Após três anos de casamento, a primeira namorada de Diego Arruda havia voltado ao Brasil. No mesmo dia, Alana Alves, sua esposa por três anos, tinha recebido os papéis do divórcio. Na porta do cartório, Diego declarou seu amor à antiga paixão: — Foram três anos... Eu nunca toquei nela. Eu só amo você. Com o coração em pedaços, Alana percebeu que os três anos de dedicação tinham sido como cuidar de um cachorro ingrato. Decidida a virar a página, ela resgatou sua antiga carreira, focou em ganhar dinheiro e começou sua ascensão rumo ao topo. Foi só então que todos descobriram a verdade: a desprezada Sra. Arruda era muito mais do que aparentava. Linda, poderosa e milionária, ela era o verdadeiro exemplo de uma mulher de alta qualidade. Três meses depois, em uma madrugada solitária, Diego, com os olhos vermelhos de arrependimento, ligou para Alana: — Alana, eu me arrependi... Do outro lado da linha, a voz sonolenta da mulher respondeu com indiferença: — Murilo, quem é...? E, antes que Diego pudesse dizer mais alguma coisa, um homem ao lado de Alana desligou o telefone, com um sorriso no rosto. Beijando a mulher em seus braços, ele respondeu: — Ninguém. Só um trote.
Ler mais— Eu não quero ir ao hospital, só preciso tomar um analgésico. — Alana murmurou.Murilo apertou o volante com mais força, sua voz carregava um tom grave:— Sempre dói assim?— Normalmente não. Hoje foi porque eu tomei uma cerveja gelada.— Não se lembra o seu próprio período menstrual? — Perguntou Murilo, com um tom contido.Alana hesitou por um instante antes de responder:— Lembro. Só que, por estar animada, acabei esquecendo.O carro parou na entrada do hospital. Era madrugada, e o movimento era calmo. Não havia filas, apenas os médicos de plantão. Felizmente, o médico de plantão era da ginecologia, e ele receitou um analgésico para aliviar a dor.— Lembre-se, você deve tomar o remédio uma vez por dia. Não se esqueça. — Disse o médico.Alana assentiu:— Está bem, obrigada.Na verdade, ela queria dizer que não precisava de todo esse alarde. Normalmente, ela não sentia tanta dor, mas foi a cerveja que complicou tudo.De volta ao carro, Murilo estava ainda mais sério. Quando chegaram a
Na véspera da competição, Alana passou o dia inteiro ocupada com os preparativos na universidade. Ela trabalhou lado a lado com os integrantes dos departamentos de eventos e planejamento para montar o palco. Até o Professor Igor permaneceu no local até tarde, preocupado em garantir que tudo estivesse em ordem.— As provas da competição já foram guardadas? — Perguntou o Professor Igor.Alana assentiu:— Estão no cofre da sala de consulta. Só eu tenho a chave.O Professor Igor respirou aliviado e respondeu:— Legal.Após a saída do Professor Igor, Alana ainda testou todos os equipamentos do palco, conferindo cada detalhe. Quando finalmente terminou todos os preparativos, já era quase onze e meia da noite. Ela suspirou aliviada, apesar do cansaço extremo. Não importava o quão exausta estivesse, tudo valeria a pena se a competição do dia seguinte ocorresse sem problemas.Alana voltou para a sala de consulta para pegar suas coisas. Antes mesmo de sair, recebeu uma ligação de Ayla.— Ayla?A
— Quem disse que eu não vou participar da competição de psicologia da sua universidade? — Uma voz familiar ecoou pelo ambiente.Alana arregalou os olhos, incrédula, e se virou rapidamente. A porta da sala do diretor foi aberta, e Renata entrou acompanhada de sua assistente.Isadora ficou boquiaberta ao ver quem tinha acabado de chegar.— Renata! — Disse ela, completamente atônita.Renata ignorou as duas e caminhou diretamente até o Diretor Tim, apertando sua mão com um sorriso profissional:— Olá, eu sou Renata.— Dra. Renata, o que a trouxe até aqui? — Perguntou Alana, ainda sem acreditar no que estava vendo.— Isso eu explico depois. — Respondeu Renata antes de voltar seu olhar para Luana. — E então, senhora, agora que eu confirmei minha participação como jurada na competição, acho que não há mais nenhum problema, certo?O rosto de Luana ficou pálido. Ela trocou um olhar tenso com Isadora. Como Renata tinha mudado de ideia? Será que Murilo estava por trás disso novamente?— Dra. Rena
Aquela garota devia ser a psicóloga que Murilo contratou para ajudar Ayla. Era a mesma mulher que estava esperando por Renata na recepção do hotel. Entre os documentos que Alana havia entregue, no final havia um cronograma detalhado da competição de psicologia, incluindo os temas das dissertações.Renata pensou consigo mesma:"Talvez eu deva me aproximar desses estudantes da nova geração, ver o que eles podem trazer de surpreendente."Enquanto isso, Alana, ao chegar em casa, ficou parada diante da janela, olhando para o vazio. Ela não conseguia esquecer o que Renata havia dito. Renata tinha razão. Ela havia passado muitos anos no exterior, participando de projetos acadêmicos de altíssimo nível e se destacando de forma única na pesquisa em psicologia.A visita de Renata ao país não era apenas para ajudar os especialistas de Huambo a resolver questões complexas, mas também para analisar um caso psicológico especial, algo que demandava um tempo extremamente valioso. Alana sabia que, se pu
Renata deu um sorriso resignado e disse:— Srta. Alana, acho que já deixei bem claro. Eu não tenho tempo e não participarei da competição.A assistente de Renata interrompeu Alana com um tom sério:— Senhorita, o tempo da Dra. Renata no país é muito limitado. Todas as atividades dela foram previamente agendadas, e não há como alterar a agenda para incluir a competição que você mencionou.— A Dra. Renata chegou a olhar os documentos que eu entreguei? — Perguntou Alana, com uma ponta de esperança.Renata não esperava que ela fosse tão persistente. A psicóloga assentiu levemente-,— Sim, eu já vi todos os documentos. E devo admitir que os alunos da UNIVERSIDADE TURMAN são realmente muito talentosos. Muitas das ideias apresentadas são impressionantes.Renata piscou os olhos e continuou:— Mas, Srta. Alana, eu não acho que esses documentos sejam suficientes para justificar a alteração da minha agenda. Minha vinda ao país tem como propósito principal a realização de um seminário com os espec
— Professora Alana, essa situação é muito delicada. Acho melhor você tentar obter mais informações. Ainda temos alguns dias até a competição. — Disse o Diretor Tim, hesitante.Embora Tim fosse o reitor da universidade, ele sabia que o poder real estava nas mãos do conselho administrativo.— Entendido, Diretor. — Respondeu Alana, com o semblante sério.A família Arruda havia jogado uma carta que colocava Alana no centro de um verdadeiro furacão. Ao sair da sala do diretor, ela foi diretamente para a sala de psicologia, onde Ayla já a aguardava.— Alana, eu já fiquei sabendo de tudo. O que a gente vai fazer agora? — Perguntou Ayla, visivelmente preocupada.Alana sorriu, mas o sorriso era amargo:— O único jeito é tentar mais uma vez falar com Renata.Entre os materiais que Alana entregou para Renata, havia também sua própria tese, que abordava um tema relacionado às pesquisas mais recentes de Renata. Mas e se Renata nem tivesse lido?Às três da tardeIsadora olhava para o fórum da univer
— Você! — Isadora, furiosa, levantou a mão para bater em Alana.Alana deu um passo para trás e, com firmeza, disse:— Eu te aconselho a pensar bem no que está fazendo. Da última vez, fui generosa e não chamei a polícia. Mas, se você ousar levantar a mão contra mim de novo, eu vou resolver isso de uma vez, juntando as contas do passado e do presente.Isadora hesitou por um momento e, no final, abaixou a mão.— A família Arruda não te quer aqui! — Disse Isadora, antes de bater a porta com força.Alana deu uma última olhada para a casa e foi embora sem dizer nada. Ela foi diretamente resolver a situação do celular: cancelou o chip, providenciou uma nova linha e comprou outro aparelho.Assim que abriu o fórum da universidade no novo celular, Alana viu a dimensão do problema causado pela ligação falsa. Os estudantes do curso de psicologia, que idolatravam Renata como uma verdadeira referência, estavam empolgados organizando uma recepção para ela. Já haviam até planejado criar uma faixa de b
Alana tinha vários suspeitos em mente. Isadora e Luana eram, sem dúvida, as pessoas que mais a odiavam. Diego, por outro lado, provavelmente não faria algo assim, mas também não podia ser descartado. Afinal, ele já havia mostrado ser capaz de atitudes que destruíram completamente a imagem que ela tinha dele no passado.Por causa do ocorrido na festa de ontem, Isadora havia tirado o dia de folga e estava em casa.Sem perder tempo, Alana foi diretamente à casa da família Arruda. Quando a empregada abriu a porta e viu que era ela, ficou visivelmente surpresa. Afinal, Isadora e Luana passavam os dias falando mal de Alana.— Srta. Alana, o que a senhora está fazendo aqui? — Perguntou a empregada, hesitante.Alana foi direta:— Quero falar com Diego.— O Sr. Diego não está em casa. Talvez seja melhor voltar outro dia. — Respondeu a empregada, tentando encerrar a conversa.Antes que pudesse fechar a porta, uma voz suave veio de dentro da casa:— Quem é?Telma apareceu na entrada e, ao ver que
— Certo. — Alana respondeu imediatamente, aproximando-se.Luiza jogou algumas roupas escolhidas para ela:— Aquele idiota do Diego... Você nunca mais deveria cruzar o caminho dele! Que cara sem vergonha, ainda teve a audácia de dizer que foi você quem traiu no casamento!— Eu descobri quem ele realmente é. — Disse Alana, com os olhos ficando mais frios.Como Alana já havia previsto, no dia seguinte, as notícias sobre a festa de aniversário não mencionaram nada de embaraçoso. Apenas fizeram uma breve menção ao suposto assédio sofrido por Isadora, sem entrar em detalhes ou revelar qualquer outra informação.Quando Alana chegou à universidade, não encontrou o celular. Ela estava prestes a começar a procurá-lo quando o Professor Igor apareceu.— Alana, eu realmente não esperava que você conseguisse um convite da Renata. Você já falou com ela?— O quê? Professor Igor, eu encontrei a Renata ontem, mas ela ainda não confirmou nada... — Alana respondeu, confusa.O rosto do Professor Igor ficou