Quando Rain é designada para trabalhar com Willian Myers, o filho do Prefeito, ela não imagina que suas interações profissionais a levarão a um caminho de tensão sexual e emocional. Desde o primeiro encontro, o magnetismo entre eles é inegável, mas ela não está disposta a ceder facilmente. No entanto, quando a atração se transforma em algo mais, ela se vê dividida entre o desejo e a necessidade de manter sua independência. Uma narrativa envolvente sobre os limites entre atração e autocontrole, onde escolhas difíceis e erros do passado moldam o presente e os destinos dos envolvidos. A luta interna de Rain e a jornada de Willian para redimir-se serão testadas em um jogo de sedução e descobertas.
Leer másMais de uma semana se passou desde que contratei a equipe de segurança. No começo, todos no prédio da Prefeitura me olhavam como se eu fosse algum tipo de aberração milionária, mas agora as coisas começaram a voltar ao normal. Até mesmo Willian parou de me encarar como se esperasse alguma explicação. Ele olha, às vezes, mas não diz nada. E eu também não.O trabalho entrou em um ritmo mais controlado, e isso me permite respirar um pouco melhor. À noite, em casa, a tranquilidade deveria ser um alívio, mas não era bem assim que funcionava. A segurança extra me deixava mais confortável, mas ainda assim, havia um peso sobre mim, algo que não conseguia definir muito bem.Hoje é sexta-feira. Uma garoa fina e congelante cai lá fora, e o céu está escuro como breu. Há um segurança na frente da porta e outro monitorando as câmeras na casa da piscina. Nenhum deles está à vista, o que me faz sentir uma falsa sensação de privacidade. Uma parte de mim gosta de saber que não estou sozinha, mas outra
Fiquei sozinha em casa depois que Willian saiu, o silêncio preenchendo cada canto. Com raiva e frustrada, repeti mentalmente cada palavra dita por Nick ao telefone, como se, de alguma forma, tentar compreendê-las pudesse diminuir o impacto das ameaças."Eu estou sempre observando, borboletinha. Você é minha. Sempre foi. Melhor não deixar o playboyzinho que estava com você no sofá colocar as mãos em você de novo. Eu fui o primeiro, Rain. Sempre vou ser. Você pode fugir, mas nunca vai me escapar."As palavras queimavam dentro de mim, misturando medo, raiva e nojo. Olhei ao redor, para as janelas, para as sombras da noite que pareciam me observar. Por um instante, me senti pequena e impotente, mas me recusei a chorar. Não vou me dobrar. Nunca mais.Sempre fui forte. Sempre me basto. Não preciso da minha mãe, não preciso do Willian. Eu só preciso de mim mesma.Depois de uma noite de sono induzida por remédios, acordei com uma determinação renovada. Levantei antes mesmo do despertador toca
O silêncio entre nós era ensurdecedor. O único som na sala era o da televisão ligada em volume baixo, algo sem importância passando na tela. Mas eu não conseguia prestar atenção em nada além dela. Rain estava ao meu lado, a perna dobrada sobre o sofá, vestindo aquela camiseta grande e uma bermuda curta que deixava a pele bronzeada visível. Minhas mãos estavam ali, deslizando suavemente sobre sua coxa, sentindo o calor que emanava dela. A tensão entre nós não era mais apenas emocional. Era física. Uma energia elétrica pulsava no ar.Ela não recuou. Muito pelo contrário. Seus olhos buscaram os meus, e naquele momento eu soube que estava perdido. Havia algo em Rain que me puxava para ela como um maldito ímã. Eu nunca soube dizer o que era, mas nunca fui capaz de resistir. E ela sabia disso.Minha mão deslizou devagar até sua cintura, puxando-a levemente para mais perto. Seu peito subia e descia com a respiração acelerada, e quando minha boca roçou de leve contra a pele de seu ombro nu, u
Chegamos à minha casa em silêncio. O ar estava tenso entre mim e Willian, mas eu não sabia o que dizer. Ele ainda parecia preocupado, e eu não conseguia afastar a sensação de que as ameaças que eu estava recebendo estavam pesando sobre nós dois. Na verdade, havia muito mais peso nas minhas costas do que eu gostaria de admitir. Nós entramos pela porta da frente, e eu fui na frente, tentando não parecer nervosa. Não sabia se ele iria se sentir à vontade aqui, mas não tinha outra escolha senão deixá-lo entrar. A casa estava quieta, mas eu podia sentir o olhar dele em mim, como se estivesse tentando avaliar cada detalhe.-Quer um café? -perguntei, tentando quebrar o silêncio de uma forma que não parecesse forçada.-Sim, claro. - respondeu ele, sua voz ainda carregada de uma tensão que não sabia de onde vinha. Ele observava tudo ao redor como se estivesse buscando algo, mas não falava nada. Fui até a cozinha e comecei a preparar o café, sentindo a presença dele atrás de mim, mas sem sabe
Eu não sabia o que fazer. Não sabia o que estava acontecendo, nem por que Rain tinha entrado no meu quarto e se atirado nos meus braços daquela maneira. Eu apenas a segurei, em silêncio, sem conseguir dizer uma palavra. Eu sentia o peso de seu corpo contra o meu, sua respiração irregular e seu choro abafado, e eu não sabia o que a estava fazendo sofrer tanto. Ela estava tão frágil, tão quebrada naquele momento, e tudo o que eu podia fazer era manter as mãos firmes ao redor dela, tentando transmitir alguma segurança, algum consolo que fosse.Eu podia sentir as lágrimas dela se encharcando em minha camisa, e a cada soluço, a cada tremor, minha preocupação só aumentava. Eu queria perguntar o que havia acontecido, o que a tinha levado a esse estado, mas as palavras pareciam escapar. O que eu ia dizer para ela? Como poderia pedir explicações quando ela estava naquele estado, quando parecia que estava prestes a desmoronar completamente? O que eu podia oferecer, senão meu silêncio, e meu abr
Eu não sabia o que dizer. As palavras dele ecoavam na minha mente, mas meu corpo não respondia. Ele queria conversar, sobre o quê, eu não sabia, mas sabia que não estava pronta. Eu o vi ali, naquele momento, em frente a mim, com um olhar desesperado, como se tudo fosse simples de resolver. Mas não era. Nada sobre nós era simples. Não depois de tudo o que eu passei. Não depois de tudo. A pressão na minha mente foi intensa, e, sem conseguir falar, me virei e fui embora. Sem dar uma resposta, sem olhar para trás. Eu estava perdida, e, por mais que eu quisesse a ajuda dele, o que eu realmente precisava era de distância.A festa estava acontecendo na casa da família dele, e Melissa, a aniversariante, estava radiante. Ela estava encantada, e meu coração se derretia só de ver aquela criança tão cheia de vida, tão cheia de alegria. Eu não sabia o que fazer comigo mesma, então fiz o que sabia de melhor. Me concentrei nela. Eu não podia deixar que o caos dentro de mim estragasse a festa para a
O dia se arrastava de uma maneira cansativa. Eu estava sentado na sala improvisada da Prefeitura, os papéis e processos do escritório de Nova Iorque espalhados à minha frente. Poderia ter feito todo esse trabalho em casa, mas me permiti ficar ali, na Prefeitura, por um motivo que eu não queria admitir para mim mesmo. A proximidade com Rain, ainda que distante, parecia ser o único consolo em meio à rotina. Ela estava por ali também, em algum lugar da grande sala de reuniões, ou talvez em seu escritório, mas eu não sabia ao certo onde ela estava. Só sabia que a observava de longe sempre que a via. Era como se o ar ao nosso redor ficasse mais denso quando estávamos no mesmo espaço. Cada movimento dela, cada palavra que dizia, parecia me atingir de forma mais intensa do que eu imaginava ser possível.Eu sabia que deveria me concentrar no trabalho. O escritório de Nova Iorque exigia resultados, e eu precisava colocar a ordem nos processos e relatórios. Eu podia fazer tudo aquilo em casa, m
O silêncio na minha sala era quase reconfortante, interrompido apenas pelo som rítmico dos cliques no teclado e do leve zumbido do computador. O trabalho era a única coisa que me mantinha ocupada, impedindo que minha mente vagasse por lugares dos quais eu preferia manter distância. Editar vídeos e organizar fotos da última campanha municipal estava longe de ser a atividade mais emocionante do mundo, mas era melhor do que lidar com a bagunça emocional que insistia em me assombrar.Marcus tinha saído para acompanhar a equipe responsável pela construção do novo hospital e, sem ele por perto para me distrair, eu estava sozinha com meus pensamentos. Grande erro. Meus pensamentos ultimamente não tem sido bons comigo. Não consigo evitar, afinal, não consigo esquecer. Uma batida na porta me tirou da minha bolha de concentração. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a porta se abriu e Maya entrou com sua energia contagiante.— Rain! Você sumiu, mulher! — Ela sorriu, se jogando na cadeira
Cheguei cedo na Prefeitura. Mais cedo do que o necessário. O prédio ainda estava silencioso, sem o fluxo habitual de funcionários e visitantes. Me acomodei no meu escritório improvisado ao lado da sala de reuniões, mas não consegui focar em nada. Minha mente estava em um turbilhão desde a noite passada.Rain.Fechei os olhos e apertei a ponte do nariz, tentando afastar a lembrança da discussão. Nós sempre fomos como fogo e pólvora, mas daquela vez foi diferente. Havia algo quebrado nela, algo que eu não tinha percebido antes. Algo que, de alguma forma, fazia minha culpa crescer.Eu queria pedir desculpas. Mas mais do que isso, queria entender o que estava acontecendo.Quando o relógio passou das oito, saí do escritório e fiquei perto da recepção. Não demorou muito para vê-la chegar. Ela usava um sobretudo preto fechado até o pescoço, uma calça social escura e a bota ortopédica que ainda precisava usar por causa da torção. O rosto dela estava pálido, as olheiras mais fundas do que nunc