Após três anos de casamento, a primeira namorada de Diego Arruda havia voltado ao Brasil. No mesmo dia, Alana Alves, sua esposa por três anos, tinha recebido os papéis do divórcio. Na porta do cartório, Diego declarou seu amor à antiga paixão: — Foram três anos... Eu nunca toquei nela. Eu só amo você. Com o coração em pedaços, Alana percebeu que os três anos de dedicação tinham sido como cuidar de um cachorro ingrato. Decidida a virar a página, ela resgatou sua antiga carreira, focou em ganhar dinheiro e começou sua ascensão rumo ao topo. Foi só então que todos descobriram a verdade: a desprezada Sra. Arruda era muito mais do que aparentava. Linda, poderosa e milionária, ela era o verdadeiro exemplo de uma mulher de alta qualidade. Três meses depois, em uma madrugada solitária, Diego, com os olhos vermelhos de arrependimento, ligou para Alana: — Alana, eu me arrependi... Do outro lado da linha, a voz sonolenta da mulher respondeu com indiferença: — Murilo, quem é...? E, antes que Diego pudesse dizer mais alguma coisa, um homem ao lado de Alana desligou o telefone, com um sorriso no rosto. Beijando a mulher em seus braços, ele respondeu: — Ninguém. Só um trote.
Ler maisNaquela noite, a família Arruda não teve paz. Tudo começou quando Isadora ouviu um rumor. Ela rapidamente virou a tela do celular para os três que estavam sentados à mesa de jantar. — Mãe! Irmão, cunhada, olhem isso!Na tela, aparecia um homem e uma mulher dançando. Eles estavam próximos, os movimentos sincronizados, e a barra do vestido da mulher esvoaçava com os giros. Ao redor deles, havia várias pessoas também dançando. Mas Diego, com apenas um olhar, reconheceu Alana e Murilo. A mão de Diego, que segurava o garfo, tremeu levemente, mas ele nada disse. Apenas tomou um gole de sopa em silêncio. Telma, que observava a expressão dele, comentou, pensativa:— Isso não é nenhuma novidade. Esses dois vivem grudados um no outro. Luana, irritada, jogou os talheres sobre a mesa com um estrondo e bufou:— Eu sempre disse que Alana não presta! Você se divorciou dela há tão pouco tempo, e ela já está aos amassos com Murilo da família Coelho! E ainda assim, você nunca acreditou que ela
— O Sr. Murilo também dança muito bem. — Respondeu Alana.— E a Ayla? — Perguntou Murilo.— Ela não estava se sentindo bem mais cedo, então levei-a para o andar de cima. Pensei em trazê-la de volta quando a festa começasse, mas ela acabou dormindo, então desci sozinha. — Explicou Alana, lembrando-se imediatamente do incidente de mais cedo.O rosto de Murilo ficou tomado por uma expressão de preocupação.— Eu pensei que ela já não tivesse mais medo.— Antes ela estava mais estável, mas hoje havia muitas pessoas, e isso a deixou muito nervosa. — Explicou Alana, ciente de que Ayla ainda era muito sensível.Murilo olhou para ela, com os cílios grossos piscando lentamente.— Eu gostei muito do presente.Ele também notou, satisfeito, que Alana usava a pulseira que ele havia lhe dado.— Você já disse isso.— Mas eu queria dizer de novo.Quando a música terminou, Murilo segurou a mão de Alana e a conduziu para fora da pista de dança. Mesmo assim, Alana sentiu que os olhares das outras mulheres
— Se a Srta. Elisa e as outras duas senhoritas continuarem espalhando boatos ou falando absurdos, vou ter que pedir que vocês se retirem. — Disse Murilo, com frieza.— Vamos embora. — Elisa respondeu, com o rosto fechado, e saiu apressada, seguida pelas amigas. Alana continuava com a cabeça baixa. Ela não sabia como reagir diante de Murilo, muito menos como lidar com a frase que ele havia dito há pouco. Seus olhos fixavam a barra do vestido, os bicos dos sapatos, enquanto tentava organizar seus pensamentos. — Por pouco isso não virou um problema maior. Você está bem? — Perguntou Murilo, em um tom gentil. Vendo que Alana não respondia, ele chamou novamente: — Alana? — Ah? Estou ouvindo, eu estou bem. — Respondeu ela, distraída, como se nem tivesse realmente processado a pergunta. Dentro de seu peito, um emaranhado confuso de pensamentos se formava, enrolando-se cada vez mais. Quanto mais ela pensava, mais complicada parecia a situação. Afinal, o que Murilo queria dizer? —
Não importa o que aquela mulher dissesse, Alana manteve-se com a mesma expressão fria. — Terminou?Ela já tinha ouvido coisas muito mais cruéis e nojentas do que aquilo. Pessoas como Elisa eram todas iguais: acreditavam que, por conta de suas posições sociais, podiam pisar na cabeça dos outros livremente. Alana não via motivo para prolongar a conversa.A resposta indiferente de Alana apenas atiçou ainda mais a raiva de Elisa, que deu um empurrão nela.— Como ousa falar comigo desse jeito? — Disse Elisa, furiosa.Acompanhando a ação, uma das amigas de Elisa acrescentou:— Você sabe quem está na sua frente? Esta é a Srta. Elisa, filha do dono da Gloria Time.Gloria Time?Era uma empresa de entretenimento extremamente conhecida, com influência ainda maior do que a da família Arruda. Não era de se surpreender que Elisa tivesse tanta arrogância.Alana riu de si mesma e respondeu:— Eu sou apenas uma professora universitária de psicologia. Como eu poderia conhecer alguém tão importante qua
No salão, tocava suavemente Free As A Bird. A melodia tranquila preenchia o ambiente, enquanto a luz refletia no brilho das taças de cristal, formando uma pirâmide que reluzia sob o efeito das luminárias. As jovens, vestindo vestidos caríssimos, conversavam e riam, exibindo suas joias que, sob os holofotes, cintilavam como estrelas.Em um canto mais discreto, Alana estava com seu vestido longo de veludo preto, uma obra-prima de um renomado designer europeu do século XX. A peça destacava perfeitamente a elegância natural daquela bela mulher brasileira.Alana não usava joias chamativas. A única peça que adornava seu pescoço era um colar com uma esmeralda, simples e sofisticado, que exalava um charme discreto. Ao seu lado, Ayla usava um vestido estilo princesa e segurava um prato com doces. Apesar de ser a anfitriã da festa, seu olhar estava cheio de nervosismo e desconforto, destoando do glamour ao seu redor.Ayla estava encolhida, como se quisesse desaparecer. As dezenas de rostos ao se
— Srta. Alana, você está realmente deslumbrante hoje. — Elogiou Roberto, com um sorriso genuíno e sem qualquer malícia, apenas pura admiração.— Obrigada. — Respondeu Alana com um sorriso educado. — Srta. Alana, por favor, entre no carro! — Disse Roberto, abrindo a porta traseira do veículo com toda a gentileza. — Foi você quem veio me buscar? — Perguntou Alana enquanto caminhava em direção ao carro. Roberto esperou que ela se acomodasse antes de responder:— Foi o Murilo quem pediu para eu vir. Ele está ocupado conversando com o avô, então não pôde vir pessoalmente. Depois de fechar a porta, Roberto entrou no banco do motorista. — Muito obrigada. — Disse Alana, com um leve sorriso. No Hotel Palmeira.O salão mais luxuoso do hotel havia sido reservado exclusivamente para a festa de aniversário de Murilo. O evento era ainda mais grandioso do que a festa de Isadora, com uma decoração de tirar o fôlego. Por ser um evento em homenagem ao herdeiro da família Coelho, a lista de
Murilo lançou um olhar frio e cortante:— Não é da sua conta.— Sr. Murilo, eu só queria ser gentil e ajudá-lo a encontrar o caminho. — Disse Isadora, com um sorriso forçado e claramente desconfortável.— Não precisa. — Respondeu Murilo, continuando a andar sem sequer diminuir o passo.Isadora observou a figura dele se afastando, sentindo a raiva subir até a cabeça. Ela bateu o pé no chão com força, mas sua insatisfação foi maior que sua dignidade, e ela correu para alcançá-lo novamente.— Sr. Murilo, amanhã é o seu aniversário. Será que o senhor poderia me dar um convite? — Perguntou Isadora, piscando os olhos de maneira exagerada, tentando parecer inocente.Infelizmente para ela, desta vez Murilo sequer se deu ao trabalho de olhar para ela. Ele seguiu em frente, caminhando diretamente na direção do consultório psicológico.Isadora ficou parada por alguns segundos, encarando o homem que se afastava. Então, percebeu para onde ele estava indo. Não era Ayla que ele procurava, mas sim Ala
Havia dez vestidos dispostos lado a lado diante de Ayla. Ela, animada, puxou Alana pela mão enquanto caminhava ao redor das peças.— Alana, qual você acha mais bonito?— Esse. — Respondeu Alana, apontando para um vestido rosa claro.O modelo lembrava os vestidos de crinolina, mas tinha um comprimento mais curto e moderno. Com a silhueta delicada e o estilo clássico, o vestido parecia perfeito para Ayla, que tinha uma cintura fina e feições adoravelmente delicadas.— Perfeito! É esse mesmo. — Disse Ayla, virando-se para o gerente. — Ajuste o necessário e envie para a minha casa.— Claro, Srta. Ayla. — Respondeu o gerente com um sorriso.Logo depois, Ayla puxou Alana de novo.— Alana, agora é a sua vez. Veja qual você gosta mais!Alana olhou rapidamente ao redor. Apesar de os vestidos serem lindos, nenhum deles combinava com seu estilo. O design da loja era claramente voltado para o estilo "princesa", com uma pegada jovial e romântica, algo que combinava perfeitamente com Ayla, mas não c
— Você é a verdadeira idiota! Sua família inteira é idiota! Isadora, como ousa falar assim comigo? — Disse Ayla, com firmeza.Isadora ficou paralisada, sem entender o que estava acontecendo. Ela se lembrava claramente de ter visto Ayla agir de forma apática e tímida, escondendo-se atrás de Alana na última vez que a encontrou.— Você... você da última vez... — Isadora tentou dizer. — O que tem da última vez? — Perguntou Alana, enquanto empurrava a porta do depósito e entrava, colocando-se entre Ayla e Isadora, bloqueando a visão da primeira. Isadora deu alguns passos para trás, chocada. Ela apontou para Ayla, exclamando: — Não é possível! Da última vez, ela estava completamente fora de si. Eu vi com meus próprios olhos! Ou será que vocês estavam fingindo? — Isadora, parece que você realmente não aprende. O que acontece com a Ayla não diz respeito a você. Da próxima vez que tentar algo, pense bem se sua família pode arcar com as consequências. — Disse Alana, com um tom frio e inc