Capítulo 25
— Uma pintura do Sr. Jay?

— Impossível! — Alguém exclamou em tom áspero. — Todo mundo sabe que o Sr. Jay há muito tempo não leiloa mais suas obras. Não pode ser uma pintura dele!

— Isso mesmo! Quem tem a ousadia de trazer uma pintura falsa para o leilão? Acham que somos todos idiotas?

Os convidados presentes no leilão eram figuras importantes da alta sociedade de Kissama. A indignação deles era algo que os organizadores não poderiam suportar.

Francisco, suando frio, apressou-se a intervir:

— Esta pintura do Sr. Jay foi doada por um patrocinador anônimo, que garantiu a autenticidade da obra.

— Ele disse que é verdadeira e temos que acreditar? Quem vai confiar nisso? — Alguém rebateu de imediato. — Quem é esse anônimo? Se tem coragem, que se apresente e mostre provas de que a pintura é autêntica.

Como todas as peças leiloadas naquela noite eram doações dos próprios convidados, era evidente que o doador anônimo estava no local. A questão agora era: quem teria a audácia de tentar leiloar uma falsificação, usando o prestigiado nome de Jay?

Israel franziu o cenho, visivelmente contrariado. Estavam insinuando que a pintura doada por sua irmã era falsa? Ele estava prestes a se levantar, mas Grace foi mais rápida. Com a voz fria e firme, ela disse:

— Fui eu quem doou a pintura.

O tom calmo de Grace ecoou pelo salão, e todos os olhares se voltaram para ela. Era a irmã de Israel, a mesma mulher que havia irritado Edward mais cedo.

— Esta pintura é, de fato, uma obra original do Sr. Jay, e não uma falsificação. — Grace declarou, sem demonstrar um pingo de nervosismo.

— Você tem provas? Todas as pinturas leiloadas pelo Sr. Jay no passado têm suas origens bem documentadas. Mas esta... — O homem hesitou por alguns segundos antes de continuar. — Esta obra nunca foi vista antes. Está tentando nos dizer que se trata de uma nova criação de Jay?

— Exatamente. — Grace confirmou com um leve aceno de cabeça. Esse homem realmente conhecia as obras de seu mestre, pensou ela. Ele havia percebido que a pintura era inédita.

O fato de Grace não ter tentado negar, mas sim admitir prontamente, fez com que muitos no salão a olhassem como se ela fosse louca.

— O Sr. Jay já declarou há tempos que não venderia mais novas pinturas. Antes de tentar se passar por ele, você deveria ter se informado melhor. Agora está passando vergonha.

— Isso mesmo! Acha que somos todos tolos?

Os murmúrios aumentaram, e as pessoas já estavam convencidas de que se tratava de uma falsificação. Até o olhar que muitos lançavam a Israel começava a mudar. Afinal, essa mulher estava com ele. Quem sabe não estavam ambos envolvidos em algum tipo de esquema?

— Dra. Paisley, sei que sua intenção de fazer caridade é boa, mas essa atitude é um tanto imprudente. O Sr. Jay é um mestre renomado da pintura a óleo, e todos aqui adoram suas obras. Tentar enganar o público com algo falso só vai causar revolta. Por favor, seja razoável e admita o erro. — Sophia interveio, com um tom de falsa preocupação. Suas palavras pareciam cheias de boas intenções, mas, na verdade, ela já havia decidido que a pintura era uma falsificação.

Grace lançou-lhe um olhar gelado, e uma risada sarcástica escapou de seus lábios:

— Quer que eu admita um erro antes mesmo de comprovarem a autenticidade da obra?

— Negar não vai adiantar. Muitos aqui são fãs do Sr. Jay e conhecem suas obras melhor do que ninguém. Você acha que tem como enganá-los? — Sophia continuou, mantendo a expressão de quem estava "preocupada" com Grace, mas, por dentro, estava exultante. Finalmente, Grace estava se humilhando em público.

Grace não deu mais atenção a Sophia. Seus olhos examinaram a sala, e então ela se voltou para Francisco, que observava a situação com visível desconforto.

— Já que todos estão questionando a autenticidade da obra, sugiro que chamemos um perito para avaliá-la. O que acha, Sr. Francisco? — Disse ela, em um tom calmo, mas firme.

— Claro, claro! Vou providenciar isso imediatamente. — Francisco balançou a cabeça repetidamente, ansioso. Ele também estava extremamente nervoso. Se a pintura fosse mesmo falsa, a Publicações Brilho seria o alvo de piadas durante muito tempo.

Tudo o que Francisco podia fazer agora era rezar para que Israel estivesse certo. Afinal, ele havia dado sua palavra de que a pintura era legítima. O que Francisco temia, no entanto, era que até mesmo Israel tivesse sido enganado por sua própria irmã.
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