Após um casamento forjado em mentiras, Thomas Lewantys comete um erro que mudaria sua vida para sempre. Ao se recusar a permitir que sua esposa, removesse o véu, ele não percebeu que estava diante da mulher errada – um engano que culminou em um ato de violência que nunca teria ocorrido se ele soubesse da troca planejada por Anna, a irmã de Sarah. Sarah, marcada pelo trauma, foi encontrada em estado crítico e sem documentos, sendo identificada apenas como "NoName". Apesar de seu passado sombrio, Sarah reconstruiu sua vida e se tornou uma médica respeitada, enquanto Thomas vive atormentado pela culpa e pelas consequências de suas escolhas. Cinco anos depois, Sarah descobre verdades devastadoras que envolvem Anna, sua irmã, e os filhos que pensava ter perdido para sempre. O destino os coloca frente a frente, forçando-os a confrontar não apenas os segredos e erros do passado, mas também os sentimentos complexos que acabam os conectando. Em meio a intrigas familiares, revelações chocantes e uma luta por redenção, Sarah e Thomas precisam decidir se é possível superar as sombras que os cercam e encontrar um novo começo – ou se o véu entre eles jamais será levantado. "Sob oVéu: As Sombras do Passado" é uma história de amor, culpa e superação, onde o perdão é o maior dos desafios e a verdade a única salvação.
Ler maisAnna segurava o bebê de Sarah em seus braços com um único objetivo: usá-lo como peça-chave em sua chantagem contra Thomas Lewantys e arrancar o máximo de dinheiro possível. O choro insistente da criança a irritava profundamente.— Bastardinho chorão... — murmurou, embalando-o com impaciência. — Se não fosse tão útil, você teria o mesmo destino da sua mãe.Embora já tivesse recebido uma compensação generosa no passado — fruto da confusão durante a cerimônia no cartório, onde Thomas acreditou estar se casando com Anna, mas, na verdade, era Sarah — Anna nunca se deu por satisfeita. Thomas foi claro naquela época: ele não queria vê-la novamente.Porém, tudo mudou quando Sarah reapareceu grávida. Para Anna, aquilo foi como ganhar na loteria. A irmã não só tinha voltado, como trazia consigo a prova de que o bebê era de Thomas. Agora, com Sarah fora de cena, Anna tinha em mãos a chance perfeita para consolidar seu plano.— Claro que vou "ajudar" minha irmãzinha... — sussurrou com sarcasmo.
O calor abrasador e o cheiro acre da fumaça despertaram Sarah em um pesadelo. Seus olhos se abriram lentamente, lutando contra a confusão que a envolvia como uma neblina opressiva. A cabeça latejava, e cada movimento enviava ondas de dor por todo o corpo, como se mil agulhas a atravessassem.— Fogo... — balbuciou, a realidade se desdobrando em horror à sua volta. — A casa está pegando fogo!A fumaça invadia seus pulmões, tornando a respiração difícil, quase impossível. O som das chamas crescendo ressoava ao seu redor, como uma sentença de morte ecoando em sua mente. O pânico começou a se instalar, e ela sabia que precisava agir rapidamente.— Preciso... sair daqui! — Sarah gritou, tentando se levantar, mas a fraqueza a mantinha presa ao chão, como se o próprio peso do desespero a segurasse.Seu coração disparou ao lembrar-se do bebê. Instintivamente, apertou a barriga com as mãos, sentindo um leve movimento.— Anna... ela levou meu bebê? Ou foi um sonho, uma alucinação?A confusão a
Anna estacionou o carro em um local isolado, desligando o motor com um clique suave que ecoou na quietude da noite. Olhou pelo retrovisor para o bebê que dormia, envolto em um cobertor, e ajustou os pensamentos. Uma sombra de hesitação cruzou seu rosto, mas logo foi substituída por uma determinação fria e calculada.— O passado precisa ser apagado... completamente, — sussurrou para si mesma, a voz tremendo levemente enquanto pegava o galão de gasolina do porta-malas. O peso do que estava prestes a fazer pressionava seu peito como uma pedra.Com passos firmes e decididos, Anna retornou à casa de campo, cada passo um lembrete sombrio de que não poderia haver erros. A escuridão parecia se fechar ao seu redor, como se o próprio ambiente estivesse conspirando para intensificar sua ansiedade.— Desculpe, irmãzinha... — murmurou, a voz falhando por um instante, revelando uma fraqueza que ela rapidamente reprimiu. — Mas você não me deixou escolha.O plano estava claro em sua mente. Se Sarah d
Poucas horas após a decisão fatídica, Anna chegou à casa de campo, descendo do carro com passos firmes e decididos. Sua expressão era um retrato de controle absoluto, mas por dentro, uma tempestade de fúria rugia contra a interferência indesejada de Sarah.Ao abrir a porta, encontrou Olívia à sua espera, nervosa e inquieta.— Obrigada por tudo, querida. Agora vou cuidar disso sozinha, — disse Anna, sua voz suave como uma lâmina afiada. — Você já fez o suficiente.Olívia hesitou, um misto de preocupação e alívio cruzando seu rosto antes de obedecer e sair rapidamente, aliviada por não estar mais envolvida em um drama que a deixava à beira do colapso.Anna subiu as escadas lentamente, os ecos dos seus saltos ressoando pelo corredor vazio como um prenúncio do que estava por vir. Ao abrir a porta do quarto, encontrou Sarah sentada na cama, os olhos fixos nela, como se esperasse um confronto inevitável.— Finalmente decidiu aparecer, — Sarah disse, sua voz carregada de frustração e desespe
A casa de campo, envolta em um silêncio sepulcral, parecia refletir o peso da angústia que tomava conta de Sarah. Os ventos suaves do lado de fora eram os únicos sons que quebravam a opressão daquele espaço. Confinada há meses naquele lugar isolado, cada dia parecia mais sufocante,Caminhando pelo quarto, a mão pousada sobre o ventre volumoso, ela sentia o peso da incerteza e, sua intuição a alertava de que algo estava terrivelmente errado. Cada dia passado ali a fazia questionar se seu bebê estava bem, se a vida que carregava ainda pulsava com força.Após uma noite agitada de pesadelos — imagens de fogo e de Anna levando algo precioso embora —, Sarah desceu com dificuldade até a cozinha. Encontrou Olívia mexendo distraidamente em algo no balcão. A jovem parecia desconfortável, como se soubesse que uma tempestade estava prestes a se formar.— Olívia, eu preciso de ajuda, — começou Sarah, com um tom que misturava exaustão e urgência. — Quero ir ao hospital. A data do parto está próxima
A infância de Sarah, para qualquer observador externo, parecia perfeita. Cresceu em uma família rica, com pais influentes e uma irmã mais velha que, à primeira vista, parecia adorá-la. No entanto, por trás das portas fechadas, sua vida era marcada por amor condicional, expectativas esmagadoras e uma solidão crescente que ela não conseguia explicar.Desde pequena, Sarah era a alegria da casa. Seus cabelos ruivos brilhantes e olhos verdes vivazes encantavam todos ao seu redor. Anna, sua irmã mais velha, a tratava como uma boneca viva.— “Minha bonequinha” — dizia Anna enquanto penteava os cabelos volumosos de Sarah e organizava brincadeiras e histórias. Mas essa adoração inicial começou a se transformar em algo mais sombrio à medida que Sarah crescia.Conforme suas habilidades naturais começaram a chamar atenção, os professores a elogiavam constantemente por sua inteligência excepcional. Ela aprendeu a ler sozinha antes dos quatro anos e resolvia problemas matemáticos avançados aos seis
Embora se sentisse invencível, Anna sabia que Sarah representava uma ameaça silenciosa. Não tinha certeza se a irmã sabia de seus planos, mas sua simples existência era um risco.— Eu a deixei isolada naquela casa de campo por uma razão, — refletiu. — Ela está frágil e sem forças. Não vai escapar até que eu decida o que fazer.Porém, algo a incomodava. Durante sua última visita, notou algo diferente em Sarah. Apesar da aparência debilitada, havia um brilho nos olhos dela, uma determinação inquietante.— Ela não pode estar planejando algo... pode?Para garantir que seus planos continuassem intactos, Anna decidiu intensificar o isolamento da irmã. Na próxima visita, encontrou Sarah sentada na janela contemplando o jardim com os olhos fixos no horizonte.— Você deveria descansar mais, Sarah, — disse Anna, em um tom casual, mas cheio de subtexto. — O bebê precisa de você saudável.Sarah ergueu o olhar lentamente, um sorriso leve, mas desafiador, brincando em seus lábios.— Não se preocupe
Anna observava seu reflexo no espelho com um sorriso malicioso. Vestida com um roupão de seda cintilante, seus olhos brilhavam com uma mistura de ambição e arrogância. A gravidez falsa que proclamava viver era a chave para o futuro que sempre desejou.— Thomas Lewantys... — murmurou, ajeitando os cabelos com delicadeza. — Em breve, todos me conhecerão como "Sra. Lewantys". O nome tem um peso, um poder... e ele será meu. Nada pode dar errado agora.Anna sempre se viu como uma estrela destinada ao brilho, mas frequentemente ofuscada. Sete anos mais velha que Sarah, cresceu ouvindo elogios que, com o tempo, perderam a intensidade, deixando apenas expectativas frustradas. Quando decidiu cursar medicina, não foi pela paixão, mas pela promessa de status que a carreira oferecia.Durante a faculdade, seu desempenho foi mediano, mas Anna compensava suas limitações acadêmicas com charme e manipulação. Aproveitava cada oportunidade para atrair as pessoas certas, mantendo-se relevante, mesmo sem
Enquanto Anna deixava a sala, Thomas apertou as têmporas com os dedos, tentando organizar os pensamentos.Thomas permanecia na sala de reuniões, os olhos fixos nos papéis à sua frente, mas incapaz de se concentrar. Algo no comportamento de Anna o incomodava mais do que de costume. Ele sabia que ela era manipuladora, mas havia uma insistência nela que parecia diferente dessa vez.— Ela é uma mentirosa... mas, e se...? — O pensamento o atormentava. Seu histórico com Anna era repleto de mentiras e manipulações; ele sabia que havia algo obscuro naquela história.— Preciso ser cauteloso... — murmurou. — Se for verdade, eu vou lidar com isso. Mas se for mentira... Fechou os olhos por um momento, tentando afastar a dúvida. Independentemente da verdade, sabia que precisava estar preparado para o pior.Thomas se recostou na cadeira, os olhos fixos nos papéis à sua frente. Ele sabia que Anna não desistiria tão fácil.— Eu não vou ser manipulado por ela nunca mais.Enquanto Thomas retornava ao t