Capítulo 2
— Quando isso aconteceu? — Valdir finalmente percebeu a mudança no rosto de Edward.

— A notícia chegou hoje de manhã.

— Imediatamente mande alguém investigar. Desta vez, não importa onde ela esteja, você tem que encontrá-la! — Edward ordenou, sua voz carregada de determinação.

Valdir rapidamente assentiu:

— Sim, senhor presidente.

No Multicare Hospital, logo cedo, a atmosfera estava agitada com diversos rumores.

— Vocês sabem quem é o novo vice-diretor? Será homem ou mulher? Vai ser tranquilo de se lidar? — Alguém comentou.

— Vai saber... De qualquer forma, para chegar direto como vice-diretor, ou é um gênio da área ou entrou por cima, com algum contato forte... — Disse outra, rindo com malícia.

— Dizem que essa pessoa é bem jovem. A chance de ter entrado por influência é grande.

— Concordo. — Outros acenaram com a cabeça.

Afinal, na medicina, experiência é o que mais conta. Muitos passam décadas sem chegar a vice-diretor. Ter alguém tão jovem nessa posição inevitavelmente gerava conversas.

No meio das especulações, uma enfermeira correu para o grupo, animada:

— Ela chegou, ela chegou!

— E é uma mulher lindíssima! — Acrescentou.

Todos ficaram surpresos e logo se apressaram em direção ao setor de neurocirurgia, curiosos para ver quem era essa nova vice-diretora.

Enquanto isso, Grace saía do escritório do diretor e caminhava pelos corredores, ciente dos olhares curiosos que a seguiam até sua nova sala.

Ao fechar a porta de seu escritório, sentou-se e começou a trabalhar imediatamente, sem perder tempo.

A verdade é que, a princípio, ela não queria ficar em Kissama. Acostumada a trabalhar no exterior, tanto sua reputação quanto seus hábitos indicavam que voltar para fora do país seria a melhor escolha.

No entanto, o Multicare Hospital de alguma forma conseguiu seu contato e insistiu para que ela ficasse. O hospital apelou para sua consciência, explicando o estado crítico do setor de neurocirurgia na região. Disseram que, se aceitasse o cargo, poderia salvar muitas vidas. Esse argumento tocou Grace, e ela começou a reconsiderar.

Além disso, tanto Israel quanto Billy pediram que ela ficasse. Diante disso, sua decisão estava praticamente tomada.

— Tão jovem... Ela tem 30 anos? — Alguém murmurou, incrédulo.

— Que 30 anos nada! Ouvi dizer que ela tem só 26.

— Impossível! — Muitos expressaram sua descrença.

— Como não? — Alguém rebateu. — Não se engane pela idade. Dizem que ela é doutora.

— E vocês nunca ouviram falar da Dra. Paisley? — Carla, uma jovem médica, interrompeu, indignada com a ignorância dos outros.

Todos ficaram confusos. Dra. Paisley? Quem era essa?

Carla revirou os olhos, impaciente:

— Vão pesquisar na internet depois. Vocês são uns desinformados.

Dizendo isso, ela correu em direção ao escritório de Grace e bateu na porta. Quando ouviu a permissão, entrou.

— Dra. Paisley, olá! Eu sou Carla, estagiária. O diretor pediu que eu ficasse ao seu lado para ajudar no que precisar. Pode contar comigo para qualquer coisa. — Disse com um sorriso, os olhos brilhando de admiração.

A Dra. Paisley sempre tinha sido seu ídolo. Famosa por ser uma verdadeira prodígio, saltando de série em série e se formando doutora aos 22 anos. Era um gênio inigualável.

Agora, Carla tinha a chance de trabalhar ao lado dela, mesmo que fosse apenas para tarefas menores — algo que muitos sonhariam.

Grace não tinha ideia do que se passava na mente da jovem e, sinceramente, não estava muito interessada.

— Hum, olá. Obrigada pelo apoio.

— Não é nada, estou à disposição! — Carla balançou a cabeça, entusiasmada.

— Certo. Então, por favor, organize para mim os prontuários dos últimos dez anos dos pacientes da neurocirurgia. E também os relatórios dos pacientes que estão atualmente aguardando cirurgia.

Grace sabia que, sendo nova no hospital, precisava se familiarizar com tudo o mais rápido possível.

— Algum problema? — Perguntou ao perceber que Carla ainda não havia respondido.

Imediatamente, Carla sentiu um arrepio na espinha. Apesar da aparência tranquila da Dra. Paisley, havia algo em sua presença que a pressionava.

— Nenhum problema! Vou fazer isso agora mesmo! — Respondeu, apressada.

Grace acenou com a cabeça e voltou ao trabalho, enquanto Carla deixava o escritório para começar a tarefa.

Durante toda a manhã, Grace revisou os prontuários, sem parar nem para almoçar. Preocupada com a saúde da médica, Carla trouxe uma refeição para ela.

Mesmo assim, Grace continuava trabalhando enquanto comia, completamente imersa nos documentos, como se Carla nem estivesse presente.

— Dra. Paisley, você sempre faz isso? — Carla perguntou, incapaz de segurar a curiosidade.

— Fazer o quê? — Grace perguntou, sem tirar os olhos dos papéis.

— Trabalhar tanto que esquece de comer.

— Nem tanto. — Ela deu de ombros, como se não fosse grande coisa.

— Mas isso não é bom. O corpo...

Antes que Carla pudesse terminar, o som de uma ambulância soou do lado de fora, interrompendo-a.

Grace franziu a testa e olhou para Carla:

— Vá ver qual é a situação do paciente. Veja se precisam de ajuda.

— Sim, vou agora mesmo!

Menos de cinco minutos depois, Carla voltou correndo ao escritório.

— Dra. Paisley, você precisa ver! O estado do paciente é muito grave.
Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App