Grávida do Pugilista Mafioso

Grávida do Pugilista MafiosoPT

Romance
Sandra Rummer  Atualizado agora
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Resumo
Índice

Kate Johnson sempre foi apaixonada por Daniel Stefano, o garoto disfuncional e cheio de cicatrizes que marcou sua juventude. Apesar das diferenças sociais, ela sonhava com um futuro ao lado dele, mesmo sabendo das lutas que Daniel enfrentava para sustentar sua mãe alcoólatra após abandonar os estudos aos dezesseis anos. Quando o amor finalmente os uniu, uma revelação inesperada mudou tudo: Kate descobriu que estava grávida. No entanto, junto com a notícia, veio a descoberta de que Daniel havia entrado para a máfia, buscando sobreviver e pagar suas dívidas. A decepção os separou, mas o amor jamais se apagou. Anos depois, seus caminhos se cruzam novamente. Daniel agora é um homem transformado, com carros luxuosos, relógios de ouro e o apelido de "Gladiador" nos ringues de luta. Mas sua nova vida, construída no perigoso submundo da máfia, ainda carrega os traumas do passado. Enquanto Kate luta para resgatar o homem que conheceu, Daniel se vê dividido entre os perigos do presente e a esperança de um futuro diferente. "Daniel" é uma história de amor, sacrifício e redenção. Em meio a dilemas morais, perigos constantes e a luta para escapar das sombras da máfia, Daniel e Kate precisam enfrentar o passado e decidir até onde estão dispostos a ir pelo amor que os une.

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O garoto disfuncional
Eu estive apaixonada por Daniel Stefano desde os meus quinze anos. Sentada na varanda da minha casa, eu observava ele cuidando do jardim. A primeira coisa que notei foi o quanto ele era alto. Eu sempre gostei de caras altos. E o cabelo... Negros, despenteados de uma forma que só aumentava o seu charme.Ele trabalhava duro, e dava pra ver o esforço em cada movimento. O sol batia em seu rosto, e o suor escorria pela sua testa enquanto ele aparava a grama ou podava as plantas. Daniel era um garoto de dezenove anos que nunca, nem por um segundo, parecia notar a minha existência. Quando seus olhos, sempre desinteressados, se cruzavam com os meus, eu sentia um arrepio me percorrer dos pés à cabeça. Ao contrário dele, eu não conseguia esconder o quanto ele mexia comigo.O tempo passou, mas lá estava eu, sempre atenta a ele, escondida atrás das cortinas, das árvores, do carro. Era um hábito, uma espécie de ritual, observá-lo de longe, enquanto ele se transformava de um garoto para um homem. V
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Só queria te ver.
De repente, me olho novamente no espelho. Vesti um traje comportado para evitar olhares curiosos, mas a verdade é que, mesmo assim, ainda me sinto sensual. Tento tirar essa sensação. Prendo um cacho rebelde para afastá-lo do rosto e solto um suspiro longo. Pronto. Está feito.Com as mãos trêmulas, mas decidida, paro de me encarar no espelho. Visto uma blusa de linha preta, pego minha bolsa e vou para a sala. Prefiro não arriscar sair com o meu carro — meu pai pode notar. Em vez disso, ligo para a central de táxis, aliviada quando o veículo chega em poucos minutos.O trajeto é longo. Parto da zona Norte, um bairro de classe média, para o extremo oposto na zona Sul, onde Daniel mora. É um lugar que só conheço de nome, nunca estive lá. Quando o táxi finalmente para, sinto o impacto imediato do cenário: ruas escuras, lixo espalhado, muros cobertos de pichações. O contraste me assusta, mas não o suficiente para me fazer voltar atrás.— Tem certeza de que é aqui? — pergunta o taxista, perce
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Não preciso da sua preocupação.
Ele me encara como se tivesse levado um soco no estômago.— Atrás de mim? — Ele pergunta, ainda sem entender.Demoro um pouco para responder. Tomo fôlego, sinto meu coração bater acelerado.— Sim. Quando a Rose mencionou essa festa, achei que seria uma chance de falar com você, saber como você está.Os olhos de Daniel se estreitam e uma expressão angustiada toma conta do seu rosto.— Bem, já matou sua curiosidade. Como pode ver, estou bem — ele diz, com um sorriso forçado.— O que você tem feito? — insisto, ignorando seu tom distante.Ele sorri de canto, e seus olhos deslizam lentamente dos meus olhos para os meus lábios, como se estivesse tentando decifrar o que eu realmente quero. Então ele volta a olhar para mim, mais sério.— Sério isso, Kate? — Ele questiona, levantando uma sobrancelha. — Olha, seja lá qual tenha sido sua intenção ao vir aqui, nossos mundos são bem diferentes. Dá pra ver isso no seu jeito, na sua pele macia, no seu perfume delicado. Cada detalhe diz que você não
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Ótica de Daniel
Eu me afasto, evitando seus olhos, porque sei que, se olhar para ela agora, vou ceder novamente. Sem pensar muito, pego o capacete da moto. Colocá-lo me dá uma desculpa para esconder meu rosto, para bloquear a intensidade do olhar dela.Ligo a moto e acelero antes que possa mudar de ideia, o rugido do motor preenchendo o silêncio que deixei para trás. A estrada à minha frente é apenas uma fuga, mas não consigo escapar da sensação dela, do gosto dela, da lembrança de como ela fez o mundo inteiro desaparecer por alguns segundos.Enquanto me afasto, algo dentro de mim me diz que essa batalha está longe de terminar.Não voltei para a festa. Peguei a estrada sem destino, sem saber exatamente onde ir, até que algo me impulsionou a seguir para o Larry and Penny Thompson. Estacionei minha moto na frente do parque, tirei o capacete e o de Kate do meu braço, colocando-os no banco da moto, como se fosse possível deixar toda a confusão ali. Mas, não. A noite cai e, no silêncio, eu caminho até a p
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Uma semana depois... Sexta-feira.
KateDepois de uma noite mal dormida, sem conseguir afastar os pensamentos sobre Daniel, aproveito as férias da faculdade para descansar. Estou sentada na espreguiçadeira em frente ao jardim, lendo Crepúsculo. Embora o livro seja maravilhoso, minha mente está distante, perdida em lembranças daquela noite. A decisão de ir atrás de Daniel ainda ressoa dentro de mim, me deixando inquieta.À tarde, meu pai chega do trabalho. Dou-lhe um sorriso e um beijo carinhoso no rosto, e ele me abraça, beijando minha testa. Ele sempre foi assim, afetuoso, mas ao mesmo tempo distante, preso à sua própria tristeza. Mesmo com a agitação que sinto por causa de Daniel, eu disfarço. Aprendi com meu pai a esconder meus verdadeiros sentimentos, a mostrar serenidade em qualquer situação. Ele busca meus olhos, e mesmo com a ansiedade me consumindo, dou-lhe um sorriso tranquilo.Olho para ele, naquele terno negro, parecendo mais um CEO poderoso do que um simples vendedor de carros. Mas há algo em sua postura qu
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Daniel
Vestindo apenas um short de corrida e tênis surrados, corro pela calçada, mas o crepúsculo à minha frente passa despercebido. O céu vai escurecendo, mas nem mesmo o brilho laranja do sol se põe consegue desviar minha atenção do turbilhão que toma conta de mim. Hoje é um daqueles dias em que a inquietação me consome, como se todo o peso do mundo estivesse sobre meus ombros. Então, corro. Corro para afastar os pensamentos que não param de se amontoar, corro para afogar minhas mágoas, para exorcizar essa raiva e essa solidão que me cercam. Corro até meus músculos doerem, até os pulmões gritarem por ar.Pauso, ofegante, e apoio as mãos nas pernas, puxando o ar com força, tentando recuperar o fôlego. O calor me envolve, a camisa grudada nas costas, o suor escorrendo pelo rosto. Olho para a rua e ela parece tão vazia quanto minha alma. Não há ninguém por perto. Só o som da minha respiração pesada quebrando o silêncio da noite que começa a cair.Depois de um tempo, sigo novamente. Continuo c
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Kate
Eu já esperava uma reação como a dele, mas isso não significa que não me afete. Ao vê-lo parado, estático, o seu olhar fixo em mim com aquela expressão de conflito, eu fico corada. Meus lábios se entreabrem e uma respiração ofegante escapa sem querer. Ele não se move, como se as palavras que estou prestes a dizer pesassem mais que qualquer gesto.— Você sabe o que eu quero. Você! — Minha voz sai mais suave do que eu gostaria, mas a intensidade que sinto dentro de mim me faz parecer mais vulnerável do que o normal.Daniel continua parado, com os olhos em mim, sem conseguir desviar o olhar. Ele parece tão... distante, como se estivesse em guerra consigo mesmo, tentando entender o que está acontecendo. E então, ele fala, e suas palavras me cortam.— Eu? — Ele solta, sua voz carregada de incredulidade. — Dê uma olhada em tudo. É isso que eu sou e tenho a oferecer.Eu respiro fundo, como se aquelas palavras não me tocassem, mas elas me fazem questionar. Quando olho ao redor, vejo o que ele
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Tenho idade suficiente para decidir por mim mesma o que eu quero e é você.
— Eu sei. — Minha voz sai calma, quase como uma resposta que não precisa de mais palavras.Eu sei o que ele está dizendo, e, de algum modo, isso só me faz querer mais. Quero entrar no seu mundo, quero entender. Mesmo que ele ache que não tem nada a oferecer, eu sei que há mais nele do que qualquer lugar ou condição poderia mostrar.— Sabe? O que faz aqui então? Sexo? É isso que quer de mim? É esse tipo de emoção que veio procurar? — Ele questiona, os olhos se fixando nos meus, procurando alguma resposta que ele provavelmente teme encontrar.Suas palavras me ferem, me desafiam, mas não me afastam. Pelo contrário. Elas só me fazem mais determinada.— Não. Eu gosto de você e te levo a sério, apesar de toda essa feiura ao seu redor. — Digo, a intensidade da minha voz revelando a verdade que eu mesma mal consigo acreditar.Eu vejo a surpresa no rosto dele, o modo como ele parece atordoado, como se não soubesse o que fazer com as palavras que saem da minha boca. Ele balança a cabeça em nega
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Você é teimosa.
DanielÉ difícil ter força de vontade e lembrar por que não quero me envolver com Kate quando ela me beija desse jeito. Sinto meu corpo todo reagir; meus lábios, que deveriam afastá-la, acabam cedendo. Liberto minha boca dela por um segundo, tentando colocar algum espaço entre nós, mas antes que eu consiga expressar meu arrependimento, ela me puxa de volta, colando nossos corpos outra vez. Suas mãos firmes me envolvem, e eu sinto meu desejo crescer, latejando de uma maneira que chega a doer.Seus lábios são quentes, úmidos, e se movem sobre os meus com uma necessidade que me desarma. Mesmo louco de desejo, luto contra isso. Tento reunir argumentos para afastá-la, mas minha mente está um caos. Droga! Ela é jovem, recém-saída da adolescência, ingênua demais para entender no que está se metendo. Mesmo que eu tenha apenas dois anos a mais, já vivi o suficiente para saber que essa vida é uma selva. Eu não posso me iludir com ela, nem deixá-la se iludir comigo.Seguro seus braços e a afasto
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E é assim que eu o deixo: um homem dividido entre o medo e o amor.
Quando ele me manda embora, o chão simplesmente desaparece sob os meus pés. O meu coração não está acelerado pelo desejo, mas pela dor que dilacera, uma dor que vem das palavras cruéis dele. Ele está ali, parado, com o olhar fechado, quase gélido, e eu vejo os ombros tensos, a respiração entrecortada, como se estivesse se contendo para não explodir em algo que pudesse destruir ainda mais o que restou.A minha voz sai trêmula, mas faço questão de que ela soe firme, tentando disfarçar a ferida que sangra dentro de mim.— Você é um covarde, Daniel — eu atiro, sem esconder a dor e a raiva que queimam por dentro. — É isso o que você é. Está se escondendo atrás de desculpas, me afastando porque é mais fácil do que admitir que você tem medo. Medo de se entregar, medo de sentir, medo de que eu veja quem você realmente é. — as minhas palavras são lâminas afiadas, e eu sei que estou ferindo, porque é a única defesa que me resta contra a dor que ele me causou.Ele fecha os olhos, respirando fund
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