Harry Miller conhece Esther Brooks praticamente a sua vida toda e sempre foram melhores amigos, até Esther beijá-lo em uma festa, o que fez seus sentimentos mudarem. Ele nunca soube ao certo se já gostava dela daquela maneira, mas, depois disso, a paixão se intensificou. Assim que a beijou, soube que ela era a mulher certa. Infelizmente, em todos esses anos, Harry nunca teve coragem de dizer o que sentia por ela, algo que ia muito além da amizade. Esther nunca sequer comentou sobre aquele beijo, como se já tivesse esquecido o ocorrido. Após receber o convite de casamento de Esther com seu primo Daniel Miller, ele toma uma decisão: será tudo ou nada. Ele irá confessar o que sente por ela antes que seja tarde demais. Quando Harry percebe que Esther está escondendo muitos segredos dele, o incentiva a fazer uma viagem, poucos meses antes de seu casamento. Essa viagem mudará tudo entre eles. Harry descobre, da maneira mais difícil, a dor de ter o coração partido, e o destino o presenteia com um desejo: desta vez, tudo será diferente para os dois. Ele acorda com dezoito anos novamente, e tudo o que viveu antes parece ser apenas um sonho que mexeu profundamente com seus sentimentos. Mas, assim que encontra a garota que ocupava boa parte de seus pensamentos, faz de tudo para se aproximar dela.
Ler maisUm som familiar fez com que ele parasse. Todos os músculos de seu corpo endureceram. Ao olhar para frente, se viu próximo à estante com várias edições de livros de Jane Austen. Novamente, sentiu como se estivesse tendo um déjà vu.— Procurando por algo em específico? – a mulher perguntou enquanto se aproximava, o barulho da bengala batendo no piso ecoava por todo o cômodo. Harry se virou como se estivesse vendo um fantasma. As luzes estavam acesas, permitindo que enxergasse com clareza a fisionomia de Adelaine. Ele abriu a boca para responder, mas estava surpreso, e nenhum som saia. Era como se estivesse vendo uma criatura mística, um ser sobrenatural à sua frente. Não estava com medo, porém, um arrepio percorreu todo o seu corpo.— Por um tempo, achei que você era apenas fruto da minha imaginação. A procurei em todos os lugares, e ninguém sequer sabia da sua existência – Harry falou.— Acredito que tenha vindo atrás de respostas para as suas perguntas – ela disse com um semblante s
Parte dele não sabia se aquele sentimento que crescia em seu peito era real, se estava mesmo apaixonado por essa Esther ou era ilusão de sua mente por conta do sonho. Quando se permitiu esquecer daquele sonho, teve certeza de que estava apaixonado por Esther e todas as versões dela. Esses sentimentos continuaram crescendo até ele ter a certeza de que a amava, e confessou isso antes de pedir para que ela morasse com ele. Parecia estar tão nervoso quanto aquele dia, principalmente depois do que estava prestes a fazer. Harry sentia que sua história foi reescrita. Dessa forma, tinha certeza que deveria fazer o pedido ali, onde, em outra vida, confessou que a amava, onde teve seu coração partido e, mesmo sofrendo, jamais conseguiu esquecê-la. Agora, tinha a chance de viver feliz ao lado da mulher que amava, sem nenhum impedimento. Harry pegou uma rosa-vermelha e colocou entre o cabelo de Esther, tentando ignorar as pessoas ao fundo que pararam tudo o que estavam fazendo para observá-
Desde o dia em que pediu Esther em namoro, não se permitiu mais pensar naquele sonho estranho. Mas ali, em New Haven, sentia uma sensação estranha no peito, como um déjà vu. Não era só isso, tudo piorou quando nesta madrugada teve outro sonho estranho, onde Esther estava o deixando. Naquele sonho, ele não conseguia prestar atenção nas palavras dela, estava atordoado, e cada frase era como uma facada em seu peito. Quando ela se distanciou, algo mais estranho aconteceu: ele se pegou pensando no desejo que fez e que se tornou realidade. Aquilo não fazia sentido. Desejou curar corações partidos, então por que o dele estava partido novamente? E, pela segunda vez, ele a deixou ir embora. Parecia uma miragem vê-la se distanciar aos poucos, até Esther sumir. A dor em seu peito era tanta que parecia estar perdendo até mesmo a capacidade de respirar. Quando acordou, estava ofegante, e seu coração partido batia cada vez mais acelerado. Por que aquilo estava acontecendo? Era só um sonho. Est
— Leandro – Harry o chamou, sem saber o que dizer. Uma lágrima escapou dos olhos de seu amigo, enquanto toda a coragem que Harry sentiu ao chegar ali sumiu por completo. Adam desligou o som e foi o primeiro a quebrar o silêncio, gritando da janela do carro:— Por Deus, Mia, esse homem está apaixonado por você! Ele confessou seus sentimentos. Como tem coragem de arrancar o coração do coitado e esmagá-lo? Quer saber? Você é uma vaca! – Adam despejou tudo o que pensava. Um som os fez olhar em direção à porta, que se abriu. Mia saiu saltitando de dentro e pulou nos braços de Leandro, quase o fazendo cair no chão.— Sim, mil vezes sim! – ela gritou, antes de beijá-lo. Leandro suspirou, deixando todo aquele peso sair de seus ombros. Quando seus lábios se afastaram, ele perguntou:— O que aconteceu lá em cima? Pensei que você tivesse fugido.— Estávamos muito longe um do outro. Queria responder à sua pergunta e beijá-lo. Fiquei tão nervosa que não conseguia encontrar a chave da porta
— Harry, deixe o pobre coitado dizer todos os sentimentos que estão sufocando o seu peito e ser livre dessa terrível angústia – Adam disse, Harry não identificou nenhuma verdade em suas palavras, ainda mais pelo tom de deboche que ele usava.— É sério? Acha que é uma boa ideia? – Leandro virou-se para encará-lo, segurando o volante como se sua vida dependesse disso.— Não, idiota, estou te zuando – Adam revirou os olhos. — Ainda bem que trouxe meu celular para gravar tudo. Pensando bem, eu apoio, ganharia a aposta se você começar a namorar – ele voltou a gargalhar.— Esquece essa aposta – Leandro retrucou.— Harry não vai escapar de lavar a minha roupa por dois meses – Adam se divertiu.— Sou um homem de palavra. Mas agora não é o momento para falarmos sobre isso – Harry disse, olhando para Leandro, que estava irritado com o assunto. Leandro voltou a encarar Adam como se estivesse prestes a quebrar o nariz dele. Antes que Harry o repreendesse para prestar atenção na estrada, ele se
— Algo me diz que em breve o status de relacionamento de Harry Miller irá mudar – Leandro surgiu ao seu lado, pegando-o desprevenido.— Posso até ouvir os sinos da igreja tocando – Adam brincou.— Ignorem eles, são idiotas – Harry murmurou. Seus pais gargalharam enquanto observavam Harry dar um puxão de orelha nos dois.— Se é assim, precisamos conhecer nossa futura nora – Owen entrou na brincadeira. — Ela será a mãe dos meus netos um dia. Netos? Oi? Como o assunto chegou a esse ponto? Agora mesmo, ele se perguntava se estava preparado para um relacionamento sério, e seus pais já estavam falando de netos. Podia ver na tela do celular o seu rosto perder a cor enquanto escutava as gargalhadas ao seu redor.— Também quero conhecer ela, meu bem, mas pelo que Harry disse, ainda é cedo. Não podemos assustá-la desse jeito. Vamos esperar eles entrarem em um relacionamento sério – Helena disse.— Filho, se está mesmo gostando dessa garota, seja bom com ela, assim como te criamos e tenha
— Não pense que estou te jogando contra a parede e exigindo um compromisso, só quero deixar avisado que, para mim, isso não é só um caso de uma noite.— Entendo – ele se aproximou, puxando-a pela cintura. — Está com ciúmes? Sabia que a provocar não era a melhor decisão, mas queria mudar aquele clima entre eles. Estava tudo tão perfeito antes de Lilly aparecer e estragar tudo.— Eu só não gosto de dividir – ela respondeu, travando o maxilar. Harry soltou um suspiro de alívio, e, em seguida, um sorriso surgiu em seus lábios.— Você não vai precisar me dividir com ninguém. Proponho o seguinte: enquanto estivermos saindo, não vamos sair com mais ninguém. Quero exclusividade – ele disse, beijando sua bochecha.— Gostei da ideia.— Não estou dizendo isso apenas para te alegrar, mas não consigo imaginar outro homem tocando em você como eu toquei. Os olhos de Esther se iluminaram quando o encarou.— Não sou inocente, Harry, sei que você teve um passado antes de mim. Tive mais certeza ont
— Na sua casa ou na minha? – ele teve coragem e perguntou. O sorriso de Esther cresceu ao ouvir aquela pergunta.— Seus amigos se incomodariam?— Eles estão em uma festa agora e não pretendem voltar hoje.— Perfeito – ela disse mordendo os lábios. Esther se aproximou o puxando pela gravata e tomou os seus lábios, o beijo foi lento, tão perigoso quanto um beijo rápido, não deixava de ser intenso. Pois despertou rapidamente todos os seus desejos reprimidos. Quando se afastou, Harry desejou não parar, se aquilo era apenas o começo, mal via a hora de chegar logo em casa. Com esse pensamento se afastaram e ele ligou o carro. — Uau, aqui é lindo Harry.— Surpresa?— Sim, três homens morando juntos, imaginei que seria uma bagunça – ela confessou. Harry gargalhou.— Às vezes não é fácil manter em ordem, eu e Leandro somos os mais organizados, já andamos nem tanto. Mas ele tenta pelo menos.— Posso? – ela pediu permissão para explorar a casa.— Fique à vontade – ele a guiou enquanto Esthe
A garota sorriu agradecendo, enquanto o garçom também estampava um sorriso bobo no rosto. Isso bastou para Harry beber todo o conteúdo de sua taça. Harry suspirou assim que viu o homem virar as costas e se distanciar da mesa. Já estava na hora de voltar ao normal e aproveitar o encontro com Esther. Deve ter sido o vinho que o encorajou, pois agora Esther sorria com algo bobo que ele mencionou. Nota mental: fazê-la rir mais vezes, ela tem um lindo sorriso. Não é como se não tivesse reparado nisso antes, mas dessa vez o sorriso parecia mais espontâneo, genuíno e livre.— Qual curso você faz? – ele perguntou.— Gastronomia – Esther respondeu antes de beber.— Uau, daqui a alguns anos espero ter o privilégio de jantar em seu restaurante. O sorriso de Esther se alegrou.— É um grande sonho, mas sei que precisarei lutar muito para conquistar isso. O jantar foi servido. Dessa vez, Harry ignorou completamente o garçom sem noção. Apenas murmurou um agradecimento, pois era educado, mas s