Deus! Eu o amo tanto...estou tão feliz...E pensar que quase acabei com tudo...Daniel começa a me beijar vagarosamente, enquanto me traz mais para perto de si. Ele tem uma forma suave de beijar, saborear.Cheia de desejo, ergo minha cabeça para ele e as nossas bocas se unem. De repente tudo entre nós vai ficando mais selvagem, ansioso, o beijo e as nossas mãos. Num gesto rápido, Daniel me pega no colo e me deposita na cama. Eu estremeço com a colcha gelada no meu corpo quente. Ele logo vem sobre mim e me aquece. Seus lábios correm o meu corpo, deixando um rastro de fogo e isso me excita com a força de um vulcão.Ele então olha para mim e confessa:—Quero que saiba que não tive mulher nenhuma antes de você e nem depois de você...Eu abro bem meus olhos e o encaro surpresa, a emoção toma conta de mim e sinto as lágrimas anuviando os meus olhos. Daniel paira sobre mim e a enxuga com os lábios e eu o abraço, o aperto, como se nunca mais fosse soltá-lo. Deus, eu não o mereço...Ele toma
DanielAndrew está visivelmente desconfortável, mas mantém a postura ereta, como se sua rigidez pudesse mascarar o incômodo. Aproveito o momento para iniciar a conversa que sei ser inevitável.— Senhor Andrew, hoje é um dos dias mais importantes da minha vida. Sempre amei sua filha, mas por muito tempo me senti indigno de estar ao lado dela. Quando o senhor me pediu para me afastar, respeitei sua decisão. Entendi que o senhor queria protegê-la, garantir o melhor para ela.Pauso, avaliando sua reação. Ele me observa, atento, mas não diz nada. Continuo, agora com mais emoção na voz.— Meses depois, quando Kate me procurou, confesso que até eu me perguntei o que ela viu em mim. Mas o que o senhor fez... vejo como um gesto de amor paterno. No fundo, admirei isso. Gostaria de ter tido alguém que me protegesse da mesma forma. Por isso, para mim, o que aconteceu entre nós já ficou para trás. Quero tê-lo como o pai que nunca tive. Isso só depende do senhor, porque o meu coração está aberto.A
Eu estive apaixonada por Daniel Stefano desde os meus quinze anos. Sentada na varanda da minha casa, eu observava ele cuidando do jardim. A primeira coisa que notei foi o quanto ele era alto. Eu sempre gostei de caras altos. E o cabelo... Negros, despenteados de uma forma que só aumentava o seu charme.Ele trabalhava duro, e dava pra ver o esforço em cada movimento. O sol batia em seu rosto, e o suor escorria pela sua testa enquanto ele aparava a grama ou podava as plantas. Daniel era um garoto de dezenove anos que nunca, nem por um segundo, parecia notar a minha existência. Quando seus olhos, sempre desinteressados, se cruzavam com os meus, eu sentia um arrepio me percorrer dos pés à cabeça. Ao contrário dele, eu não conseguia esconder o quanto ele mexia comigo.O tempo passou, mas lá estava eu, sempre atenta a ele, escondida atrás das cortinas, das árvores, do carro. Era um hábito, uma espécie de ritual, observá-lo de longe, enquanto ele se transformava de um garoto para um homem. V
De repente, me olho novamente no espelho. Vesti um traje comportado para evitar olhares curiosos, mas a verdade é que, mesmo assim, ainda me sinto sensual. Tento tirar essa sensação. Prendo um cacho rebelde para afastá-lo do rosto e solto um suspiro longo. Pronto. Está feito.Com as mãos trêmulas, mas decidida, paro de me encarar no espelho. Visto uma blusa de linha preta, pego minha bolsa e vou para a sala. Prefiro não arriscar sair com o meu carro — meu pai pode notar. Em vez disso, ligo para a central de táxis, aliviada quando o veículo chega em poucos minutos.O trajeto é longo. Parto da zona Norte, um bairro de classe média, para o extremo oposto na zona Sul, onde Daniel mora. É um lugar que só conheço de nome, nunca estive lá. Quando o táxi finalmente para, sinto o impacto imediato do cenário: ruas escuras, lixo espalhado, muros cobertos de pichações. O contraste me assusta, mas não o suficiente para me fazer voltar atrás.— Tem certeza de que é aqui? — pergunta o taxista, perce
Ele me encara como se tivesse levado um soco no estômago.— Atrás de mim? — Ele pergunta, ainda sem entender.Demoro um pouco para responder. Tomo fôlego, sinto meu coração bater acelerado.— Sim. Quando a Rose mencionou essa festa, achei que seria uma chance de falar com você, saber como você está.Os olhos de Daniel se estreitam e uma expressão angustiada toma conta do seu rosto.— Bem, já matou sua curiosidade. Como pode ver, estou bem — ele diz, com um sorriso forçado.— O que você tem feito? — insisto, ignorando seu tom distante.Ele sorri de canto, e seus olhos deslizam lentamente dos meus olhos para os meus lábios, como se estivesse tentando decifrar o que eu realmente quero. Então ele volta a olhar para mim, mais sério.— Sério isso, Kate? — Ele questiona, levantando uma sobrancelha. — Olha, seja lá qual tenha sido sua intenção ao vir aqui, nossos mundos são bem diferentes. Dá pra ver isso no seu jeito, na sua pele macia, no seu perfume delicado. Cada detalhe diz que você não
Eu me afasto, evitando seus olhos, porque sei que, se olhar para ela agora, vou ceder novamente. Sem pensar muito, pego o capacete da moto. Colocá-lo me dá uma desculpa para esconder meu rosto, para bloquear a intensidade do olhar dela.Ligo a moto e acelero antes que possa mudar de ideia, o rugido do motor preenchendo o silêncio que deixei para trás. A estrada à minha frente é apenas uma fuga, mas não consigo escapar da sensação dela, do gosto dela, da lembrança de como ela fez o mundo inteiro desaparecer por alguns segundos.Enquanto me afasto, algo dentro de mim me diz que essa batalha está longe de terminar.Não voltei para a festa. Peguei a estrada sem destino, sem saber exatamente onde ir, até que algo me impulsionou a seguir para o Larry and Penny Thompson. Estacionei minha moto na frente do parque, tirei o capacete e o de Kate do meu braço, colocando-os no banco da moto, como se fosse possível deixar toda a confusão ali. Mas, não. A noite cai e, no silêncio, eu caminho até a p
KateDepois de uma noite mal dormida, sem conseguir afastar os pensamentos sobre Daniel, aproveito as férias da faculdade para descansar. Estou sentada na espreguiçadeira em frente ao jardim, lendo Crepúsculo. Embora o livro seja maravilhoso, minha mente está distante, perdida em lembranças daquela noite. A decisão de ir atrás de Daniel ainda ressoa dentro de mim, me deixando inquieta.À tarde, meu pai chega do trabalho. Dou-lhe um sorriso e um beijo carinhoso no rosto, e ele me abraça, beijando minha testa. Ele sempre foi assim, afetuoso, mas ao mesmo tempo distante, preso à sua própria tristeza. Mesmo com a agitação que sinto por causa de Daniel, eu disfarço. Aprendi com meu pai a esconder meus verdadeiros sentimentos, a mostrar serenidade em qualquer situação. Ele busca meus olhos, e mesmo com a ansiedade me consumindo, dou-lhe um sorriso tranquilo.Olho para ele, naquele terno negro, parecendo mais um CEO poderoso do que um simples vendedor de carros. Mas há algo em sua postura qu
Vestindo apenas um short de corrida e tênis surrados, corro pela calçada, mas o crepúsculo à minha frente passa despercebido. O céu vai escurecendo, mas nem mesmo o brilho laranja do sol se põe consegue desviar minha atenção do turbilhão que toma conta de mim. Hoje é um daqueles dias em que a inquietação me consome, como se todo o peso do mundo estivesse sobre meus ombros. Então, corro. Corro para afastar os pensamentos que não param de se amontoar, corro para afogar minhas mágoas, para exorcizar essa raiva e essa solidão que me cercam. Corro até meus músculos doerem, até os pulmões gritarem por ar.Pauso, ofegante, e apoio as mãos nas pernas, puxando o ar com força, tentando recuperar o fôlego. O calor me envolve, a camisa grudada nas costas, o suor escorrendo pelo rosto. Olho para a rua e ela parece tão vazia quanto minha alma. Não há ninguém por perto. Só o som da minha respiração pesada quebrando o silêncio da noite que começa a cair.Depois de um tempo, sigo novamente. Continuo c