Capítulo 30
Grace e Luiz conversaram bem durante a festa. Ela percebeu que ele era um homem interessante, e pelo menos não a fazia se sentir desconfortável.

Com o fim do evento, Grace saiu junto com Israel, mas antes de ir, Luiz olhou para ela com uma expressão de leve desapontamento e disse:

— Paisley, até logo.

— Até logo. — Grace respondeu com um aceno de mão e, em seguida, entrou no carro e partiu.

Luiz ficou observando o carro desaparecer na noite, e só então relaxou o rosto, massageando as bochechas para aliviar os músculos faciais que tinham ficado rígidos com o sorriso prolongado.

Quando ele se virou, deu de cara com Edward, que estava parado ali há algum tempo, sem que ele percebesse.

— Edward, caramba! Você quer me matar de susto? — Luiz reclamou, dando alguns passos para trás. Afinal, ele sabia que não era páreo para Edward.

Edward o encarou com uma expressão sombria e disse com voz fria:

— Não envolva terceiros nos nossos assuntos.

Luiz soltou uma risada, incrédulo, enquanto coçava o ouvido.

— O que foi que eu ouvi? Não acredito! Você, Edward, se importando com uma mulher?

— Luiz, eu ignorei suas infantilidades no passado, mas não pense que isso significa que não vou agir contra você se continuar. — Edward advertiu em tom grave.

Durante todos esses anos, Luiz não tinha parado de causar problemas para ele.

Edward sempre evitou confrontá-lo, pois sabia que ambos tinham sido vítimas de um incidente no passado. Mas sua paciência tinha limites.

Luiz sentiu o sangue subir ao ouvir isso e, com o rosto endurecido, respondeu:

— Então, você quer dizer que só porque você decidiu não me enfrentar, é por isso que eu sempre venci?

— E o que você achava? — Edward respondeu, olhando para Luiz como se ele fosse uma criança tola.

Luiz ficou ainda mais irritado com a provocação. Ele apontou o dedo para Edward e gritou:

— Edward, não venha bancar o superior comigo! Se você tem tanta coragem, acabe logo comigo! Caso contrário, um dia eu vou acabar com você e com toda a sua família Perry!

Edward esperou Luiz terminar de falar e, com um tom de total desdém, disse:

— É mesmo? Pena que você não tem capacidade para isso.

— Vamos ver! — Luiz girou nos calcanhares, começando a se afastar, mas parou de repente e olhou para Edward novamente. — A propósito, você está interessado na Paisley, né?

— Não. — Edward respondeu com firmeza.

— Não mesmo? — Luiz sorriu, cínico. — É? Nesse caso, acho que vou tentar conquistá-la e torná-la minha namorada. O que acha?

A tensão no ar ficou palpável, mas Luiz apenas ampliou seu sorriso, claramente se divertindo com a situação.

Depois de um longo silêncio, Edward finalmente disse:

— Faça o que quiser. — E sem dizer mais nada, ele se virou e saiu.

Luiz observou a silhueta de Edward desaparecer, enquanto cerrava os punhos com força, os dentes rangendo de raiva.

— Faça o que eu quiser? Vamos ver se você realmente não se importa ou se está apenas fingindo.

No carro de Israel.

Grace massageava as têmporas, sentindo-se exausta. Ir a eventos sociais como aquele definitivamente não era sua praia.

— Como você conheceu o Luiz? — Israel, que estava dirigindo, perguntou de repente, com uma expressão nada amigável.

— Acabamos de nos conhecer na festa. — Grace respondeu, intrigada. — Por quê?

— Nada demais, só que ele é uma pessoa instável. Seria bom manter distância. — Israel disse com a testa franzida.

Grace assentiu. De qualquer forma, ela não tinha a intenção de manter muito contato com Luiz.

— A família Costa quase faliu alguns anos atrás. Quando estavam à beira da ruína, o Luiz apareceu do nada, matou o pai e assumiu o controle da família. Desde então, eles se tornaram o que são hoje. — Israel explicou, temendo que Grace não estivesse levando a situação a sério.

Hoje, a família Costa era uma das principais forças em Kissama, inferior à família Perry, mas ainda assim poderosa.

— Ele matou o próprio pai? — Grace perguntou, chocada.

— É o que dizem. E, se não for verdade, com certeza não está muito longe disso. — Israel respondeu, acrescentando. — Ele é perigoso. Não se deixe enganar pelas aparências.

Grace assentiu novamente, indicando que havia entendido.

Pouco tempo depois, o carro parou em frente ao condomínio de Grace. Ela se despediu de Israel e, depois que ele partiu, atravessou a rua para comprar algo na loja de conveniência.

Ao voltar, para sua surpresa, Edward estava parado em frente ao elevador, como se estivesse esperando por ela.

Grace balançou a cabeça, achando que era apenas uma coincidência. Afinal, Edward também morava ali.

Ela se aproximou, fingindo não o conhecer, mas Edward não parecia disposto a ignorá-la. Desde que Grace apareceu, ele não tirou os olhos dela, e o olhar intenso a fez se sentir desconfortável.

Antes que ela pudesse perguntar o que ele queria, Edward falou primeiro:

— Você aceita qualquer homem, menos a mim?

A voz dele era fria, sem qualquer emoção perceptível.
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