Capítulo 26
No segundo andar, Edward e Patrício observavam toda a confusão que acontecia no andar de baixo.

— Parece que a mulher que você deixou sair do controle está em apuros. Você não vai descer para ajudá-la? — Patrício perguntou com um sorriso no canto da boca, enquanto olhava para o homem ao seu lado.

— Ajudar? — Edward soltou uma risada fria, com uma expressão de quem estava gostando do espetáculo. — Por que eu a ajudaria? Nem conheço ela direito.

— Não conhece e deu a ela um par de brincos de sessenta milhões? — Patrício riu baixinho.

A expressão de Edward mudou por um breve momento, mas logo ele respondeu:

— Já falei, foi para agradecer por ela ter salvado a Sophia.

Patrício não discutiu. No fundo, ele sabia que o verdadeiro motivo estava bem guardado na mente de Edward.

Não demorou muito para que o perito que Francisco havia chamado chegasse ao local. Enquanto aguardavam o resultado da avaliação, as pessoas começaram a cochichar, e Sophia observava tudo com um sorriso de satisfação. Na cabeça dela e de muitos outros presentes, a pintura era claramente falsa, e Grace estava apenas tentando manter as aparências.

Logo, o resultado da avaliação saiu.

— Quero ver você tentar se explicar agora! — Alguém gritou, virando-se para o perito. — Sr. Antônio, a pintura é falsa, né?

Antônio não respondeu de imediato. Ele estava curioso sobre a identidade de Grace, observando-a com atenção.

— Dra. Paisley, o que você tem a dizer? O resultado da avaliação já saiu. — Sophia não conseguiu se conter, intrigada com a calma inabalável de Grace.

Grace lançou um olhar frio para ela e respondeu com desdém:

— Cale a boca.

— Você! — Sophia ficou furiosa e estava prestes a retrucar, quando viu Grace se levantar e caminhar até Antônio.

— Sr. Antônio, muito prazer. — Grace cumprimentou com um sorriso, seus movimentos cheios de elegância e confiança.

Antônio assentiu e, em seguida, voltou-se para o público, dizendo:

— Após a avaliação, posso confirmar que a pintura é genuína.

O salão de repente ficou em silêncio, seguido por murmúrios de espanto. Ninguém parecia acreditar no que acabara de ouvir.

— Isso é impossível!

— O senhor está questionando minha competência? — Antônio franziu o cenho, visivelmente irritado. Embora não fosse tão famoso quanto Jay, ele tinha uma reputação considerável no mundo das avaliações de arte.

— Não, não é isso... — O homem que havia falado antes gaguejou, claramente desconfortável. — Eu só acho difícil de acreditar. Como a nova obra do Sr. Jay foi parar nas mãos dela?

Mais do que isso, ele não conseguia entender como alguém como Grace ousaria doar tal obra para um leilão de caridade. Será que ela tinha noção do valor da pintura?

— Por que seria impossível?

De repente, as portas da festa se abriram, e uma figura alta entrou. O homem estava vestido de forma casual, completamente destoando do ambiente elegante do evento, mas ninguém ousou dizer uma palavra.

— Rodrigo Fagundes! — Alguém exclamou, surpreso. — O principal aluno do Sr. Jay? O que ele está fazendo aqui?

O homem caminhou diretamente até Grace, com uma expressão de leve reprovação.

— Você passou por dificuldades e nem pensou em me avisar? Esqueceu que sou seu colega? — Rodrigo perguntou, com um tom que misturava preocupação e leve irritação.

Colega? Todos ficaram boquiabertos.

— Rodrigo, não fica bravo. Não quis te incomodar por causa de um problema tão pequeno. Eu sabia que conseguiria resolver sozinha. — Grace respondeu, um pouco constrangida, sem esperar que ele fosse aparecer.

Rodrigo estava irritado, mas acima de tudo, sentia uma grande preocupação. Como alguém ousava maltratar sua colega? Que absurdo!

Ele então olhou para os presentes no salão com um olhar gélido.

— Ouvi dizer que estão questionando a autenticidade da pintura da minha colega?

O silêncio tomou conta da sala. Todos pensaram a mesma coisa: se soubessem que ela era colega de Rodrigo, jamais teriam ousado duvidar da obra.

— Esta pintura foi um presente especial do nosso mestre para ela. Além do valor financeiro, ela carrega um significado emocional muito importante. — Rodrigo disse, com um olhar severo que varreu a multidão, até se fixar em Francisco. — Ela doou a pintura de bom coração para o leilão de caridade, e ver isso ser mal interpretado dessa forma é revoltante!
Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App