Capítulo 13
A parceria entre o Grupo Mendes e o Grupo Perry sempre correu bem. Valdir não conseguia entender como, de repente, tudo havia mudado.

— Hum. — Edward assentiu, jogando um documento para Valdir. — A partir de agora, vamos trabalhar com o Grupo Torres.

Grupo Torres? Valdir franziu o cenho ao pegar o documento e, ao revisar, logo entendeu o que estava acontecendo: a família de Sophia havia solicitado essa parceria. Pelo visto, o Grupo Mendes havia se tornado um simples bode expiatório.

— E quanto às duas lá embaixo... — Valdir perguntou, ainda incerto.

— Despache-as. Não tenho tempo para vê-las.

— Certo.

O tempo passou, e a noite começou a cair. Os funcionários do Grupo Perry já haviam ido embora, mas Edward continuava sem dar sinais de aparecer.

— Grace, você acha que o Edward está mesmo decidido a quebrar a empresa do meu pai? — Greyce estava visivelmente preocupada, andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer.

— Vamos descobrir uma solução. — Grace tentava manter a calma, apesar de também estar ansiosa.

Enquanto conversavam, Grace, de relance, viu Valdir saindo do elevador. Sem perder tempo, correu até ele.

— Sr. Valdir! — Ela o chamou. Valdir já havia estado no hospital uma vez, então ela o reconhecia como o assistente de Edward.

Valdir virou-se ao ouvir seu nome, mas antes que Grace pudesse dizer qualquer coisa, ele a interrompeu com um olhar apologético.

— Dra. Paisley, você e a Srta. Greyce podem ir para casa. O Presidente Edward não vai recebê-las.

— Por quê? — Grace perguntou, sem entender. — Mesmo que a Greyce tenha o desagradado, ele não poderia, ao menos, dar uma chance para se desculpar?

— Não é por causa da Srta. Greyce. — Valdir balançou a cabeça.

— Então, qual é a razão? — Grace insistiu, sentindo que havia algo mais profundo por trás de tudo.

Valdir ficou em silêncio. Como assistente, ele sabia muito bem o que podia ou não revelar.

— Entendi. — Grace percebeu que ele não diria mais nada e mudou de estratégia. — Você ao menos pode me dizer qual é o próximo compromisso de Edward?

Valdir hesitou, mas diante do olhar firme de Grace, suspirou.

— A Srta. Sophia pode ter recebido alta, mas não há garantias de que ela não precise de futuros cuidados. Tem certeza de que o Presidente Edward nunca vai precisar de mim de novo?

Valdir, pressionado pela lógica de Grace, cedeu parcialmente.

— O Presidente Edward vai sair para encontrar um cliente em cerca de meia hora. Deve demorar bastante, então acho difícil vocês conseguirem falar com ele hoje.

Grace franziu o cenho, o coração batendo acelerado. Ela precisava pensar rápido.

— Onde ele vai encontrar esse cliente? — Grace perguntou, determinada.

— Dra. Paisley, desista. — Valdir falou em voz baixa. — Mesmo que você o encontre, isso não vai mudar nada. Ele já tomou sua decisão.

Grace ficou paralisada por um instante. Edward realmente quer quebrar o Grupo Mendes?

Afinal, Greyce só havia irritado Edward por causa dela. Toda essa confusão havia começado com ela, e agora ela tinha que fazer algo para resolver. Mas se Valdir estava certo, mesmo que o encontrasse, Edward não mudaria de ideia.

Após alguns segundos de reflexão, Grace tomou uma decisão. Voltou-se para Greyce e disse:

— Vamos embora por enquanto. Eu já sei o que fazer.

— Sério? — Greyce perguntou, agarrando-se a qualquer vislumbre de esperança.

— Sim. — Grace respondeu com convicção.

As duas deixaram o Grupo Perry. Grace sugeriu que Greyce fosse para casa e aguardasse, enquanto ela, por sua vez, ligava para Max, o mordomo da Alameda Serenata.

Se Edward estava decidido a acabar com o Grupo Mendes, restava uma única pessoa que poderia intervir: Otto, o avô de Edward. Grace sabia que, de qualquer maneira, teria que pedir a ajuda dele.

— Srta. Grace? — Max atendeu, surpreso com a ligação. Não esperava ouvir a voz dela depois do divórcio.

— Max, como está o avô? Eu gostaria de fazer uma visita. — Grace disse, o coração apertado. Ela não sabia se, após o divórcio, Otto ainda estaria disposto a ajudá-la.

Max, intrigado, olhou para Otto, que estava sentado na sala de estar, e perguntou em voz baixa:

— Sr. Otto, é a Srta. Grace. Ela disse que quer vir vê-lo.

— Ótimo! Deixe-a vir. — Otto respondeu com um sorriso. Ele parecia genuinamente feliz com a notícia.

Max repassou a mensagem para Grace. Após desligar, virou-se para Otto, ainda um pouco confuso.

— Sr. Otto, o senhor não combinou com o jovem Edward de ele jantar aqui hoje? E agora vai receber a Srta. Grace também... Eles...

— E daí? — Otto respondeu com um riso. — Eles só se divorciaram, não é o fim do mundo. Podem muito bem continuar amigos.

Ele parecia genuinamente animado com a perspectiva de ter os dois juntos à mesa. Seria a primeira vez em muitos anos.

Grace, do outro lado, não fazia ideia dos planos de Otto. Após desligar o telefone, pegou um táxi e foi direto para a Alameda Serenata.

Enquanto isso, Edward finalizava seu expediente.

— Elas já foram? — Ele perguntou, sua voz sem emoção.

— Já, sim. — Valdir confirmou, lançando um olhar discreto para o chefe. Estranhamente, parecia que Edward não estava tão satisfeito com essa notícia quanto se poderia esperar.

Sem dizer mais nada, Edward pegou seus pertences. Valdir aproveitou a oportunidade para perguntar:

— O Sr. Otto ligou perguntando quando o senhor vai passar por lá. O senhor vai ver o cliente primeiro ou vai direto para casa?

— Vamos direto para casa. — Respondeu Edward, levantando-se e saindo do escritório.

Quando Grace chegou à Alameda Serenata, Max já a esperava na porta.

— Srta. Grace, é um prazer vê-la novamente. — Ele a cumprimentou com um sorriso educado.

— Obrigada, Max. Onde está o avô? — Grace perguntou, tentando sorrir, mas claramente nervosa.

— Sr. Otto já está aguardando na sala. — Disse Max, conduzindo-a para dentro.

Assim que entrou na sala, Otto abriu um largo sorriso.

— Ah, sua danadinha! Finalmente resolveu me visitar, hein? — Ele brincou, com sua voz calorosa.

— Desculpe, avô. Eu estava sem coragem de vir. — Grace respondeu, sentindo um nó na garganta. Otto sempre havia sido tão bom para ela, e o divórcio tornava tudo mais difícil.

— Ora, pare com isso! Você pode ter se divorciado, mas eu continuo sendo seu avô, entendeu? — Otto disse, com um tom firme, mas gentil. — E quero que você venha me ver sempre.

— Está bem, eu prometo. — Grace assentiu, embora seus pensamentos estivessem em outro lugar. Ela ainda precisava contar sobre o Grupo Mendes.

Ela hesitou por um momento, tentando encontrar as palavras certas.

— Na verdade... Eu vim hoje porque... — Grace começou, mas foi interrompida por um som alto de freios vindo da entrada. Ela virou-se de repente, o coração disparado.

Não poderia ser...

— Deve ser aquele moleque. — Resmungou Otto, referindo-se a Edward. Ele ainda estava irritado com o neto por não valorizar Grace. — Max, vá ver se é o Edward.

— Sim, deve ser ele chegando. — Confirmou Max, saindo para verificar.

— Eu não te avisei que Edward também viria, não vai ficar chateada, né? — Otto disse, sorrindo, claramente entusiasmado com a perspectiva dos três jantarem juntos pela primeira vez em anos.

Grace forçou um sorriso.

— Não... Claro que não. — Respondeu, mas por dentro, estava em pânico.

Ela não estava preparada para isso. Não era para Edward estar lá. Ele não deveria estar com um cliente? Agora, ele estava vindo para a Alameda Serenata, e ela não sabia o que fazer.

Com as mãos suando e o coração acelerado, Grace olhou para a porta, tentando controlar a respiração. Será que finalmente teria que enfrentar Edward?
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