Capítulo 5

Focada em seu objetivo, ela havia ido encontrá-lo no aeroporto, vestida totalmente a caráter. Deu um pouco de trabalho procurar, mas ela encontrou em uma loja de fantasias um vestido que era formado por um cropped branco e uma micro saia azul, ligados apenas por uma argola na frente. Ela também comprou botas de couro pretas que passavam bastante na altura dos joelhos, um sobretudo bege que ia quase até os pés e uma peruca loira com corte Chanel. Para completar o look, ela fez uma tatuagem de Henna, na parte que ficava amostra na barriga, com um enorme e visível, “Enrico” escrito. 

Aquela brincadeira não havia saído barata, mas ela fez questão de gastar o dinheiro que ele havia dado para que ela se preparasse para a viagem. Enquanto ela caminhava no saguão do aeroporto, indo de encontro a ele, devidamente trajada como um cosplay da Julia Roberts em uma linda mulher, Aurora não tinha certeza pela expressão de choque no rosto de Enrico, se ele a mataria ali mesmo ou sairia correndo em alguma direção, fingindo que não a conhecia.

Ela não sabia de onde havia reunido coragem para uma atitude daquelas, sempre fora uma pessoa discreta, que buscou chamar o mínimo de atenção possível para si mesma, mas aquele idiota a havia tirado do sério. Ele precisava ser punido de alguma forma, nem que fosse passando algum constrangimento. 

Apertou o passo em direção a ele, antes que perdesse a coragem, ou ele tivesse a oportunidade de fugir, ela envolveu os braços ao redor do pescoço de um Enrico ainda paralisado, em estado de choque. Eles obviamente eram o objeto de interesse e olhares especulativos de todo o saguão do aeroporto. 

— Eu ja cheguei docinho, estou pronta para fazer valer toda a grana que você pagou.

Ela disse, segurando a mão dele, o arrastando em direção ao portão de embarque, mas não sem antes dar um notório e barulhento tapa na bunda dele, o que o pegou de surpresa e o deixou ainda mais chocado. 

Ele se recuperou rapidamente, a puxou para um canto mais discreto,que ficava perto dos banheiros.

— Qual o seu problema, você por acaso é maluca? O que tem na cabeça para aparecer aqui vestida assim?

Ela fingiu uma expressão inocente.

— Ué, eu achei que você ia gostar, devido a natureza do nosso acordo. Eu achei que seria legal entrar no clima. Pena que eu não consegui uma caixa de som, a ideia era entrar com ela tocando Pretty Woman, em um volume bem alto. Isso sim, ia ser muito legal. Mas eu achei que a tatuagem que eu fiz em sua homenagem deu uma compensada, você não concorda?

Ela disse, apontando para o nome dele, que tinha escrito na barriga.

Ele soltou a mão dela bruscamente, com os olhos cheios de fúria.

— Sua ridícula! Essa sua brincadeirinha não teve graça nenhuma. Além disso, você nem tem uma barriga que possa andar amostra assim. Está ridícula com essa roupa, deveria ter perdido uns quatro quilos antes de sequer pensar em usá-lá.

Aurora não se deixou abalar com a grosseria dele, afinal teria que ter um psicológico muito forte para aguentar aquele período.

— Bem, não ouvi você reclamar desses quatro quilos a mais quando me fez assinar os papéis. Estou vendo que não poderei usar aquela máxima que diz, "Quem tá comendo não está reclamando", pois pelo visto, você não está totalmente contente com o produto que conseguiu. Olha, você é um homem fino, não precisa passar por isso, ainda dá tempo de desistir.

Ela o provocou sem muita esperança, mas em seu interior, desejava que ele mudasse de ideia.

Enrico a observou por um momento em silêncio, a deixando na expectativa.

— Não sonha o lunática, agora vamos logo ou perderemos o avião.

— Sim, vamos querido, é tudo muito emocionante. Estou me sentindo como uma protagonista de um livro, e o título bem que poderia ser "Comprada por ele"! É bem original, gostei. Talvez um dia eu escreva a nossa história, e então vou chamá-la assim.

Ele saiu a arrastando até o portão de embarque, com vários pares de olhos curiosos direcionados a eles.

A viagem fora tranquila e silenciosa, mas o clima era pesado. Enrico seguia visivelmente irritado e sequer olhava em sua direção.

Quando chegaram na casa dele na praia,  ele avisou que manteriam quartos separados, pois ele gostava de privacidade. Uma das empregadas lhe mostrou o quarto que lhe estava destinado, enquanto o motorista a ajudou com a bagagem.

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