Capítulo 5
Diego estava perdido em seus pensamentos quando sentiu um toque suave e quente em sua mão. Virou a cabeça e viu Telma olhando para ele com preocupação:

— Diego, está com dor no estômago? Quer que eu pegue um pouco de sopa para você?

Ele balançou a cabeça, recusando.

Enquanto isso, Alana terminava de cumprimentar Dario. Sem demonstrar emoção, puxou a cadeira e se sentou à mesa, completamente alheia à interação entre Diego e Telma. Dario, por outro lado, deixou escapar um resmungo de desprezo.

Os jantares na família Arruda sempre seguiam a etiqueta rígida de silêncio à mesa. Alana, sem muito apetite, apenas acompanhou Dario e comeu um pouco para não parecer desrespeitosa.

Quando a refeição terminou, Dario segurou a mão dela e disse:

— Eu já soube de tudo entre você e o Diego, Alana. Não se preocupe, para a família Arruda, você é e sempre será a única nora legítima.

Dario lançou um olhar cortante para Diego e Telma, cujas expressões ficaram tensas. Aproveitando o momento, disparou com sarcasmo:

— Se alguém tiver que sair da família Arruda, que seja o terceiro incomodado que destrói lares alheios, ou então um homem que não sabe valorizar a própria família!

Alana sentiu o rosto esquentar de constrangimento.

Diego franziu o cenho, visivelmente irritado, enquanto Telma apertava sua mão com força. Seus olhos brilhavam com lágrimas contidas, e ela parecia frágil e vulnerável, exatamente o tipo de mulher que despertava o instinto protetor de Diego.

Dario, no entanto, ignorou completamente os dois. Virou-se para Alana e, com um suspiro, comentou enquanto mexia o café:

— Eu e seu pai éramos grandes amigos, Alana. Quando você se casou com o Diego, fiquei tão feliz que comemorei por dias. Agora, se você sair da família Arruda, como vou olhar para o seu pai e explicar isso?

Diego massageou as têmporas, frustrado:

— Vovô, farei tudo o que puder para compensar Alana. Mas sentimentos não podem ser forçados…

Dario imediatamente ficou vermelho de raiva, batendo os punhos na mesa:

— Forçados? Forçados? O que está me dizendo? Está cego, Diego? Olhe para as mulheres que você escolhe!

— Vovô…

Antes que os dois começassem a discutir, Alana interveio com uma voz calma:

— Vovô, não foi ele quem quis o divórcio. Fui eu.

O silêncio que se seguiu foi quase palpável.

Alana encheu um copo com água morna e o entregou para Dario, incentivando-o a se acalmar. Com um tom tranquilo, explicou:

— Vovô, não precisa se preocupar comigo. Eu não me sinto injustiçada. Fiz tudo seguindo o que meu coração me dizia. Decidi pelo divórcio porque simplesmente deixei de gostar do Diego.

Sua expressão era serena, como se tivesse se libertado de um longo cativeiro, irradiando uma paz incomum.

Diego, encarando-a sob a luz suave do lustre, notou o perfil delicado de Alana. Sua pele parecia tão translúcida quanto porcelana, e aquele ar sereno que ela exalava o deixou desconfortável.

Dario ficou em silêncio por um longo tempo antes de murmurar:

— Foi a família Arruda que falhou com você.

Alana deu uma pausa, mas não respondeu. Em vez disso, sorriu levemente, sem nenhuma mágoa aparente.

Quando percebeu que o humor de Dario havia se estabilizado, Alana se levantou para se despedir.

— Já está tarde. Vou indo, vovô.

Dario assentiu, relutante, mas não a impediu. Enquanto observava o vulto dela desaparecer pela porta, murmurou para si mesmo:

— É melhor assim. Melhor mesmo. Melhor do que ficar com esse idiota.

Dario soltou um suspiro pesado, ignorou Diego completamente e subiu direto para seu escritório.

Diego ficou parado, com o rosto cada vez mais sombrio.

Telma, ao lado dele, tocou gentilmente seu braço. Sua voz era suave, como sempre:

— Diego, por que você não sobe e tenta consolar o vovô? Ele gosta muito da Srta. Alana. Deve estar sofrendo muito agora.

Telma sempre soube como ser compreensiva. Diego apertou sua mão e disse:

— Vou te levar para casa primeiro.

Depois de deixá-la em segurança, Diego subiu para o escritório de Dario. Encontrou o avô mergulhado em pensamentos enquanto mexia mecanicamente uma xícara de café. Sem dizer uma palavra, sentou-se ao lado dele, serviu uma xícara quente e comentou com uma pitada de cansaço na voz:

— Vovô, a Telma será minha futura esposa. Mesmo que o senhor não a aceite, poderia pelo menos tratá-la com um pouco mais de respeito.

Dario soltou uma risada sarcástica:

— Engraçado… Quando Alana se casou com você, eu disse exatamente a mesma coisa. Disse que ela era sua esposa, e que você deveria tratá-la com respeito, mesmo que não gostasse dela. E o que você fez?
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