CAP-1

Após conseguir o emprego como assistente pessoal da esposa do Dom, Cecilia se dedica ao trabalho enquanto continua cuidando do pai doente. Durante o primeiro dia de trabalho na hora de ser apresentada a alta cúpula da TRINDADE, sua chefe descobre sobre a condição de seu pai e, sensibilizada, promete que o Dom providenciaria ajuda para o tratamento. Mais do que isso, ela convida Cecilia a morar na mansão, garantindo que assim seria mais fácil conciliar as responsabilidades profissionais com os cuidados com o pai.

após observar a dedicação da jovem e ouvir sua história, a esposa do Dom a chamou para uma conversa. Quando Cecilia contou sobre o Alzheimer do pai e como isso afetava sua rotina, sua chefe ficou visivelmente emocionada. Sem hesitar, prometeu que o Dom providenciaria todo o suporte médico necessário para Pietro e, com carinho, sugeriu que Cecilia fosse morar na mansão. Assim, ela poderia estar sempre perto, tanto do pai quanto do trabalho, sem se desgastar nos deslocamentos.

Cecilia ficou dividida. A oferta era tentadora, mas ela temia que a presença de Thor, seu fiel Mastim Napolitano de 4 anos, fosse um problema. O cachorro era enorme, de pelagem cinza e olhar atento — embora amoroso com a família, era naturalmente desconfiado com estranhos, sempre pronto para proteger aqueles que amava. Com receio, Cecilia expressou essa preocupação, mas sua chefe sorriu com gentileza e disse que Thor seria bem-vindo. Mais do que isso, afirmou que adoraria conhecê-lo e que a mansão era grande o suficiente para o cão correr livremente.

Cecilia mal conseguia acreditar. Era como se, depois de tanto sofrimento, a vida finalmente estivesse lhe dando uma trégua. Ela segurou as lágrimas, agradeceu com a voz embargada e voltou para casa com o coração cheio de esperança. Passou a noite organizando as coisas, embalando memórias, acariciando Thor e explicando com ternura ao pai, que, mesmo confuso, sorriu ao ver a filha tão animada.

Na manhã seguinte, com o sol ainda nascendo, Cecilia colocou as últimas caixas no carro, prendeu Thor com a guia e levou o pai com todo o cuidado. Ao chegar à mansão, foi recebida pelos soldados que a conheciam desde pequena, e, pela primeira vez em anos, sentiu que poderia respirar. Ela olhou para o céu, sussurrando uma prece de gratidão, acreditando que, finalmente, a vida estava começando a entrar nos eixos.

Nos primeiros dias na mansão, Cecilia se esforçou para se adaptar à nova rotina. A casa era imensa assim como a quantidade de empregados e como era o esperado eles era discretos , a casa tem  corredores que pareciam nunca ter fim, mas ela logo aprendeu o caminho para os lugares essenciais pois tinha que conhecer cada canto cada funcionário pra tudo dar certo: a casa anexa onde ficaria com o pai era simplesmente perfeita , o jardim onde Thor adorava correr e a cozinha, onde gostava de preparar pequenos lanches para Pietro nos momentos de lucidez era tudo perfeita ela so tinha a agradecer.

A esposa do Dom foi incrivelmente acolhedora e elas estavam se tornando amigas, sempre perguntando se eles estavam confortáveis e se precisavam de algo. Os médicos enviados para cuidar do seu pai eram atenciosos, e Cecilia começou a sentir que, pela primeira vez em muito tempo, não carregava o mundo sozinha nas costas.

Foi nesse cenário de calmaria que ela conheceu Fellipo e tudo começou.

Ele apareceu repentinamente, voltando de uma missão. Alto, Forte, grande  com a postura de quem carrega o peso da autoridade, os olhos frios analisaram Cecilia de cima a baixo. Thor, ao vê-lo, rosnou baixo, mas não atacou — apenas ficou entre ela e o homem, como um escudo silencioso.

— Esse é o cachorro que trouxe pra mansão? — Fellipo perguntou, a voz grave, sem emoção.

— É... é o Thor. Ele é dócil, só é protetor — Cecilia respondeu, engolindo seco.

Ele se abaixou, encarando o cão sem medo, e, para surpresa de Cecilia, estendeu a mão. Thor farejou, desconfiado, mas acabou aceitando o contato. Fellipo sorriu de lado, como se reconhecesse no animal a mesma ferocidade que carregava no próprio peito.

Com o tempo, os encontros entre eles se tornaram mais frequentes. Fellipo sempre aparecia de repente, quase como se a observasse de longe. Ele a testava com palavras afiadas, provocava sua paciência, mas também demonstrava pequenos gestos de cuidado — como mandar um soldado escoltá-la até a farmácia quando ela precisou buscar um remédio para o pai ou deixar discretamente chocolates na cozinha quando ela comentava sobre as noites difíceis.

Cecilia, sem perceber, começou a se apaixonar. Ela enxergava além da casca dura de Fellipo, notava a dor escondida por trás da postura cruel. Mas, sempre que ela tentava se aproximar, ele a afastava com palavras cortantes e atitudes frias, como se lutar contra aquele sentimento fosse uma questão de sobrevivência.

Até que, numa noite de tempestade, após um desentendimento intenso, eles se beijaram. Foi um beijo cheio de raiva, desejo e todas as emoções reprimidas que eles tentavam negar. E, a partir dali, tudo começou a se complicar.

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