Aurora nunca imaginou que sua vida desmoronaria tão rápido. Quando Enrico Mancini, um implacável magnata do mundo dos cassinos e aliado da máfia italiana, aparece em sua porta com uma proposta cruel, ela sabe que não tem saída. Seu pai, doente e endividado, pode acabar atrás das grades se ela não aceitar ser amante de um homem que exala poder e perigo. Determinada a não se submeter sem resistência, Aurora transforma cada momento ao lado dele em um jogo de constrangimento e desafio, forçando Enrico a provar o quanto realmente a quer ali. Mas o que ela não sabe é que ele nunca teve intenção de possuí-la, ela é apenas uma peça em seu plano de vingança contra o homem que, anos atrás, quase destruiu sua honra. O que começa como um embate de orgulho e ressentimento logo se torna um duelo perigoso entre desejo e ódio. Aurora descobre que por trás da frieza de Enrico há feridas profundas, enquanto ele percebe que sua suposta peça no jogo pode ser sua ruína. Quando a linha entre vingança e paixão se torna turva, quem sairá vencedor? E, no final, quem realmente será o prisioneiro dessa trama?
Leer másAurora se recostou contra a cabeceira da cama, os olhos fixos no teto, sem saber se conseguiria dormir, mesmo exausta. O peso do medo ainda pressionava seu peito, um nó apertado em sua garganta. A ideia de que Tomasso poderia aparecer a qualquer momento a fazia sentir como se tivesse voltado aos dias de infância, quando ele a aterrorizava sem piedade. Cada sombra parecia maior, cada barulho mais ameaçador.— Eu não sei se vou conseguir dormir — confessou, a voz saindo baixa.Enrico, sentado na poltrona ao lado, observou-a atentamente.— Então eu fico com você — disse simplesmente.Aurora se virou para encará-lo, surpresa.— Não precisa, eu est
Quando chegaram ao hotel, Aurora subiu rapidamente até seu quarto, ainda com o paletó de Enrico sobre os ombros. Nem se tocou em devolver a peça que ele havia emprestado ao saírem do hospital. Sua mente estava tomada por um único pensamento: precisava ir embora o quanto antes. Tomasso não demoraria a encontrá-la. Com o poder e a influência que ele possuía, logo estaria ali, no hotel, atrás dela. Não podia permitir isso.Abriu a porta do quarto com mãos trêmulas e entrou apressada, indo diretamente até a mala que havia deixado no canto do cômodo. Jogou o paletó sobre a cama e começou a recolher suas roupas de maneira frenética, sem sequer notar que Enrico a havia seguido. Ele entrou no quarto atrás dela, fechando a porta sem fazer barulho. Observou-a por alguns instantes, os olho
O quarto do hospital estava silencioso, iluminado apenas pela luz fraca que vinha do corredor. Enrico estava sentado em uma poltrona ao lado da cama, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas diante do rosto enquanto observava Aurora dormir.O calmante que lhe deram fizera efeito, e agora ela respirava de maneira ritmada, os traços relaxados depois da tempestade emocional que enfrentara horas antes. Mas Enrico não conseguia esquecer a imagem dela em estado de puro desespero, encolhida contra a parede escura, acreditando que estava morrendo.O que poderia tê-la levado àquele ponto?Ele a conhecia bem. Sabia que Aurora era intensa, explosiva, mas sempre tinha um controle absoluto sobre si mesma. Nunca a vira desmoronar daquele jeito. Algo muito grave acontecera na
Enrico saiu do salão a passos largos, o coração martelando no peito. O que diabos havia acontecido com Aurora? O medo em seu rosto, a forma como fugira... algo estava terrivelmente errado.Ao virar a esquina da mansão, ele parou abruptamente. Seu olhar percorreu o jardim escuro até encontrar uma silhueta encolhida contra a parede de pedra. Seu peito apertou. Mesmo à distância, reconheceu o vestido azul-marinho.— Aurora? — chamou, sua voz carregada de urgência.Ela não respondeu.Ele avançou depressa, agachando-se ao lado dela. Seu corpo tremia, os braços apertados ao redor de si mesma. Lágrimas escorriam pelo rosto, e a respiração vinha em arquejos errático
O calor da dança ainda pulsava no corpo de Aurora quando Enrico se afastou, inclinando-se para sussurrar em seu ouvido:— Preciso tratar de um assunto. Não demoro.Ela apenas assentiu, observando enquanto ele se afastava com passos firmes. Pegou outra taça de champanhe da bandeja de um garçom que passava, mesmo sem intenção de beber. O simples ato de segurar a taça era uma distração para a inquietação que começava a se instalar em seu peito.Decidiu circular pelo salão, seus olhos analisando os convidados com indiferença, até que avistou uma escada discreta que levava ao mezanino. Subiu os degraus devagar, aproveitando a vista ampla que dali se tinha do evento. O brilho dourado dos lustres refletia nos cris
Aurora chegou ao evento sozinha, como combinado. Enrico avisara que precisaria resolver algo antes e que a encontraria diretamente no salão. Ela se manteve firme ao entrar, ignorando o leve nervosismo que se instalara desde que saíra de seu quarto. O ambiente luxuoso era iluminado por um brilho dourado e preenchido pelo murmúrio de conversas refinadas. Sentia olhares sobre si, mas o único que realmente a interessava ainda não estava ali.Quando finalmente o viu, parado perto do bar com um copo de uísque na mão, sentiu um estranho aperto no estômago. Mas nada comparado à expressão de Enrico ao avistá-la. Ele ficou imóvel por um instante, como se tivesse levado um golpe inesperado. Os olhos escuros percorreram seu corpo com um misto de fascinação e incredulidade. Aurora segurou o olhar dele, fingindo indiferen&cc
Aurora acordou com uma dor de cabeça terrível no sábado pela manhã. Talvez não devesse ter misturado tantos drinks na noite anterior. Tomou banho e se vestiu, e o gosto amargo da ressaca ainda impregnava sua boca enquanto ela se arrastava até a cozinha do quarto, preparando um café forte. Pegou um copo grande e levou a bebida quente até o escritório. Sabia que teria que enfrentar Enrico logo cedo, e encará-lo naquele estado não parecia a melhor das ideias.Contudo, para sua surpresa, ele parecia de ótimo humor naquela manhã. Isso a deixou desconfiada. Enrico nunca era uma pessoa matinal, e menos ainda tão bem-humorado. Havia algo por trás daquele sorriso discreto e dos olhares furtivos que ele lançava em sua direção.— Você t
Aurora tentou não deixar que Enrico estragasse sua noite. Seguiu realizando suas tarefas normalmente até o final do expediente. Quando deu seu horário, foi para seu quarto. Havia combinado com Clarice de saírem cedo para voltar cedo, afinal, as duas teriam que trabalhar no dia seguinte. Aurora tinha que terminar o maldito relatório antes de segunda-feira.Tomou um longo banho e depois foi escolher uma roupa. Iriam a um bar latino que ficava próximo ao hotel. Pelo que viu nas avaliações, o lugar tinha boas músicas e a comida era boa. Escolheu uma saia jeans e uma camiseta. Nos pés, resolveu usar seu All Star branco, achou que o conjunto ficou bom para a ocasião. Na hora combinada, saiu para encontrar Clarice no saguão do hotel.Enrico tamborilou os dedos sobre a mesa de seu escritório, o olhar fixo no telefone enquanto a mente trabalhava com rapidez. Não gostava da ideia de Aurora saindo à noite sem saber exatamente com quem estaria. A ideia de que ela pudesse se encontrar com outro ho
Após o almoço, Aurora voltou para o andar da presidência. Mal havia saído do elevador quando seu telefone vibrou com uma mensagem de Enrico, convocando-a imediatamente à sua sala. Ela revirou os olhos, soltou um suspiro impaciente e deixou a bolsa sobre a mesa antes de se dirigir ao escritório dele. — Em que posso ajudar agora, senhor Mancini? — perguntou, sua voz carregada de cinismo. Se ele percebeu o tom, simplesmente escolheu ignorá-lo. — Sabe aquele relatório que pedi para segunda-feira? Vou precisar dele para amanhã. Então você terá que fazer horas extras esta noite. Aquilo já era demais. Justamente hoje, quando havia planejado sair com Clarice. — Lamento, mas hoje não será possível, senhor. O relatório de segunda ficará para segunda mesmo. Eu já tenho planos. Enrico ergueu os olhos do computador, claramente surpreso. — Como assim, já tem planos? Eu preciso desse relatório pronto! — E eu disse que hoje não será possível. Se quiser, ele estará na sua mesa dentro