Tomas acenou com a cabeça e começou:— Aconteceu ontem à noite, porque trabalho com comida de noite e fecho mais tarde. Eu lembro que era por volta das onze horas, quando chegaram três homens, pediram lagosta grelhada e cerveja. Na mesa ao lado, estavam duas meninas. Elas terminaram de comer e foram embora, mas, na saída, uma delas acabou esbarrando em um dos homens. Eles pediram desculpas, e na hora eu não estava lá, então não sei se ela pediu desculpas ou não. De qualquer forma, eles começaram a discutir.Ele esfregou o rosto, tentando se lembrar:— Eles estavam brigando alto e empurrando as duas meninas. Eu fiquei preocupado, porque elas poderiam se machucar. Como sou o dono do lugar, e não queria que isso afetasse o meu negócio, então fui tentar apartar a briga. Mas aqueles três homens eram muito agressivos. Não importava o quanto eu me desculpasse, não adiantava nada. Eles empurraram as meninas, e uma delas caiu sobre uma mesa que ainda estava bagunçada. A outra menina, tentando d
Naquele momento, Fernanda finalmente entendeu, de forma concreta, a diferença entre familiares e estranhos.Aqueles "amigos" que sempre se diziam próximos... Mal aconteceu um probleminha, já estavam todos com pipoca na mão esperando para ver o show de desgraça.Mas bastou uma ligação para Isabela, que ela largou tudo no trabalho e veio correndo ajudar.A ajuda em momentos de alegria era fácil, mas a verdadeira ajuda era aquela que aparecia quando tudo estava difícil.— Você é a nossa sortuda, nossa anjinha da guarda! — Fernanda disse, agradecida.Dentre todos na família, Isabela era a mais estudada, casou bem, embora o marido tivesse traído e eles tivessem se divorciado, mas ele tinha boas condições financeiras. Naquela época, ele se casar com a Isabela foi, na verdade, uma prova de que ela era realmente uma pessoa de destaque.Senão, com as condições dele, jamais teria se casado com uma mulher de família comum como Isabela.Era justamente por aquilo que Fernanda sentia inveja, pois se
Isabela murmurou um "ok" de concordância.Depois que Felícia saiu, Isabela se recostou no sofá e ficou perdida em seus pensamentos.E de repente, o celular vibrou. Ela tirou o celular do bolso.Viu que era uma mensagem de Jorge: [Quando você volta?]Ela ficou encarando a tela por um bom tempo.Depois de um tempo, respondeu com duas palavras: [À tarde.]Jorge não respondeu mais nada.Ela deslizou a tela do celular.Sem perceber, já tinha muitas mensagens trocadas com ele.— Almoço pronto!Cerca de meia hora depois, Felícia voltou.Isabela se levantou para lavar as mãos.O tio comprou vários pratos de comida temperada, e Lara fez alguns pratos quentes.Na mesa, Fernanda, ainda preocupada, perguntou várias coisas para Isabela.Isabela confirmou que o primo estava bem.Só então Lara pareceu um pouco mais tranquila.Depois do almoço, ela foi embora de carro.Estacionou o carro, caminhou até o escritório de advocacia, e enquanto esperava o elevador, Jorge entrou pelo corredor, passou ao seu
Isabela claramente percebeu o olhar de Jorge.Ela se afastou um pouco, forçou um sorriso, e disse:— Que ajuda você precisa, posso te ajudar em algo?— Ainda é sobre a corrida. — Leonardo disse. — Dessa vez, vamos mudar de pista.— É aquela pista perigosa de que vocês falaram, que pode até tirar vidas? — Isabela perguntou.— Não, é outra. — Leonardo balançou a cabeça.De repente, Leonardo percebeu que as bochechas de Isabela estavam bem vermelhas.— Mana, o que foi? Por que sua cara está mais vermelha que a bunda de um macaco?Isabela ficou sem palavras.O olhar de Jorge estava fixo nela e interveio com voz profissional:— Assistente Isabela, temos um caso para atender essa tarde.— Ah, está bem. — Isabela apenas respondeu.Leonardo ficou sem palavras, e logo virou o rosto, olhando de cara feia para Jorge, murmurando:— Seu ditador.Jorge fez um leve aceno, como se não tivesse ouvido.Isabela deu de ombros, meio sem jeito, e disse:— Você viu, né? Eu ainda tenho trabalho.— Mana, peça
Isabela olhou para ele e disse:— Se você não se interessa por direito, pode pensar em mudar de profissão.Ela achava que Leonardo só tinha o nome no escritório de advocacia, mas não entendia nada, o que para ela era um desperdício de tempo.Mas Leonardo pensava que estava bem daquele jeito. Ele só precisava ter seu nome registrado no escritório de advocacia para dar uma satisfação ao pai, e ainda podia continuar se divertindo. Além disso, não precisava ouvir ninguém o encher o saco. Que maravilha, não é?— Valeu, mana, vou indo. — Leonardo estava vestido com um moletom preto com boné, calça confortável e tênis branco. Ele girava as chaves do carro na mão.Com aquele ar de quem não estava nem aí.Ele entrou no carro e colocou a música no volume máximo.Acompanhava o ritmo da música balançando o corpo, ligou o carro, pisou no acelerador e saiu!O carro voava na estrada!Quando ele deixou a cidade para trás, a estrada ficou bem mais livre.Ele abriu a janela, deixando o vento bater no ro
Quando chegaram ao hospital, Clara desceu do carro. Leonardo, embora não gostasse do jeito mimado da patricinha, tirou a jaqueta jeans que estava por cima do moletom e jogou nela.— Sua roupa está rasgada.Clara olhou para si mesma. Em toda a sua vida, ela nunca tinha ficado tão desajeitada.Ela pegou a jaqueta que Leonardo jogou nela e a colocou sobre os ombros.— Obrigada.— Não foi nada, não precisa agradecer. Qualquer um faria o mesmo se visse uma situação assim. E, no fundo, eu nem fiz nada demais. — Respondeu Leonardo, sem dar muita importância.Clara deu uma olhada em Leonardo. Antes, ela sempre o achava insuportável, mas naquele momento, ao olhar para ele, pareceu que ele não era tão desagradável daquele jeito.— Já que comecei a ajudar, vou até o fim. Vou te levar até lá dentro. — Leonardo disse enquanto começava a caminhar para dentro do hospital.Clara rapidamente seguiu seus passos.— Então, posso pegar seu celular de novo?Leonardo tirou o celular e o entregou a ela.Ela r
Sandro franziu a testa.— Pare com esse temperamento de princesinha. Eu não marquei nada com você. Então, se você acha que eu te chamei, cadê a prova?— Foi você que me mandou uma mensagem! Não sou cega nem analfabeta! Meu celular se perdeu enquanto eu fugia, então não tenho como provar. — Ela estendeu a mão. — Me mostre seu celular.Sandro sabia muito bem que não tinha enviado nenhuma mensagem de convite, mas, mesmo assim, pegou o celular e entregou para Clara olhar.Clara vasculhou as mensagens, e realmente não encontrou nenhuma mensagem dele a convidando.— Você apagou a mensagem?! — Clara jogou o celular nele. — Não vou deixar isso barato, Sandro!O celular caiu no chão, perto dos pés de Sandro, e a tela quebrou.Sandro a encarou com um olhar furioso.Ao ver o rosto de Sandro, todo cheio de raiva, Clara se sentiu intimidada e não teve coragem de olhar diretamente nos olhos dele.Sandro pegou o celular do chão, colocou no bolso e olhou para Clara com um olhar gélido, como um vento d
Luan ficou chocado e imediatamente assumiu uma expressão séria.— Sim, entendi. Vou verificar isso agora.Clara levantou os olhos e o encarou com um olhar cheio de advertência.— Não fale com meu irmão por enquanto.— Tá bom. — Luan abaixou o olhar.— Pode ir. Descubra tudo o mais rápido possível e me avise. — Ela disse.Luan hesitou um pouco e disse:— Mas não tem ninguém para cuidar de você aqui, vou chamar...— Não precisa. — Clara o interrompeu. — Estou bem. Se precisar, chamo uma cuidadora.— Então, tá certo.Luan saiu do quarto. Apesar de Clara ter insistido várias vezes, pedindo para ele não contar nada para Jorge, assim que Luan virou a esquina, ligou direito para Jorge.Jorge estava jogado no sofá, vestindo apenas uma camisa branca com os botões de cima abertos, revelando o pescoço longo, o pomo-de-adão marcante, a clavícula desenhada e o peitoral forte.As mangas estavam dobradas, deixando à mostra parte do antebraço musculoso.Isabela, com a cabeça baixa, segurava a mão dele