Benjamim virou a cabeça lentamente, percebendo que era Lucas novamente. Seu maxilar travou instantaneamente; aquele homem já o estava irritando além do limite. Ele sabia que o melhor seria sair dali antes que fizesse algo que pudesse lhe comprometer. Mas, antes de ir, Benjamim decidiu provocar um pouco mais. Com um gesto calculado, levou uma das mãos ao rosto dela e disse:— Acho melhor eu ir. Nos vemos mais tarde, minha pequena — murmurou, enquanto seus dedos deslizavam suavemente pelo rosto dela.Levantando-se, Benjamim lhe deu um sorriso enigmático e se virou para sair, sem dar tempo para que Megan processasse o que acabara de acontecer. Ao passar por Lucas, o sorriso desapareceu, sendo substituído por um olhar assassino que fez o outro engolir seco.Quando Benjamim finalmente saiu, o quarto mergulhou em um silêncio constrangedor. Megan, incomodada com a tensão no ar, decidiu quebrar o silêncio:— Por que voltou? Precisa de alguma coisa?Lucas sentou-se na cama, fixando o olhar em
Lágrimas escorriam pelo rosto de Megan, traiçoeiras, sem sua permissão. Essas perguntas a corroíam havia tanto tempo que, de certa forma, foi um alívio finalmente colocar tudo para fora.— Eu pensei que você jamais estaria disposta a mudar por mim. Acabei me deixando levar quando conheci alguém que era o que eu queria que você fosse. Mas eu ainda tenho sentimentos por você... e sei que você ainda me ama. — Lucas disse, sua mão pousando suavemente no rosto de Megan.Aquele toque, aquelas mãos; por tanto tempo ela sentiu falta disso. Megan fechou os olhos, permitindo-se sentir novamente o calor da pele de Lucas. Não deveria, mas precisava saber se ainda sentiria o mesmo. Com um suspiro breve, Megan abriu os olhos, fixando-os em Lucas.— Eu estava com medo de que te machucassem. Quando os vi te empurrando, eu só... agi. Não pensei em mais nada. Mas, Lucas, não sei se posso ser essa mulher o tempo todo.Megan sabia, no fundo, que nunca conseguiria ser exatamente como Lucas queria. Apesar
Marcos terminou o banho, se arrumou e saiu do quarto, dirigindo-se às escadarias da imponente mansão de Benjamim. No caminho, encontrou Sophia, que também seguia para as escadas.— Aonde você pensa que vai, pirralha? — perguntou, enquanto a abraçava e beijava sua cabeça.— Já faz tempo que deixei de ser uma pirralha — retrucou ela, apontando para a própria altura.— Para mim, você sempre será minha pirralha. Mas não desconversa, está planejando sair?— Não, estou esperando o Benjamim voltar para casa. Quero ter certeza de que ele está realmente bem e que aquela bala não foi nada sério — respondeu, com um tom de preocupação. Marcos interrompeu os passos no meio do degrau, recuou ligeiramente e perguntou, surpreso:— Espera, está me dizendo que o Benjamim foi baleado? Como isso aconteceu?— O Caio não te contou? Aquela pilantra da Harper estava traindo meu irmão com o Enzo e armou uma emboscada — explicou Sophia, com o rosto tomado por indignação.— Eu estava em uma missão... Imagino q
Mesmo sem entender o motivo de tanta pressa, Linda atendeu ao pedido dela e retirou o acesso. Antes, porém, ofereceu alguns conselhos à amiga:— Você deveria tirar umas férias e viajar com aquele bonitão ou, sei lá, conhecer alguém novo. Só precisa sair um pouco desse hospital.Megan teve vontade de repreender Melinda, mas, no fundo, sabia que ela tinha razão. Há tempos não tirava férias, e uma mudança de ares lhe faria bem. Nos últimos dias, o estresse estava pesando cada vez mais.— Vou falar com o diretor sobre isso. Pensando bem, você tem razão; preciso me afastar um pouco daqui.Enquanto dizia isso, Megan refletiu sobre a resposta que ainda não queria dar a Lucas. Precisava pensar com calma no que fazer, e tirar uma licença parecia, de fato, uma boa ideia.*****Marcos era o tipo de homem que não passava despercebido. Seu porte atlético, o rosto atraente e as roupas bem escolhidas chamavam a atenção por onde quer que fosse. Mesmo assim, dirigiu-se à recepção do hospital com um ob
No movimentado hospital particular no centro de Seattle, Megan Davis acabara de terminar mais uma cirurgia e voltava para seu escritório. O desânimo e o cansaço eram evidentes em sua expressão, mas, acima de tudo, o que mais pesava era ter que trabalhar com seu ex-namorado e a atual namorada dele. Assim como Megan, Lucas era médico e trabalhava no mesmo hospital e, naquele dia, estavam no mesmo plantão. Ter que ver Lucas quase todos os dias e, em alguns momentos, acompanhado de sua nova namorada era, no mínimo, torturante. Ela parou seus passos quando o viu passar sorrindo, enquanto conversava com a namorada.— Quando vai superar? Até parece que gosta de sofrer — falou Melinda, chamando a atenção de Megan.— Acha mesmo que não quero superá-lo e seguir em frente, Linda? Isso é tudo o que eu mais quero, mas você sabe como esse término me deixou insegura. Você, melhor do que ninguém, sabe das palavras que ele usou quando terminou comigo — murmurou Megan, enquanto voltavam a caminhar.—
Quando Megan se aproximou da cozinha, ouviu vozes alteradas. Uma delas era inconfundivelmente de Melinda. Reconhecendo a voz da amiga, Megan apressou-se na direção de onde parecia estar acontecendo uma discussão. Ao entrar na cozinha, deparou-se com Ivan e Melinda discutindo acaloradamente. Embora não prestasse atenção a todos os detalhes da conversa, ficou claro para ela que o motivo era ciúmes.De repente, Ivan empurrou Melinda, que bateu contra o balcão. Ao ver sua amiga ser agredida, Megan sentiu uma onda de coragem surgir de um lugar que nem sabia existir. Sem hesitar, ela interveio. Empurrou Ivan e ergueu a voz:— Que merda você pensa que está fazendo? Você não tem o direito de encostar nela! Você não é pai dela, Ivan, é só o maldito namorado!Megan não era do tipo que confrontava as pessoas, especialmente quando se tratava de si mesma. Mas, quando o assunto envolvia aqueles que amava, tudo mudava num piscar de olhos. Ela também não costumava xingar, mas naquele momento, aprovei
Megan chegou em casa, mas não conseguia tirar Melinda da cabeça. A preocupação com a amiga naquela festa, principalmente com o que Ivan pudesse fazer, a consumia. Assim que guardou as chaves, mandou uma mensagem para Melinda e decidiu que só ficaria tranquila quando obtivesse uma resposta.Enquanto esperava, sentiu o corpo tenso. Seus olhos vagaram até o pequeno bar da sala, e ela resolveu beber algo. Sentia que merecia; e precisava, daquilo. Escolheu um vinho, serviu-se e voltou ao sofá. Com o celular nas mãos, Megan olhava ao redor e, pela primeira vez em muito tempo, reconheceu sua solidão. Essa era sua rotina ultimamente: sair do hospital e voltar para casa. Sua vida parecia completamente desprovida de emoção; algo que Lucas fez questão de jogar em sua cara no término.Inquieta, levantou-se e se aproximou do espelho no aparador. Estudou seu reflexo. Era uma mulher morena, alta, com um e setenta, cabelos lisos e olhos castanhos. Sim, podia se considerar bonita, mas sabia que certos
Caio o tirou de seus pensamentos ao avisar que haviam chegado. Benjamin conferiu sua arma e a munição antes de descer do carro. Ele nunca saía desarmado, nem mesmo quando ia para a casa dela. Subiu os degraus e tocou a campainha. Tinha a chave do apartamento, mas, naquele momento, não estava com ela. Logo, a porta se abriu, revelando Harper, que o recebeu com um sorriso radiante.— Entre, eu estava te esperando — disse ela, dando espaço para que ele passasse.Harper era uma mulher loira, de um metro e sessenta, dona de olhos verdes que pareciam hipnotizar. Aos olhos de todos, era linda e irresistível, capaz de atrair olhares por onde passava. Benjamin deslizou a mão para sua cintura, puxando-a para mais perto, e murmurou com um sorriso provocativo:— Achei que fosse me esperar vestida com aquela lingerie da foto que me mandou.Ela arqueou uma sobrancelha, os lábios curvando-se em um sorriso malicioso.— Pensei que fosse melhor esperar você sem ela.O tom sensual de sua voz fez o corpo