No início do século XX, em Puebla, México, a jovem Guadalupe, cega de nascença, construiu uma vida de independência e força ao lado de sua humilde família. Determinada a dedicar-se a Deus, ela rejeita o casamento e desafia as convenções da sociedade, mesmo com a pressão de seus pais para garantir seu futuro. Seu mundo tranquilo, porém, é abalado com a chegada de Dom Andreas Riveiro, um jovem herdeiro arrogante, forçado a viver recluso em uma fazenda por motivos de saúde. Dom Andreas, acostumado a conquistar o que deseja, se encanta profundamente por Guadalupe ao vê-la pela primeira vez. O desejo de possuí-la torna-se uma obsessão, levando-o a usar de todos os meios, incluindo manipulação e crueldade, para tê-la ao seu lado. Ao mesmo tempo, o nobre Gabriel, amigo de infância de Guadalupe, guarda em silêncio um amor puro e sincero por ela, na esperança de que, algum dia, ela aceite seu coração.
Ler maisDe repente uma voz mudo tudo:– Andreas, Andreas por favor acorde! – Ele acordou, com Lupe dando-o uma forte sacudida e desesperada o chamando aos gritos.– O que aconteceu? – Perguntou ele ofegante e suando frio, segurando seu rosto tentando acamá-la e se acalmar também.– Você estava me apertando muito forte Andreas, mas não falava nada que eu pudesse entender. Estava dormindo?– Me perdoe por te dar esse susto, meu amor. Eu tive um pesadelo terrível!A abraçou com muita força, parecia que o mundo queria arrancá-la dos seus braços. Amélia chegou e poucos segundos depois Leandro, ambos não tinham o costume de trancar a porta do quarto ,pois era claro que Amélia não iria os vigiar, mas depois do pesadelo que p Dom teve percebeu que agora havia mais um homem em casa.– O que está acontecendo? Ouvimos os gritos. – Leandro perguntou aflito.– Foi apenas um susto, estamos todos bem. – Andreas cobriu a nudez parcial de sua esposa com o braço, Leandro percebeu seu desconforto ao ter alguém
A noite chegou, Luíza selou um cavalo e foi para a fazenda de Dom Andreas e Lupe. Saulo não gostou nenhum um pouco daquele convite tão específico apenas para a moça.– Se esse tal primo tivesse realmente boas intenções iria nos convidar também e fazer as coisas direito. – Resmungou Saulo.– O convite foi feito por Guadalupe e Andreas e não pelo primo, além do mais são jovens e é apenas um jantar entre amigos. Já perdemos nosso filho, vamos deixar que Luíza busque a felicidade dela.– Espero que esteja certa Margareth!Chegando na fazenda ela desceu do cavalo e o guiou pelas rédeas.– Boa noite Sebastião, pode guardar o Tonico para mim? – Luíza sorriu e entregou as rédeas do cavalo para ele.– A senhorita veio sozinha?– Sim e que mal há nisso, Sebastião?– Nenhum e vou levar ele para o estábulo. – Sebastião saiu intrigado, não queria ver a mulher que amava sendo entregue daquela forma a outro.Ela bateu na porta, Amélia a esperava sorridente.– Entre filha, Guadalupe e Andreas já irão
Mais tarde naquele dia...Amélia bateu na porta do quarto de Leandro para avisa sobre o jantar.– O jantar será servido em poucos minutos, filho.– Vou tomar um banho e descerei em alguns minutos Amélia. – Leandro respondeu ao se levantar da cama.No quarto ao lado Dom Andreas e Guadalupe também se arrumavam para jantar.– Descerei para ajudar Amélia a organizar as coisas.– Tenha cuidado princesa.– Eu já aprendi a andar pela casa e a perceber cada degrau da escada, não precisa se preocupar.Andreas beijou a esposa, Guadalupe saiu do quarto e foi em direção a escada. Passo antes pelo corredor, Leandro viu a sombra dela passar pela porta e resolveu sair também, ainda dobrando os punhos da camisa.Ficou olhando a delicadeza com que ela passava a mão pelo corrimão da escada, contando minunciosamente cada passo que dava.– Sua independência é tão admirável quanto sua beleza. – Leandro diz quebrando bruscamente o silêncio daquele lugar.Ela se assustou e calculou errado a distância, senti
Enquanto isso, na igreja...– Padre? Podemos ir? – Disse Leandro de malas nas mãos, esperando pelo sacerdote na frente da igreja.– Claro meu jovem, se não se importar em ir de charrete?– Claro que não. – Estar nesse fim de mundo não era bem o que Leandro queria, graças a seu pai que o obrigou a escolher entre um internato ou a vida no campo. Ele decidiu seguir para lá, escolher uma bela casa para morar por um tempo para ficar longe da vida de jogatina e mulheres, seu pai tomara essa severa decisão. Já que o destino o obrigou a estae ali, iria procurar alguma forma de se entreter.Horas depois, naquela charrete que sacudia mais do que qualquer outra coisa nesse mundo e da conversa do sacerdote, enteidante para Leandro... O velho só sabia falar da vida alheia, avistaram uma grande propriedade.– Esta é a casa de seu primo! – afirmou o padre.– Sem dúvidas ele se estabeleceu bem por essas bandas, já deve estar curado de sua doenças. – Que Leandro acreditava, que o primo havia adquirido
Juntos, surgiram na sala de jantar,– Bom dia. – Amélia estava a preparar a mesa para o casal.– Bom dia Amélia.– Hoje iremos dar um bom passeio por essa região, Lupe e eu estamos muito pálidos. – Dom Andreas sorriu ao dizer.– Acho que devem mesmo sair um pouco do quarto e respirar um ar puro.Fiquei um pouco constrangida com o comentário, mas claro que ela vivendo conosco sabia bem o que tanto fazíamos dentro do quarto. Comemos e depois Dom Andreas e eu fomos pedir a Sebastião que selasse os cavalos.– Quer ir junto no cavalo comigo, ou prefere que selem um para você? – Dom Andreas perguntou, mas no fundo queria que fossem juntos.– Podemos ir juntos!Sebastião olhou para Dom Andreas e sorriu, foi testemunha de como aquele casal havia sofrido e estava feliz ao ver que estavam se acertando.– Certo, Sebastião sele o trovão por favor.– Sim senhor. – Respondeu o peão, indo buscar o cavalo.Esperamos um pouco e ele trouxe o cavalo, Dom Andreas a ajudou a montar e veio por trás envolve
Após dedilhar o piano, o casal seguiu para o quarto...– O seu quarto tem sempre um cheiro diferente. – Guadalupe revela.– Você não gostou? É que antes de nos casarmos havia pedido a Amélia que sempre colocasse algum incenso e o de hoje é...– Eucalipto! Gosto especialmente desse cheiro.– Exatamente, você tem o olfato apurado, a audição impecável e acho que uma alma muito mais evoluída que as nossas. – Dom Andreas cheirou os cabelos negros dela.Enquanto a abraçava por trás, sentindo o cheiro de seu pescoço.– Minha mãe costuma dizer que as fraquezas nos tornam fortes de alguma maneira.– Às vezes me pergunto por que você não pode ver? Eu daria tudo para que pudesse, acho te daria os meus olhos.– Eu vejo de maneira diferente das outras pessoas, apenas isso Andreas!Ele seguia conduzindo-a, enquanto trocavam carinhos quentes.– Me leva para dar um passeio amanhã? – pediu ela.– Farei melhor que isso, iremos até a casa de seus pais para fazer uma visita e matar a sua saudade.– Minha
Dom Andreas cochilou sentado e despertou, deu alguns passos olhando para a janela. Virou-se viu Guadalupe ainda deitada, encolhida como um animal acuado suspirando e chamando por socorro.– Gabriel? – Ela gritou.Dom Andreas se enfureceu.– Se atreve a chamar por ele na minha cama?Ele foi até ela e segurando em seus ombros a sentou na cama rispidamente.– Chamou por ele, chamou enquanto dormia – Ele gritou, chacoalhando o corpo dela.– Você me assustou Andreas, foi só um sonho, mas de verdade está machucando meus braços ainda mais!– Você o ama, por que não admite de uma vez que ama aquele maldito do Gabriel?– Sim eu amo, amo como um irmão e não como você pensa e agora solte-me. – Ela tentava se desvencilhar dele.Ofegante o Dom largou os braços dela, antes que cegasse pela segunda vez de ciúmes do mesmo homem. Contou mentalmente até dez, enquanto ela alisava os próprios braços ainda ofegante e sentada na cama.– Precisa de alguma coisa? – Perguntou ele, se afastando ainda mais.– N
Dom Andreas se aproximou e ia lhe dar um beijo na boca, mas a jovem abaixou o rosto e ele beijou sua testa. Como estava com os braços feridos, ele apenas pegou sua mão. Ester foi falar com a filha depois da chuva de arroz, enquanto Leonel bebia tudo o que via pela frente. A família de Gabriel decidiu não ir a cerimônia, pareciam estar prevendo que o filho pudesse aprontar alguma por lá.– Me fale agora mesmo, o que aconteceu? – Ester perguntou enfurecida e não aceitaria nenhuma resposta a não ser a verdade.– Gabriel queria me levar embora daqui, Dom Andreas atirou em Raio de sol e caímos na estrada de terra.– Meu Deus um tiro, não devia ter se casado com ele!– E o que eu deveria ter feito Ester? Aceitado ver minha noiva ir embora com outro? – Dom Andreas escutou e tratou de se defender.– Já chega de gritos, estou muito cansada...mamãe não se preocupe comigo.– Como não vou me preocupar se agora tenho certeza de que esse homem é um completo louco e Gabriel?Dom Andreas engoliu sec
Dentro do carro Dom Andreas sentia sua boca secar, sua fronte pingar de suor e o medo invadir seu coração a cada metro que avançavam.– Vou virar à esquerda patrão, há uma estrada de terra que os mercadores usam para levar as encomendas. Gabriel é antigo morador e sabe bem que o senhor não saberia disso!Dom Andreas gritava, e mandava Sebastião pisar fundo apesar de tudo o empregado temia o desfecho daquele encalço. Poucos minutos acelerando muito eles viram a poeira do galope do cavalo.– É aquele filho da mãe! – Murmurou Dom Andreas verificando o cilindro e se a arma estava devidamente carregada.– Sim são eles, o que vai fazer senhor? – Sebastião olhou para o revólver assustado.Dom Andreas colocou o braço direito para fora da janela do carro, Sebastião suspirou e tremeu...– Senhor, Lupe está naquele cavalo também!– Eu sei. – Dom Andreas respondeu.Ele atirou no cavalo, que relinchou de dor caindo e derrubando os dois no chão duro daquela estrada de terra.– Deus! – Sebastião gri