Capítulo 29
— E se eu estiver te enfrentando? Acha que vou ter medo de você? — A expressão de Luiz mudou completamente. Em um piscar de olhos, ele parecia ter se transformado em um demônio saído do inferno, fazendo qualquer um que o olhasse sentir um frio na espinha.

Grace inclinou a cabeça, observando-o de lado. Esse homem era interessante. Apesar de seu jeito despreocupado, quando ficava sério, era como se fosse outra pessoa.

Enquanto os dois se encaravam, Edward e Patrício desceram do segundo andar. Quando viram Luiz, ambos ficaram surpresos.

— Olha só, você chegou tarde. O seu momento de “herói salvador” foi roubado. — Patrício zombou, claramente se divertindo com a situação.

Edward fechou a cara, seu olhar carregado de desconfiança:

— Luiz, ser bonzinho e bancar o herói? Não parece o estilo dele.

— Verdade. Aposto que ele está tramando alguma coisa. — Patrício concordou com um aceno, continuando. — Pena que a Dra. Paisley não sabe disso. Daqui a pouco, ela vai cair na armadilha.

Edward não respondeu. Ele apenas continuou observando de longe.

— Edward! — Sophia correu até ele assim que o avistou. Sem ele por perto, ela se sentia completamente deslocada naquela festa.

Edward respondeu com um monossilábico "hum", mas não deu muita atenção a ela. Seu olhar permaneceu fixo em Grace.

— Luiz! — Cláudio estava furioso ao perceber que Luiz realmente pretendia ficar contra ele. — Será que você também está interessado nela?

Luiz ficou em silêncio por alguns segundos, antes de responder com impaciência:

— Se vai partir pra briga, faz logo e para de perder tempo, caramba!

— Poxa... — Cláudio estava prestes a explodir de raiva.

Mas Luiz não parecia nada intimidado, encarando-o friamente.

Quando Cláudio estava prestes a ordenar que seus homens atacassem, um senhor de idade surgiu, colocando a mão em seu ombro e sussurrando algo em seu ouvido:

— Senhor, não vale a pena se indispor com Luiz.

— Mas... — Cláudio estava claramente engolindo em seco, furioso.

— Teremos outras oportunidades. — O tom do senhor era firme, sem deixar espaço para discussão.

Com o rosto completamente contorcido de raiva, Cláudio lançou um último olhar para Grace e Luiz, antes de grunhir:

— Vocês tiveram sorte hoje. Vou deixar passar desta vez.

Dito isso, ele se retirou com seus homens.

Assim que Cláudio se afastou, Luiz se voltou para Grace, com um sorriso despreocupado:

— Parece que você não estava muito preocupada.

— Um bando de capangas, o que há para se preocupar? — Se não fosse a aparição de Luiz, aqueles homens já estariam no chão.

Ela poderia ter dito isso em voz alta, mas, no fundo, sabia que seria indelicado. Afinal, ele tinha acabado de ajudá-la.

Luiz assentiu, concordando:

— Capangas? Você tem razão. — Ele pegou uma taça de champanhe e entregou a ela, enquanto ele mesmo se servia de um copo de vinho tinto. — Eu sou Luiz. E você, como se chama?

Grace o encarou por um momento, como se ponderasse sua resposta.

— Não se preocupe, eu não sou como o Cláudio. — Luiz disse, antecipando seus pensamentos.

Grace sorriu levemente e ergueu sua taça em um brinde:

— Eu sou Paisley.

Embora Luiz a tivesse ajudado, Grace não tinha intenção de compartilhar mais do que o necessário. Um nome era suficiente. Não havia necessidade de revelar mais do que isso.

— Paisley? — Luiz repetiu, com um sorriso no rosto. — Prazer em conhecê-la.

Ele se acomodou ao lado de Grace, lançando um olhar rápido para Edward, que observava de longe. Com uma sobrancelha arqueada, ele parecia querer provocar.

Nesse exato momento, Edward entendeu o que Luiz estava fazendo. Ele estava se aproximando de Grace de propósito!

O motivo? Luiz gostava de fazer esse tipo de coisa.

Tudo por causa do que aconteceu anos atrás. Luiz ainda guardava rancor de toda a família Perry.
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