Capítulo 3
Assim que Carla terminou de falar, Grace já havia saído do escritório, caminhando rapidamente em direção ao setor de emergências.

As duas chegaram à porta da emergência em poucos minutos.

Uma multidão cercava o local, e era possível ouvir choros abafados entre as vozes.

— Doutor, por favor, salve meu marido! Ele só tem 45 anos! Se ele morrer, como vou viver? — A esposa do paciente clamava, desesperada.

— Por favor, mantenha a calma. Estamos fazendo todos os exames necessários. Só com os resultados poderemos entender melhor a situação. — Disse um dos médicos, tentando acalmá-la.

Carla viu a situação e, sem perder tempo, puxou Dra. Paisley, abrindo caminho entre as pessoas.

— Com licença, doutora chegando! — Anunciou Carla.

Imediatamente, os familiares se afastaram, permitindo que Grace entrasse na emergência.

— Qual é a situação? — Perguntou Grace, sem rodeios.

— Acidente de carro, hemorragia cerebral. Ainda estamos avaliando a quantidade de sangramento, mas a situação não parece nada boa. — Respondeu o médico da emergência, que, apesar de não conhecer Grace, viu o crachá de vice-diretora de neurocirurgia e prosseguiu com o relatório.

— O laudo da tomografia craniana saiu. — Uma enfermeira chamou, entregando o relatório.

O médico da emergência pegou o laudo e rapidamente franziu a testa.

— A situação é gravíssima. Hemorragia extensa, pressão intracraniana elevada, e já há sinais de hérnia cerebral. Precisamos operá-lo imediatamente.

Grace pegou o relatório, deu uma olhada e assentiu.

— Vamos preparar a cirurgia!

— Mas... — O médico hesitou, visivelmente desconfortável. — Nosso hospital não realiza esse tipo de cirurgia. Não temos cirurgiões qualificados para craniotomias desse nível.

Era uma cirurgia extremamente delicada, não para qualquer um.

— Vamos transferi-lo para um hospital de referência. — Sugeriu ele.

— A hérnia cerebral está comprimindo o centro respiratório. Se ele não for operado em meia hora, vai morrer. — Grace afirmou, séria. — Você realmente acha que dá tempo de transferi-lo?

— Mas não temos outra escolha! Não temos profissionais que possam realizar essa cirurgia aqui. Se não o transferirmos, o que mais podemos fazer? — O médico também estava em uma situação complicada.

— Eu faço! — Grace declarou.

— Você? — Ele olhou para ela, incrédulo.

Ele já tinha ouvido falar sobre a nova vice-diretora de neurocirurgia que havia chegado ao hospital, e provavelmente era essa mulher à sua frente. Mas será que ela tinha competência para isso?

— Cirurgia? Que cirurgia? — A esposa do paciente, até então em choque, finalmente reagiu, tomada pelo pânico.

Grace se virou para ela e, com paciência, explicou:

— Senhora, a situação do seu marido é muito grave. Há uma grande hemorragia no cérebro, e a pressão intracraniana está tão alta que formou uma hérnia cerebral. Ele precisa de uma craniotomia urgente.

— O quê? — A mulher arregalou os olhos, assustada. — Não, não, isso não pode acontecer! Abrir a cabeça dele é muito perigoso! E se ele não acordar?

Além disso, a médica à sua frente parecia muito jovem. Mesmo com a máscara cobrindo parte do rosto, a voz suave de Grace revelava sua juventude. Como confiar nela para algo tão delicado?

— Por favor, mantenha a calma. — Grace elevou o tom de voz, fazendo com que todos ao redor ficassem em silêncio instantaneamente. — Eu entendo sua preocupação, mas a condição do seu marido não permite que a gente perca tempo. Ele precisa da cirurgia agora. Eu sou Dra. Paisley, vice-diretora de neurocirurgia do Multicare Hospital, e eu mesma farei a cirurgia. Posso assegurar que farei o meu melhor.

Nenhum médico ousava prometer 100% de sucesso, nem mesmo ela.

— Dra. Paisley? Nunca ouvi falar de você antes. — Alguém murmurou entre os presentes.

— Exatamente. Será que ela está exagerando? Será que a situação é tão grave assim? — Outro comentou.

— Esses médicos adoram empurrar cirurgias só para ganhar mais dinheiro. — Disse um parente, cético.

A mulher, já prestes a assinar o consentimento para a cirurgia, parou ao ouvir os comentários e hesitou.

— Cunhada, vamos transferi-lo para um hospital maior. — Sugeriu alguém.

— Não podemos transferi-lo! — Grace interveio rapidamente, segurando o braço da mulher. — O hospital mais próximo fica a pelo menos duas horas daqui. Seu marido não vai resistir tanto tempo!

— Não escuta ela, cunhada. Ela está só tentando te assustar. Quem ela pensa que é para decidir isso?

— Se ela quer que a gente confie nela, que chame o diretor do hospital para garantir que ela tem competência. Caso contrário, queremos a transferência imediatamente.

Claramente, essa sugestão fez a esposa do paciente hesitar ainda mais. Se o diretor realmente avalizasse a médica, seria um sinal de que ela era confiável, certo?

Grace estava começando a se desesperar. Como podiam estar discutindo isso enquanto o tempo do paciente estava se esgotando? Cada minuto era uma vida!

Sem alternativas, ela tirou o celular do bolso, pronta para ligar para o diretor. A prioridade era salvar o paciente, a qualquer custo.

— Eu garanto por ela! — Uma voz grave ecoou pelo corredor, e todos instintivamente se viraram para ver quem era.

O homem que se aproximava tinha cerca de 1,85 de altura, vestia um elegante terno preto e exalava uma autoridade inquestionável.

— Eu sou Edward Perry, presidente do Grupo Perry. Eu garanto por ela. Isso é o suficiente para você? — Ele perguntou diretamente à esposa do paciente, com uma voz firme e séria.

Grupo Perry? Edward Perry?
Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App