim. - O que.. o que é esse lugar? - Este é o meu reino. – ele respondeu com displicência. O mesmo homem que me carregou abriu a porta do carro para nós. O homem de cabelos dourados saltou primeiro e em seguida olhou para mim com uma expressão fria e desinteressada. - Leve ela para o meu anexo. Envie a Callie para ajudar no que for necessário. Em duas horas ela deve se apresentada à corte. O outro homem também tinha traços perfeitos. Seus cabelos negros como as penas de um corvo eram fartos até os ombros. Ele vestia roupas caras mas sem nenhuma joia, seus olhos eram negros e brilhantes. - Alteza... - Sei o que vai dizer. Esqueça isso, ela não tem cheiro e pode passar facilmente por uma humana. Diga a eles que trouxemos uma nova consorte, como todos queriam. - Como ela poderia ser sua nova consorte, alteza? Ela não é da nossa espécie, a própria deusa condenar
- N.. não? - Não, você está aqui para um propósito muito pior do que ser uma simples empregada. – a mulher veio de encontro a eles, ela era alta, loira, olhos verdes claros e uma expressão de desagrado nítida em seu rosto bonito. – Você é a nova consorte do rei vampiro. Sabe o que isso significa, Ravena Cairos? O meu novo nome foi pronunciado com todo o desdém que uma pessoa poderia usar. Bem, eu nunca fui querida por ninguém, esse tipo de tratamento não era novidade. - Não... eu não.. - Quer dizer que antes de um mês você vai estar implorando para que acabem com sua vida miserável mas não vai encontrar nenhuma misericórdia. E então, quando achar que pedir por sua morte não é o bastante... - Pare Callie! – Nathaniel interviu, segurando o cotovelo da mulher loira. – Não deve dizer essas coisas, vai irritar seu irmão. - Tanto faz. – ela jogou os cabelos perfeitamente alinhados para trás. – Vamos, você fede como um rato de esgoto. Se virou, caminhando para uma outra porta, do lad
Eu não sabia o que era uma consorte, mas de alguma forma devia ser melhor do que ser uma empregada da Lua Negra. Lá eu não tinha salário, tudo o que eu recebia era um pouco de comida e um galão de óleo para usar na minha cabana como combustível para duas lamparinas. Comecei a ser espancada desde pequena, então já sabia o que esperar quando alguém se irritava comigo. Acho que a gente se acostuma, como uma ferida que está sempre ali. A única coisa que nunca consegui me acostumar foi a sensação nauseante de ódio por mim mesma toda vez que Marcel me tocava. Esfregando meu corpo naquela banheira tão sofisticada, lavando minha pele com sabonete de verdade, pensei em quanto queria ver a cabeça dele decepada junto aos outros alfas. Aquele homem nojento me contou que era meu companheiro quando completei dezessete anos. Eu fiquei feliz, não sentia nada do que as pessoas diziam que era natural sentir com o vínculo, mas eu realmente acreditei que tinha encontrado o amor da minha vida. El
Um grande espelho na parede de pedra do quarto de vestir mostrava uma imagem que não condizia com o que eu sabia sobre mim. A mulher loira me fez vestir um vestido vermelho de um tecido tão bonito e macio que eu tive medo de estragar com o toque dos meus dedos ásperos.Havia renda adornando as mangas e o decote, ele lembrava o estilo medieval. Sapatos de salto de veludo vermelhos, meias de seda preta. E roupas de mulher. Sim, calcinha e sutiã de um material que eu nunca tinha visto e tocado. Nunca tive essas coisas, minhas calcinhas eram feitas por mim mesma, e geralmente eram de algodão ou malha de algum tecido descartado.Não sabia por que estavam me vestindo como uma boneca enfeitada, mas pensei que se ficasse calada, não apanharia. Nunca fiquei tanto tempo sem levar um tap@, um chute ou um soco.- Está na hora, vamos. – Callie, a loira me chamou de minha admiração boba. Um relógio antigo no canto da parede marcava quase meia noite. O que fariam comigo a essa hora? Era algum
Cyrus ValackO pescoço alvo e macio se inclinou para mim, expondo suas artérias pulsantes, afastei os cabelos finos e claros daquela criança que me oferecia de bom grado seu sangue doce.A carne macia cedeu a minha boca, e o gosto intenso daquele rico néctar desceu pela minha garganta. A menina sorriu feliz apesar da dor que sentia, elas sempre sorriam. {Cyrus?} Nathaniel me chamava pela comunicação mental que unia todos os meus súditos. Não respondi, e bloqueei sua busca por minha presença. Meu primeiro ministro me procurava por um único motivo; para que eu cumprisse o propósito da celebração na corte mais cedo.A esta altura ele já sabia que a nova consorte estava abandonada no meu quarto, e eu havia saído assim que a deixei inconsciente na minha cama. A criança lupina sucumbiu à pressão da minha presença antes mesmo de sair da corte. Carregá-la até o quarto foi o mesmo que levar uma pena entre os dedos. Seu corpo esquálido e maltratado não era a única coisa que foi massacrada.
Empregada Antes do dia clarear eu já estava na casa da alcatéia. Precisava ajudar a preparar o café da manhã de todos, e hoje eu sabia que as coisas seriam ainda mais difíceis, por causa dos convidados. A cozinheira gritava com todos, a cozinha estava quente e cheia de fumaça. Alguém tinha queimado alguma coisa. Encarregada de preparar o bacon e os ovos, eu me concentrei no que fazia ignorando todos, como eles faziam comigo. - Ei, você, escrava. – gritou a cozinheira. – Largue isso. O Alfa te convocou ao salão de jogos. Um arrepio sinistro percorreu minha espinha. Da última vez que estive naquele lugar, Alexander quase não me deixou sair viva. Ele me amarrou nua de cabeça para baixo, e rebateu bolas de beisebol contra o meu corpo, como se isso não bastasse, o alfa chamou Marcel e ordenou que ele me desse uma surra por não ser uma boa diversão. Caminhei na direção da sala de jogos tremendo, eu ainda estava muito machucada do dia anterior. Talvez esse fosse meu fim. Bati e es
Não sei por quanto tempo fiquei amarrada naquela mesa, coberta de esperma, sangue e suor. Marcel mantinha seu olhar sobre mim, pronto para recomeçar aquela tortura.Percebi há muito tempo que ele tinha prazer somente no meu sofrimento, isso o excitava demais. - Eu vou te partir ao meio, minha coisinha safada. – meu companheiro me disse enquanto soltava as cordas que prendiam meus tornozelos. Fui puxada para a beirada da mesa de bilhar. Mas de repente alguém bateu na porta, interrompendo a todos. O alfa vestiu suas calças e caminhou até lá. Marcel se vestiu rapidamente, ligando seu link mental com os guardas. - Estamos sob ataque meu alfa! Alguma coisa está dizimando a alcateia! – um dos guardas gritou. O silêncio pairou sobre a sala, podia sentir que eles estavam se preparando para contra atacar. Afinal de contas, eram todos alfas, os mais poderosos dos territórios vizinhos. Um calafrio percorreu meu corpo febril, senti como se algo gelado tomasse conta da sala. Meu corpo enrij