Capítulo 4
Alana parou os passos. Sua expressão permanecia tranquila, mas ela não estendeu a mão para retribuir o cumprimento. O rosto de Telma ficou levemente rígido.

Ao lado, Diego abriu a boca para quebrar o silêncio, com a voz baixa e grave:

— O vovô ficou sabendo da gente. Ele pediu para você ir jantar hoje à noite. Seu celular estava desligado, então vim te buscar.

— Entendi. — Alana olhou para o celular e confirmou que estava desligado. Assentiu com a cabeça. — Vou carregar a bateria. Daqui a pouco eu vou.

O subtexto era claro: ela não planejava ir junto com eles.

Diego franziu as sobrancelhas:

— Que tal eu esperar você aqui em baixo?

Alana interrompeu-o com um sorriso leve:

— Não precisa. Eu vou sozinha.

Diante do silêncio dele, Alana desviou o olhar para Telma e lançou calmamente:

— E amanhã, às nove da manhã, se você estiver livre, podemos ir buscar o certificado de divórcio.

Por algum motivo, Diego sentiu uma inquietação crescer em seu peito:

— Está com tanta pressa assim?

Alana assentiu, séria:

— Sim, bastante.

As palavras dela o calaram. Com o semblante fechado, Diego segurou o braço de Telma e começou a se afastar.

Depois de alguns passos, Telma sussurrou algo próximo ao ouvido de Diego e, em seguida, voltou-se para Alana com um sorriso gentil. Seus olhos transmitiam uma doçura calculada:

— Srta. Alana, de qualquer forma, eu lhe devo um agradecimento.

Alana ficou confusa:

— Me agradecer pelo quê?

Telma olhou para trás, onde Diego a esperava. Com um gesto delicado, ajeitou o cabelo atrás da orelha e sorriu, como se estivesse relembrando algo, quase melancólica:

— Quando Diego e eu nos separamos, eu achei que nunca mais estaríamos juntos. Eu sei que você o ama muito. Se não fosse pela sua generosidade, nós provavelmente não teríamos essa chance de recomeçar.

— Você está enganada. — Alana ergueu os olhos, o tom frio. — Eu me divorciei dele, mas não foi para dar a vocês um final feliz. Não tenho um coração tão magnânimo assim. Eu me divorciei porque não quero mais gostar dele. E não vou mais gostar dele.

Alana passou três anos tentando ser a esposa perfeita, mas falhou. Em três anos, talvez ela tivesse mais chance de ganhar na loteria do que de conquistar o coração de Diego. Se ele não a amava, qual era o sentido de insistir?

Desde o momento em que decidiu se divorciar, Alana sabia que precisava deixar tudo para trás. Ela havia feito muito por Diego, mas o retorno veio na forma dele segurando outra mulher pela mão bem na frente dela. Mesmo assim, Alana não sentia arrependimento.

Telma ficou momentaneamente atordoada.

Pensativa, Alana abaixou o olhar e concluiu com um tom indiferente:

— O que acontece entre vocês dois não tem nada a ver comigo.

O jantar estava marcado para as oito e meia. Quando Alana chegou ao apartamento, o relógio ainda marcava pouco mais de sete.

Talvez por estar longe da família Arruda, ela sentia uma rara leveza no peito. Depois do banho, colocou o celular para carregar e percebeu que ainda tinha tempo de sobra.

Pela primeira vez em muito tempo, escolheu um vestido que realmente gostava: uma peça de seda em um tom vibrante de vermelho-rosado. Trocou os óculos por lentes de contato, fez uma maquiagem leve e marcou os olhos de forma sutil, mas elegante.

Era algo que quase nunca fazia enquanto estava casada com Diego. No início do casamento, até se esforçava para se maquiar, mas Luana sempre a criticava, dizendo que uma esposa de verdade deveria ser "simples e discreta". Quanto a Diego, ele sequer olhava para ela.

Agora, livre dessas amarras, Alana finalmente fazia o que tinha vontade. Quando terminou de se arrumar, chamou um táxi e partiu para a mansão da família Arruda.

— Sra. Arruda, por aqui, por favor.

O mordomo, ao vê-la, demonstrou certa surpresa, mas manteve o tom respeitoso ao guiá-la para a sala de jantar. Ao ouvir como ele ainda a chamava, Alana teve certeza de que Dario, o patriarca da família, não estava disposto a aceitar o divórcio entre ela e Diego.

E, de fato, ao entrar na sala, encontrou não só Diego, mas também Telma sentada à mesa. Dario tinha o semblante fechado e não dizia uma palavra, criando uma atmosfera pesada no ambiente.

No entanto, ao ver Alana, o rosto de Dario relaxou um pouco. Ele abriu um sorriso caloroso e a convidou com gentileza:

— Alana, venha. Faz tanto tempo que você não janta comigo.

Diego, quase por instinto, levantou os olhos. Quando seu olhar pousou em Alana, algo dentro dele vacilou.

Sem os óculos, os olhos naturalmente alongados de Alana se destacavam, revelando um brilho especial. O contraste com o tom rosado das lentes de contato dava a ela um ar misterioso e sedutor. Combinados ao vestido vibrante, seus traços irradiavam confiança e uma elegância ousada, completamente diferente da mulher submissa e apagada que ele estava acostumado a ver.
Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App