Dom Andreas agarrou as rédeas do cavalo dela, fazendo-o seguir o seu e foram devagar até perto do rio. Ela ficou ofegante, estava assustada e ele achou isso ainda mais excitante.Ela ouvia a cachoeira, não sabia se podia confiar naquele homem desconhecido. Porém, aquele lugar dava a ela paz e naquele momento só precisava disso, sentiu ele a puxar pela cintura descendo-a do cavalo e ficou um tempo respirando perto de seu rosto. Mas a jovem se afastou e quase tropeçou em algo no chão.– Devagar preciosa, aqui tem uma pedra! – Respondeu ele fazendo de tudo para que aquele toque nela, durasse mais.Ele ofereceu a ela o braço e seguiram devagar andando por aquele lugar que a julgar pelo tempo que cavalgava, era afastado.– Acho que é melhor eu voltar. – Diz ela com medo e arrependimento por ter concordado em estar ali sozinha com ele.– Não se preocupe, depois eu te levarei de volta para casa em segurança.– Não fica bem a gente aqui sozinhos e no meio do nada, me leve agora por favor. – E
Dom Andreas sabia que precisava agir rapidamente. O tempo era seu maior inimigo, pois Leonel, apesar de ser um homem orgulhoso, estava afundado em dívidas. A vontade de ver Guadalupe, ser forçada a casar com Gabriel, o pressionava a encontrar uma solução definitiva para aquele problema. Ele não queria pensar em perder uma conquista como ela, sentia a pele ferver só de pensar que Gabriel podia ser o primeiro homem da vida dela.Gabriel já havia feito sua proposta de casamento várias vezes, todas recusadas por Guadalupe, e agora ele estava se aliando a Leonel para garantir que aquele casamento acontecesse de qualquer maneira. O pai trataria de forçar a filha cega a aceitar o pretendente de qualquer maneira.Sabendo disso, Dom Andreas começou a mover suas peças. Ele tinha adquirido todas as promissórias assinadas por Leonel com outros credores, em um valor enorme, o suficiente para não apenas comprar o rancho de Leonel, mas também deixá-lo na miséria para o resto da vida. Não era apenas
Leonel acordou com uma grande ressaca depois de toda aquela bebedeira do dia anterior, se sentou para tomar café com a esposa e a filha com a pouca vergonha que ainda lhe sobrava.– Depois de velho, passou a nos envergonhar caindo de bêbado pelas tabernas. – Grita Ester.– Fique calma mulher, não é para tanto. Estou aqui inteiro não estou?– Como não é para tanto Leonel? Foi preciso que aquele homem te trouxesse de carro para casa por que você não se aguentava de pé.– Aquele talzinho da cidade, ainda devo essa droga de favor a ele.– Ele trouxe o senhor aqui? Dom Andreas? – Perguntou Guadalupe interessada no teor da conversa de seus pais.– E ele parecia preocupado pela idade e falta de juízo do seu pai...O coração de Lupe se encheu de esperança e ela sequer sabia por que saber disso a fez sorrir.– Então ele não é um homem ruim como eu pensava. – Diz ela deixando escapar um suspiro de fé.– Talvez não seja, sabemos pouco ainda sobre ele paga fazer julgamentos. – Relembrou Ester, se
Não muito longe daliDom Andreas preparou tudo com bastante esmero, a mansão estava bela e ele havia contratado outros empregados para ajudarem Amélia durante aquele jantar.Por mais que fossem apenas três famílias e o padre, ele queria surpreender a todos e provar que era um homem abastado.Logo viu chegar o motivo daquela reunião, estava linda em um vestido de cor vinho, seus olhos verdes pareciam ainda mais reluzentes naquela noite.– Boa noite. Fiquem à vontade por favor! – Diz Dom Andreas tentando controlar os olhares sobre Guadalupe.– Obrigado e quero aproveitar para agradecer por aquela noite... – Leonel achou que deveria agradecer.– Não precisa agradecer e se me permite dizer com todo o respeito, sua filha é a jovem mais bela que já vi! – Dom Andreas disse aquele gracejo, não achou que pudesse ser visto com tom desrespeitoso.– Agradeça o rapaz filha... – Ester pediu dando um leve cutucada na filha.Guadalupe ficou calada e constrangida enquanto sua família olhava deslumbrad
Na mansão de Dom Andreas...– Perfumado e tão alinhado assim tão cedo? Já sei, vai até a casa de Lupe. – Amélia o vê arrumando os punhos da camisa e bem vaidoso para sair.– Sim, preciso adiantar as coisas entre nós. Já estou aqui a muito tempo aqui e ando subindo pelas paredes, nunca fiquei tanto tempo sem...– Um rabo de saia. – Completou Amélia com um sorriso no rosto marcado pelo tempo.– Exatamente, essa menina virou uma obsessão tão grande que nem sequer consigo olhar ao meu redor. Eu a quero e vou ter!– Guadalupe não é mulher para você. – insistiu ela.– Como não é para mim? Eu já te disse, no fim das contas cega ou não ela é uma mulher como outra e fácil de enganar!Como combinado, ele se arrumou e seguiu até a casa dela, pois precisava convencer Guadalupe a viver consigo e não pouparia seus argumentos sujos para isso.Resolveu ir a cavalo dando uma olhada ao redor e pensando nos momentos com ela, ainda bem cedo bateu na porta daquela humilde casa.– Dom Andreas? – Perguntou
Guadalupe seguiu correndo para casa, entrou no quarto e deitou-se na cama pesando na proposta que ele a fez.– O que aconteceu filha? Onde está aquele homem, já foi embora? Te fez alguma coisa não foi? Eu não devia ter deixado que saísse juntos! – Lamenta Ester tocando na coxa da filha que deitada de lado deixava as lágrimas rolarem.– Ele queria se juntar comigo e que eu fosse com ele para casa, dizendo que viveríamos como irmãos. Acha mesmo que eu sou uma caipira burra, além de cega!– Sem se casar, como uma mulher desonrada? Esse homem é mesmo um doente! – respondeu Ester.– Eu disse a ele que não, insistiu e ele então Dom Andreas me pediu em casamento.– E você aceitou ser esposa dele? – Perguntou Ester ofegante e temendo a resposta.– Pedi um tempo para pensar melhor em tudo.– Acha que ele gosta de você de verdade? Mesmo depois de uma proposta asquerosa como essa?– Sei que está nos ouvindo papai...– Me desculpem, mas não gosto desse homem e não pude me abster de ouvir o que di
Guadalupe havia se decidido, uniria sua vida a de Dom Andreas mesmo que parecesse assustador, porém seria muito mais triste saber que sua família pagaria caro por uma recusa dela.– Papai, por favor me leve até a casa de Dom Andreas. – pediu ela.– Vai mesmo dizer sim a essa proposta? Filha isso é loucura... pense... pense! – Pediu ele, quase chorando.– Sim, será o melhor para todos nós.Leonel sabia que por mais argumentos que usasse jamais convenceria a filha a desistir, selou o cavalo Raio de sol e ambos foram até a mansão.Ainda na estrada de terra, alguém se aproximou também a cavalo.– Bom dia senhor Leonel, Lupe! – Gabriel tirou o chapéu em respeito assim como todos os cavalheiros ao ver uma dama.– Bom dia Gabriel. – respondeu a jovem, forçando um sorriso.– Estão indo tão cedo para a cidade? – Questionou Gabriel.– Sim, iremos... – respondeu Leonel, repidamente.– Estamos indo buscar umas coisas que a mamãe pediu, depois vá lá em casa hoje à noite que precisamos conversar!
Enquanto voltávamos para casa os toques que ele a dera não saiam de sua mente, haviam descrito para Guadalupe o que era um beijo, mas nunca cogitou que seria dessa forma. Roubada e imposta, Dom Andreas a fez sentir, de alguma maneira violada.Os dois chegaram em casa e ela contou para a mãe o que havia sido decidido, naquela noite ela esperava por Gabriel.– Boa noite.– Boa noite Gabriel, entre. – Pediu Guadalupe.Os dois foram conversar na cozinha e Ester saiu para deixá-los mais à vontade, pois sabia que o teor daquela conversa o desagradaria e muito.– E esse anel? – Questionou Gabriel.– É justamente sobre isso que quero falar com você, estou noiva (suspiro de hesitação) – E sei que vai me odiar por isso.– Como noiva? Sempre recusou todos e inclusive a mim e aquele maldito Dom Andreas.– Mas reconsiderei e vou me casar com ele dentro de uma semana.– De jeito nenhum, você não seria tão estúpida! – Diz ele aos gritos.– Não extravase todo o seu ódio me ofendendo Gabriel, nós nos