Ela tirou o celular do bolso e atendeu.— Alô?— Sou eu.— Danilo? — Isabela ficou surpresa ao ouvir a voz dele. — O que houve?Danilo estava parado na calçada, observando a figura de Isabela à distância. Naquele momento, se Isabela olhasse para trás, veria Danilo parado atrás dela.— Amanhã é meu aniversário. Vai vir?Isabela hesitou por um instante. Ir à comemoração significaria, com certeza, encontrar Sandro. Mas ela e Danilo sempre tiveram uma relação muito próxima. Além disso, ela conhecia Danilo antes mesmo de conhecer Sandro, eles eram todos colegas de faculdade.— Vou sim. — Respondeu ela, decidida.— Ótimo, então nos vemos no mesmo lugar de sempre. — Disse Danilo, satisfeito.— Tudo bem....Depois do trabalho, Isabela passou em uma loja e escolheu um presente com cuidado, fazendo questão de embalar tudo com capricho. Chamou um táxi e foi até o Restaurante Primavera, onde eles costumavam celebrar aniversários. Parou diante da porta do reservado e, ao estender a mão para abrir,
Isabela saiu de lá sem qualquer hesitação ou olhar para trás.Sandro, tomado pela raiva, avançou e deu um chute no abdômen de Danilo.— O que você pensa que está fazendo ao me impedir? — Gritou ele, furioso.O impacto do chute foi forte e Danilo se desequilibrou, cambaleando para trás até esbarrar na mesa, derrubando pratos, copos e talheres em um estrondo.Gabriel e Fabiano correram para apartar a briga.— Sandro, calma! O Danilo só quer o seu bem! Vocês dois estão de cabeça quente e isso aqui só vai acabar mal se continuarem desse jeito.Danilo, ajeitando as roupas amassadas, olhou diretamente para Sandro, sem se deixar intimidar.— Deixem ele. Se ele quer brigar, então que briguemos. Hoje eu estou à disposição. — Disse Danilo, em tom desafiador.— Ah, então você sempre teve segundas intenções? Era isso, não era? — Sandro riu com desprezo.Danilo, ao ver Isabela com outro homem, entendeu que não poderia mais esconder seus sentimentos. Ele sabia que já tinha perdido uma chance, e dest
Danilo não ficou atrás! Com a raiva transbordando, ele agarrou o pescoço de Sandro com firmeza, e os dois homens, cada um enfurecido à sua maneira, apertaram as mãos ao redor do pescoço do outro com força. Danilo, com o rosto já vermelho de esforço, soltou entredentes:— Sandro, sabe o que é? Desde o dia em que soube que você estava de rolo com a Milena, percebi que estava brincando com fogo. Eu só fiquei observando enquanto você afundava a relação de vocês, acabando aos poucos com o amor que a Isabela ainda tinha por você. E sabe por quê? Porque eu nunca acreditei que ela fosse fazer algo de errado ou mexer com substâncias ilícitas. Só fiquei calado, esperando ver se você seria mesmo tão idiota a ponto de duvidar da Isabela para acreditar naquela vadia. No fim, você foi burro o bastante para fazer exatamente isso. Desde o começo, meu plano era outro. Eu pensei em esperar você estragar tudo de vez e, quando ela estivesse sem esperanças, presa por sua culpa, eu iria salvar ela e trazer
Viviane não conseguiu se conter e foi até o hospital para ver como Sandro estava, perguntando discretamente a um dos médicos sobre a gravidade dos ferimentos. Recebeu a resposta de que eram apenas machucados superficiais. Nada que colocasse a vida dele em risco.— Poxa, que desperdício. — Comentou ela com um suspiro, desapontada.Logo em seguida, mandou uma mensagem para Isabela: [Fui ver e, infelizmente, ele não morreu.]Isabela olhou a mensagem rapidamente, mas nem se deu ao trabalho de responder. Apenas largou o celular no balcão e terminou o último gole da bebida, sentindo o amargor do álcool em cada gole, antes de levantar e sair do bar com passos um pouco cambaleantes.Dois rapazes, que estavam a observando havia algum tempo, perceberam sua saída. A beleza de Isabela, aliada ao ar solitário de quem bebia para afogar mágoas, despertou neles intenções nada amigáveis. Assim que ela saiu do bar, eles decidiram seguir ela, mantendo certa distância.Isabela parou na calçada e pegou o c
Viviane chegou tão rápido que Isabela não pôde deixar de sentir uma onda de gratidão profunda, quase como um alívio de quem escapava por pouco de algo terrível.— Vivi, obrigada mesmo. — Disse Isabela, emocionada.— Ah, para com isso! Não precisa de formalidade comigo. — Respondeu Viviane, sorrindo. Ela então lançou um olhar para o banco do motorista e acrescentou. — Tem mais gente para você agradecer, né?Isabela sentiu as bochechas queimarem de vergonha ao lembrar de toda a confusão que havia se metido por causa de um ex que não merecia. Ela evitou encarar Jorge, mantendo o olhar fixo na janela, enquanto murmurava baixinho:— Dr. Jorge, obrigada.— Não há de quê. — Respondeu ele, com a voz firme e distante.Seu tom era calmo, frio até, o mesmo tom de sempre.Depois de algum tempo, o carro estacionou em frente ao hotel onde Isabela estava hospedada. Ela e Viviane desceram juntas. Viviane se virou para Jorge antes de sair.— Muito obrigada mesmo por tudo.Jorge acenou levemente, mas ma
Danilo olhava para Isabela com uma expressão de carinho tão intensa que era quase evidente.Isabela, surpresa, quase cuspiu a água que havia acabado de beber, cobrindo a boca rapidamente.— Danilo, você bateu a cabeça? — Ela perguntou, sem conseguir acreditar que ele realmente havia dito que gostava dela. Para ela, sempre foram apenas bons amigos. Essa súbita declaração de afeto deixava ela sem saber como reagir dali em diante.— Sei que você acha que eu fiquei com pena de você pelo que passou com o Sandro, mas isso não é motivo para me consolar desse jeito. Não precisa, tá? — Ela desviou o olhar, tentando minimizar o que ele havia dito, como se ele estivesse apenas sendo um bom amigo. Isabela queria evitar complicações que pudessem tornar o relacionamento deles estranho, pois tinha certeza de que seu limite com Danilo era a amizade.Isabela tinha acabado de se divorciar e, naquele momento, a última coisa que queria era entrar em outro relacionamento. Para ela, amor e casamento não tin
— Mãe, já deu, não acha? — Disse Sandro, exasperado. — Eu estou machucado, preciso descansar. Sobre filhos... É uma decisão minha, não quero ter agora.Isabela havia falado com ele várias vezes sobre o desejo de ter um filho, mas Sandro sempre achou que ainda eram jovens e que não precisavam se preocupar com isso tão cedo. Só agora ele percebia a pressão constante que a mãe devia ter colocado sobre Isabela a respeito.— Ah, claro, fica aí defendendo ela! — Maria bufou, visivelmente contrariada. — Um dia essa mulher vai acabar fazendo o que quiser com você e eu não entendo o porquê dessa sua fixação por ela. Qual é o encanto? Ela não tem família influente, os pais são só trabalhadores comuns. Ok, ela é estudada, mas o que isso te traz? Que utilidade tem? Só sabe lavar sua roupa e cozinhar para você. E o que mais? Nem ao menos conseguiu te dar um filho. A filha da família Neves, sim, era a mulher certa para você! Lembra quando tentaram apresentar vocês? Se tivesse aceitado, hoje seria be
— Cala a boca. — A voz de Sandro saiu amarga. Ele não conseguia ouvir o nome de Isabela sem se sentir agoniado. Seu rosto assumiu uma expressão fechada e era claro que algo perturbava ele muito. Uma sensação estranha crescia dentro dele, uma quase certeza de que Isabela não estava brincando, que dessa vez ela estava falando sério.Gabriel percebeu a preocupação do amigo e tentou tranquilizá-lo.— Cara, pode ser que ela esteja só tentando te provocar, sabe? Quer te fazer ciúmes, se aproximando do Danilo de propósito.— Será? — Sandro murmurou, desconfiado. Por mais que quisesse acreditar, algo lhe dizia que não era bem assim.Fabiano, notando a tensão no ambiente, se apressou a acrescentar:— Olha, o Danilo uma vez disse que gostava da Isabela há mais tempo do que você. Mas, sei lá, faz sentido? Vocês estão juntos há sete anos, três namorando e quatro casados. Como ele poderia gostar dela em segredo por tanto tempo? Oito anos, Sandro! Quem fica apaixonado por alguém tanto tempo assim, s