Megan saiu do hospital determinada a ir direto para casa. Não queria fazer paradas pelo caminho nem encontrar ninguém, como Linda havia sugerido. Tudo o que ela desejava era mergulhar em um banho de banheira quente, acompanhada de uma boa taça de vinho; e era exatamente isso que ela planejava fazer. Mal sabia ela que Marcos a seguia discretamente. Sem perceber a presença dele, Megan continuou seu trajeto até parar em um posto de gasolina. Enquanto o tanque era abastecido, ela aproveitou para entrar na loja de conveniência. Comprou uma garrafa de vinho; essencial para seu plano e algumas barras de chocolate, pois tinha certeza de que precisaria daquele conforto extra. Depois disso, não houve mais paradas. Ela chegou em casa quando o céu já começava a escurecer, tingido por tons de laranja e cinza.Estacionou o carro na garagem e esperou o portão automático se fechar completamente antes de sair do veículo. Desde o incidente com os mafiosos; uma história que misturava seu trabalho e inv
Ao notar o outro homem, Megan tentou chamar a atenção deles para evitar que percebessem a chegada de seu possível salvador. — O que vocês querem? — perguntou ela, tentando distraí-los. — Nosso chefe quer falar com você. E pensar que quase nos vimos antes... Que mundo pequeno — respondeu um deles, aproximando-se um pouco mais dela. Megan não entendeu o que ele quis dizer com aquilo, mas não teve tempo de questionar. Naquele instante, Marcos, que os observava escondido, agiu com rapidez impressionante. Primeiro, acertou a cabeça do homem que estava em pé com a coronha da pistola, derrubando-o no chão. Em seguida, com agilidade, imobilizou o que estava agachado perto dela. Ele agarrou a mão que segurava a arma e o afastou de Megan em um movimento preciso. — Vai para o quarto, se tranca lá e só sai quando eu mandar — ordenou ele, em um tom firme e autoritário.Ela tomou impulso e se levantou, ignorando a dor aguda que sentiu no braço pelo esforço. Correu para o quarto e o trancou,
Após dar as ordens, Marcos começou a dirigir e, com um movimento rápido, tocou o dispositivo em sua orelha, conectando-se diretamente com Benjamim, que atendeu no mesmo instante. — Me diz que está com ela! — perguntou, a voz carregada de nervosismo. — Sim, Benjamim, ela está comigo no carro — respondeu Marcos, ouvindo o suspiro vindo do chefe.— Ela está machucada? — indagou Benjamim, o tom agora tingido de preocupação. Marcos lançou um olhar para Megan, que o encarou de volta antes que ele respondesse. Ela acompanhava a conversa atentamente, ciente de que falavam sobre ela — o que tornava cada palavra de seu interesse. — Está com um corte no braço e um pequeno ferimento na boca. Me desculpe, não consegui impedir a agressão — admitiu ele, a voz carregada de pesar. — Traga ela para minha casa. Aqui eu vejo o que vou fazer. Quero quem fez isso com ela na minha frente, vivo — ordenou Benjamim, a autoridade cortante em cada sílaba. — Sim, senhor. Estou a caminho — respondeu Ma
Marcos sabia que não deveria falar sobre Benjamim com ela, mas sentia que Megan era alguém confiável; bem diferente de Harper, em quem ele nunca depositou um pingo de confiança. — O Benjamim está bem preocupado com você. Nunca o vi assim com alguém que acabou de conhecer. Na minha opinião, e conhecendo ele como eu conheço, acho que ele se encantou por você — disse Marcos, com um leve sorriso brincando nos lábios. Megan ficou surpresa com aquela declaração. Lembrou-se de como Benjamim a tratou no hospital e, por um momento, se perguntou se o que Marcos dizia poderia ser verdade. Mas logo tentou afastar esses pensamentos. Não havia a menor chance de um homem como Benjamim se interessar por ela. Além disso, se a fila de sua vida amorosa fosse finalmente andar, certamente não seria com um mafioso. Por mais que tentasse ignorar essas ideias, a curiosidade persistia. Queria saber mais sobre ele. Quanto mais informações tivesse sobre o terreno em que estava pisando, melhor saberia como
Harper acabara de chegar ao apartamento de Enzo. Ele não se deu ao trabalho de buscá-la pessoalmente, delegando a tarefa a seus subordinados. Isso já a deixou irritada.— Como pôde não me buscar naquela clínica, Enzo? Mandou seus subordinados? É assim que vai me tratar agora? — gritou, furiosa.Enzo, que estava sentado, levantou-se de uma vez e agarrou o pescoço dela com força.— Quem você pensa que é para falar comigo nesse tom? Não se iluda achando que é tão especial assim. Do mesmo jeito que te coloquei na minha cama, posso te tirar dela. Não pense que abrir as pernas para mim te dá o direito de me desafiar — esclareceu, com frieza.Ele soltou o pescoço dela, deixando uma marca vermelha de seu aperto. Harper tossiu algumas vezes, levando a mão ao local machucado.— Agora saia da minha frente. Vá para o quarto de hóspedes. Não quero você na minha cama hoje — ordenou, voltando a se sentar.Harper entrou no quarto de hóspedes com passos firmes e furiosos, pressionando os dedos contra
Não era possível decifrar o que se passava na mente de Benjamim naquele momento. Quando ela abriu a boca para dizer algo, foi surpreendida por um abraço repentino. Os três que assistiam àquela cena ficaram meio atônitos com o que viam e se entreolharam, talvez compartilhando o mesmo pensamento.Benjamim a soltou do abraço, mas evitou encará-la nos olhos. Virou-se para a irmã e disse: — Leve a Megan para o quarto que mandei preparar. Empreste o que ela precisar até amanhã.Em seguida, voltou-se novamente para Megan, falando com ela, mas ainda sem a fitar diretamente: — Por favor, suba com minha irmã. Pedi que preparassem um quarto para você. Tome um banho; o médico logo estará aqui para examiná-la. A Sophia vai te emprestar o que for necessário. Se precisar de mais alguma coisa, pode falar com ela ou com qualquer funcionário desta casa. Tudo o que pedir será providenciado. Preciso resolver um assunto agora, mas logo estarei de volta e subirei para te ver.Megan achou o comportamento
Megan deixou suas coisas espalhadas sobre a cama, deslizando a mão lentamente pela colcha, sentindo a textura macia como um sussurro contra sua pele. A cama, imponente e confortável, parecia prometer um descanso que ela mal podia imaginar. Caminhou até o banheiro, os olhos vagando por cada detalhe; a elegância gritava em cada canto, com uma banheira colossal que dominava o espaço e um box separado, equipado com uma ducha tão ampla que parecia desafiar o próprio conceito de banho. Aquele banheiro, sem dúvida, engolia dois ou três do seu próprio em tamanho e luxo.De volta ao quarto, ela pegou as roupas que Sophia havia emprestado e seguiu para o banho. Tinham avisado que o médico chegaria em breve, e ela precisava estar pronta, limpa, como se a água pudesse lavar mais do que apenas a sujeira do corpo.Enquanto se entregava ao calor da ducha, deixando a água escorrer como uma carícia, um som abafado cortou o ar em algum canto oculto daquela casa; um gemido rouco, carregado de agonia, es
Megan disparou em direção às escadas, o coração socando o peito. Precisava voltar ao quarto antes que Benjamin a flagrasse, antes que ele percebesse que ela o espionou. A imagem dele, mãos sujas de sangue, camisa manchada, queimava em sua mente. Ele não parecia alguém com humor para brincadeiras; não depois de agir tão estranho com ela e de despedaçar os homens que a atacaram. Aquela violência crua a deixou trêmula, dividida entre medo e uma inquietação que não sabia nomear.Do outro lado, Benjamin lançou um olhar afiado para a porta entreaberta, os olhos estreitados em suspeita. Terminou de dar ordens a Marcos e Caio, a voz cortante, e avançou para dentro da casa. Subiu as escadas com passos firmes, o sangue em suas roupas pesando como uma segunda pele.Não podia aparecer diante dela daquele jeito; imundo, marcado pela brutalidade. Parou diante do próprio quarto, mas seus olhos se fixaram na porta de Megan, um instante de hesitação atravessando-o como uma sombra. Soltou um suspiro pe