Depois de três anos de namoro e quatro anos de casamento, somando sete anos de relacionamento, Sandro Marques acabou se deixando levar pelas mentiras da amante e, cegamente, levou Isabela Lopes ao tribunal. — Você admite sua culpa? — Perguntou ele, frio e impassível. Ao ouvir essas palavras, Isabela sentiu seu coração se despedaçar. No entanto, com determinação, ela provou sua inocência diante dos juízes e, ao desmascarar a verdadeira face da amante, foi libertada sem nenhuma acusação. Naquele instante, com a alma pesada, ela se virou para ele e disse: — Sandro, vamos nos divorciar. — Isabela, não se arrependa! — Ele respondeu, certo de que ela voltaria, achando que tudo não passava de um desabafo temporário. Algum tempo depois, ao encontrá-la por acaso, ele perguntou: — Veio me procurar para reatarmos? — Ah, claro. Só pode estar delirando, Sandro. Melhor dar uma passada no hospital, quem sabe até no psiquiatra. — Respondeu ela, sem piedade. Nas vezes em que brigavam, ela sempre voltava depois que a raiva passava, mas dessa vez ele esperou... E esperou por muito mais tempo do que imaginava. Quando ela finalmente reapareceu, já era uma advogada de renome, ao nível dele, e enfrentou ele de igual para igual em uma audiência. Sandro percebeu que ela havia mudado, que não era mais dele, e então o desespero tomou ele. — Isa, eu ainda te amo, por favor, volte para mim! — Ele implorou. Isabela, agora segura e inabalável, respondeu com firmeza: — Eu mudei para ser melhor, Sandro, mas não foi por você. E completou, passando por ele com uma postura confiante: — Saia da minha frente, Sr. Sandro. Não bloqueie meu caminho até o lugar onde mereço estar.
Ler maisDanilo tentou se erguer da cama, suas pernas pesadas como chumbo enquanto lutava para escapar daquele quarto.Percebendo seu esforço inútil, a mulher lançou um olhar carregado de desprezo a ele.— O remédio que coloquei na sua bebida derrubaria um boi adulto. Não adianta tentar fugir. Danilo engoliu em seco, enquanto o medo se espalhava por suas veias.— Quem é você? — Ele gaguejou, os olhos arregalados de pavor. — Por que está armando para mim?— Sou apenas alguém que recebe para fazer um serviço. — Murmurou ela.Seus dedos inquietos deslizaram pelo colarinho da camisa de Danilo, explorando a pele quente do peito masculino com movimentos calculados. Um suspiro de admiração escapou de seus lábios.— É a primeira vez que faço algo assim... — Ela confessou. — Um trabalho que me dá prazer e ainda me paga bem.— Você não se atreva! — Vociferou Danilo, as veias do pescoço saltando com o esforço.A mulher jogou a cabeça para trás e riu.— Meu querido, você está completamente na palma da min
Sandro pegou o travesseiro e o jogou em Fabiano.— No que você está pensando aí? Viajando na maionese de novo?Fabiano apanhou o travesseiro no ar, o acomodou no colo e encarou Sandro com uma expressão carregada. Hesitou por alguns instantes antes de falar:— Fiquei sabendo de uma coisa.— O quê? — Perguntou Sandro.— É sobre o Danilo... — Fabiano baixou a voz. — Parece que ele tentou forçar a Isabela a... Você sabe... Ter relações com ele.— O quê? — Sandro praticamente pulou da cama, o rosto transformado numa máscara de fúria incontrolável. — Calma, cara! Foi a Viviane que me contou, nem sei se...— Porra, Fabiano! — Cortou Sandro. — Você acha mesmo que a Viviane inventaria uma coisa dessas?Fabiano respirou fundo, ponderando por um momento antes de acenar com a cabeça. Era verdade. Viviane e Isabela eram praticamente irmãs de alma. Jamais fabricaria uma história assim sobre a amiga.Oito anos. Era esse o tempo que Danilo carregava aquela obsessão doentia por Isabela. Um sentimento
Isabela mordia o lábio inferior, seus olhos brilhando com a expectativa de montar. Percebendo seu entusiasmo, Jorge abriu um sorriso caloroso.— Venha. — Convidou ele, estendendo a mão.O cavalo era tão alto que Isabela, mesmo na ponta dos pés, não conseguia alcançar o estribo. Jorge pediu que ela segurasse as rédeas e se posicionasse junto à barriga do cavalo. Num movimento ágil, ele se abaixou, envolveu as pernas dela com um braço forte e a impulsionou para cima da sela com facilidade.Já sentada no lombo do animal, Isabela sentiu um frio na barriga. Lá de cima, tudo parecia muito mais alto do que imaginava, e o cavalo, inquieto, balançava a cabeça e batia uma das patas no chão.— Ele... Ele não está reconhecendo o dono, não é? — Perguntou ela, um tremor sutil em sua voz denunciando o nervosismo.Jorge soltou uma risada breve.— Claro que reconhece.— Ah? — Os olhos de Isabela se arregalaram, e ela fez menção de descer. — Não, melhor eu procurar um cavalo que não reconheça o dono, s
Jorge estacionou o carro num movimento suave e eles desceram.Isabela se deteve por um momento sob o sol, erguendo o rosto para ver o céu de um azul profundo, pontilhado por nuvens brancas que flutuavam preguiçosamente. A luz dourada do sol lhe banhava a pele, trazendo uma sensação acolhedora.De longe, o haras se revelava impressionante em sua magnitude, com seus campos extensos e instalações elegantes.— Vamos. — Jorge a convidou com um gesto gentil, a conduzindo para dentro da propriedade.Isabela acenou com a cabeça, o seguindo com passos leves e curiosos.Não demorou muito até chegarem à recepção.O gerente se iluminou ao reconhecer Jorge e se apressou a recebê-los pessoalmente.— Que bom que chegou, Dr. Jorge! Estávamos esperando por vocês.Era evidente pela cordialidade e reverência em seu tom que Jorge não era apenas um cliente qualquer, mas alguém que frequentava regularmente o local e merecia tratamento especial.— Sim. — Jorge respondeu com um aceno discreto de cabeça. — Por
Isabela se sentia mal por ser desse jeito. A frustração de ter se assustado por algo tão trivial a consumia por dentro, corroendo sua autoconfiança habitual.Jorge percebeu seu desconforto e, se inclinando na direção dela, comentou com voz suave:— Você já foi incrível naquela situação. As mulheres, infelizmente, sempre foram um grupo vulnerável na nossa sociedade. Você estava lidando com as artimanhas de um homem indecente. É normal sentir medo.Isabela franziu os lábios, um leve sorriso relutante surgindo no canto da boca.— Você tem um dom para consolar as pessoas, sabia?Na verdade, ela sabia que sua vulnerabilidade tinha raízes mais profundas. Anos de amizade e convivência com Danilo na escola haviam baixado suas defesas. Naquele dia, estava completamente desarmada, sem a menor suspeita.— Está se sentindo melhor? — Jorge perguntou, seu tom carregando genuína preocupação. — Que tal sairmos para relaxar um pouco?— Como assim? — Isabela ergueu a cabeça, seu olhar capturando o perfi
— Não temos mais nada para conversar, nos vemos no tribunal. — Declarou Isabela, conseguindo manter a voz firme apesar do medo que lhe gelava as entranhas.Danilo soltou uma risada arrogante, quase teatral.— Isa, você realmente acha que pode me vencer?Não era apenas a escassez de provas que jogava contra ela, mas a completa falta de apoio. Mesmo com os recentes tropeços da família Gomes, seu império ainda esmagava qualquer influência que a família Lopes pudessem sonhar em ter. No mundo dos poderosos, as conexões eram moeda mais valiosa que o ouro. E a família Gomes, com décadas construindo sua teia de contatos, tinham bolsos cheios dessa moeda. Qualquer obstáculo que Isabela tentasse colocar em seu caminho seria removido com um simples telefonema.Isabela sabia disso desde sempre, mas algo dentro dela se recusava a aceitar a derrota. Seu coração pesava cada vez mais. A pergunta martelava em sua mente. Um criminoso poderia mesmo escapar apenas por causa de seu dinheiro e influência?A
Danilo andava inquieto de um lado para outro, a cabeça mal enfaixada, a barba por fazer crescendo desalinhada e as roupas tão amassadas quanto seu semblante. Ao telefone, sua voz oscilava entre desespero e autoridade:— Esses projetos são a espinha dorsal da empresa, entende? Investimos literalmente todo nosso capital neles. É absolutamente crucial que sejam concluídos, ou ficaremos sem nenhum retorno financeiro. A empresa vai implodir, o fluxo de caixa vai colapsar e teremos que declarar falência. Descubra quem está por trás disso! Mais tarde vou procurar alguém capaz de resolver essa bagunça.Ao encerrar a chamada, ele ergueu o olhar e viu Isabela.Os olhares se encontraram e se travaram por alguns segundos através do para-brisa até que ela finalmente saiu do carro.— Isa... — Chamou Danilo, a voz embargada de ansiedade.— Não me chame assim. — Cortou Isabela com frieza cortante. — Não somos mais íntimos.Cada palavra dela era um muro sendo erguido entre eles. Danilo sentiu as mãos
Sem dar muita importância ao telefonema, Lara e Caio presumiram que se tratava apenas de alguma questão profissional de Isabela.Com passos apressados, Isabela se dirigiu à varanda, deslizando a porta atrás de si para garantir privacidade.O tribunal havia prometido notificá-la assim que o processo fosse devidamente registrado no sistema.Era estranho. Geralmente, após protocolar uma petição, a resposta demorava cerca de uma semana. Nos melhores cenários, dois ou três dias, às vezes quatro.Mas como poderia estar aprovado se ela tinha dado entrada nos documentos apenas naquela manhã? Apesar da confusão, não podia negar que aquilo representava um avanço positivo.— Entendo. — Murmurou ela ao telefone, com a voz contida, antes de encerrar a chamada.Retornando à mesa, Isabela retomou sua refeição como se nada tivesse acontecido.— O pessoal do escritório te chamou? — Indagou Lara, com olhar curioso.Isabela concordou com um movimento de cabeça.— Pois é, preciso sair logo depois de termi
Isabela arregalou os olhos e encarou Lara com uma expressão confusa. De onde, afinal, sua mãe havia tirado tal conclusão?— Namorando? Eu? — Balbuciou ela, franzindo a testa.Com um olhar analítico, Lara examinou a filha da cabeça aos pés. A maquiagem suave e o rubor natural nas maçãs do rosto davam a Isabela aquele brilho característico de quem estava vivendo um romance.Talvez o relacionamento fosse recente demais para ser compartilhado. Fazia sentido. Coisas assim não se anunciava às pressas.— Querida... — Disse Lara com voz macia, apertando com carinho a mão da filha. — Você é jovem. O que me deixa feliz, a mim e ao seu pai, é ver como você superou aquele divórcio tão rápido.O verdadeiro alívio de Lara era constatar que a filha não havia perdido a fé no amor após um casamento que desmoronou.Isabela ficou sem reação.— Mãe, eu...— Assunto encerrado, não vamos falar mais disso. — Interrompeu Lara, se levantando. — Preciso preparar o arroz.Para o sushi ficar perfeito, o arroz pre