Capítulo 14
Ele chegou! Chegou!

Grace já conseguia ouvir os passos se aproximando pela entrada. Cada um deles parecia bater diretamente em seu coração, e ela desejava poder desaparecer ali mesmo.

Ela tentou se acalmar e, quando ergueu a cabeça, já estava pronta para encarar Edward cara a cara.

No entanto, quem apareceu foi apenas Max.

Edward? Onde ele estava? Será que vinha logo atrás?

Grace esticou o pescoço, tentando ver além de Max, mas não havia ninguém.

— E aquele moleque? — Otto perguntou com uma expressão fechada, já pressentindo que algo estava errado ao ver que Max tinha voltado sozinho.

— Senhor Jovem disse que surgiu um imprevisto e que virá mais tarde. — Max respondeu, sem poder fazer muito. Edward havia saído às pressas, e não havia como impedi-lo.

— Imprevisto? — Otto franziu o cenho, encarando Max com uma expressão de desagrado.

Max suspirou, sabendo que não tinha outra opção senão contar a verdade:

— Parece que aconteceu alguma coisa com Sophia, e o senhor jovem foi até lá assim que recebeu a ligação.

Sophia, claro. Grace soltou um riso amargo por dentro. Para Edward, Sophia sempre seria a prioridade, até mesmo antes de Otto.

Se ele gostava tanto dela, por que, então, aceitou se casar com Grace? Por que não lutou contra Otto desde o início?

— Moleque idiota! — Otto bateu a bengala com força no chão, claramente irritado.

— Não sei o que aquela Sophia fez para enfeitiçar esse moleque! — Ele bufou, prestes a continuar reclamando, mas ao se dar conta da presença de Grace, preferiu se conter.

Virando-se para ela, Otto assumiu uma expressão de arrependimento.

— Edward só está temporariamente cego por causa daquela mulher. Quando ele acordar, vai perceber que você é a melhor escolha para ele.

— Não se preocupe, vovô. Eu e ele já estamos divorciados. — Grace sorriu, aparentando um desinteresse que, na verdade, estava longe de sentir.

Otto, porém, não desistia fácil:

— Não, você é a esposa ideal para ele. Eu vou fazer com que ele volte atrás.

Grace franziu o cenho, confusa:

— Vovô, por que o senhor acha isso?

Ela não conseguia entender. Eles nunca haviam se encontrado antes, e desde o primeiro momento em que ela procurou Otto, ele sempre esteve ao lado dela, mesmo que isso significasse brigar com seu próprio neto.

Ela não acreditava que tivesse tanto carisma assim. Havia algo estranho na maneira como Otto a favorecia.

Otto pareceu surpreso pela pergunta, mas logo respondeu com tranquilidade:

— Desde o momento em que te vi, soube que você e Edward combinavam. É uma intuição.

Intuição?

Grace o observou por alguns instantes. Ele parecia tão convicto que ela não conseguia identificar nenhuma mentira. Mas seu próprio instinto lhe dizia que as coisas não eram tão simples assim.

Ainda assim, ela tinha um objetivo em mente nessa visita e sabia que não era o momento de insistir com perguntas. Sorrindo, ela mudou de assunto:

— Vovô, na verdade, eu vim aqui hoje porque preciso de um favor seu...

Quando Edward chegou à Mansão Torres, os pais de Sophia estavam no quarto cuidando da filha. Ao verem Edward, saíram rapidamente, deixando o espaço para os dois.

— Sua mãe me ligou dizendo que você não estava bem. O que aconteceu? Por que não foi ao hospital?

— Não é nada demais. Minha mãe sempre exagera. — Sophia respondeu, um pouco envergonhada. — Desculpa por te fazer vir até aqui. A culpa é minha.

— Eu prometi ao seu irmão que cuidaria de você, então não precisa se desculpar comigo. — Edward respondeu, seus olhos fixos nela. — Tem certeza de que está tudo bem? Ainda dá tempo de ir ao hospital.

— Estou bem, de verdade. Eu conheço meu corpo. — Sophia balançou a cabeça, mas evitou o olhar dele, claramente desconfortável.

— Se for assim, vou voltar. Meu avô está me esperando para o jantar. — Ele disse, já se preparando para sair.

— Edward! — Sophia o chamou de repente, seus olhos começando a lacrimejar. — Se não fosse pelo pedido do meu irmão, você nem olharia para mim, não é?

Edward ficou em silêncio, encarando-a por alguns instantes. Só então respondeu:

— Cuide-se, Sophia. Não fique pensando nessas bobagens.

— Edward, eu...

— Já chega. Eu vou indo. Descanse e se cuide. — Ele a interrompeu, saindo do quarto sem olhar para trás.

No andar de baixo, os pais de Sophia estavam nervosos ao ver Edward sair tão rápido.

— Edward, não vai ficar mais um pouco com a Sophia? Ela não para de falar de você. — Disse o pai de Sophia, Rian Torres, tentando disfarçar o desconforto.

Edward lançou um olhar frio para os dois, um olhar que parecia penetrar suas almas, como se ele visse através de cada mentira e manipulação.

— É melhor vocês cuidarem direito da Sophia. Se algo acontecer com ela, o Grupo Torres vai deixar de existir. Entenderam? — A voz de Edward era gelada, sem espaço para discussões.

— Sim, claro! A Sophia é nossa filha, nós a amamos e vamos cuidar bem dela. — Rian respondeu apressadamente, balançando a cabeça com vigor.

Edward, no entanto, soltou uma risada seca.

— Filha? Ela é mesmo sua filha? Vocês acham que conseguem esconder isso de mim?
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