Após um casamento forjado em mentiras, Thomas Lewantys comete um erro que mudaria sua vida para sempre. Ao se recusar a permitir que sua esposa, removesse o véu, ele não percebeu que estava diante da mulher errada – um engano que culminou em um ato de violência que nunca teria ocorrido se ele soubesse da troca planejada por Anna, a irmã de Sarah. Sarah, marcada pelo trauma, foi encontrada em estado crítico e sem documentos, sendo identificada apenas como "NoName". Apesar de seu passado sombrio, Sarah reconstruiu sua vida e se tornou uma médica respeitada, enquanto Thomas vive atormentado pela culpa e pelas consequências de suas escolhas. Cinco anos depois, Sarah descobre verdades devastadoras que envolvem Anna, sua irmã, e os filhos que pensava ter perdido para sempre. O destino os coloca frente a frente, forçando-os a confrontar não apenas os segredos e erros do passado, mas também os sentimentos complexos que acabam os conectando. Em meio a intrigas familiares, revelações chocantes e uma luta por redenção, Sarah e Thomas precisam decidir se é possível superar as sombras que os cercam e encontrar um novo começo – ou se o véu entre eles jamais será levantado. "Além do Véu: As Sombras do Passado" é uma história de amor, culpa e superação, onde o perdão é o maior dos desafios e a verdade a única salvação.
Ler maisNo primeiro dia de retorno ao hospital, Sarah percebeu uma mudança no ambiente. Thomas fazia questão de estar presente em sua chegada, cumprimentando-a na entrada com um sorriso que trazia tanto alívio quanto tensão.— Bem-vinda de volta, Dra. Campbell — disse ele, com uma voz gentil, porém firme. — Tenho certeza de que o hospital será melhor com você aqui novamente.Sarah assentiu, mantendo a postura profissional.— Obrigada, Dr. Lewantys. Estou pronta para voltar ao trabalho.Thomas parecia prestes a dizer algo mais, mas foi interrompido pela chegada repentina de Kathalina, que entrou na recepção com a energia de sempre.— Thomas! — exclamou ela, ignorando Sarah momentaneamente. Depois, voltou-se para ela com um sorriso forçado. — Sarah, que surpresa vê-la aqui. Voltou ao trabalho, então?— Sim — respondeu Sarah educadamente, embora sentisse a tensão no ar.Kathalina lançou um olhar brincalhão para Thomas antes de prosseguir.— É ótimo. Isso significa que vocês dois poderão passar a
Na manhã seguinte, Sarah despertou nos braços de Thomas, ela sentiu o peso emocional da noite anterior ainda pulsando em seu coração; mais cansada emocionalmente do que fisicamente, não sabia em que momento aquela aproximação havia ocorrido, se partiu dele ou dela.Com cuidado, um misto de hesitação e determinação, afastou-se lentamente, tentando não o perturbar.Thomas dormia profundamente, o rosto estava relaxado e revelava os sinais do desgaste emocional dos últimos meses."Enquanto seus olhos permaneciam fixos nele, reparou em seus traços bem delineados: os cílios longos e escuros que emolduravam os olhos fechados, os lábios cheios e expressivos, a pele firme e o abdômen esculpido com perfeição. Havia uma harmonia inquietante naquela aparência.A lembrança da voz de Thomas chamando por ela em meio aos raros momentos de entrega ecoou em sua mente como um sussurro irresistível. Aquele sussurro que a perseguia era como um eco que não cessava, um ruído íntimo que insistia em enfraquec
Thomas passou a noite inteira bebendo. Cada gole parecia alimentar as chamas do ciúme e da frustração que o consumiam.A imagem de Sarah com Arthur, tão próximos, o atormentava.Ele tinha consciência de que estava se descontrolando, mas não conseguia deixar de pensar nela: nos dois juntos. Por fim, não conseguindo mais resistir, ele se levantou, pagou a conta do restaurante e dirigiu em direção à mansão.Ele precisava vê-la, confrontá-la. Queria entender o que estava acontecendo entre ela e Arthur e, acima de tudo, precisava dizer a ela o que estava corroendo seu coração.A mansão estava silenciosa quando Thomas entrou, cambaleando levemente por causa do álcool. As luzes estavam apagadas, e o único som era o de seus próprios passos ecoando pelos corredores. Ele subiu as escadas rapidamente, guiado pela urgência de ver Sarah.Encontrou-a adormecida, com os cabelos enrolados no travesseiro e o rosto sereno sob a luz suave da lua que entrava pela janela. Ele parou diante da porta, imóvel
Era uma noite movimentada no restaurante mais elegante da cidade. Luzes tênues criavam um ambiente acolhedor e romântico, enquanto uma música suave preenchia o ar. Sarah e Arthur ocupavam uma mesa no canto, conversando animadamente. Ele segurava as mãos dela e a olhava com uma intensidade que fazia Sarah desviar o olhar de vez em quando, tentando disfarçar o nervosismo.Do outro lado do salão, Thomas entrou acompanhado por Kathalina. Ele parecia tenso, como se aquele lugar fosse o último onde queria estar. Kathalina, por outro lado, irradiava confiança, deslizando pelo ambiente com um sorriso de quem sabia que estava chamando atenção.Quando os olhos de Thomas encontraram Sarah e Arthur, ele parou no meio do caminho, o rosto endurecendo. Lá estava ela, rindo suavemente, com Arthur segurando suas mãos. A proximidade entre os dois fazia o sangue de Thomas ferver.— Você está bem? — Kathalina perguntou, percebendo a súbita mudança na postura de Thomas.Ele seguiu o olhar dela e suspirou.
Sarah ajustava o colar enquanto se olhava no espelho. Fazia meses desde que saíra para algo que não fosse resolver problemas ou cuidar das crianças.Agora, sentia uma mistura de ansiedade e leveza enquanto se preparava para mais um jantar com Arthur.Ele, sempre atencioso, havia escolhido um restaurante tranquilo, longe do caos que ultimamente parecia dominar sua vida.Enquanto dirigiam para o restaurante, Sarah olhava pela janela. O silêncio entre eles era confortável, mas ela sabia que, em algum momento daquela noite, Arthur faria perguntas que ela vinha adiando responder.Sentados em uma mesa no canto mais reservado do restaurante, Arthur sorriu enquanto servia vinho.— Está um pouco mais relaxada esta noite — comentou, observando o rosto dela com curiosidade.Sarah sorriu de volta, mas havia um peso em seus olhos.— Talvez seja porque você tem esse efeito calmante — brincou, embora soubesse que a calma era apenas superficial.Arthur apoiou os cotovelos na mesa, inclinando-se levem
Arthur finalmente decidiu que era hora de agir. Não suportava mais ver Sarah definhar, aprisionada pela tristeza, disfarçando a dor que se espalhava por toda a casa enquanto se esforçava para manter a fachada na frente das crianças.Uma urgência o consumiu, a certeza de que precisava agir para resgatá-la daquele abismo e, quem sabe, revelar-se como alguém disposto a ser seu porto seguro.Naquela tarde, enquanto Sarah revisava alguns documentos na sala de estar, Arthur entrou com seu característico ar tranquilo, mas com uma determinação sutil nos olhos.Naquela tarde, encontrou Sarah absorta em pilhas de documentos. Arthur adentrou o cômodo, sua habitual serenidade contrastando com a determinação que agora incendiava seu olhar. Ele sabia que o momento de agir havia chegado.— Sarah — começou ele, aproximando-se —, acho que você precisa de uma pausa.Ela levantou o olhar, surpresa.— Uma pausa?— Sim. Apenas uma noite para relaxar, respirar e se lembrar de que há um mundo lá fora — diss
Nos primeiros dias após a difícil conversa com as crianças, Thomas comparecia à mansão diariamente. Ele passava horas brincando com Aurora e Adrian, garantindo que eles sentissem sua presença, mesmo que o clima na casa permanecesse tenso. As crianças, embora ainda tristes, começavam a se adaptar à nova dinâmica.Sarah, por outro lado, observava tudo à distância. Cada visita de Thomas era uma mistura de alívio e dor. Ela sabia que ele estava tentando fazer o melhor para os filhos, mas isso não diminuía o vazio crescente que sentia toda vez que ele ia embora.Com o passar das semanas, a frequência das visitas de Thomas foi diminuindo gradualmente. No início, ele vinha todos os dias.Thomas decidiu que cada visita seria uma oportunidade de criar memórias preciosas com Aurora e Adrian. Ele se esforçaria para estar totalmente presente, dedicando tempo para brincadeiras, conversas e atividades que realmente importassem para eles.Seu objetivo era que, mesmo com a distância, cada encontro fo
— Por favor, papai — choramingou Aurora, com a voz embargada. — Não vá ainda.Adrian apenas o abraçou com força, sem dizer nada.Thomas suspirou, sentindo o peso da situação.— Tudo bem — ele disse, acariciando os cabelos deles. — Eu fico mais um pouco.Ele os levou de volta ao quarto, leu uma história curta e os embalou até que finalmente adormeceram. O coração dele se apertava ao ver o quanto sua ausência os afetava; cada momento perdido era uma lembrança dolorosa do tempo que não poderia recuperar.Quando Thomas finalmente saiu do quarto das crianças, encontrou Sarah no corredor. Os olhos dela estavam fixos nele, mas era difícil decifrar o que ela estava pensando. Havia algo entre tristeza e cansaço; algo que o fez hesitar.... — Posso voltar amanhã para vê-los? — perguntou com a voz baixa.Sarah assentiu sem dizer uma palavra; seu olhar estava distante e perdido em pensamentos profundos sobre suas próprias inseguranças e medos.Ele esperou por um momento como se quisesse dizer algo
Thomas chegou à mansão no final da tarde, ansioso para ver Adrian e Aurora. Fazia semanas desde a última vez que desfrutara da companhia dos filhos, e o fardo da distância tornava-se insuportável.Assim que entrou, foi envolvido por um turbilhão de alegria, com os dois correndo em sua direção, os gritos de felicidade ecoando como uma melodia há muito silenciada.— Papai chegou! Papai chegou! — exclamaram em uníssono, e Thomas se abaixou para envolvê-los em um abraço apertado. O calor e a inocência das crianças eram uma salvação em meio ao turbilhão emocional que enfrentava.Sarah observava a cena da sala de estar, com um sorriso comedido nos lábios. A alegria contagiante das crianças aquecia seu coração, mas a percepção de se sentir uma peça deslocada naquela dinâmica familiar lhe causava um aperto no peito. A felicidade deles era um lembrete doloroso de sua própria solidão.Depois de alguns momentos, Thomas ergueu-se e olhou para os filhos com seriedade.— Hoje, pensei que poderíamos