“Ele me vê como uma posse. Eu o vejo como uma lembrança que quero apagar.” Após três anos de separação, eu ainda sou, legalmente, a esposa do homem mais rico do país. Para ele, isso não é amor… é controle. Ele se recusa a assinar o divórcio, me mantém presa em um casamento que ele mal reconhece. Frio, distante, inalcançável. Mas tudo muda quando decido seguir em frente. Encontro alguém que pode me dar o que sempre quis: amor e liberdade. Só que o homem que ignorou minha existência por anos agora se transforma. Seu olhar, sua presença, tudo nele é diferente. Mais intenso. Mais perigoso. Por que ele está lutando para me ter de volta agora? Será que me enganei sobre quem ele é de verdade… ou estou apenas caindo em outra armadilha?
Ler maisAssim que paramos de correr, Alexander desabou, ofegante, com uma mão no peito e a outra estendida para mim, segurando um inalador. Seus lábios estavam pálidos, e o rosto, alarmantemente vermelho. A inclinação de sua mão era clara: “Se eu apagar, use isso.”O pequeno eu fóbico entrou em pânico imediatamente. Claro, eu sabia que ele tinha problemas respiratórios, mas eu não esperava que uma simples corrida o levasse à beira da morte. Sem pensar, tirei minha jaqueta e envolvi seus ombros, ajoelhando-me ao lado dele como uma estátua de terror. O tempo pareceu se arrastar até que sua respiração finalmente se acalmou. Ele pegou o inalador de volta e, como se nada tivesse acontecido, perguntou: — Está com frio? Olhei para ele, incrédula. Se fosse eu no lugar dele, teria feito uma cena digna de novela mexicana. Mas não, Alexander Speredo estava mais preocupado comigo do que com a própria vida. Suspirei, frustrada. — Não estou com frio, estou apavorada! Por que não me disse que não po
Ele percorreu meus ombros com os lábios, traçando um caminho lento e deliberado ao longo da minha espinha. Cada toque seu fazia minha pele formigar, e a maneira como ele deslizava meus vestidos como se fosse um ritual cuidadoso me fazia esquecer completamente o mundo ao redor.Suas mãos firmes exploravam minhas costas, descendo com uma lentidão calculada, enquanto seus beijos me incendiavam centímetro por centímetro. Meu vestido, antes uma questão de teimosia entre nós dois, agora era apenas um obstáculo irrelevante entre mim e ele.Quando seus dedos deslizaram para minha cintura e ele me puxou para mais perto, eu soube. Ele estava de volta para mim, finalmente. E, sinceramente? Eu não poderia me importar menos se ele me perdoou ou não. Tudo o que importava era aquele momento.Ele me virou para encarar seu olhar intenso, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, seus lábios tomaram os meus com um desespero contido. Um beijo quente, faminto, que me fez querer mais, muito mais. Minha
Ela provavelmente tinha escavado informações sobre meu antigo relacionamento com Mattia e agora achava que estava prestes a revelar algum escândalo bombástico. Pobrezinha. Se soubesse quantas vezes já lidei com insinuações piores, teria poupado o esforço. Observei sua expressão triunfante e, enquanto meus sogros se remexiam desconfortáveis ao redor da mesa, mantive meu sorriso intacto. — Acho uma pena maior que alguém tão intrometida e ousada como a senhora não tenha seguido carreira no jornalismo. Eu só fui a estrela da minha faculdade porque todos que não tinham medo de ofender pessoas poderosas foram “eliminados” antes de subir para brilhar — disparei, com meu tom mais doce e venenoso. O silêncio que se seguiu foi precioso. O sorriso dela vacilou, e a tensão no ar ficou densa o suficiente para cortar com uma faca de manteiga. Não demorou para minha sogra, em sua habilidade quase política, sugerir um passeio pelo jardim antes do jantar. Aceitei a sugestão com um sorriso fals
Eu estava lá, enfrentando o ataque verbal mais cruel que já recebi, e ele simplesmente riu. E continuou rindo! Aquele homem que raramente esboçava um sorriso genuíno agora estava gargalhando como se tivesse ouvido a piada do século.— Por que estou falando disso com você?! Por que tenho que aturar sua família e esses convidados insuportáveis?! Não vou descer para ver a Ayla de novo, nem morta!Alexander finalmente parou de rir, embora um sorriso divertido ainda brincasse em seus lábios. Ele cruzou os braços, me observando com aquele olhar calculista costumeiro. — Você ainda é a mesma Charlotte que eu conheço. Achei que tivesse mudado. Antes que eu pudesse exigir uma explicação para aquele comentário totalmente fora de contexto, ele encurtou a distância entre nós de forma inesperada e pressionou os lábios contra os meus.Eu congelei. Era um beijo curto, quase hesitante, mas suficiente para fazer meu coração martelar como se estivesse prestes a explodir do peito. Cada célula do meu
Assim que Alexander empurrou minhas mãos para longe do rosto dele, senti meu coração se apertar de novo. Mas antes que eu pudesse processar o gesto, ele pegou minhas mãos novamente, entrelaçando-as às suas e as trazendo de volta ao rosto. O queixo dele se apertou ligeiramente, e seus olhos se fixaram nos meus com uma intensidade que me fez esquecer a respiração por alguns segundos.— Você não pode se colocar em perigo dessa maneira de novo — ordenou, com aquele tom autoritário que ele sabia usar tão bem. — Não estou pagando guarda-costas para serem apenas enfeites ao seu redor.Minha vontade foi responder com uma tirada sarcástica, mas algo na forma como ele falava, como se precisasse me proteger a todo custo, amoleceu meu coração.— Eu prometo — murmurei docilmente, reunindo coragem para continuar: — Mas você sabe que não pode impedir o que Deus destinou, não é? Acidentes acontecem, mesmo com cem pessoas ao meu redor.Ele fechou os olhos e encostou a testa na minha, respirando fundo.
Sentindo-me ainda mais desapontada, abri o navegador no celular para entender o alarde. A imprensa, sempre exagerada, me transformou em uma heroína que tentou salvar uma donzela em perigo e acabou gravemente ferida no processo. Algumas manchetes chegaram ao ponto de especular que eu poderia ter sofrido uma lesão grave na cabeça.— Como a mídia ficou sabendo disso? — perguntei, tentando não soar irritada. Minha sogra me lançou aquele olhar gélido que só ela sabia fazer. — O que você esperava? Você é uma figura pública agora. Agir de forma imprudente em um lugar público significa que nem seus guarda-costas podem impedir que as notícias se espalhem. Sorte a sua que nada aconteceu de verdade, ou poderia ter sido muito pior. Antes que eu pudesse rebater — ou me encolher mais na cama — a porta se abriu, e Lily entrou acompanhada do meu sogro. Claro que a primeira coisa que ouviram foi o sermão de minha sogra. Lily caminhou até mim com passos cuidadosos e uma expressão preocupada, ag
Quando finalmente chegamos à mesa de Pedro, o rosto dele entregou um espetáculo de emoções que nem ele conseguiu esconder: surpresa, desconforto e, por fim, descontentamento. Era como assistir a um filme mudo. — Que coincidência, senhor Hodiri! Nos encontramos aqui! Como vai? — Lily começou, com aquele tom animado que só ela conseguia usar de maneira quase ameaçadora. — Estou bem, senhorita Speredo. Senhora Speredo, tudo certo? — Sim — respondi, sorrindo de um jeito que deixava claro que a palavra “coincidência” não se aplicava aqui. A mulher ao lado dele, que até então se limitava a um desconforto educado, teve os olhos iluminados assim que Pedro mencionou nossos nomes. A animação dela ao olhar para ele era tão óbvia que até Pedro, com sua postura sempre reservada, captou a mensagem. — Esta é a senhorita Maida Kareem, porta-voz da empresa de entretenimento Jazzy Media — apresentou ele, em um tom formal. — É uma honra conhecê-las, senhorita e senhora Speredo! — respondeu M
Eu estava afundada no meu desânimo habitual, encarando o jardim como se as árvores pudessem, magicamente, me oferecer algum tipo de iluminação emocional. O mundo parecia mais cinza do que nunca. Então, ouvi alguém chamar meu nome.Quando me virei, encontrei Lily parada ali. Seu olhar avaliador percorreu meu rosto, e antes mesmo de um “oi” educado, ela disparou: — A vovó estava certa, você está horrível. Suspirei, decidindo não cair na provocação. Havia níveis de maturidade que eu ainda tentava alcançar. — Como vai? — perguntei, ignorando seu comentário. Ela se aproximou, sentando ao meu lado com um ar teatralmente cansado. — Já tive dias melhores. — Sua mãe está te dando trabalho? Imagino que ela esteja enlouquecendo com os preparativos do casamento. — Provoquei, tentando arrancar alguma reação que não fosse a de alguém claramente preocupada comigo. Ela ficou em silêncio por um instante, o que era estranho. Depois respondeu, olhando para as árvores como se estivessem con
Nem por um momento parei de pensar nele. Sentia falta de Alexander em tudo. Até do irritante “Você está acordada?” que ele dizia toda manhã, mesmo sabendo que eu odiava conversas matinais. Sentia falta de sua frieza calculada, de como ele explicava qualquer coisa com o tom mais seco do planeta. E, sim, até de suas conversas sobre trabalho e da ocasional menção a Olivia, que me deixava desconfortável. Mas, acima de tudo, sentia falta dele. Do seu toque. Dos seus beijos. Da maneira como ele ainda me desejava, mesmo depois de anos de casamento. Apenas um olhar, o menor gesto, e lá estava aquele fogo dele, queimando tudo ao redor. Como não sentir dor quando tudo isso estava fora do meu alcance? Meu coração doía de um jeito insuportável nos últimos dias, e nenhum clichê seria suficiente para descrever o quanto eu estava mal. Então, quando finalmente toquei nele, foi como se algo dentro de mim explodisse. Lágrimas escorreram, e eu me deixei afundar no calor do seu abraço. Adormeci ali