Capítulo 17
Edward continuou, cheio de desdém:

— Que pena! Ela provavelmente achou que eu iria obedecer ao meu avô. De onde ela tirou essa ideia?

Grace piscou os olhos, surpresa. Então, Edward achava que quem foi falar com o Otto ontem era a Greyce?

Ela se lembrou de Max a chamando de Grace...

O som de Grace e Greyce era exatamente o mesmo. Não era de se surpreender que Edward tivesse se confundido, já que ele não sabia que ela também atendia pelo nome Grace.

Aquilo quase a fez rir, mas logo as palavras de Edward voltaram a ecoar em sua mente. E, de repente, a vontade de rir desapareceu completamente. Pelo que ele estava dizendo, parecia que o Edward não tinha intenção nenhuma de dar trégua ao Grupo Mendes.

— Não há mesmo nenhum espaço para negociação? Sr. Edward, você não acha que cortar os laços com o Grupo Mendes assim, de forma tão abrupta, é um pouco... Precipitado? — Ela realmente não entendia como alguém poderia ser tão impulsivo nos negócios.

— Eu sempre faço o que quero. Você tem algum problema com isso? — Ele respondeu com um sorriso cínico, visivelmente indiferente às palavras de Grace.

Vendo aquela atitude, Grace percebeu que insistir não levaria a lugar algum. Seu rosto ficou sério, enquanto o silêncio tomava conta do ambiente.

Ao notar sua expressão, Edward deu um meio sorriso:

— O que foi? Não vai tentar dizer mais nada em defesa da sua amiga?

— Se você já tomou sua decisão, então não adianta eu falar nada, certo? Nesse caso, não há mais o que discutir. — Ela lançou um olhar frio para ele, voltando à sua postura distante.

Essa mudança repentina para a frieza incomodou Edward. Ele a observou por alguns segundos antes de perguntar:

— Então é isso? Você acha que, como eu não vou deixar o Grupo Mendes em paz, não vale mais a pena continuar fingindo?

Grace levantou o olhar, dando um leve sorriso antes de responder com ironia:

— Sr. Edward, você sabe que doenças como a da Srta. Sophia podem voltar a qualquer momento, certo? — Ela disse calmamente, olhando diretamente nos olhos dele antes de sair do elevador.

Nesse momento, o rosto de Edward ficou sombrio. Aquela mulher estava o ameaçando!

Ele rapidamente tentou segui-la, mas Grace já havia entrado em um táxi. Através da janela do carro, ela viu o olhar furioso de Edward, e isso, de alguma forma, melhorou seu humor, que até então estava péssimo naquela manhã.

O toque do telefone interrompeu seus pensamentos. Quando viu o nome de Greyce na tela, Grace já tinha uma ideia do que se tratava.

— Grace, o Grupo Perry cortou de vez a parceria com a empresa do meu pai. — A voz de Greyce soava fraca, quase chorosa do outro lado da linha.

Era exatamente o que Grace esperava. Depois de ouvir a postura de Edward, já imaginava que isso aconteceria.

— Grace, o Grupo Mendes vai falir. — Greyce continuou, a voz cheia de desespero. — Eu contei tudo o que aconteceu, e meu pai... Ele não me culpou. Ele disse que a culpa não foi minha. Você acha que meu pai enlouqueceu? Como ele pode não me culpar?

Ela achava que o pai iria, no mínimo, dar-lhe uma bronca, mas o fato de ele não ter dito nada a fez se sentir ainda pior.

Grace refletiu por um instante antes de responder:

— Não se apresse. Mesmo que o Grupo Perry tenha cancelado o contrato, isso não significa que o Grupo Mendes vai falir. Kissama é uma cidade grande, e o Grupo Perry não é a única empresa no mercado.

Mas Greyce parecia já ter perdido as esperanças:

— Se fosse só a suspensão do contrato, tudo bem. O impacto seria grande, mas não levaria à falência. O problema é que, como o Grupo Mendes sempre teve uma relação estável com o Grupo Perry, meu pai mantinha um grande estoque de produtos destinados a eles. E agora, com o fim do contrato, todo esse estoque está travando o fluxo de caixa da empresa.

Só então Grace entendeu o verdadeiro problema. Ela respirou fundo e disse:

— Me manda os detalhes desse estoque. Eu vou perguntar a algumas pessoas. Talvez consigamos encontrar outra empresa interessada em comprar essa mercadoria.

— Você acha que realmente tem alguma chance de outra empresa comprar? — Greyce perguntou, sem muita confiança.

— Não importa se há ou não chance. Temos que tentar. Nunca se deve desistir enquanto houver uma mínima possibilidade.

Talvez contagiada pelo otimismo de Grace, Greyce respirou fundo e tentou se animar:

— Você tem razão.

Depois de encerrar a chamada com Greyce, Grace rapidamente discou outro número:

— Mano, preciso de sua ajuda.
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