Edward não entendeu o motivo do sorriso sarcástico no canto dos lábios de Grace, mas ainda assim falou com seriedade:— Eu e ela realmente não éramos compatíveis. O divórcio foi a melhor escolha.Não Compatíveis?Grace riu friamente por dentro. Casados por dois anos, sem nunca terem se visto, e ele já sabia que não eram compatíveis? Era óbvio que ele nunca teve a intenção de levar aquele casamento a sério desde o início.Pensando bem, fazia sentido. Para Edward, ela era apenas uma mulher do interior, alguém que jamais estaria à altura de um homem como ele, nascido em berço de ouro e acostumado ao topo da sociedade.Ela lançou um olhar rápido para os dois e soltou uma risada curta e desdenhosa.— Sinto pena da sua ex-esposa.Com essas palavras, Grace virou as costas e saiu do quarto, sem a menor intenção de continuar na companhia deles.No fundo, eles eram mesmo perfeitos um para o outro, duas aberrações feitas sob medida.Assim que saiu, ouviu passos apressados atrás de si. Um vulto al
Sentado no carro enquanto deixava o hospital, Edward ainda pensava na pergunta que Sophia lhe fizera: Por que ele parecia se importar tanto com a Dra. Paisley?Ele não tinha uma resposta clara.Talvez fosse apenas curiosidade. Algo naquela mulher o intrigava, e ele queria entender melhor. Nada além disso.O som do celular interrompeu seus pensamentos. Sentindo-se um pouco irritado, ele esfregou as têmporas antes de atender:— Fala.— Presidente Edward, eu verifiquei sua agenda dos últimos cinco anos e não encontrei nenhum momento em que o senhor tenha cruzado com a Dra. Paisley. No entanto, o curioso é que, dois anos atrás, ela se afastou da medicina, e ninguém sabe onde ela esteve. Por isso, é difícil rastrear seus passos nesse período. O senhor quer que eu peça ao Sr. Patrício para investigar?Patrício Egídio era o chefe da máfia. Se algo não podia ser descoberto publicamente, ele certamente encontraria. Por isso Valdir fez a sugestão.Edward ficou em silêncio por alguns segundos. Va
Edward, como ele poderia estar ali?O silêncio tomou conta do ambiente. Grace e Greyce se sentiram presas sob o olhar penetrante de Edward, desejando, desesperadamente, desaparecer dali.Com um leve ding, o elevador chegou. Grace, em um impulso, puxou Greyce para dentro, na esperança de escapar rapidamente. Mas, antes que as portas pudessem se fechar, Edward deu uma longa passada e entrou com elas.— Fale, o que eu devo a ela? O que você acha que ela deveria ter pedido? — A voz de Edward era calma, mas o olhar, fixo em Greyce, carregava uma ameaça silenciosa que a fez engolir em seco.Greyce sentiu um frio na espinha. Mas, em meio ao pânico, lembrou-se que, no fim das contas, Edward havia sido injusto com Grace no divórcio, então ela não estava errada.Quando ia responder, Grace se adiantou:— Sr. Edward, é o seguinte... Minha amiga, ao saber que eu operei a Srta. Sophia, achou que eu deveria ter pedido uma compensação maior. Foi por isso que ela disse aquilo.— Quer dizer então que vo
A parceria entre o Grupo Mendes e o Grupo Perry sempre correu bem. Valdir não conseguia entender como, de repente, tudo havia mudado.— Hum. — Edward assentiu, jogando um documento para Valdir. — A partir de agora, vamos trabalhar com o Grupo Torres.Grupo Torres? Valdir franziu o cenho ao pegar o documento e, ao revisar, logo entendeu o que estava acontecendo: a família de Sophia havia solicitado essa parceria. Pelo visto, o Grupo Mendes havia se tornado um simples bode expiatório.— E quanto às duas lá embaixo... — Valdir perguntou, ainda incerto.— Despache-as. Não tenho tempo para vê-las.— Certo.O tempo passou, e a noite começou a cair. Os funcionários do Grupo Perry já haviam ido embora, mas Edward continuava sem dar sinais de aparecer.— Grace, você acha que o Edward está mesmo decidido a quebrar a empresa do meu pai? — Greyce estava visivelmente preocupada, andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer.— Vamos descobrir uma solução. — Grace tentava manter a calma, ap
Ele chegou! Chegou!Grace já conseguia ouvir os passos se aproximando pela entrada. Cada um deles parecia bater diretamente em seu coração, e ela desejava poder desaparecer ali mesmo.Ela tentou se acalmar e, quando ergueu a cabeça, já estava pronta para encarar Edward cara a cara.No entanto, quem apareceu foi apenas Max.Edward? Onde ele estava? Será que vinha logo atrás?Grace esticou o pescoço, tentando ver além de Max, mas não havia ninguém.— E aquele moleque? — Otto perguntou com uma expressão fechada, já pressentindo que algo estava errado ao ver que Max tinha voltado sozinho.— Senhor Jovem disse que surgiu um imprevisto e que virá mais tarde. — Max respondeu, sem poder fazer muito. Edward havia saído às pressas, e não havia como impedi-lo.— Imprevisto? — Otto franziu o cenho, encarando Max com uma expressão de desagrado.Max suspirou, sabendo que não tinha outra opção senão contar a verdade:— Parece que aconteceu alguma coisa com Sophia, e o senhor jovem foi até lá assim qu
— Edward, o que você quer dizer com isso... — Rian tentou argumentar, mas foi interrompido imediatamente por Edward.— Davi e Sophia não foram adotados por vocês no orfanato? Desde pequenos vocês os forçaram a largar os estudos para trabalhar. Davi tinha acabado de fazer dezoito anos quando começou a trabalhar como meu segurança, e Sophia, com apenas dezasseis, já estava servindo mesas em um restaurante, certo? — Edward falou friamente, sem poupar Rian. — Você acha que eles não sabem sobre suas origens? Quer adivinhar por que Davi, antes de morrer, me pediu para cuidar da Sophia e não mencionou você e Magda nem uma vez?Edward raramente era tão direto, mas o comportamento de Rian e Magda estava passando dos limites. Eles realmente achavam que eram os pais de Sophia?Rian e Magda ficaram pálidos. Seus rostos mostravam uma mistura de incredulidade e pavor.— Eles... Eles sabem sobre o passado deles? — Rian perguntou, ainda tentando se agarrar a alguma esperança.Edward lançou um olhar pa
Otto, afinal de contas, era da família Perry, e, sem sombra de dúvida, sempre estaria ao lado de Edward. Além disso, agora que ela e Edward estavam divorciados, mesmo que não estivessem, Otto dificilmente faria de tudo para ajudá-la.Grace tinha plena consciência disso.Mas ela não disse nada disso para Greyce. Pelo menos por enquanto, o melhor seria deixá-la descansar.Greyce foi para o quarto, mas Grace não conseguia dormir. Ficar de braços cruzados não fazia parte de sua personalidade; ela precisava se preparar para o pior cenário.A noite toda, Grace ficou pensando em soluções, e quando acordou no dia seguinte, trazia no rosto as evidências de uma noite mal dormida, com olheiras profundas.— O que você fez ontem à noite? — Greyce perguntou, surpresa ao ver o estado de Grace.Grace olhou-se no espelho, pegou o corretivo e começou a cobrir as olheiras.— Não fiz nada, só não dormi bem. — Respondeu ela com um sorriso leve.— Grace. — Greyce a chamou, com um tom de voz um pouco hesitan
Edward continuou, cheio de desdém:— Que pena! Ela provavelmente achou que eu iria obedecer ao meu avô. De onde ela tirou essa ideia?Grace piscou os olhos, surpresa. Então, Edward achava que quem foi falar com o Otto ontem era a Greyce?Ela se lembrou de Max a chamando de Grace...O som de Grace e Greyce era exatamente o mesmo. Não era de se surpreender que Edward tivesse se confundido, já que ele não sabia que ela também atendia pelo nome Grace.Aquilo quase a fez rir, mas logo as palavras de Edward voltaram a ecoar em sua mente. E, de repente, a vontade de rir desapareceu completamente. Pelo que ele estava dizendo, parecia que o Edward não tinha intenção nenhuma de dar trégua ao Grupo Mendes.— Não há mesmo nenhum espaço para negociação? Sr. Edward, você não acha que cortar os laços com o Grupo Mendes assim, de forma tão abrupta, é um pouco... Precipitado? — Ela realmente não entendia como alguém poderia ser tão impulsivo nos negócios.— Eu sempre faço o que quero. Você tem algum pr