Depois de um tempo, os soluços de Cecilia foram diminuindo, e o corpo dela relaxou nos meus braços. O peito dele subia e descia devagar, como se quisesse ditar o ritmo para que ela se acalmasse.
Ela ficou ali, de olhos fechados, sentindo o calor dele contra a pele. A mão de Fellipo continuava a deslizar pelos fios do cabelo dela com uma delicadeza que contrastava com a brutalidade que ele mostrava para o mundo ela tinha dormido no seu peito mais uma vez. Era como se, com ela, ele pudesse se permitir ser outra coisa. ela já tinha acordado fazia 4 minutos mais ele não a tirou do seu peito e quando ela falou :
— Você deve me achar fraca — Cecilia sussurrou, quebrando o silêncio.
Fellipo parou de acariciar o cabelo dela por um instante, mas logo retomou o movimento.
— Fraca? — ele repetiu, com um tom de descrença. — Você segura o peso de duas vidas sozinha, Cecilia. Não tem nada de fraca nisso.Ela mordeu o lábio, sentindo as lágrimas voltarem a ameaçar cair.
— Mas às vezes eu só queria... desistir. Eu amo meu pai, mas tem dias que eu não aguento mais. Me sinto horrível por pensar assim.Fellipo virou o rosto para encarar ela. Os olhos castanhos estavam mais suaves, sem aquele brilho predador que costumava carregar.
— Querer descansar não é desistir — ele disse, passando o polegar pela bochecha dela para limpar uma lágrima solitária. — E você não tá sozinha.Ela prendeu a respiração. Era a primeira vez que ele dizia algo assim tão direto.
— Não estou? — Cecilia arriscou perguntar, a voz trêmula.
Ele desviou o olhar, como se tivesse se arrependido do que falou. Mas não soltou ela. Pelo contrário, apertou o abraço, trazendo-a ainda mais para perto.
— Não — ele respondeu, depois de um tempo. — Eu tô aqui.Cecilia sentiu o coração disparar, mas não teve coragem de questionar mais. Se insistisse, talvez ele recuasse, e ela não queria perder aquele pequeno vislumbre do que poderia existir entre eles.
Então, ela apenas aceitou. Fechou os olhos e se permitiu acreditar naquela promessa silenciosa.
Quando , o sol já começava a iluminar o quarto. Thor dormia esparramado no tapete, roncando baixinho. Fellipo estava ao lado dela, ainda deitado, mas olhou o relógio. Ele a observava, com o braço atrás da cabeça e a outra mão desenhando círculos na pele do braço dela.
— Bom dia — Cecilia murmurou.
Ele não respondeu, só sorriu de canto e puxou ela para outro beijo. Mas, dessa vez, o beijo foi diferente. Não tinha pressa, não tinha urgência. Era calmo, como se ele estivesse aproveitando cada segundo.
Quando se separaram, Fellipo a encarou por longos segundos, os dedos traçando a linha do maxilar dela com uma delicadeza que fazia Cecilia se arrepiar.
— Eu vou voltar hoje à noite — ele disse, com a voz baixa, quase um segredo.
Ela assentiu, o coração já acelerando de novo.
Ele se levantou, se vestiu sem pressa, e antes de sair, fez carinho em Thor e olhou para ela uma última vez.
— Cuida de você, tá? — pediu, antes de fechar a porta.
E, naquele instante, Cecilia percebeu que estava irremediavelmente perdida nele.no gostoso do subchefe da TRINDADE que a leva do céu ao inferno em questão de segundos mais que tem o beijo mais gostoso do mundo e um pegada que meu Deeus eu vou de tobogã para o inferno, ela se levantou vou fazer sua higiene matinal , vestiu-se com seu terninho social , mesmo Samara reclamando sempre que podia que ela não era so a governanta ela fazia questão pois colocava limites nos outros funcionários, quando chegou na cozinha a cozinheira já tinha tudo em andamento ela foi ver a colocação da mesa e era sempre assim sua rotina só se agitava quando sua amiga gravidinha aparecia
Depois que tudo estava organizado e todos trabalhado, Cecilia ficou sentada por um tempo, olhando para o jardins. O peito ainda estava apertado, como se as palavras dele estivessem presas na pele dela. "Eu tô aqui." Mas até quando? A promessa parecia grande demais para quem se recusava a assumir o que sentiam.Mais tarde, Cecilia foi até o quarto de Samara. Assim que a amiga abriu a porta e viu o rosto cansado dela, não hesitou em puxá-la para dentro.— O que aconteceu? — Samara perguntou, fechando a porta e guiando Cecilia até a cama.Cecilia sentou-se, passando as mãos pelo rosto.— Eu não sei mais o que fazer com o Fellipo — confessou, a voz embargada. — Ele é tão... confuso. Parece que se importa, mas ao mesmo tempo foge de mim como se eu fosse algum tipo de ameaça.Samara franziu a testa, sentando-se de frente para ela.— Ele te trata mal? — perguntou, já com aquele tom protetor que Cecilia conhecia bem.— Não... é o contrário, na verdade — Cecilia murmurou, encarando as próprias
Cecilia guardou o celular sem terminar a mensagem para a clínica. Ela respirou fundo, tentando afastar a culpa que latejava no peito, e decidiu ir até o jardim onde o pai costumava ficar nas tardes mais tranquilas.Thor seguiu animado ao lado dela, mas assim que chegaram perto do banco de madeira sob a grande árvore, o cachorro diminuiu o ritmo, como se entendesse que precisava ser mais delicado. O pai de Cecilia estava sentado, olhando para as flores com um sorriso sereno, os dedos trêmulos acariciando o ar como se quisesse tocá-las de longe.— Papai? — Cecilia chamou baixinho, se aproximando devagar.Ele virou o rosto e, por um instante, o olhar pareceu perdido. Mas, então, ele olhou para Thor e os olhos brilharam de reconhecimento.— É o Thor! — ele disse, rindo. — Aquele grandão desajeitado.Cecilia sorriu, o coração apertado, mas grata pelo momento. Thor, como se soubesse que precisava ser gentil, deitou-se ao lado do banco e enfiou a cabeça sob a mão do pai dela, que começou a f
Depois de passarem um tempo no jardim, os três foram para a cozinha, onde Cecilia preparou o café da manhã. Ela montou a mesa com calma, tentando estender aquele momento simples, mas precioso.Fellipo se sentou ao lado do pai dela, enquanto Thor se deitava aos pés da mesa, sempre atento. Eles comeram juntos, conversando sobre trivialidades — ou, melhor, Cecilia e Fellipo conversavam. O pai dela divagava entre memórias confusas e momentos de lucidez, mas, mesmo assim, sorria.— Você gosta de cozinhar, menina? — o pai de Cecilia perguntou, como se não a conhecesse.Ela sorriu com gentileza, já acostumada com as perguntas repetidas. — Gosto, sim, senhor.Ele assentiu, pensativo, depois apontou para Fellipo com a xícara de café. — E esse aí? Seu namorado?Fellipo engasgou com o café, tossindo, enquanto Cecilia ficava vermelha como um tomate. — Ele é meu amigo — ela disse, desviando o olhar.O pai dela balançou a cabeça, rindo baixinho. — Sei.Fellipo limpou a boca com o guardanapo e m
Depois de passarem um tempo no jardim, os três foram para a cozinha, onde Cecilia preparou o café da manhã. Ela montou a mesa com calma, tentando estender aquele momento simples, mas precioso.Fellipo se sentou ao lado do pai dela, enquanto Thor se deitava aos pés da mesa, sempre atento. Eles comeram juntos, conversando sobre trivialidades — ou, melhor, Cecilia e Fellipo conversavam. O pai dela divagava entre memórias confusas e momentos de lucidez, mas, mesmo assim, sorria.— Você gosta de cozinhar, menina? — o pai de Cecilia perguntou, como se não a conhecesse.Ela sorriu com gentileza, já acostumada com as perguntas repetidas.— Gosto, sim, senhor.Ele assentiu, pensativo, depois apontou para Fellipo com a xícara de café.— E esse aí? Seu namorado?Fellipo engasgou com o café, tossindo, enquanto Cecilia ficava vermelha como um tomate.— Ele é meu amigo — ela disse, desviando o olhar.O pai dela balançou a cabeça, rindo baixinho.— Sei.Fellipo limpou a boca com o guardanapo e mudou
Cecilia passou a noite virando de um lado para o outro na cama, com Thor deitado aos pés, respirando pesado no sono tranquilo de quem não carregava o peso de um coração partido.Ela havia preparado o quarto, tomado banho, arrumado os cabelos, na esperança de que Fellipo aparecesse como fazia todas as noites. Mas o tempo passou, e a madrugada engoliu sua expectativa. Quando o sol começou a invadir as frestas da cortina, ela desistiu de lutar contra o cansaço.Por volta das cinco da manhã, o barulho do portão da mansão abriu seus olhos de súbito. Cecilia vestiu uma blusa qualquer e desceu as escadas devagar. A cena que encontrou a fez sentir o estômago revirar.Fellipo atravessava o hall, a camisa branca amassada, marcada por uma mancha de batom vermelho. O cheiro forte de perfume doce e barato impregnava o ar ao redor dele. Os cabelos bagunçados denunciavam uma noite que ele, claramente, não passara sozinho.Ele percebeu a presença dela, mas não levantou o olhar.— Tá acordada cedo — m
Cecilia colocou os fones e deu play na sua playlist de romances favoritos. As melodias suaves e as letras sobre amores que superavam tudo enchiam sua cabeça, criando uma bolha onde ela podia se esconder.Ela caminhou devagar pelas ruas silenciosas ao redor da mansão, com Thor trotando animado ao lado, a língua de fora, como se nada no mundo pudesse abalá-lo. A inocência dele, a felicidade simples de correr atrás de folhas secas e rolar na grama, fazia o peito de Cecilia se apertar ainda mais.Depois de um tempo, ela achou um banco na pequena praça do bairro e se sentou, observando o cachorro brincar com um graveto, balançando o rabo como se tivesse acabado de encontrar o maior tesouro do mundo.Cecilia sorriu, mas era um sorriso triste.Ela olhou para o céu, onde a lua estava cheia e iluminava tudo com uma luz prateada. As músicas continuavam tocando nos fones, e ela se permitiu fechar os olhos por alguns segundos, tentando se transportar para as histórias que ouvia. Para os finais fe
Os dias se transformaram em semanas, e a ausência de Fellipo virou parte da rotina de Cecilia. Ele não aparecia mais à noite, não a esperava depois do expediente, e quando se cruzavam — raramente — ele desviava o olhar como se ela fosse invisível.A única coisa que ela sabia sobre ele vinha pela enfermeira do pai.— Ele tentou brincar com Thor quando veio ver o senhor Pietro — contou a mulher, enquanto preparava o chá do senhor. — Mas o cachorro rosnou tão feio que achei que ia atacar.Cecilia suspirou, acariciando as orelhas de Thor, que descansava com a cabeça no colo dela.— Depois converso com ele — murmurou, porque sabia que Fellipo amava aquele cachorro.Mas ela nunca conversava.Sempre adiava, como se enfrentar isso significasse reabrir a ferida que ela lutava para cicatrizar.Em vez disso, mergulhava no trabalho. Ela e Samara finalmente terminaram a decoração do quarto do bebê — um ambiente aconchegante, com tons suaves e uma poltrona onde Samara já imaginava passar horas emb
Fellipo ficou parado no jardim, os punhos cerrados nos bolsos do jeans, sentindo o sangue ferver enquanto observava Cecilia se afastar com Fernando.Ela ria de algo que Fernando disse, os ombros relaxados, como se aquele pequeno passeio fosse o ponto alto do dia dela. E Thor, o cachorro que costumava ser grudado nele, trotava feliz ao lado de Fernando, abanando o rabo como se ele fosse o dono.Era ridículo.Fellipo passou as mãos pelos cabelos, tentando conter o impulso de atravessar o portão e arrancar Fernando dali.Mas ele sabia que não tinha esse direito.Ele quem criou a distância. Ele quem a machucou. foi para o bem dela mesmo que agora ela não entendesse.E agora ela estava construindo uma muralha que ele talvez nunca mais conseguisse escalar. Enquanto isso, no mercado...Cecilia escolhia frutas, tentando se concentrar no que precisava para a mansão, mas a presença de Fellipo ainda pesava no peito.— Vai me contar o que tá rolando ou vou ter que arrancar à força? — Fe