Mesmo sem entender o motivo de tanta pressa, Linda atendeu ao pedido dela e retirou o acesso. Antes, porém, ofereceu alguns conselhos à amiga:— Você deveria tirar umas férias e viajar com aquele bonitão ou, sei lá, conhecer alguém novo. Só precisa sair um pouco desse hospital.Megan teve vontade de repreender Melinda, mas, no fundo, sabia que ela tinha razão. Há tempos não tirava férias, e uma mudança de ares lhe faria bem. Nos últimos dias, o estresse estava pesando cada vez mais.— Vou falar com o diretor sobre isso. Pensando bem, você tem razão; preciso me afastar um pouco daqui.Enquanto dizia isso, Megan refletiu sobre a resposta que ainda não queria dar a Lucas. Precisava pensar com calma no que fazer, e tirar uma licença parecia, de fato, uma boa ideia.*****Marcos era o tipo de homem que não passava despercebido. Seu porte atlético, o rosto atraente e as roupas bem escolhidas chamavam a atenção por onde quer que fosse. Mesmo assim, dirigiu-se à recepção do hospital com um ob
Megan saiu do hospital determinada a ir direto para casa. Não queria fazer paradas pelo caminho nem encontrar ninguém, como Linda havia sugerido. Tudo o que ela desejava era mergulhar em um banho de banheira quente, acompanhada de uma boa taça de vinho; e era exatamente isso que ela planejava fazer. Mal sabia ela que Marcos a seguia discretamente. Sem perceber a presença dele, Megan continuou seu trajeto até parar em um posto de gasolina. Enquanto o tanque era abastecido, ela aproveitou para entrar na loja de conveniência. Comprou uma garrafa de vinho; essencial para seu plano e algumas barras de chocolate, pois tinha certeza de que precisaria daquele conforto extra. Depois disso, não houve mais paradas. Ela chegou em casa quando o céu já começava a escurecer, tingido por tons de laranja e cinza.Estacionou o carro na garagem e esperou o portão automático se fechar completamente antes de sair do veículo. Desde o incidente com os mafiosos; uma história que misturava seu trabalho e inv
Ao notar o outro homem, Megan tentou chamar a atenção deles para evitar que percebessem a chegada de seu possível salvador. — O que vocês querem? — perguntou ela, tentando distraí-los. — Nosso chefe quer falar com você. E pensar que quase nos vimos antes... Que mundo pequeno — respondeu um deles, aproximando-se um pouco mais dela. Megan não entendeu o que ele quis dizer com aquilo, mas não teve tempo de questionar. Naquele instante, Marcos, que os observava escondido, agiu com rapidez impressionante. Primeiro, acertou a cabeça do homem que estava em pé com a coronha da pistola, derrubando-o no chão. Em seguida, com agilidade, imobilizou o que estava agachado perto dela. Ele agarrou a mão que segurava a arma e o afastou de Megan em um movimento preciso. — Vai para o quarto, se tranca lá e só sai quando eu mandar — ordenou ele, em um tom firme e autoritário.Ela tomou impulso e se levantou, ignorando a dor aguda que sentiu no braço pelo esforço. Correu para o quarto e o trancou,
Após dar as ordens, Marcos começou a dirigir e, com um movimento rápido, tocou o dispositivo em sua orelha, conectando-se diretamente com Benjamim, que atendeu no mesmo instante. — Me diz que está com ela! — perguntou, a voz carregada de nervosismo. — Sim, Benjamim, ela está comigo no carro — respondeu Marcos, ouvindo o suspiro vindo do chefe.— Ela está machucada? — indagou Benjamim, o tom agora tingido de preocupação. Marcos lançou um olhar para Megan, que o encarou de volta antes que ele respondesse. Ela acompanhava a conversa atentamente, ciente de que falavam sobre ela — o que tornava cada palavra de seu interesse. — Está com um corte no braço e um pequeno ferimento na boca. Me desculpe, não consegui impedir a agressão — admitiu ele, a voz carregada de pesar. — Traga ela para minha casa. Aqui eu vejo o que vou fazer. Quero quem fez isso com ela na minha frente, vivo — ordenou Benjamim, a autoridade cortante em cada sílaba. — Sim, senhor. Estou a caminho — respondeu Ma
Marcos sabia que não deveria falar sobre Benjamim com ela, mas sentia que Megan era alguém confiável; bem diferente de Harper, em quem ele nunca depositou um pingo de confiança. — O Benjamim está bem preocupado com você. Nunca o vi assim com alguém que acabou de conhecer. Na minha opinião, e conhecendo ele como eu conheço, acho que ele se encantou por você — disse Marcos, com um leve sorriso brincando nos lábios. Megan ficou surpresa com aquela declaração. Lembrou-se de como Benjamim a tratou no hospital e, por um momento, se perguntou se o que Marcos dizia poderia ser verdade. Mas logo tentou afastar esses pensamentos. Não havia a menor chance de um homem como Benjamim se interessar por ela. Além disso, se a fila de sua vida amorosa fosse finalmente andar, certamente não seria com um mafioso. Por mais que tentasse ignorar essas ideias, a curiosidade persistia. Queria saber mais sobre ele. Quanto mais informações tivesse sobre o terreno em que estava pisando, melhor saberia como
Harper acabara de chegar ao apartamento de Enzo. Ele não se deu ao trabalho de buscá-la pessoalmente, delegando a tarefa a seus subordinados. Isso já a deixou irritada.— Como pôde não me buscar naquela clínica, Enzo? Mandou seus subordinados? É assim que vai me tratar agora? — gritou, furiosa.Enzo, que estava sentado, levantou-se de uma vez e agarrou o pescoço dela com força.— Quem você pensa que é para falar comigo nesse tom? Não se iluda achando que é tão especial assim. Do mesmo jeito que te coloquei na minha cama, posso te tirar dela. Não pense que abrir as pernas para mim te dá o direito de me desafiar — esclareceu, com frieza.Ele soltou o pescoço dela, deixando uma marca vermelha de seu aperto. Harper tossiu algumas vezes, levando a mão ao local machucado.— Agora saia da minha frente. Vá para o quarto de hóspedes. Não quero você na minha cama hoje — ordenou, voltando a se sentar.Harper entrou no quarto de hóspedes com passos firmes e furiosos, pressionando os dedos contra
Não era possível decifrar o que se passava na mente de Benjamim naquele momento. Quando ela abriu a boca para dizer algo, foi surpreendida por um abraço repentino. Os três que assistiam àquela cena ficaram meio atônitos com o que viam e se entreolharam, talvez compartilhando o mesmo pensamento.Benjamim a soltou do abraço, mas evitou encará-la nos olhos. Virou-se para a irmã e disse: — Leve a Megan para o quarto que mandei preparar. Empreste o que ela precisar até amanhã.Em seguida, voltou-se novamente para Megan, falando com ela, mas ainda sem a fitar diretamente: — Por favor, suba com minha irmã. Pedi que preparassem um quarto para você. Tome um banho; o médico logo estará aqui para examiná-la. A Sophia vai te emprestar o que for necessário. Se precisar de mais alguma coisa, pode falar com ela ou com qualquer funcionário desta casa. Tudo o que pedir será providenciado. Preciso resolver um assunto agora, mas logo estarei de volta e subirei para te ver.Megan achou o comportamento
Megan deixou suas coisas espalhadas sobre a cama, deslizando a mão lentamente pela colcha, sentindo a textura macia como um sussurro contra sua pele. A cama, imponente e confortável, parecia prometer um descanso que ela mal podia imaginar. Caminhou até o banheiro, os olhos vagando por cada detalhe; a elegância gritava em cada canto, com uma banheira colossal que dominava o espaço e um box separado, equipado com uma ducha tão ampla que parecia desafiar o próprio conceito de banho. Aquele banheiro, sem dúvida, engolia dois ou três do seu próprio em tamanho e luxo.De volta ao quarto, ela pegou as roupas que Sophia havia emprestado e seguiu para o banho. Tinham avisado que o médico chegaria em breve, e ela precisava estar pronta, limpa, como se a água pudesse lavar mais do que apenas a sujeira do corpo.Enquanto se entregava ao calor da ducha, deixando a água escorrer como uma carícia, um som abafado cortou o ar em algum canto oculto daquela casa; um gemido rouco, carregado de agonia, es