Início / Máfia / Encontro Inesperado / Se sentindo encurralada
Se sentindo encurralada

Megan sentiu o coração acelerar ao vê-lo desmaiado. Com mãos trêmulas, alcançou o aparelho de pressão e verificou seu estado. A pressão de Benjamim havia despencado, e ela precisava agir rápido. Ele não podia morrer ali, não em sua casa. Isso era algo que ela jamais permitiria.

— Nem pense em morrer aqui. Você vai sair daqui vivo — murmurou, mesmo sabendo que ele não podia ouvi-la.

O suor escorria por seu rosto, misturando-se à tensão que dominava o ambiente. Sem os equipamentos adequados, cada movimento parecia um desafio monumental. Megan limpou a ferida mais uma vez e começou a suturá-la. Em todos os seus anos de medicina, nunca havia sentido tanto medo de perder um paciente. Ele havia sido claro sobre quem era, e o nome que mencionou ecoava em sua mente, inconfundível.

Ela não queria se envolver com pessoas perigosas, mas parecia que o destino tinha outros planos. O passado de sua família com mafiosos já havia trazido desgraça suficiente, e agora, ali estava ela, lutando para salvar a vida de mais um; ironicamente, para preservar a sua própria.

Com toda a experiência que possuía, Megan fez o melhor que podia. Aplicou a medicação disponível em sua casa e só lhe restava esperar por uma reação. Ao medir a pressão novamente, notou uma leve melhora. Não estava mais tão baixa.

— Por favor, não me assuste assim de novo — sussurrou, exausta, deixando-se cair no chão. — Preciso que alguém venha tirar você daqui.

Megan retirou a máscara e as luvas, pegou o celular e lançou um olhar inquieto para o homem ainda desacordado. Ela deveria ligar para a polícia, mas... e depois? Sua vida se tornaria um caos, e o medo de que Benjamim voltasse para se vingar a consumiria. Esses pensamentos a atormentavam quando uma ideia surgiu. Com cuidado, começou a vasculhar os bolsos dele em busca de um celular.

O aparelho estava lá, mas descarregado. Por sorte, ela tinha como carregá-lo.

— Você deve ter algum contato de emergência... e eu preciso que venham te buscar — murmurou, enquanto conectava o celular ao carregador.

Exausta, Megan se aproximou novamente de Benjamim. O cansaço pesava em seus ombros, mas descansar não era uma opção, não com um mafioso à beira da morte em seu sofá. Ela limpou a bagunça ao redor, organizou o ambiente e, só então, voltou sua atenção para ele.

Com uma toalha úmida em mãos, Megan começou a limpar o sangue que manchava sua camisa. Com cuidado, retirou a peça, revelando o físico dele. Os músculos abdominais eram bem definidos, a pele limpa, sem nenhum fio de cabelo aparente. Seu rosto, marcado por uma cicatriz na sobrancelha esquerda, era surpreendentemente bonito. Algumas mechas de cabelo caíam sobre a testa, suavizando sua expressão.

A cicatriz, longe de ser um defeito, parecia dar-lhe um charme peculiar. Megan se pegou observando os detalhes daquele homem viril e impressionante em seu sofá. Sem perceber, mordia o canto dos lábios, até que a realidade a trouxe de volta.

— Controle-se, Megan. Não deixe a abstinência falar mais alto. Foco. Este não é o momento para pensar nesse tipo de coisa — repreendeu-se, tentando recuperar a postura profissional.

Após se corrigir, ela terminou de limpar Benjamim, sentindo o peso do cansaço sobre si. Precisava de um banho e de descanso, mas não havia tempo para isso. Levantou-se e foi até a mesinha para verificar o celular. Ligou o aparelho e suspirou ao perceber que estava bloqueado.

— Ótimo! Claro que não seria fácil assim, Megan — murmurou, frustrada, enquanto desconectava o celular do carregador e se aproximava de Benjamim para tentar desbloqueá-lo com a digital.

Foi então que notou o suor em sua testa. Ao tocar sua pele, percebeu que ele estava febril. Megan estava prestes a tentar desbloquear o celular quando o aparelho tocou. Na tela, apareceu o nome “Caio”. Sem saber quem era, decidiu atender, mas esperou que a pessoa do outro lado tomasse a iniciativa.

— Alô? Benjamim? Onde você está? Está tudo bem?

— Olá! Quem está falando não é o Benjamim — respondeu, hesitante. — Ele levou um tiro. Consegui remover a bala, mas ele está começando a ter febre e precisa de medicação.

— Quem está falando? Onde está o Benjamim? — Caio perguntou, com impaciência e irritação evidentes.

— Meu nome é Megan. Seu amigo me abordou e me obrigou a ajudá-lo com o ferimento. Ele está desacordado e preciso que você venha buscá-lo.

— Me diz o endereço que estou indo agora — disse Caio, com determinação evidente em sua voz.

Megan hesitou por alguns segundos, respirou fundo e, finalmente, passou o endereço. Aquela parecia ser a única maneira de tirar Benjamim de sua casa, mas também a deixava vulnerável. Ela não fazia ideia de quem eram aqueles homens ou do que seriam capazes.

Pensamentos sombrios começaram a invadi-la. E se quisessem silenciá-la? No hospital, havia outras pessoas, mas ali, em sua casa, estava completamente sozinha. Se a matassem, quem saberia? A ideia a deixou ainda mais nervosa, e o peso da decisão parecia esmagá-la.

Enquanto aguardava a chegada de Caio, Megan não conseguia afastar a sensação de que algo terrível estava prestes a acontecer. O nervosismo a consumia, e os minutos se arrastavam como horas. Tentando se distrair, verificou Benjamim mais uma vez. Quando estava prestes a se sentar, a campainha tocou.

Seu coração disparou. Megan olhou no monitor perto da porta, a câmera de segurança e sentiu o sangue gelar. Não havia apenas um carro estacionado na porta, mas três. E não era apenas um homem que havia chegado, mas vários. Ela levou a mão ao interfone, mas hesitou antes de apertar o botão. A dúvida a corroía. Se não abrisse, eles poderiam entrar à força, e isso talvez fosse ainda pior.

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App