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Capítulo 4 Um nome para a garota rejeitada

Uma figura alta, imponente, e intimidadora me olhava com desinteresse. Ele tem cabelos dourados como sol, que descem até seus braços fortes; as íris cintilantes como o ouro, e a pele branca como a mais fina porcelana, sem nenhum detalhe que estrague sua perfeição.

Os traços de seu rosto são milimetricamente proporcionais, a boca parece macia como um pêssego maduro, o lábio superior ligeiramente inclinado para cima, numa representação de sua superioridade.

Ele vestia preto dos pés à cabeça. As abotoaduras do punho da camisa reluziam contra a luz, revelando a joia de que era feita. O terno era sob medida, o colete de veludo negro tinha botões de dourados trabalhados. Não havia capa e nem coroa, mas instintivamente eu sabia que esse homem era de algum tipo de realeza.

Os olhos dele faiscaram, quando eu me movia inquieta. Por alguma razão eu senti o cheiro estranho que provinha dele me nocautear, como se estivesse embriagada.

- Não tem um nome? – ele perguntou, me analisando abertamente.

As pernas compridas estavam cruzadas, aquele ser magnífico pegou um aparelho celular de dentro de seu blazer.

- N..não. – eu respondi hesitante.

- Uma criança lupina sem nome. – disse curvando os lábios em um sorriso, que fez meu estômago se contorcer. – Como pode ser, algo tão selvagem.

O lugar começou a se mexer, e eu me senti desesperada. O que estava acontecendo. Olhei para a janela, e vi que estávamos subindo para o céu. Esse veículo estranho era um avião?

Agarrei os braços da poltrona com força, trincando os dentes de medo.

Vi a observação insistente permanecer focada em mim, e me senti mais miserável do que de costume. Eu estava mais suja que uma lata de lixo, meu cabelo grudento exalava um cheiro fétido, e minha pele estava pegajosa cheia de secreções ressecadas.

Quando já estava no ar, eu soltei as mãos da poltrona e me enrolei ainda mais naquele pano que estava me cobrindo, me encolhendo para desaparecer dentro dele. O tecido era grosso e tinha um revestimento macio, senti uma etiqueta encostar em meu peito, e olhei para ver.

Só então percebi que era uma capa masculina. Uma das vestes mais caras e mais importantes para o nosso mundo. Eu levantei os olhos chocada, não podia ser.

Ele me deixou usar a capa dele? Eu, uma imunda amaldiçoada?! Por que?!

- Pode dormir se quiser, a viagem pode demorar.

- Para.. para onde está me levando? - perguntei temendo pelo que estava por vir.

- Não faça perguntas. – ele olhou novamente para o aparelho, por um instante um brilho vermelho cintilou em sua íris. – Você precisa de um nome.

Em silêncio, eu somente concordei. Como poderia ter um nome se eu era praticamente uma escrava? Mas eu não podia dizer isso para ele, eu não queria contrariar essa pessoa que tinha o poder de se infiltrar em uma alcatéia e destroçar alfas como se fossem meros cães. Ele exalava perigo e eu tremia sob seus olhos.

- Ravena. – sentenciou. – Seu nome será Ravena Cairos.

Senti meu coração falhar duas batidas, me lembrei da escova de cabelos que minha mãe me deu quando era criança. Ela tinha uma palavra que começava com R gravada na parte de trás; poderia ser de Ravena? Não, eu só estava pensando demais.

Provavelmente ele me deu um nome aleatório, como ele mesmo disse, alguém sem nome era selvagem demais. Não que isso não fosse verdade, afinal ele me encontrou em uma situação tão humilhante que seria embaraçoso descrever e dizer que eu sequer tinha um nome.

Alguns minutos se passaram, e um calor confortável começou a me envolver. Os olhos dourados permaneciam em mim, como o sol de primavera, e fui cedendo ao cansaço mesmo sem querer.

Nos meus sonhos, esse homem estava ferido e precisava da minha ajuda. Minhas mãos eram pequenas como as de uma criança, e eu tentava estancar o seu sangue escuro desesperadamente. Ele me dizia coisas que eu não entendia, e seus olhos não eram aterrorizantes, eu não tinha medo.

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