Enzo aguardava, impaciente, as informações que havia solicitado sobre a médica. Já tinha sido informado de que as flores haviam sido entregues, mas não conseguia se concentrar. Seu telefone tocou mais uma vez e, para sua infelicidade, era Harper. Com um suspiro pesado, ele se deu por vencido e decidiu atender. Em sua mente, a dúvida persistia: como Benjamim aguentou por tanto tempo?— O que foi, Harper? — Atendeu de forma ríspida, sem esconder sua irritação.— Eu já estou acordada há horas e você nem veio me ver. Quando vem? — disse ela, com um tom exageradamente dengoso.— Harper, eu sou um homem ocupado. Não tenho tempo para brincar de casinha com você ou fingir que sou um marido preocupado. Aliás, nem namorados somos. Você sabe que eu não namoro! Somos amantes, e é melhor que você entenda isso de uma vez. Quando eu puder, eu passo aí. — E, sem esperar resposta, desligou o telefone, soltando um novo suspiro de impaciência.Do outro lado, Harper olhou incrédula para o celular em suas
Benjamim pegou o celular dela e digitou algo rapidamente. Em seguida, ligou para o próprio número usando o aparelho dela.— Pronto, salvei meu número no seu celular e agora também tenho o seu. Pode me ligar a qualquer hora, seja de dia ou de noite. Inclusive, se o Enzo aparecer — disse ele, devolvendo o celular para Megan.Ela pegou o aparelho de volta, observando o número que ele havia registrado. O fato de Benjamim ter agendado aquele contato não significava que ela pretendia usá-lo. Quanto mais distante ficasse daquele tipo de situação, melhor seria.Por alguns instantes, os dois se encararam. E lá estava novamente aquele olhar — o mesmo que ele havia lançado a ela em sua casa. Megan sentiu-se inquieta, como uma presa diante de seu predador. Mas, ao mesmo tempo, havia algo quente e irresistível na forma como ele a olhava. Sem perceber, Megan mordeu os lábios. Benjamim, então, levou a mão ao rosto dela, sem hesitar dessa vez.— Não morda os lábios desse jeito; você não faz ideia de
Megan estava deitada na cama enquanto Lucas a examinava mais uma vez. Benjamim permanecia ao lado, observando Lucas com atenção, enquanto Linda analisava os dois homens à sua frente. Ela já havia percebido a tensão no ar e sabia que algo interessante estava prestes a acontecer.— Não precisa se preocupar, ela está se recuperando bem e em boas mãos. No caso dela, foi apenas uma queda de pressão. Provavelmente não se alimentou direito ou passou por alguma situação estressante. Logo ela estará acordada. Sendo assim, acredito que não há necessidade de o senhor permanecer aqui, já que não faz parte da família — declarou Lucas, com um tom um pouco ríspido.Benjamim arqueou uma sobrancelha, avaliando Lucas. Aquelas palavras deixaram claro que ele queria marcar território. Mas as coisas não funcionavam assim com Benjamim, e ele pensou: "Se é assim que quer jogar, então vamos jogar."Melinda, posicionada ao lado, estava adorando a cena. Era quase possível ver as faíscas no olhar dos dois homen
Benjamim virou a cabeça lentamente, percebendo que era Lucas novamente. Seu maxilar travou instantaneamente; aquele homem já o estava irritando além do limite. Ele sabia que o melhor seria sair dali antes que fizesse algo que pudesse lhe comprometer. Mas, antes de ir, Benjamim decidiu provocar um pouco mais. Com um gesto calculado, levou uma das mãos ao rosto dela e disse:— Acho melhor eu ir. Nos vemos mais tarde, minha pequena — murmurou, enquanto seus dedos deslizavam suavemente pelo rosto dela.Levantando-se, Benjamim lhe deu um sorriso enigmático e se virou para sair, sem dar tempo para que Megan processasse o que acabara de acontecer. Ao passar por Lucas, o sorriso desapareceu, sendo substituído por um olhar assassino que fez o outro engolir seco.Quando Benjamim finalmente saiu, o quarto mergulhou em um silêncio constrangedor. Megan, incomodada com a tensão no ar, decidiu quebrar o silêncio:— Por que voltou? Precisa de alguma coisa?Lucas sentou-se na cama, fixando o olhar em
No movimentado hospital particular no centro de Seattle, Megan Davis acabara de terminar mais uma cirurgia e voltava para seu escritório. O desânimo e o cansaço eram evidentes em sua expressão, mas, acima de tudo, o que mais pesava era ter que trabalhar com seu ex-namorado e a atual namorada dele. Assim como Megan, Lucas era médico e trabalhava no mesmo hospital e, naquele dia, estavam no mesmo plantão. Ter que ver Lucas quase todos os dias e, em alguns momentos, acompanhado de sua nova namorada era, no mínimo, torturante. Ela parou seus passos quando o viu passar sorrindo, enquanto conversava com a namorada.— Quando vai superar? Até parece que gosta de sofrer — falou Melinda, chamando a atenção de Megan.— Acha mesmo que não quero superá-lo e seguir em frente, Linda? Isso é tudo o que eu mais quero, mas você sabe como esse término me deixou insegura. Você, melhor do que ninguém, sabe das palavras que ele usou quando terminou comigo — murmurou Megan, enquanto voltavam a caminhar.—
Quando Megan se aproximou da cozinha, ouviu vozes alteradas. Uma delas era inconfundivelmente de Melinda. Reconhecendo a voz da amiga, Megan apressou-se na direção de onde parecia estar acontecendo uma discussão. Ao entrar na cozinha, deparou-se com Ivan e Melinda discutindo acaloradamente. Embora não prestasse atenção a todos os detalhes da conversa, ficou claro para ela que o motivo era ciúmes.De repente, Ivan empurrou Melinda, que bateu contra o balcão. Ao ver sua amiga ser agredida, Megan sentiu uma onda de coragem surgir de um lugar que nem sabia existir. Sem hesitar, ela interveio. Empurrou Ivan e ergueu a voz:— Que merda você pensa que está fazendo? Você não tem o direito de encostar nela! Você não é pai dela, Ivan, é só o maldito namorado!Megan não era do tipo que confrontava as pessoas, especialmente quando se tratava de si mesma. Mas, quando o assunto envolvia aqueles que amava, tudo mudava num piscar de olhos. Ela também não costumava xingar, mas naquele momento, aprovei
Megan chegou em casa, mas não conseguia tirar Melinda da cabeça. A preocupação com a amiga naquela festa, principalmente com o que Ivan pudesse fazer, a consumia. Assim que guardou as chaves, mandou uma mensagem para Melinda e decidiu que só ficaria tranquila quando obtivesse uma resposta.Enquanto esperava, sentiu o corpo tenso. Seus olhos vagaram até o pequeno bar da sala, e ela resolveu beber algo. Sentia que merecia; e precisava, daquilo. Escolheu um vinho, serviu-se e voltou ao sofá. Com o celular nas mãos, Megan olhava ao redor e, pela primeira vez em muito tempo, reconheceu sua solidão. Essa era sua rotina ultimamente: sair do hospital e voltar para casa. Sua vida parecia completamente desprovida de emoção; algo que Lucas fez questão de jogar em sua cara no término.Inquieta, levantou-se e se aproximou do espelho no aparador. Estudou seu reflexo. Era uma mulher morena, alta, com um e setenta, cabelos lisos e olhos castanhos. Sim, podia se considerar bonita, mas sabia que certos
Caio o tirou de seus pensamentos ao avisar que haviam chegado. Benjamin conferiu sua arma e a munição antes de descer do carro. Ele nunca saía desarmado, nem mesmo quando ia para a casa dela. Subiu os degraus e tocou a campainha. Tinha a chave do apartamento, mas, naquele momento, não estava com ela. Logo, a porta se abriu, revelando Harper, que o recebeu com um sorriso radiante.— Entre, eu estava te esperando — disse ela, dando espaço para que ele passasse.Harper era uma mulher loira, de um metro e sessenta, dona de olhos verdes que pareciam hipnotizar. Aos olhos de todos, era linda e irresistível, capaz de atrair olhares por onde passava. Benjamin deslizou a mão para sua cintura, puxando-a para mais perto, e murmurou com um sorriso provocativo:— Achei que fosse me esperar vestida com aquela lingerie da foto que me mandou.Ela arqueou uma sobrancelha, os lábios curvando-se em um sorriso malicioso.— Pensei que fosse melhor esperar você sem ela.O tom sensual de sua voz fez o corpo