Na agitada Seattle, a rotina tranquila da doutora Megan é virada do avesso quando, em uma única noite, ela salva a vida de dois homens perigosos: um poderoso mafioso e seu mortal rival. O que deveria ser apenas mais uma noite de plantão transforma-se em um jogo perigoso, onde Megan se torna alvo de perseguição implacável por parte de um dos mafiosos, determinado usá-la para conseguir o que quer. Porém, no meio do caos, Megan encontra proteção no homem que deveria temer: Benjamim, o mafioso que ela salvou. Entre ameaças, segredos e intensos confrontos, Megan descobre um lado inesperado de Benjamim – um homem marcado pelas sombras, mas também capaz de cuidado e ternura. Dividida entre o medo e os sentimentos inesperados que surgem, Megan precisará enfrentar escolhas que podem mudar sua vida para sempre. Em meio à adrenalina e à paixão, será possível resistir ao perigo... e ao coração? Um enredo cheio de suspense, romance e reviravoltas que promete prender você do começo ao fim!
Leer másMegan parou na entrada da cozinha, admirada com o que via. O local estava iluminado por um enorme lustre no teto, e tudo ali era de primeira qualidade; desde os armários planejados até os eletrodomésticos, alguns dos quais ela nem sabia para que serviam. Seus olhos logo encontraram o alvo: a geladeira.Caminhou até ela, abriu a porta e começou a procurar pelo leite. Se abaixou um pouco, vasculhando as prateleiras inferiores, sem perceber que não estava mais sozinha. Alguém havia acabado de entrar na cozinha e, naquele instante, a observava em silêncio.Sua camisola havia subido um pouco mais enquanto ela se inclinava, revelando parte da coxa à luz suave do ambiente.Benjamim se aproximou sem fazer barulho, ainda admirando a cena. Parou bem atrás dela e, com um tom divertido, finalmente quebrou o silêncio:— Lanche noturno?Megan se assustou, levantando-se de uma vez, e com o movimento brusco, bateu a cabeça na parte de cima da geladeira.— Ai! — resmungou, segurando a cabeça com uma e
Benjamim notou a tensão nos ombros de Megan, talvez até um lampejo de medo em seus olhos, e decidiu continuar, tentando suavizar o tom para mostrar que não estava irritado.— Sei que você viu o que aconteceu mais cedo com aqueles homens na sua casa. Não queria que tivesse presenciado, mas, já que viu, não vou negar. Acho melhor explicar tudo.Megan percebeu que negar seria inútil. Ele sabia de tudo; não era um blefe, como ela inicialmente imaginou. Ainda assim, Benjamim não parecia zangado com o que ela fez, o que a deixou ligeiramente aliviada.— Como eu disse, o homem que te machucou teve o que mereceu. O outro, mandei de volta para o Enzo. Você está sob minha proteção, Megan. Posso lidar com qualquer um que vier atrás de você — declarou com firmeza, na esperança de que ela entendesse quem ele era, ou pelo menos parte disso.Ela absorveu cada palavra, sentindo o coração disparar sob o peso daquele olhar intenso. Incapaz de sustentá-lo, desviou os olhos. Uma mistura confusa de gratid
Megan percebeu que ainda não tinha visto Benjamim com raiva. Muitas coisas sobre ele ainda eram incertas, e ela não sabia o que esperar. Enquanto pensava sobre isso, voltou ao assunto da mão dele.— Eu não percebi que a mão dele estava machucada, só percebi que ele não me olhava nos olhos.— Ele não queria que você percebesse a raiva transbordando em seus olhos. Benjamim é assim mesmo, tenta evitar ao máximo seu lado mais agressivo e obscuro. Odeia e tem medo de se parecer com nosso pai.— Seu pai é agressivo? — Megan questionou intrigada.— Era, mas isso é uma longa história que te conto em outra hora. Agora você precisa descansar. Amanhã podemos conversar mais sobre esse assunto. — Sophia respondeu, hesitante.Assim como era difícil para Benjamim aquele assunto, também era para ela. Sophia não gostava de se lembrar de como seu pai era com ela e seus irmãos. Depois de se despedir de Megan, saiu do quarto, deixando-a sozinha com seus pensamentos. Sophia também ficou pensativa, pois aq
Megan disparou em direção às escadas, o coração socando o peito. Precisava voltar ao quarto antes que Benjamin a flagrasse, antes que ele percebesse que ela o espionou. A imagem dele, mãos sujas de sangue, camisa manchada, queimava em sua mente. Ele não parecia alguém com humor para brincadeiras; não depois de agir tão estranho com ela e de despedaçar os homens que a atacaram. Aquela violência crua a deixou trêmula, dividida entre medo e uma inquietação que não sabia nomear.Do outro lado, Benjamin lançou um olhar afiado para a porta entreaberta, os olhos estreitados em suspeita. Terminou de dar ordens a Marcos e Caio, a voz cortante, e avançou para dentro da casa. Subiu as escadas com passos firmes, o sangue em suas roupas pesando como uma segunda pele.Não podia aparecer diante dela daquele jeito; imundo, marcado pela brutalidade. Parou diante do próprio quarto, mas seus olhos se fixaram na porta de Megan, um instante de hesitação atravessando-o como uma sombra. Soltou um suspiro pe
Megan deixou suas coisas espalhadas sobre a cama, deslizando a mão lentamente pela colcha, sentindo a textura macia como um sussurro contra sua pele. A cama, imponente e confortável, parecia prometer um descanso que ela mal podia imaginar. Caminhou até o banheiro, os olhos vagando por cada detalhe; a elegância gritava em cada canto, com uma banheira colossal que dominava o espaço e um box separado, equipado com uma ducha tão ampla que parecia desafiar o próprio conceito de banho. Aquele banheiro, sem dúvida, engolia dois ou três do seu próprio em tamanho e luxo.De volta ao quarto, ela pegou as roupas que Sophia havia emprestado e seguiu para o banho. Tinham avisado que o médico chegaria em breve, e ela precisava estar pronta, limpa, como se a água pudesse lavar mais do que apenas a sujeira do corpo.Enquanto se entregava ao calor da ducha, deixando a água escorrer como uma carícia, um som abafado cortou o ar em algum canto oculto daquela casa; um gemido rouco, carregado de agonia, es
Não era possível decifrar o que se passava na mente de Benjamim naquele momento. Quando ela abriu a boca para dizer algo, foi surpreendida por um abraço repentino. Os três que assistiam àquela cena ficaram meio atônitos com o que viam e se entreolharam, talvez compartilhando o mesmo pensamento.Benjamim a soltou do abraço, mas evitou encará-la nos olhos. Virou-se para a irmã e disse: — Leve a Megan para o quarto que mandei preparar. Empreste o que ela precisar até amanhã.Em seguida, voltou-se novamente para Megan, falando com ela, mas ainda sem a fitar diretamente: — Por favor, suba com minha irmã. Pedi que preparassem um quarto para você. Tome um banho; o médico logo estará aqui para examiná-la. A Sophia vai te emprestar o que for necessário. Se precisar de mais alguma coisa, pode falar com ela ou com qualquer funcionário desta casa. Tudo o que pedir será providenciado. Preciso resolver um assunto agora, mas logo estarei de volta e subirei para te ver.Megan achou o comportamento
Harper acabara de chegar ao apartamento de Enzo. Ele não se deu ao trabalho de buscá-la pessoalmente, delegando a tarefa a seus subordinados. Isso já a deixou irritada.— Como pôde não me buscar naquela clínica, Enzo? Mandou seus subordinados? É assim que vai me tratar agora? — gritou, furiosa.Enzo, que estava sentado, levantou-se de uma vez e agarrou o pescoço dela com força.— Quem você pensa que é para falar comigo nesse tom? Não se iluda achando que é tão especial assim. Do mesmo jeito que te coloquei na minha cama, posso te tirar dela. Não pense que abrir as pernas para mim te dá o direito de me desafiar — esclareceu, com frieza.Ele soltou o pescoço dela, deixando uma marca vermelha de seu aperto. Harper tossiu algumas vezes, levando a mão ao local machucado.— Agora saia da minha frente. Vá para o quarto de hóspedes. Não quero você na minha cama hoje — ordenou, voltando a se sentar.Harper entrou no quarto de hóspedes com passos firmes e furiosos, pressionando os dedos contra
Marcos sabia que não deveria falar sobre Benjamim com ela, mas sentia que Megan era alguém confiável; bem diferente de Harper, em quem ele nunca depositou um pingo de confiança. — O Benjamim está bem preocupado com você. Nunca o vi assim com alguém que acabou de conhecer. Na minha opinião, e conhecendo ele como eu conheço, acho que ele se encantou por você — disse Marcos, com um leve sorriso brincando nos lábios. Megan ficou surpresa com aquela declaração. Lembrou-se de como Benjamim a tratou no hospital e, por um momento, se perguntou se o que Marcos dizia poderia ser verdade. Mas logo tentou afastar esses pensamentos. Não havia a menor chance de um homem como Benjamim se interessar por ela. Além disso, se a fila de sua vida amorosa fosse finalmente andar, certamente não seria com um mafioso. Por mais que tentasse ignorar essas ideias, a curiosidade persistia. Queria saber mais sobre ele. Quanto mais informações tivesse sobre o terreno em que estava pisando, melhor saberia como
Após dar as ordens, Marcos começou a dirigir e, com um movimento rápido, tocou o dispositivo em sua orelha, conectando-se diretamente com Benjamim, que atendeu no mesmo instante. — Me diz que está com ela! — perguntou, a voz carregada de nervosismo. — Sim, Benjamim, ela está comigo no carro — respondeu Marcos, ouvindo o suspiro vindo do chefe.— Ela está machucada? — indagou Benjamim, o tom agora tingido de preocupação. Marcos lançou um olhar para Megan, que o encarou de volta antes que ele respondesse. Ela acompanhava a conversa atentamente, ciente de que falavam sobre ela — o que tornava cada palavra de seu interesse. — Está com um corte no braço e um pequeno ferimento na boca. Me desculpe, não consegui impedir a agressão — admitiu ele, a voz carregada de pesar. — Traga ela para minha casa. Aqui eu vejo o que vou fazer. Quero quem fez isso com ela na minha frente, vivo — ordenou Benjamim, a autoridade cortante em cada sílaba. — Sim, senhor. Estou a caminho — respondeu Ma