Autoconfiante, determinada e acostumada a trabalhar sob pressão, Savannah Harper tem uma missão: salvar a Montserrat Enterprises da falência. Como consultora de grandes empresas, ela já lidou com homens poderosos antes, mas nenhum tão arrogante e irresistível quanto Thomas Montserrat. Bilionário, herdeiro de um império e conhecido por suas regras inflexíveis – nos negócios e na cama – Thomas não confia em ninguém. Ele não aceita ordens e não acredita no amor. Para ele, relações são apenas contratos sem envolvimento emocional. E Savannah? Bem, ela não é o tipo de mulher que aceita seguir regras que não sejam as dela. Desde o primeiro encontro, a tensão entre os dois é tangível, um jogo perigoso de provocações e desejo. Mas quando Thomas propõe um acordo inusitado, e Savannah se vê tentada a aceitar.
Ler maisO carro de Thomas deslizou pela estrada como se ele soubesse exatamente para onde estava indo. Eu, por outro lado, não fazia a menor ideia.Cruzei os braços e encostei no banco, sem disfarçar a irritação.— Se isso for um sequestro, já aviso que não sou uma boa refém.Thomas soltou um suspiro e manteve os olhos fixos na estrada.— Se fosse um sequestro, você não estaria sentada tão confortável.Revirei os olhos.O silêncio entre nós ficou incômodo, quase sufocante. Eu não gostava de ser arrastada para situações sem explicação, principalmente quando envolviam um homem como Thomas.Depois de um tempo, a paisagem mudou. Saímos do centro movimentado da cidade para uma área mais afastada, onde as luzes eram mais escassas e o ambiente parecia muito mais íntimo. Quando ele finalmente parou o carro, franzi a testa. Um restaurante. Pequeno, elegante e discreto. O tipo de lugar onde pessoas ricas vinham para escapar do caos da cidade e resolver negócios longe dos olhos do público.Thomas saiu
No final da tarde, minha assistente entrou apressada na minha sala com um bilhete em mãos.— Senhorita Harper, Harry Montserrat pediu para encontrá-la hoje.Meu olhar se ergueu imediatamente do relatório à minha frente.Harry Montserrat. Era óbvio que esse pedido viria mais cedo ou mais tarde. O verdadeiro poder por trás da Montserrat Enterprises.Peguei o bilhete e li rapidamente. Era um convite formal, direto. Ele queria me ver em sua residência. A mansão dos Montserrat, que eu já conhecia. Há dois anos, fui a um evento lá. Na época, estava salvando uma empresa pertencente a um dos poucos amigos próximos de Harry. Lembrei-me bem da imponência do lugar, da arquitetura clássica, da grandiosidade que parecia existir apenas para lembrar a todos que estavam diante de um império. E, agora, aquele império estava à beira do colapso.Ajustei a postura na cadeira, sentindo algo se encaixar no fundo da minha mente. Minha contratação veio dele. Não de Thomas. De Harry Montserrat. Talvez isso ex
Passei os dias seguintes fugindo de Thomas como se minha vida dependesse disso. Se tínhamos uma reunião, eu era objetiva. Dizia exatamente o necessário, sem rodeios, sem pausas desnecessárias. Nada de discussões longas. Nada de provocações. Eu terminava de falar e saía da sala antes de todo mundo.Se ele me chamava? Eu fingia que não ouvia. Se não dava para fingir, eu inventava uma desculpa qualquer.Se ele cruzava meu caminho no corredor, eu desviava, mudava a rota, entrava em outra sala. Parecia um jogo, mas eu sabia que não podia me deixar envolver. Só que, quanto mais eu fugia, mais ele aparecia na minha mente. Como se fugir dele fisicamente não impedisse a força gravitacional que ele exercia sobre mim.Era irritante. Quase sufocante. E eu tinha certeza absoluta de que ele estava percebendo.Cada vez que eu evitava seu olhar, cada vez que saía apressada de um ambiente onde ele estava, eu sentia aqueles olhos em mim. Observando. Esperando. E Thomas não era o tipo de homem que gosta
Chego em casa remusgando, jogando as chaves na mesa do corredor com mais força do que o necessário. Idiota. Arrogante. Pretensioso. Como alguém pode ser tão difícil? Tudo o que eu queria era que ele reconhecesse o óbvio: eu estou fazendo o que ele não conseguiu. Eu estou salvando a empresa que ele estava deixando afundar. E ainda está.Mas não, Thomas Montserrat preferiu dar de ombros e me provocar como se isso fosse um jogo. Bem, se é um jogo, ele vai perder.— Você está bem?A voz de Isabelle vem da cozinha. Respiro fundo, tentando esconder minha irritação antes de entrar, mas falho miseravelmente.Ela está sentada no balcão, tomando seu chá com a calma de quem não tem ideia da frustração que estou sentindo.— Thomas é um idiota — solto, sem rodeios.Isabelle ergue uma sobrancelha e dá um gole generoso do seu chá.— Isso não é novidade. Mas o que ele fez dessa vez?Jogo minha bolsa em cima da mesa e puxo uma cadeira.— Ele se recusa a admitir que eu estou superando ele. Que estou fa
Na manhã seguinte, entro na Montserrat Enterprises pronta para colocar meu plano em prática. Thomas pode até achar que está no controle, mas eu sei exatamente o que estou fazendo. A primeira coisa que faço é reunir os diretores e líderes de equipe para implementar as medidas emergenciais. Algumas mudanças vão ser drásticas, mas necessárias. Cortes de gastos desnecessário em outros departamentos que Thomas não quis mudanças, reestruturação de setores improdutivos e uma nova estratégia de marketing para recuperar a confiança do mercado.Thomas está presente, claro, recostado em sua cadeira com os braços cruzados e aquela expressão de tédio quase ensaiado — como se tivesse algo melhor para fazer.— Isso parece ambicioso, Harper — ele comenta, com a voz carregada de ironia. — Não está com medo de morder mais do que pode mastigar?Cruzo os braços e encaro diretamente nos olhos dele.— Se eu tivesse medo, Sr. Montserrat, não estaria aqui.Um sorriso lento se forma em seus lábios. Ele gosta
Entro em casa exausta, mas determinada a não pensar mais em Thomas Montserrat até, pelo menos, amanhã. Só que o universo parece ter outros planos. Isabelle está na sala, sentada no sofá, pintando as unhas do pé com uma paciência que eu nunca tive para essas coisas. Ela ergue os olhos quando me vê, com um sorrisinho no canto dos lábios.— Até que enfim apareceu, né? Já estava achando que a Montserrat Enterprises tinha te sequestrado.Reviro os olhos, mas acabo soltando um meio sorriso. Faz dias que evito Isabelle, não porque não quero vê-la, mas porque sei que suas perguntas viriam como uma metralhadora e, sinceramente, eu não tenho muitas respostas. Mas hoje… hoje, depois daquela reunião infernal, me vejo precisando cavar mais a fundo a vida de Thomas.Largo minha bolsa e me sento ao lado dela, observando-a passar o pincel com perfeição sobre a unha.— Como estão as coisas? — Isabelle pergunta, sem levantar o olhar, mas sei que está atenta a cada detalhe da minha expressão.— Ocupada.
O primeiro passo para salvar a Montserrat Enterprises era simples: cortar os excessos e recuperar a liquidez. A empresa estava sangrando dinheiro. Os números eram uma bagunça, e os gastos desnecessários eram tão evidentes que até uma criança de dez anos conseguiria enxergá-los.Cancelei contratos inúteis.Revisitei fornecedores.Realinhei investimentos.Em menos de duas semanas, a estrutura financeira da empresa já estava visivelmente mais sólida. E, claro, Thomas Montserrat odiava isso. Ele não gostava de ser contrariado, menos ainda de ser ignorado. E eu estava ignorando. Fazia questão de agir como se ele fosse só mais um CEO desesperado tentando provar que ainda tinha as rédeas da própria empresa.Mas a verdade era uma só: se eu não estivesse ali, ele já teria perdido tudo. E o engraçado? Mesmo com o pai dele no encalço, cobrando resultado, ele ainda tentava atrapalhar.✧ » ◇ « ✧ » ✦ « ✧ » ◇ « ✧— Você cortou o contrato com a Luxor Tech sem me consultar.A voz de Thomas soou atrás
Assim que estacionei o carro em frente ao prédio onde morava, soltei um longo suspiro e fechei os olhos por um momento, tentando dissipar a tensão que ainda vibrava em meu corpo. Eu odiava essa sensação, de estar… dividida.Saí do carro e subi rapidamente até o meu apartamento, torcendo para que Isabelle já estivesse no quarto ou ocupada com outra coisa. Eu simplesmente não estava pronta para suas perguntas afiadas sobre Thomas Montserrat. Ela me conhecia bem demais. E eu… bem, eu ainda não tinha respostas para as perguntas que ela certamente faria.Fechei a porta do quarto atrás de mim e me encostei nela, soltando a respiração que nem percebi que estava prendendo. Então, aquilo aconteceu.O instante em que Thomas me ajudou a recolher os papéis. A forma como seus dedos roçaram nos meus quando me entregou os documentos. A maneira como sua presença era sufocante, intensa a ponto de fazer minha pele formigar, de uma forma irritantemente involuntária. Eu odiava isso."Ele está jogando com
O salão de reuniões estava iluminado pela luz fria dos lustres de cristal. Sentada à mesa, de frente para um grupo de diretores e acionistas, eu mantinha a postura impecável, os ombros retos, as mãos cruzadas sobre os documentos que eu mesma havia preparado.À minha frente, Thomas Montserrat se reclinava em sua cadeira de couro preto, a expressão de quem estava prestes a se divertir às minhas custas.Maldito.— Então, senhorita Harper… — Ele começou, com aquela entonação casualmente arrogante que fazia meu sangue ferver. — Deixe-me ver se entendi. Acredita que pode salvar a minha empresa?Cruzei as pernas e inclinei levemente a cabeça para o lado, sustentando seu olhar com firmeza.— Se não acreditasse, não estaria aqui.A sombra de um sorriso brincou no canto de sua boca.— Interessante. Porque eu ainda não estou convencido.Revirei os olhos, recostando-me na cadeira.— E desde quando a sua opinião importa?Houve um breve silêncio na sala, enquanto os diretores e acionistas trocavam